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Cap.

4 Imperfeições nos Sólidos

Diretion
of force

Slip plane
IMPERFEIÇÕES CRISTALINAS

Defeitos de linhas (discordâncias)

Prof.: Antonio Fernando de Carvalho Mota


2
IMPERFEIÇÕES CRISTALINAS

Lacunas Auto-intersticial Intersticial Pequeno

DISCORDÂNCIA (“DISLOCATION”)

Prof.: Antonio Fernando de Carvalho Mota


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DEFEITOS DE LINHA
DISCORDÂNCIAS EM CUNHA OU EM ARESTAS

O circuito não se fecha.


O vetor necessário para fechar o circuito é o
vetor de Burgers b, que caracteriza a
discordância.
Neste caso b é perpendicular a discordância.
MOVIMENTAÇÃO DE DISCORDÂNCIS (ESCORREGAMENTO)

Movimento de Defeito em linha intracristalino


responsável pela deformação plástica de metais.
CARACTERÍSTICAS DAS DISCORDÂNCIAS

Análogo a movimentação de uma lagarta

Movimentação de discordâncias
DISCORDÂNCIAS : ESFORÇOS ENVOLVIDOS

Repulsão

Atração e
aniquilamento

Regiões de tração e compressão Interação entre discordâncias


ao redor da discordância

INTERAÇÕES Regiões de tração (clara) e


Compressão
ENTRE de compressão (escura) em
Tensão
DISCORDÂNCIAS uma discordância em cunha
DISCORDÂNCIA HELICOIDAL OU ESPIRAL

O vetor de Burgers b é paralelo à linha


de discordância em uma discordância
em espiral.
FORMAÇÃO DE DISCORDÂNCIA POR CISALHAMENTO
(a) Cunha: Mov. na direção da tensão

(b)
Direção do movimento O efeito final é o mesmo

(b)
(b) Hélicoidal: Mov. normal a direção da tensão
(a) Discordância em Cunha  Movimento na direção da tensão;
(b) Discordância Helicoidal  Movimento normal a direção da tensão;
(c) Discordância Mista
FORMAÇÃO DE DISCORDÂNCIA POR CISALHAMENTO

Discordância mista num cristal.


A discordância, de linha AB, é parafuso no
ponto A, à esquerda, em que entra no cristal e
cunha no ponto B, à direita, onde sai do
cristal

(a) (b) (c)

Deformação Plástica do alumínio


– Estampagem profunda
Geração de discordâncias pelo mecanismo de Frank-Read

(a) (b) (c) (d)

Trabalhado a frio 1% Trabalhado a frio 3%

Trabalhado a frio 10% Trabalhado a frio 20%


Formação de discordância:
(a) Inicio da movimentação da discordância.
(b - d) Aumento da linha da discordância com o aumento no cisalhamento.
Quando a curva se fecha em si mesma, forma-se uma segunda curva.
MOVIMENTAÇÃO DE DISCORDÂNCIAS

Diagrama esquemático de interação entre (a) discordância-discordância e


(b) discordância-partícula

Depois de um tratamento de
envelhecimento as discordâncias
são ancoradas por uma nuvem
de impurezas
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ENSAIO DE TRAÇÃO – LIMITE DE ESCOAMENTO - ENCRUAMENTO

Deformação até ~8%, em tração uniaxial


Descarregamento, obtendo aumento de comprimento
(deformação plástica) e consequentemente aumento
da densidade de discordâncias.

O material deformado a frio apresenta ENCRUAMENTO,


representado pelo aumento do limite de escoamento.
Escoamento descontínuo e “Bandas de Lüders”

Deformação plástica, durante o


patamar de escoamento
descontínuo, ocorre em bandas
CARACTERÍSTICAS DAS DISCORDÂNCIAS

Material deformado

 5% da energia é retida na forma de energia de


deformação associada as discordâncias.

 95% da energia é dissipada na forma de calor.


DEFORMAÇÃO PLÁSTICA:

Durante a deformação
plástica, há aumento da
densidade de discordâncias.

Quanto maior a densidade de


discordâncias, maior a chance
de interações entre estas,
bloqueando seu movimento.

Assim,
QUANTO MAIOR A
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
APLICADA A UM METAL,
MAIOR A DIFICULDADE
EM CONTINUAR ESTA
DEFORMAÇÃO.
IMPERFEIÇÕES ESTRUTURAIS

Fonte: Prof. Eleani Maria da Costa – DEM/PUCRS


UNIDADE DE DENSIDADE DE DISCORDÂNCIA
Densidade de discordância : Comprimento de discordâncias (milimetros)
Volume de material (milimetro3)

Metais recozidos e cuidadosamente preparados: 103 mm-2

Metais altamente deformados: entre 109 e 1.010 mm-2 (1000 km em 1 mm3)


(1 mm3 de Cu apresenta 8.493.1019 átomos)

Metais deformados e submetidos a tratamento térmico:105.106 mm-2


Defeitos Interfaciais: Maclas (twin boundaries)

Uma macla separa duas regiões cristalinas que são, estruturalmente,


imagens espelhadas uma da outra. Twinning plane

Twin

Twinning plane
MECANISMOS DE DEFORMAÇÃO PLÁSTICA

  Twin
planes
Slip
plane
Twin

 
Deformação por Deformação por
Discordâncias Maclação
ORIGENS DOS TWINS
MACLAS OU CRISTAIS GÊMEOS

O seu aparecimento está geralmente


associado com a presença de:
- Tensões térmicas e mecânicas
- Impurezas
- Etc.

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FRATURA POR CLIVAVEM

Várias discordâncias paralelas sob tensão, podem produzir uma pequena trinca

wedge

Basal plane Cleavage


(A) (B) crack
Cleavage of zinc crystal

(A) (B)

If a number of edge dislocations of the same sign


Are forced together, a smail cracklike defect results.
VARIAÇÕES MICROESTRUTURAIS

Microestrutura de um aço 1020 recozido


O QUE JUSTIFICA A DIFERENÇA DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS?

Como as chapas devem ser adquiridas?


Recozidas, encruadas ou temperadas?
SOLIDIFICAÇÃO

O “caldo de átomos” Temperatura > 1500o C

Pequenos cristais
começam a solidificar

Resfriamento
SOLIDIFICAÇÃO

Resfriamento
Grãos ou Cristais solidificados

Resfriamento mais lento = Cristais maiores


SOLIDIFICAÇÃO - CRISTALIZAÇÃO

LÍQUIDO

EMBRIÕES DA
FASE SÓLIDA Contornos dos
grãos cristalinos
Nucleação e crescimento de grão
Os grãos podem ser observados melhor com auxílio de um
microscópio metalográfico.
CONTORNOS DE GRÃOS

Observe a área de desordem na transição de um grão para outro


CONTORNO DE GRÃO DE ALTO E BAIXO ÂNGULO ÂNGULO

Ângulo de
desalinhamento

Ângulos de Alto ângulo


desalinhamento:
Em função do
desalinhamento dos planos
atômicos entre os grãos Baixo ângulo
adjacentes, pode-se
distinguir os contornos de
grão de baixo e alto ângulo.

Ângulo de
desalinhamento
AVALIAÇÃO
QUE TIPO DE SOLUÇÃO SÓLIDA
O CARBONO FORMA COM O FERRO?

AUSTENITA FERRITA
Ferro  
Ferro

CFC CCC
TIPOS DE SOLUÇÕES SÓLIDAS (LIGAS METÁLICAS)
SOLUÇÕES SÓLIDAS SUBSTITUCIONAIS

Ex. Ni no Cu
RNi = 1,246 A
RCu = 1,278 A

SOLUÇÕES SÓLIDAS INTERSTICIAIS


A – Solução sólida B – Solução sólida
Substitucional Intersticial
Átomos de solvente (Ni) Átomos de solvente (Fe)
Átomos de soluto (Cu) Átomos de soluto (C)

Ex. C no Fe
RFe = 1,241 A (solvente)
RC = 0,77 A (sóluto)
Representação esquemática de átomos
de impureza substitucional e intersticial

Intersticial
Substitucional
LIMITES DE SOLIBILIZAÇÃO
Soluto Solvente Relação de raios Solubilidade máxima
% em peso % atômica
Ni Cu 1,246/1,278 = 0,98 100 100
Al Cu 1,431/1,278 = 1,12 9 19
Ag Cu 1,444/1,278 = 1,14 8 6
Pb Cu 1,750/1,278 = 1,37 nil. nil.
Solubilidade máxima,

Ni Au
100
Pt

50
átomos %

Al Ag
Pb
0
1,0 1,15 1,3
Quociente de raios, elemento de liga/cobre
Ouro branco 18K
• Para se obter ouro branco 18K
Acrescenta-se ao ouro(Au) 24K: 16,66% de paládio(Pd) + 16,66% de prata(Ag)

Quilatagem Conteúdo de Ouro Pureza


24K 100% 999 mil/milésimos
18K 75% 750 mil/milésimos
• Fonte: Cracco Jóias

Ouro puro + prata e cobre = ouro amarelo


Ouro puro + cobre, prata e zinco = ouro vermelho

Anel cartier em ouro branco com uma


pérola branca e 10 pedras abrilhantadas
FERRITA
Ferrita é uma solução sólida do Carbono no Ferro
na estrutura CCC
Na temperatura ambiente a solubilização do Carbono no Ferro
é de 1 átomo de Carbono para 108 átomos de Ferro

Fe

Qual a maior quantidade


de Carbono dissolvida
na Ferrita?

Soluções sólidas intersticiais Fe-C


AUSTENITA
Austenita é uma solução sólida do Carbono no Ferro
na estrutura CFC
A 1.147°C a Austenita pode dissolver até 2,14% em peso de
Carbono (9% em átomos)

Fe

Soluções sólidas intersticiais Fe-C


CEMENTITA Fe3C
CEMENTITA – composto intermetálico do C no Fe na estrutura
ortorrômbica.
• Também conhecida como Carbeto de Ferro (Fe3C) tem 6,67%C em peso.
• Estrutura do Carbeto de Ferro (Fe3C): A célula unitária é ortorrômbica, com
12 átomos de Ferro e 4 átomos de Carbono.

Composto intermetálico
DECOMPOSIÇÃO DA AUSTENITA NO PONTO EUTETÓIDE
AUSTENITA  PERLITA.
PERLITA = AGREGADO FORMADO POR FERRITA E CEMENTITA.


+
 + Cementita

 o
723 C

 + Cementita

Teor de Carbono

No digrama de fases a Perlita é composta de 88% de Ferrita


e de 12% de Cementita
O QUE ACONTECE COM O CARBONO NÃO ACEITO?
AUSTENITA
até 2,0% de C

FERRITA
0,022%C
CFC até 0,2% de C
X

FERRITA

CCC
CEMENTITA - Fe3 C
SOLUÇÕES SÓLIDAS INTERSTÍCIAIS

Interstícios
CFC CCC octaédricos
HC

Tetrahedral
Arranjo octaedro Arranjo tetraedro
Octahedral (6 átomos vizinhos) (4 átomos vizinhos)

Obs.: Há o dobro de vazios tetraédricos do que octaédrico


SOLUBILIDADE DO CARBONO

Ferro C.F.C.: maior solubilidade de carbono (a)

Ferro C.C.C: menor solubilidade de carbono (b, c)


METALOGRAFIA
TAMANHO DE GRÃO – PRINCIPAL VARIÁVEL METALÚRGICA
MEDIÇÃO DO TAMANHO DE GRÃO (T.G.):

N = 2 n-1
onde:
N = número de grãos/ pol2 com aumento de 100 vezes
n ou G= número de Tamanho de Grão ASTM (1  n  12)

(a) Grain Size, n=1 (b) Grain Size, n=4


Determinação do TG através
da análise de imagem
Quanto maior o número menor o
Existem vários softwares comerciais
Tamanho de Grão da amostra de simulação e determinação do
tamanho de grão
Equação de Hall-Petch

 y =  o + ky
d
Equação de Hall-Petch, “σy” é o Limite de Escoamento,
“d” é o tamanho médio dos grãos,
“σo” e “ky” são constantes do material.
Refino de Grão – Redução do tamanho médio dos grãos,
mecanismo de endurecimento.
(Principal variável metalúrgica)
Monocristal e Policristal
Monocristal: Material com apenas uma orientação
cristalina, ou seja, que contém apenas um grão

Policristal: Material com mais de uma orientação


cristalina, ou seja, que contém vários grãos

LINGOTE DE ALUMÍNIO POLICRISTALINO


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METAIS POLICRISTALINOS

Grãos vistos no Microscópio Ótico


DEFEITOS EM VOLUME
• Podem ser classificados como poros, fraturas ou inclusões:
• Poros: podem modificar substancialmente as propriedades ópticas,
mecânicas e térmicas de um material;
• Fraturas: podem afetar as propriedades mecânicas do material;
• Inclusões: podem modificar substancialmente as propriedades
elétricas, mecânicas e ópticas de um material;
poros

Fases secundárias
Inclusões

Heterogeneidade
(materiais
multifásicos)
Defeitos Pontuais nas Estruturas
Solutos intersticiais

Solutos substitucionais

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