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CONFERÊNCIA 1: INTRODUÇÃO À GEOMORFOLOGIA

Definição de Geomorfologia, objeto de estudo e ciências afins

Breve historia das investigações geomorfológicas

Ramos da Geomorfologia e ciências afins à geomorfologia

Campos de aplicação das investigações geomorfológicas

Que é o relevo?
Que é a Geomorfologia?
A geomorfologia é uma ciência natural que se encarrega
do estudo do relevo da superfície terrestre.
Geo -terra
Morfo -forma
Logos -estudo.

Os inícios da Geomorfologia foi essencialmente descritiva, desde pontos


de vista geográficos, geológicos e naturalistas.
institucionalizou-se como ciência a finais do século XIX e princípios do
XX e se assentam nos saberes acumulados pelas demais ciências da
Terra

Nos últimos cinqüenta anos, as questões genéticas foram ganhando


terreno e interesse às meramente descritivas.
Breve historia da geomorfologia
O interesse pelo relevo surge com o homem: conhecimento intuitivo e
pragmático do relevo.

Na antigüidade gregos, árabes e romanos reconheceram a atividade de


muitos processos formadores do relevo, embora eram ainda idéias
muito primitivas e até errôneas.
Com a queda do império romano, ano 476, estancou-se o pensamento
científico na Europa durante vários séculos. Entretanto, entre os povos
árabes se manteve o desenvolvimento científico e no que respeita aos
estudos sobre o relevo ressalta a obra da Avicena, filósofo e médico
persa (980-1037 NE), que classificou as montanhas por sua origem em
dois grupos: (1) produzidas por ascensões da superfície terrestre e (2)
as que surgem pela escavação realizada pelas águas de escorrentía e o
vento sobre as rochas mais débeis, com o qual
assentam-se as bases do conceito de
erosão diferencial.

Avicena também concebeu a idéia do lento


trabalho erosivo durante largos períodos de tempo
Na Idade Média, o domínio da Igreja Católica sobre toda a vida política
e intelectual provocou um estancamento das ciências, pois não se
admitia nenhuma idéia que se opor ao estabelecido na Bíblia.
O Renascimento, séculos XV e XVI, deu um novo impulso aos estudos
sobre o relevo. Leonardo Dá Vinci, o alemão Agrícola e o francês
Bernard Palissy, destacam o trabalho erosivo dos rios e a possibilidade
de que seja o lento e prolongado trabalho dessas correntes de água, a
causa da aparição dos vales

As idéias catastróficas tiveram um grande arraigo nos


cientistas europeus dessa época. Um dos principais
representantes foi o francês Georges Cuvier.

Durante o século XVIII existem duas grandes correntes de


pensamento ou escola no referente à Geologia e ao estudo do
relevo, opostas entre si: os Neptunistas e os Plutonistas.
No século XIX numerosos cientistas, especialmente geólogos,
geógrafos e hidrólogos, fazem novos contribuições ao conhecimento
do relevo, que permitem enterrar as errôneas
concepções catastrofícas e diluvialistas.
Destaca entre eles o inglês Charles Lyell,
continuador das idéias do Hutton quanto ao
Actualismo.

Em meados do século XIX se


reconhece pela primeira vez a
existência de uma era glacial.

Nas últimas três décadas do século XIX aparecem os primeiros livros


de texto com um enfoque geomorfológico
A fíns do XIX se reconhecia já à Geologia Fisiográfica, como um novo
ramo da Geologia dedicada ao estudo do relevo, mas não era uma
ciência independente.
O estabelecimento da ciência do relevo se obtém nas primeiras
décadas do século XX e a isto está vinculada a obra de vários
cientistas, especialmente a do geógrafo norte-americano William
Morris Davis (1850-1934).

Além da mera descrição tradicional


das formas, o ponto de vista
geomorfológico participa do ideal da
explicação genética que durante o
século passado anima por igual às
ciências da Terra e às do homem.

A geomorfologia não é tão solo o estudo das coisas materiais e de suas


formas, mas sim tem um aspecto dinâmico que nos permite interpretar o
funcionamento da energia.
D'Arcy Thompson
Tendência atual da geomorfologia

Cada dia mais geológica que geográfica:

 Os descobrimentos de novas superfícies


terrestres do planeta foram resultados dos séculos
precedentes.
A geografia é mais sócio-política, o que deslocou
à geomorfologia para o campo da aplicação prática.
Nas investigações geomorfológicas se utilizam
cada vez mais os métodos hidrodinâmicos,
granulométricos, sedimentarios e mineralógicos,
próprios das ciências geológicas.
Qual é o campo de estudo da geomorfologia?
Segundo a definição geral da geomorfologia fica
implícito que esta estuda tanto o relevo das superfícies
emersas como dos recursos oceânicos.
Que ocorreu até os anos 70 do século XX?
Como os processos morfogenéticos que atuam nas
superfícies continentais e insulares diferem dos que
moldar os fundos marinhos, aceitou-se por muitos anos
que a geomorfologia se ocupasse só das formas médias
e pequenas do relevo, enquanto se deixava a
oceanologia o estudo e cartografado do relevo
submarino e a geotectónica, o estudo dos orígens e
desenvolvimento das grandes estrutura planetárias.
Que ocorre agora?
A partir do próprio avanço que teve a geologia com as
concepções da tectônica de placas e formação da casca
terrestre, faz-se difícil determinar o campo de aplicação
de cada um destes ramos da ciência, interactuando
todas entre se.
Quais são os principais ramos da geomorfologia?
Com o desenvolvimento da geomorfologia se foram ramificando os
conhecimentos, sendo ainda mais aceita a classificação do cientista russo
Semianov, que a classifica em dois ramos principais:

A Geomorfologia Climática que se interessa pelo modelado pelo que


centra sua análise no papel do clima na formação do relevo.
A Geomorfologia Estrutural que atende à arquitetura geológica
sobre a que se assenta o relevo, para o que se apóia na relação
existente entre a estrutura geológica e os processos exógenos na
formação do relevo.

(Geomorfologia dinâmica, ambiental e costeira)

A partir desses objetivos e tendo em conta os interesses dos profissionais


do campo da geologia, é a segunda vertente, a Geomorfologia
Estrutural sobre a qual se apóiam as investigações geomorfológicas.
CIENCIAS AFINES A LA GEOMORFOLOGÍA

Biogeografía
A cobertura vegetal introduz uma camada protetora na
interfase atmosfera-litosfera, razão pela qual a
Biogeografía dá chaves importantes na análise das
geoformas e dos processos que lhe dão origem

Mapa de Ecozonas

Geología

Explica a disposição dos


materiais na superfície
Climatología terrestre
O clima introduz modalidades na erosão e no tipo de
formações vegetais, de modo que a morfogénesis adquire
características próprias em cada zona climática. A elaboração
de geoformas também depende dos paleoclimas que se hão
sucedido em um determinado lugar.
Como se relacionam a geologia e a geomorfologia?

A geologia clássica, apoiada no estudo dos corpos rochosos, necessita da


matéria inerte para extrair suas conclusões. A geomorfologia, apoiada no
estudo do relevo, analisa a superfície topográfica terrestre tratando de
desmascarar a origem e os processos envoltos na geração dos distintos
segmentos que nela se encontram integrados.
A geomorfologia procura as chaves para poder interpretar a evolução do
relevo através do tempo e as sucessivas transformações que deram lugar
aos relevos que hoje contemplamos.
Portanto, poderia pensar-se que esta ciência não necessita de maneira
obrigada do componente pétreo para suas investigações, mas sim pode
apoiar-se no estudo dos processos geodinámicos e sua expressão
geomorfológica para compreender a sucessão das distintas modificações
temporárias do relevo que se foram sucedendo com o passar do tempo.
Não obstante, o conhecimento dos materiais subjacentes e/ou integrados
às formas é uma ferramenta de uso obrigado se queremos fazer uma
correta interpretação da gênese dos relevos analisados, já seja do ponto
de vista climático, tectônico ou misto.
Campos de aplicação das investigações
geomorfológicas
Cartografado geológico
Estudos tectônicos
Engenharia Geológica
Hidrogeologia
Jazidas Minerais
Estudos ambientais e de proteção de
ecossistemas
Que é o relevo?
Conjunto de desigualdades que constituem a superfície da parte
sólida de nosso planeta. Estas desigualdades não são uniformes,
há eminências e depressões. As maiores depressões ou
concavidades da Terra estão cobertas por água, formando
oceanos e mares; o nível do mar se toma como ponto de
referência.

O relevo está conformado


por irregularidades ou
desigualdades da superfície
da casca (acidente
geográficos), tanto nos
continentes, como no fundo
dos oceanos
Geoformas Continentais

Geoformas Marinhas
As formas do relevo apresentam uma grande diversidade em
quantos a seu tamanho, o que provocou a elaboração de
classificações do relevo apoiadas na magnitude, como a que
se mostra a seguir (Leontiev, 1970) e em que se distinguem
seis categorias de formas do relevo, cada uma das quais
contém a que lhe segue em ordem decrescente de tamanho.
Formas planetárias o relevo.
São formas cuja área chega às dezenas e centenas
de milhões de km2. Se se tiver em conta que a área
da Terra é de 510 milhões de km2, pode-se deduzir
que estas formas não são
muitas.
Aqui se incluem
as plataformas
continentais,
as plataformas oceânicas,
os cinturões dobrados,
zonas de transição e
as dorsais ou cordilheiras
centro oceânicas.
Megaformas.
Abrangem dezenas a centenas de milhares de km2.
Elas se localizam dentro dos limites da categoria anterior,
da que formam parte. Exemplos de megaformas são as
grandes cadeias montanhosas como os Alpes, Himalayas,
Andes; e o Golfo do México.

Macroformas.
Alcançam áreas de centenas a
milhares de km2.
São exemplos destas as serras
que compõe as cadeias
montanhosas, as fossas
submarinas, as grandes planícies.
Mesoformas.
São formas que ocupam áreas
de dezenas de km2. É o caso
das poljas e as montanhas
isoladas, por exemplo.

Microformas.
Formas pequenas do relevo que
não ultrapassa os poucos km2,
tal é o caso das dolinas, as
dunas, as cárcavas.

Nanoformas.
As formas anãs do relevo, que
não passam de 1 m2, como o
lapiés e as rizaduras de fluxo ou
ripple-Mark.
Bibliografía
 Hugget, R. J. (2011). Fundamentals of
Geomorphology. New York, Taylor & Francis e-
Library.
 Thomas, M. F. (1994). Geomorphology in the
tropics: a study of weathering and denudation in
low latitudes. John Wiley & Sons.
 Seco R. Geomorfología. Cap. II y III: Aspectos
generales de la Geomorfología.
 Gutiérrez Elorza, Mateo. GEOMORFOLOGÍA,
2008
 Montoya Monsalve J.J. Evolución del paisaje,
2009
GEOMORFOLOGÍA (Compendio de artículos)

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