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Processos pedogénicos e formação de

solos e paisagens cársticas

METEORIZAÇÃO
METEORIZAÇÃO
Processo de desintegração física e decomposição química das rochas e
minerais que se encontram na superfície terrestre.
Em função do tipo de processo que predomina, a meteorização
classifica-se em: física e química
Meteorização física.- É o processo mediante o qual as rochas e seus minerais se
fragmentam por acção dos agentes físicos da meteorização. Por exemplo:
meteorização térmica, fragmentação pelo crescimento das raízes das árvores ou
desagregação glacial.

fragmentação pelo
crescimento das raízes
das árvores
Meteorização química – É o processo  Oxidação
geológico mediante o qual os minerais
das rochas se alteram dando lugar a
novos minerais por acção dos agentes
químicos da meteorização como o
oxigênio, o dióxido de carbono, a água e
os ácidos orgânicos.

Os processos que originam a


mudança química são:
oxidação
dissolução
hidrólise
hidratação
Dissolução (carbonatação)

Hidrólise

 Hidratação
É um dos principais processos do intemperismo e ocorre quando a água é
absorvida na estrutura cristalina da caulinite e a anidrite, que se transforma
em gesso.
CaSO4 + 2H2O CaSO4.2H2O
anidrite agua gesso
A classificação dos processos de meteorização, como todas
as classificações nas ciências naturais, tem como objectivo
facilitar a aprendizagem e estabelecer em cada caso, o
processo que predomina, pois o certo é que na natureza e
com mais ênfase nos climas tropicais, actuam
simultaneamente vários tipos de uma vez e inclusive, assim
que se iniciam a desintegração mecânica das rochas
também o fazem os processos químicos, ocorrendo
frequentemente vários tipos de reacções de uma vez, em
dependência da composição mineralógica das rochas, seu
grau de fragmentação e as condições climáticas
dominantes.
Meteorização diferencial

Alteração desigual,
pelas diferentes
(variação)
resistências das rochas
e minerais aos agentes
do intemperismo.
A meteorização, como processo é de vital importância na formação
do relevo, ao formar os solos sobre os quais se desenvolve o relevo,
além de criar um tipo de paisagem exclusiva: o relevo cárstico.

Solo
É a capa mais superficial da crusta, é dinâmica (constante
mudança) e de escassa grossura, normalmente de poucos
centímetros a poucos metros, em que se assenta a vida e
actua de interface da atmosfera, hidrosfera, geosfera e
biosfera, já que contêm elementos de todas elas.

Edafosfera: é a capa de solo que rodeia a Terra.

Pedologia: ciência que estuda o solo (também Edafologia).


Composição do solo
- Fase sólida:
 orgânica: matéria proveniente de restos de seres vivos,
com variável grau de decomposição. Quando a
decomposição está muito avançada a matéria orgânica se
chama “húmus”.
 inorgânica: fragmentos de rochas e minerais produto da
meteorização.
- Fase líquida: a água que geralmente se encontra nos poros
- Fase gasosa: o ar com uma
menor proporção de O2 e muito
maior do CO2 respeito ao ar
atmosférico, devido à grande
actividade biológica que se
desenvolve no solo.
Etapas do processo de formação do solo
1ª Etapa: meteorização da rocha mãe
2ª Etapa: assentamento dos primeros colonizadores, os primeiros
líquedos, cianobacterias e posteriormente os musgos
3ª Etapa: aparecimento os primeros vegetais com raíz,
enriquecendo o solo em materia organica. A vegetacao com as suas
raizes penetrantes aceleram a meteorizacao.

4ª Etapa:
Aprofundamento da
camada de solo,
meteorizacao física,
química e biológica
actuam durante um
lango período de
tempo
Perfil do solo
Oi…folhas e ramos não decompostos.

Oa…restos de matéria orgânica altamente decomposta.

A…horizonte de solo escuro devido à influência da matéria orgânica.

E…horizonte onde se evidencia o empobrecimento como resultado da


percolação de partículas suspensas ou em solução (eluviação ).

B…horizonte de solo, onde ocorre a deposição do material eluviado


(iluviação)

C…camada de solo, onde a rocha mãe é transformada em solo através da


meteorização.

R… regolito (rocha mãe)


Componentes do Solo
Estrutura de Solo

PLanar Angular

Prismática Esferoidar/Granular
Factores que Influenciam a
formação
• Rocha Mãe

• Clima

• Agentes Biológicos

• Topografia

• Tempo
Rocha Mãe
Solo Residual
• Solo formado no topo da rocha mãe e os seus
minerais dominantes apresentam uma relação directa
com a rocha mãe.

Solo Transportado
• O solo é totalmente independente na rocha onde ele
assenta porque o seu material foi transportado de
um lugar e depositado noutro local, normalmente
distante da sua fonte.
Clima
• Os principais components do clima são a temperature,
humidade e o vento.

• Os climas quentes e húmidos favorecem a uma


meteorização química mais completa. O que conduz a
formação de camadas de solo mais espessas.

• Camadas de solo espessas são encontradas em regiões


de latitudes baixas e quentes.

• O clima afecta a disponibilidade de vegetação e de seres


vivos.
Agentes Biológicos
• Directamente afectados pelas condições climáticas.

• Geralmente quanto maior fôr a quantidade de vegetação


maior é a quantidade de húmus.

• Húmus é matéria orgânica decomposta, que forma uma


camada escura no topo do solo (fig. 22.4). Os solos ricos em
humus são os mais férteis.

• Componentes/nutrientes das plantas que circulam neste


sistema são os compostos de nitrogênio, fosfatos e
potássio.

• Existem seres vivos microscópicos que auxiliam a


decomposição (bacterias e fungos) dos nutrientes
Topografia

• As caracteristicas da talude determinam a quantidade


de radiação solar recebida e consequentemente a
quantidade de humidade que evapora.

• A posição da talude e sua inclinação determina a


quantidade de precipitação recebida.

• Elevação finas camadas de solo drenagem eficiente

• Vale espessas camadas de solo


Tempo

• O processo de formação do solo é lento, por isso o


tempo é um factor determinante na espessura do
solo observada.

• O processo de formação do solo é mais rápido em


climas tropicais húmidos do que em climas frios.
Conceitos de solo segundo a área da ciência que os estuda
Geologia: material detrítico que cobre as rochas da superfície,
originado pelos processos de meteorização, o qual pode ser eluvial,
quer dizer encontrar-se in situ (não transportado) ou ter sido re-
depositado pelos agentes de superfície.
Engenharia civil : para eles o solo é a superfície da área em que vão
planificar e realizar suas obras de construcao.
Agronomia: capa de material solto da superfície com conteúdo de
húmus e que lhe permite o cultivo e garante as areas.

Importância do estudo dos solos


Neles se encontram importantes jazidas minerais, desde depósitos de
ouro e outros metais pesados, até Laos chãos ferrolíticos: bauxita ou
laterita, enriquecidas em ferro, alumínio, níquel e cobalto entre
outros.
Também a geologia trabalha na busca de soluções que evitem o
arrasto e perda de solo, não só em áreas agrícolas, mas também para
evitar efeitos de degradação e contaminação ambiental.
Relevo cárstico
Carste, carst ou karst, é a forma de relevo superficial ou
subsuperficial comum a regiões de clima húmido e quente quando
se encontram rochas solúveis na superfície ou perto dela.
A paisagem cárstica
pode encontrar-se em
formas de depressão
do relevo, como os
vales fluviais ou
submersos parcial ou
totalmente, em zonas
pantanosas e na
plataforma marinha,
assim como nas
elevações e nas zonas
litorâneas.
Principais geoformas do relevo cársico

Lápies ou ¨dente de cão¨: é a forma cárstica


mais abundante, e está presente em todas
as outras formas de relevo cárstico.

Detecta-se pela ausência de


drenagem superficial e uma
textura rugosa.
Dolinas e uvalas. identificam-se por ser depressões em forma de
funil, elípticas, arredondadas e inclusive irregulares, que podem
aparecer cheias ou não de água, em função dos canais de
escoamento ou sumidouro estarem ou não fechados pelo próprio
material resultante da meteorização das rochas. Em caso de estarem
cobertas por um solo argiloso, surge uma drenagem centrípeta para
elas.

Sumidouro é o ponto em que um curso de água superficial penetra no


solo. Trata-se de uma abertura natural que se comunica com uma
rede de galerias e através da qual o curso de água entra no subsolo.
Pináculos cársicos. São elevações cársicas de topos pontiagudos
ou arredondados que ficam na paisagem como restos da erosão.

São formas facilmente reconhecíveis por serem elevações rodeadas


geralmente por um relevo aplanado e de pouca densidade da
drenagem.
 Cavernas. São galerias subterrâneas originadas pela dissolução
das rochas carbonatadas e nas quais se podem encontrar
travertinos (estalactite ou estalagmite) pela acumulação do
carbonato através de fissuras.

São as mais difíceis de observar por serem vales ocultos,


subterrâneos, mas se podem inferir pela perda de continuidade das
correntes fluviais que se submergem através de sumidouros.
Importância do estudo do relevo carstico
Os processos de dissolução geram formas muito
bonitas do relevo, chegando a constituir rotas
turísticas de interesse por sua beleza e seus
valores arqueológicos.
Não obstante, a maior importância do estudo
destes processos está na planificação construtiva,
já que podem gerar riscos por infiltração de água
no caso da construção de represas e barragem e
assentamentos das obras construídas, incluindo a
total desmoronamento da estrutura
Bibliografía
Hugget, R. J. (2011). Fundamentals of Geomorphology.
New York, Taylor & Francis e-Library.
Thomas, M. F. (1994). Geomorphology in the tropics: a
study of weathering and denudation in low latitudes.
John Wiley & Sons.
Seco R. Geomorfología. Cap. II y III: Aspectos
generales de la Geomorfología.
Gutiérrez Elorza, Mateo. GEOMORFOLOGÍA, 2008
Montoya Monsalve J.J. Evolución del paisaje, 2009
GEOMORFOLOGÍA (Compendio de artículos)

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