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DOBRAS E DOBRAMENTO

Geologia Estrutural

CONTEÚDOS

1. O que são dobras?

2. Geometria e Elementos de uma dobra.

3. Classificação de dobras.

4. Vergência

5. Dobras de interferência

Dobras e dobramento
DEFINIÇÃO

• Uma das feições estruturais mais evidentes (desde a escala


microscópica até a quilométrica) em regiões submetidas a tensões
compressivas é a DOBRA, ou seja, uma superfície qualquer de
referência curvada em relação à linha do horizonte.

• Dobras são ondulações tanto convexas quanto côncavas existentes


em corpos originalmente planos, podendo ocorrer em rochas
sedimentares, ígneas ou metamórficas.

Dobras e dobramento
• Em geral, é uma manifestação de deformação dúctil das rochas.
Formam-se sob condições variadas de stress, pressão hidrostática e
temperatura.

• As dobras ocorrem em diferentes escalas, desde: regional,


megascópicas, macroscópicas, mesoscópicas e micróscopicas.

• O estudo da dobras é importante para i) história da deformação; ii)


armadilhas de hidrocarnonetos; iii)locais de deposição de
minerais)
DOBRAS EM AFLORAMENTO

Dobras e dobramento
DOBRAS EM AFLORAMENTO

Dobras e dobramento
DOBRAS EM AFLORAMENTO

Dobras e dobramento
DOBRAS EM AFLORAMENTO

Dobras e dobramento
DOBRAS EM AFLORAMENTO

Dobras e dobramento
Geologia Estrutural

Dobras e dobramento
DOBRAS EM AFLORAMENTO

Dobras e dobramento
GEOMETRIA DE UMA DOBRA

Dobras e dobramento
GEOMETRIA DE UMA DOBRA – CILINDRICIDADE DE
UMA DOBRA

E O EIXO
DE DOBRA?

(a) plano de perfil de uma dobra; (b): Sa – Superfície axial;


Lc – Linha de charneira; Li – Linha de inflexão; Zc – Zona
de charneira e Fl – Flanco.

Dobras e dobramento
CLASSIFICAÇÃO DE DOBRAS

Cilindricididade - linha de charneira rectilínea

Dobras e dobramento
CLASSIFICAÇÃO DE DOBRAS

Polos de uma camada com uma dobra cilíndrica definem um grande


círculo, cujo polo (eixo pi) representa o eixo da dobra β

Dobras e dobramento
CLASSIFICAÇÃO DE DOBRAS

Dobras harmónicas - em rochas compostas de múltiplas camadas,


as dobras podem repitir-se com forma similar em direcção ao traço
axial

Dobras e dobramento
CLASSIFICAÇÃO DE DOBRAS

Classificação com base na


orientação da linha de
charneira e superfície
axial

Dobras e dobramento
CLASSIFICAÇÃO DE DOBRAS

Sentido de Fechamento da dobra

(a) Antiforme

(b) sinforme

Estratigrafia desconhecida
Dobras e dobramento
CLASSIFICAÇÃO DE DOBRAS

Sentido de Fechamento da dobra vs Estratigrafia

Anticlinal – e’ uma dobra que e’ convexa


na direcção das camadas mais novas.

(a) Antiforme

(b) sinforme

Sinclinal – e’ uma dobra que e’ convexa


na direcção das rochas mais velhas.

Dobras e dobramento
CLASSIFICAÇÃO DE DOBRAS

Classificação com base no ângulo interflancos

Dobras e dobramento
CLASSIFICAÇÃO DE DOBRAS

Classificação com base no ângulo interflancos


Suave (120º-180º)

Aberta (70º-120º)

 Fechada (30º-70º)

Apertada (0º-30º)

Isoclinal (0º)

Dobras e dobramento
CLASSIFICAÇÃO DE DOBRAS

Dobras e dobramento
CLASSIFICAÇÃO DE DOBRAS

Classificação com base nas isógonas de mergulho (Ramsay,1967)

Isógonas – linhas que conectam pontos de


igual mergulho em dobras horizonais.

Classe 1 - isógonas convergem para o arco


interno que é mais fechado que o externo; ex.
dobras paralelas

Classe 2 - isógonas paralelas ao traço axial;


ex. dobras similares ou de cisalhamento

Classe 3 - isógonas cujo mergulho diverge


em direcção ao arco interno que é mais
aberto.
Dobras e dobramento
CLASSIFICAÇÃO DE DOBRAS

SIMETRIA E ORDEM
SIMETRIA EM 2D SIMETRIA EM 3D

Simetria ortorrombica

Dois lados do traço axial são


E aqui?
imagens especulares um de
outro em secção perpendicular
a superficie axial

monoclínico
Dobras e dobramento
CLASSIFICAÇÃO DE DOBRAS

SIMETRIA E ORDEM

Dobra de 1ª Ordem -
geralmente maiores e
apresentam dobras menores em
seus flancos e charneira

Dobra de 2ª Ordem/Parasitas
- dobras menores associadas as
dobras maiores.

Dobras e dobramento
CLASSIFICAÇÃO DE DOBRAS

SIMETRIA E ORDEM
Qualquer que seja a escala de observação, uma estrutura só pode ser
interpretada a partir do momento em que a vergência está indicada, ou seja, o
mergulho geral dos planos axiais de dobras de uma mesma fase de
dobramento.

 A vergência indica o sentido geral de transporte das massas rochosas.

Dobras e dobramento
Mecanismos básicos de dobramento

Como o esforço actua


sobre a camada

A diferença no dobramento é
controlada pela resposta activa ou
passiva do acamamento em
relação ao campo de deformação
imposto
FLAMBAGEM (BUCKLING)
 camada mantém sua
espessura → dobras paralelas
ou concêntricas (classe 1B)

 superfície neutra
separando os arcos interno e
externo do dobramento

 distensão no arco externo


e compressão no arco interno
 “Flambagem” é aplicada ao mecanismo de dobramento onde a
compressão paralela à camada produz uma flexura (dobramento
activo)

 ocorre apenas em camadas competentes entre uma “matriz” mais


dúctil.

 um achatamento subsequente pode produzir dobras das classes


1A, 1C e 2
Deformação e estruturas associadas

Distensão

Distensão

Compressão

Compressão
O dobramento activo ou flambagem é um processo que pode iniciar
quando uma rocha é encurtada em direcção ao seu acamamento.

O dobramento activo ocorre quando uma camada competente contida


em uma matriz menos competente é encurtada na direcção paralela
ao seu acamamento

O dobramento activo implica a existência de encurtamento paralelo


ao acamamento e de contraste de viscosidade , além de irregularidade
onde as dobras possam nuclear-se
Flambagem de camadas em secção sísmica
DOBRAMENTO PASSIVO (DOBRAS DA CLASSE 2)

-Fluxo passivo, i.e., o acamamento


não exerce influência mecânica sobre o
dobramento .

- Dobras por cisalhamento

- Acamamento sem contraste mecânico


e serve apenas de expressão visual

- Forma-se dobras da classe 2


(similares) harmónica
DOBRAMENTO FLEXURAL (BENDING)

A flexura (bending) ocorre quando os esforços actuam em alto


ângulo através das camadas e podem envolver mais de um
mecanismo de deformação

O resultado são dobras forçadas geradas em rochas sedimentares


sobrepostas a blocos rígidos do soco cristalino

O deslocamento é imposto aos sedimentos pelo movimento de falha


pre-existente do soco cristalino, e os sedimentos não competentes
deformam-se em dobramento monoclinal até um ponto crítico de
ruptura, quando a falha começa a propagar-se para cima
Padrões de dobramentos superpostos (redobramento)

• Podem ocorrer devido à orogênese superposta, fases de


deformação progressiva com geração de dobras sucessivas ou em
fases de deformação sucessivas num mesmo ciclo.

•Ramsay (1967) caracterizou alguns tipos fundamentais de


produtos de sobreposição. Classificou-os em figura de interferência
1, 2 e 3, respectivamente: padrão caixa de ovos (Tipo 1) ou domos
e bacias; padrão em meia lua (Tipo 2) e padrão em laço ou em
chama (Tipo 3).
Padrões de dobramentos superpostos (redobramento)
O padrão de interferência do “Tipo 1" é caracterizado por uma
geometria do tipo domos e bacias (ou caixa de ovos). Olhando
abaixo na superfície do afloramento, o padrão deriva de dois
dobramentos verticais: um com tendência longitudinal e a outro
vertical à figura.
Padrões de dobramentos superpostos (redobramento)

O padrão de interferência do “Tipo 2”, mostra formas geométricas


como meia-lua (afloramentos com formas em “asas de borboleta“).
A foto do afloramento é o resultado de uma primeira fase de
dobramento reclinada seguido por dobras vertical.
Padrões de dobramentos superpostos (redobramento)
O padrão de interferência do “Tipo 3" gera geometria com formas em
chamas ou línguas. Estas formas da superfície axial quase recumbente
está sendo redobrada por dobra vertical, mas com eixo quase paralelo
ao primeiro dobramento.

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