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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE GEOLOGIA

SISTEMAS ALUVIAIS E FAN-DELTAS

Prof. Dr. Rogerio Roque Rubert


SISTEMAS ALUVIAIS E FAN-DELTAS

Leques aluviais:

o acumulações de sedimentos, predominante grossos que


estendem-se de uma área elevada em direção a terras baixas
adjacentes.
• Sedimentação com má seleção, tipicamente grossos, com
exposição subaérea dos sedimentos, sedimentação fluvial em
porções distais.

• Alguns possuem terminações em lagos, mares restritos ou


oceanos (fan-deltas), com porções distais retrabalhadas por
ondas e correntes.
SISTEMAS ALUVIAIS E FAN-DELTAS
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Comuns em:
• áreas tectonicamente ativas
• rifts
• áreas com intenso controle climático
• erupções vulcânicas
• áreas sujeitas a aridização
• áreas com retirada abrupta da cobertura vegetal
• áreas onde ocorreu uma queda no nível de base (lagos
e mares)
- Em regiões áridas, os leques pequenos abruptos, em
regiões úmidas são grandes e possuem baixo gradiente. A
configuração depende da drenagem, relevo e da litologia
original.
- Podem conter depósitos de ouro e urânio (placeres) e
de carvão e óleo nos fan-deltas.
- Indicações sobre influencia de tectonica e clima na
evolução da bacia
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• 1) Correntes de Fluxo Canalizados:


• Presença de cobertura vegetal;
• Predominam em clima úmido
• Fluxos canalizados em canais perenes
• Correntes margem em canions confinados transformando-
se num sistema fluvial entrelaçado ou anastomosado, com
canais maiores perenes e menores efêmeros
• Competência e mantém pela canalização do fluxo
• Vegetação é importante na manutenção de sistemas de
canais estáveis e profundos
• Podem ocorrer pântanos
• Muito barras, sets de dunas, muita estratificação cruzada
com areia, intercalado com conglomerado e lentes de
argila e silte. Em direção a porção distal do leque aumenta
a proporção de areia e argila e diminui os conglomerados.
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2) Fluxo em lençol (sheet flood)


• Fluxos desconfinados que eventualmente recobrem
grande parte do leque durante picos de descarga
• Episódicos ou cíclicos
• Ambientes áridos
• Formam poucos canais definidos
• Canais rasos pobremente definidos onde a descarga perde
rapidamente a conjeturação por desconfinamento
• Processos eólicos podem ocorrer
• Correntes de fluxo e padrão radial, entrelaçado pode
ocorrer
• Distalmente se transforma em planícies arenosas (braid
plains)
• A profundidade da água é muito rasa, formando plano
paralela laminação cavalgante
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3) Fluxo de Detritos
• Interação água/argila pela ação da gravidade, capaz de
transportar grandes partículas
• A competência: conteúdo da matriz, composição da argila e
temperatura do fluxo
• Junto com fluxo de grãos
• Regiões áridas, glaciogênicas ou adjacentes a vulcanismo
• Relacionados também a tempestades torrenciais, relevo,
litologia original, intemperismo;
• Regiões proximais de leques aluviais;
• Deslizamentos de terra, fluxo de lama e de detritos
• Viscosidade de fluxo varia com o volume de lama.
• Menos viscoso, maior a probabilidade de ocorrer gradação;
• Quando chega em corpos d´agua forma fluxo de
densidade em lagos
• Interação e interdigitação em processos fluviais.
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4) Processos eólicos
• Retrabalhamento de depósitos arenosos expostos em área
de clima árido ou sem vegetação
5) Processo de Deflação
• Formação de lóbulos de sedimentos grossos no topo de
leques pela passagem e percolação de água, que leva areia e
finos e deixa o cascalho
6) Processo gerado por água subterrânea
• Precipitação ou infiltração de água depende do relação
química entre água e sedimento para ocorrera dissolução
• Precipitação de módulos e concreções.
7) Processos Basinais
• Retrabalhamento por ondas e correntes em porções distais
de leque e fan-deltas.Vários registros de diferentes
ambientes interdigitados
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Classificação de Sistemas de Leques Aluviais

Grande variedade de tamanho e forma e características


internas conforme os diferentes processos fluviais;

1 - Leques Aluviais Associados a Fluxo de Detritos


Em todos os tipos de relevos
• Processos gravitacionais
• Por vezes estratificados e com paleocorrentes
• Conglomerados sup. Matriz
• Intercalados e depósitos eólicos e correntes efêmeras
• Gradação normal, inversa e maciço
• Fan-deltas
• Configuração interna com conglomerados maciços mas
porções proximais, gradando para arenito e finos nas porções
médias a distais.
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2 - Leques Dominados por Correntes de Fluxo


• Baixo gradiente topográfico
• Vegetados ou não
• Presença de canais perenes, e deposição conc. Nos
canais
• Fluxo sazonal, geralmente úmido;
• Braid plain em canais menos definidos;
• Barras cascalhosos longitudinais
• Corpos cascalhosos disposto e acresção lateral com
base côncava
• Barras cascalhosas e arenosas tabulares com silte e
argila Delta de Okawango, por exemplo (África)
• Canais braided na região proximal e reto a
anastosomado na porção distal
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3) Leque Dominados por Lençóis de Inundação

• Processos de lençóis de areia, em planícies arenosas


• Fluxos desconfinados, arenitos com estratificação cruzada,
laminação p.p. predominante e baixo ângulo
• Localmente fluxos confinados
• Estruturas e antidunas e desaceleração de fluxo
(laminação plano-paralelas + arenitos com ripples)
• Precipitação de nódulos e concreções (pedogenéticos)
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FÁCIES ASSOCIADAS A SISTEMAS DE LEQUE ALUVIAIS:

• Conglomerados Suportados pelo arcabouço (maciços, com


estratificação cruzada planar ou acanalada-Gm, Gp, Gt), imbricação
– transporte aquoso de alta e baixa energia;

• Conglomerados suportados por matriz lamitica (diamictitos ou


paraconglomerados) Gms – fluxo de detritos;

• Arenitos conglomeraticos com laminação plano paralela (Sh),


estratificação cruzada acanalada e planar (St e Sp) – retrabahamento
fluvial.
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RETRABALHAMENTOS
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SEÇÃO ESQUEMÁTICA EM PERFIL


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CONTROLE TECTONICO E RETRABALHAMENTO


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FACIOLOGIA – DEPOSIÇÃO POR GRAVIDADE


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FACIOLOGIA –
RETRABALHAMENTO AQUOSO E
EÓLICO
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FACIOLOGIA – FLUXO DE DETRITOS

FACIOLOGIA – FLUXO EM
LENÇOL
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FACIOLOGIA – RETRABALHAMENTO
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Referencia Bibliográfica.
Galloway, W. E. & Hobday, K.D., Alluvial Fan Sistems. 1983. Cap. III , In: Terrigenous Clastic
Depositional Systems, Applicattion to Petroleum, Coal and Uranium Exploration. Springer-
Verlag, Berlim, 424 pp.

DELLA FÁVERA, J. C. 2001. Fundamentos de Estratigrafia moderna. UERJ.


Walker, R.G. & James, N.P.1992. Fácies Models: Response to Level Sea Change. St. John’s,
New Foundland: Geology Association of Canadá. 410 p.

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