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Intemperismo e Pedogênese

Os materiais disponíveis na superfície da Terra são


produtos das transformações que a crosta terrestre
sofre na interação com a atmosfera, hidrosfera e
biosfera.
O intemperismo é o conjunto de modificações de
ordem física e química que as rochas sofrem ao
aflorar na superfície.

Os produtos do intemperismo, rocha alterada e solo,


estão sujeitos aos outros processos do ciclo, erosão,
transporte, sedimentação que acabam levando à
denudação continental com o conseqüente
aplainamento do relevo.
Fatores que controlam a ação do intemperismo:

• clima (variação sazonal da temperatura e na


distribuição das chuvas);
• relevo (influi no regime de infiltração e drenagem
das águas pluviais);
• fauna e flora (fornecem matéria orgânica para
reações químicas e remobilizam materiais);
• rocha parental (resistência diferenciada aos
processos intempéricos);
• tempo de exposição da rocha aos agentes
intempéricos.
• A pedogênese ocorre quando as modificações
causadas nas rochas pelo intemperismo, além de
serem químicas e mineralógicas, tornam-se
sobretudo estruturais, com importante
reorganização e transferência dos minerais
formadores do solo – principalmente argilominerais
e oxi-hidróxidos de ferro e de alumínio.

• O perfil do solo é estruturado verticalmente, a partir


da rocha fresca, na base, sobre a qual formam-se o
saprolito e o solum, que constituem o manto de
alteração ou regolito.
Intemperismo Físico
Intemperismo Químico
Tipos de solo: como os reconhecer.
Para quem gosta de jardinagem

Tipos de terra
A terra ideal é composta por cerca de 60% de areia, 23% de
argila, 12% de calcário e 5% húmus (substância escura
composta por folhas secas, plantas e matéria orgânica).

• Solos Argilosos
Retém muita água e fixam bem os adubos. Serão necessários aportes regulares de
matéria orgânica. Pode acrescentar a esta terra areia (nunca da praia) para obter
uma terra com melhor drenagem.
• Solos Calcários
Ao contrário dos argilosos, estes têm tendência a neutralizar a acidez. Deverá
prever um aporte de matéria orgânica ácida.
• Solos Arenosos
Estes, são fáceis de trabalhar, mas têm dificuldade em reter a água. Pode adubá-los
com terra preta ou com uma mistura de terra preta e argila.
Ação Geológica da Água

• Água: substância mais abundante na superfície do


planeta, participando dos seus processos
modeladores pela dissolução de materiais
terrestres e do transporte de partículas (solvente
universal=hidrólise).
Ciclo Hidrológico
• Água – distribui-se da atmosfera até 10 km abaixo
da superfície.
• Reservatórios:
• oceanos (94%)
• geleiras (2%)
• água subterrânea (4%)
• rios, lagos, pântanos (<0,01%)
• vapor de água atmosférica (<0,01%)
• água retida nos seres vivos. (<0,01%)
• umidade dos solos (<0,01%)
• O intercâmbio entre esses reservatórios
compreende o ciclo da água ou ciclo hidrológico.
Chaminés de Fada
Bacias Hidrográficas (águas de
superfície) e Balanço Hídrico

• Bacia hidrográfica: área de captação da água de


precipitação, demarcada por divisores topográficos,
onde a água converge para um único ponto de
saída, o exutório.

• https://cdcc.usp.br/atlas-historico-e-socioambiental-
das-regioes-hidrograficas-do-municipio-de-sao-
carlos-sp/
Água no subsolo: água
subterrânea.
• Toda água que ocupa vazios em formações
rochosas é classificada como água subterrânea.
Infiltração=recarga
• A infiltração é favorecida pela presença de
materiais porosos e permeáveis, como solos e
sedimentos arenosos.
• Rochas expostas muito fraturadas ou porosas
também permitem a infiltração de águas
superficiais.
• Por outro lado, materiais argilosos e rochas
cristalinas (ígneas e metamórficas) pouco
fraturadas são desfavoráveis à infiltração.
Elementos que favorecem a infiltração:

• Espessas coberturas de solo – capacidade de


campo (volume de água absorvido pelo solo antes
da saturação).
• Cobertura vegetal – raízes.
• Topografia – planícies x declives acentuados.
• Precipitação – chuvas regulares x chuvas
torrenciais.

Ocupação do solo:
• cidades – pavimentação x áreas de drenagem
• área rural – pisoteio do gado e desmatamento
Padrão de pingo de chuva no solo
horizontal e no plano inclinado.
Aquíferos

• Unidades rochosas ou de sedimentos, porosas e


permeáveis, que armazenam e transmitem volumes
significativos de água subterrânea passível de ser
explorada pela sociedade.
Aquífero Guarani
A saturação em água do material inconsolidado
devido à subida do lençol freático em períodos de
chuvas intensas promove escorregamentos de
encostas.
• As boçorocas (ou voçorocas): são erosões
provocadas pela ação da água subterrânea (seção
transversal em “U”), enquanto os sulcos ou ravinas
são formados pela ação erosiva do escoamento
superficial concentrado em linhas (seção
transversal em “V”).

• A evolução de sulcos de drenagem para boçorocas


é causada pela alteração das condições ambientais
(desmatamento).
Carste e Cavernas

• Dissolução de rochas carbonáticas (calcários,


dolomitos e mármores) pela água subterrânea.
Gota pingando
de uma
estalactite.
Gruta de
Soreq, Israel
Estalagmite
com diversos
escorrimentos e

várias camadas
Coluna no
interior da
Gruta da
Lapinha,
Região
metropolitana
de Belo
Horizonte,
MG, Brasil
Coluna na
caverna Terra
Ronca
Cascata de Pedra na Gruta de Mira Daire, Portugal
Um conjunto
de cortinas e
escorrimentos
no interior da
Gruta da
Lapinha,
Minas Gerais.
Helictites e cortinas no teto de uma caverna
Pérolas no salão dos namorados - caverna Terra Ronca
Arte rupestre como os desenhos encontrados em Lascaux,
na França, testemunham a presença humana em cavernas
durante a Pré-História
Alabama
Vazante - MG
Caverna glacial no
interior de uma
geleira na Suíça
O REGISTRO FÓSSIL
Arqueologia X Paleontologia
Os fósseis
◼ Conceito. Restos ou vestígios de organismos
(bactérias, protistas, animais, vegetais e fungos)
do passado.

◼ Tipos.
• Restos: partes duras ou esqueletos, partes
moles e impressões.
◼ Partes duras: mineralizadas (conchas,
carapaças, ossos, testas, frústulas, etc)
e orgânicas (quitina).
◼ Partes moles: raramente preservadas ou
como impressões ou moldes.

• Vestígios (icnofósseis, traços fósseis ou


bióglifos):
◼ Vestígios das atividades dos
organismos.
◼ Importantes por se preservarem in situ.
O que é fóssil?
Foi finalmente descoberta, o que deve ser até hoje, a peça mais importante do puzzle da evolução.
IDA , um fóssil de 47 milhões de anos correspondente a um “lêmure” que fará a ligação entre os
humanos e as restantes espécies ancestrais.
Ação Geológica do Gelo

• A despeito de seu aspecto estático, as geleiras são


dinâmicas, em constante movimento e mudança.
O conjunto de feições erosivas, deposicionais e de
ambientes direta e indiretamente ligados às geleiras
é variado e complexo.
• Os processos de erosão glacial ocorrem sob as
massas de gelo e envolvem a incorporação e
remoção de partículas ou detritos do assoalho
sobre o qual elas se movem.
• A sedimentação glacial terrestre ocorre quando a
geleira termina em condições subaéreas ou
terrestres. Essa sedimentação pode envolver as
geleiras em contato direto, formando os till
(sedimento inconsolidado desde grânulo até
matacão), como também em regiões mais
afastadas, pela ação da água de degelo
(sedimento glácio-fluvial) ou em corpos de água
doce (sedimentação glácio-lacustre).

• As morenas no geral são feições superficiais de


depósitos de detritos, que se estendem a partir da
confluência de geleiras em um vale, assumindo a
forma de cristas junto às margens frontais e laterais
das geleiras.
Ação Geológica do Vento

• Por meio dos fenômenos atmosféricos (ação


eólica), partículas de areia e poeira podem ser
transportadas por milhares de quilômetros. Com a
diminuição da energia, as partículas depositam-se
em diversos ambientes, desde continentais até
oceânicos.
• A atividade eólica representa um conjunto de
fenômenos de erosão, transporte e sedimentação
promovidos pelo vento.
Registros erosivos

• A ação dos ventos fica registrada tanto nas formas


de relevo como nos fragmentos trabalhados pela
ação eólica, seja de forma destrutiva (erosão) ou
de forma construtiva (sedimentação).
• Bacias de deflação (remoção de areia produzindo
depressões nos desertos)
Se abaixar muito pode gerar oásis.

• Ventifactos (seixos que apresentam duas ou mais


faces planas polidas pela ação dos ventos).
Registros deposicionais

• O transporte e posterior deposição das partículas


pelo vento formam registros peculiares, as dunas.
Paleodunas (dunas fósseis)

• Feições características da ação eólica podem ser


reconhecidas em sedimentos antigos e rochas
sedimentares, permitindo a reconstituição de
diferentes paleoambientes eólicos.
Estudo de caso:
Formação Botucatu (Bacia do Paraná)
MPA-337
MPA-334
MPA-334
Icnologia

Ferramenta para interpretações paleoambientais e relações


paleoecológicas.
Urólito: marcas de
urina.
Rua Riachuelo, 1693
Rua Antônio Botelho, 223
Rua Antônio Blanco, 310 Rua Bernardino de Campos, 800

Avenida Sallum, 909 Rua Dr. Gastão de Sá, 666


Rua Silvério I. Sobrinho, 244 Rua São Paulo, 1791

Rua Marcolino R. Barreto, 1407 Rua 7 de Setembro, 2845


Rua Cândido Padim, 562
Rua Serafim Vieira de Almeida, 201
Rua Cândido Padim, 562
“Saocarlenseichnium”
Ação Geológica dos Organismos
• Os organismos podem agir no trabalho geológico
de modo construtivo ou destrutivo.

• Formação de rochas: deposição de seus restos


(ex.: coquinas) ou atividade fisiológica (ex.:
estromatólitos). São os biólitos.

• Importância econômica: formadores de


combustíveis fósseis.
Os estromatólitos são estruturas biossedimentares
formadas através de atividades microbianas
(cianobactérias, algas, fungos) nos ambientes aquáticos.
Como são produtos de atividade
biológica de microorganismos, são mais próximos do
icnofósseis.
A
r
q
u
e
a
n
o
Fim

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