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MÓDULO 1
INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DAS ESTRUTURAS
DE BETÃO ARMADO
3. MATERIAIS ......................................................................................................................... 22
Notações:
f – resistência do material
fc – tensão de rotura do betão à compressão
fct - tensão de rotura do betão à tracção
Ec – módulo de elasticidade do betão
fy – tensão de cedência do aço
fu – tensão de rotura do aço
Es – módulo de elasticidade do aço
0.50
0.20
5.00
P/2 P/2
DEV
P/2
(+)
(-) P/2
DMF
(+)
PL/4
Como se sabe, o maior momento flector ocorre a meio vão, estando, na hipótese de
comportamento elástico, esta secção sujeita ao seguinte diagrama de tensões
normais:
σ2 M×y M
Tensões: σ = Ic ; σmáx = W c
h/2
G
I
M em que W c = y (módulo de flexão)
máx
h/2
3 2
bh 2 bh
σ1 Para uma secção rectangular, W c = 12 × h = 6
y
M P
EI (rigidez de flexão)
1/ R δ
(20 a 80 MPa)
fc Índice c – “concrete”
0.20 × 0.502
Mcr = fct×W c = 2 × 103× = 16.7 kNm
6
Solução: Introduzir um material com boa resistência à tracção nas regiões onde é
necessário, ou seja nas zonas traccionadas das peças ⇒ Ao faltar a
capacidade do betão para resistir à tracção mobilizam-se as armaduras de
aço. Evita-se a rotura frágil e explora-se muito melhor a capacidade
resistente do betão à compressão, pois passa a haver a possibilidade de
equilibrar compressões elevadas com tracção nas armaduras. Tem-se,
assim, o Betão armado (betão +armaduras de aço).
fu
(200 a 800 MPa) fy Índice y – “yeld” (cedência)
Es (≈200 GPa)
fy ≈ fy
+ -
2.5 a 10% ε
fy
M I P
II
(2) (3) (2) (3)
(1) - fendilhação do betão
(1) (1)
(2) - cedência das armaduras
(3) - rotura
1/ R δ
Admita-se:
2
As = 10.0 cm
d 0.50
d = 0.45 m (altura útil da armadura)
Ec = 30 GPa
σ
Fc
h 1
Fs≥ Fct⇔ As, min× fy≥ b × 2 × 2 fct⇔
b fct
2 2
(Refira-se que a armadura admitida é de As = 10cm >> 1.25cm )
(antes de fendilhar)
Es bx2 Es bx2 Es
⇔ bx2 + As× ×x= + As× ×d ⇔ = As× (d - x)
Ec 2 Ec 2 Ec
(equação que traduz a igualdade de momentos estáticos)
0.2x2 200
2 = 10×10 x 30 (0.45 - x) ⇔ 0.1x + 6.67×10 x - 0.03 = 0 ⇒ x = 0.143 m
-4 2 -3
x 0.143
z(braço das forças resultantes) = d - 3 = 0.45 - = 0.40 m
3
Mcr 16.7
Por equilíbrio: Mcr = Fs× z = Fc× z =16.7 kNm ⇔ Fc = z = 0.40 = 41.8 kN
Fs 41.8
Fs = σs× As⇔σs = A = = 41800 kN/m2 = 41.8 MPa
s 10 × 10-4
εc = 0.1‰ -2.9
(-)
0.143
LN
M = 16.7 kNm
(+)
εs = 0.2‰ 41.8
ε σ [MPa]
Cálculo da curvatura
1 εc + εs 0.1×10-3 + 0.2×10-3
R = d = 0.45 = 6.67×10-4 m-1
Antes da fendilhação,
2.0 εc
(-)
σc 2.0
εc = = = 6.67×10-5
Ec 30×103
M = 16.7 kNm
1 2 × 6.67×10-5
(+)
R= =2.67×10-4 m-1
0.5
2.0 εc
σ [MPa]
Verifica-se, assim, que, para esta secção e com esta armadura, se verifica uma perda
1/RII
de rigidez, quando se perde a participação do betão traccionado, de: 1/R ≅ 2.5 .
I
1 M
Estado I sem considerar as armaduras: R = E I
c c c
1 M
Estado I com consideração das armaduras: =
RΙ Ec IΙ
1 M
Estado II: =
RΙΙ Ec IΙΙ
M I
II
E c IΙ
Ec IΙΙ
E c IΙ
1 /R
LN
(+)
εs σs1 σs2
M1 M2 > M1
LN LN
z1 M1 z2 M2
M 1 < M2
F s1 F s2
A variação do braço é, no entanto, pouco significativa (z1 ≅ z2), pelo que a avaliação do
momento de cedência se pode fazer tomando para a força F a força correspondente à
cedência das armaduras, tal que:
My ≅ z × Fy com Fy = Asfsy
As estruturas são compostas por inúmeras secções sendo que só algumas fendilham.
Nestas secções há uma perda de rigidez brusca (aumento de deformação significativo)
que, como mostra o gráfico a), corresponde à passagem do Estado I ao II. No entanto,
considerando o comportamento médio num elemento estrutural (por exemplo,um troço
de viga, com um comprimento igual à altura), como se ilustra no gráfico b) vai-se
verificar uma diminuição mais gradual da rigidez média. Este efeito de atenuação da
importância da perda de rigidez, a quando da fendilhação, é ainda mais notório,
quando se analisa a resposta da estrutura no seu conjunto.
a) Secção b) Elemento
σ I
II M I
II
(2) (3) My (2) (3)
My
(1) (1) R
Mcr Mcr
M M
ε 1 /R
(1)
δ
Para um certo nível de carga a zona da viga passível de ter fendas é aquela em que
os esforços sejam superiores aos de início da fendilhação, como se mostra na figura
seguinte.
Mcr
Mmáx
δserviço≤δadmissível≅ ou 500
L L
250
Trata-se no primeiro caso de uma questão de aspecto e funcionalidade e no segundo
caso para evitar fendas nas alvenarias.
Sendo a existência de fendas uma situação normal no Betão Armado, há que limitar a
sua abertura, em geral, para um nível de acções com carácter de permanência.
Exemplo: Nas pontes de peões verificar que a frequência principal de vibração vertical
da estrutura não se aproxima da frequência da excitação, neste caso, as cadências
dos passos dos utilizadores.
Flexão
Esforço Transverso
Torção
Msd = γg Mg + γqMq
Donde resulta, como carga que verifica o nível de segurança necessário, em relação à
rotura por flexão (ou seja, verifica a segurança ao Estado Limite Último):
P ≤ 74.2 kN
O procedimento de verificação da segurança acima resumido pode ser ilustrado com
base nos diagramas de distribuição probabilística dos efeitos das acções e da
avaliação das resistências, como indicado na figura seguinte.A partir de valores
característicos, superiores e inferiores, respectivamente para as acções e materiais,
majoram-se e minoram-se esses valores, com coeficientes parciais de segurança,
para só depois estabelecer a condição de segurança.
Percebe-se que a margem de segurança disponível que se obtém com este
procedimento é muito grande. Repare-se na diferença entre os valores médios
expectáveis das acções e das resistências. No entanto, a justificação da garantia da
probabilidade de não rotura ser de 1x10-5,como acima referida, está fora do âmbito
destes elementos.
Vejamos então, em termos práticos, com que bases se fazem estas verificações:
1) Definição dos valores da acção que actuam na estrutura adoptando, por um lado,
para os pesos próprios dos materiais estruturais e/ou de outros revestimentos
utilizados densidades médiase, por outro lado, valores de sobrecargas com
probabilidades reais de virem a actuar as estruturas (percentagens mais pequenas do
valor característico têm mais probabilidade de ocorrerem).
3) Avaliação dos efeitos estruturais das acções, considerando, em geral, uma análise
elástica linear e as propriedades médias dos materiais por forma a estimar o
comportamento previsível. Em geral, é necessário considerar, de uma forma
simplificada, os efeitos da fendilhação (perda de rigidez) e da fluência do betão nas
características da resposta, como se verá no curso.
Por exemplo, para o caso da deformação, é importante garantir a sua limitação para a
situação quase-permanente, mas não para a eventualidade de, numa ou várias
situações na vida da estrutura, se ter uma sobrecarga maior. Assim:
EXERCÍCIO 1.1
Acções:
Peso próprio
2
Revestimento=2.0 kN/m
2
Sobrecarga = 3.0 kN/m
10.00 S2
Coeficientes de majoração:
γG = γQ = 1.5
Coeficientes de combinação:
S1 ψ1 = 0.4 ;ψ2 = 0.2
2
3.00 Secção da viga: 0.30×0.85 m
1. Modelo de cálculo:
• Peso próprio
pp = γbetão× Área = [4 × 0.15 + (0.85 - 0.15) × 0.30] × 25 = 20.3kN/m
• Revestimento
rev = 2.0 × 4.0 = 8.0kN/m
2.2. Sobrecarga
p=1 kN/m
S2 S1
10.00 3.00
RA RB
DEV
[kN] 4.55 3.0
(+) (+)
(-)
x
5.45
DMF 4.5
[kNm]
(-)
(+)
10.25
ΣF = 0 ⇔ RA + RB = 13 ⇒ RA = 13 - 8.45 = 4.55kN
3
MB = - 1 × 3 × 2 = - 4.5kN/m
pL2/8
102 4.5
M½vão = 1 × - = 10.25kNm L/2 L/2
8 2
4.55× 4.55
Mmáx = 2 = 10.35kNm
⇒M½vão≅ Mmáx
ALÍNEA A)
Secção S1 Secção S2
A sobrecarga, sendo uma acção variável, pode actuar em qualquer tramo. Assim, para
cada caso, há que verificar a hipótese de carga mais desfavorável.
Deste modo,
q
g
12 × 102
MS2
Q = 8 G = 10.25 × 28.3 = 290.1 kNm
= 150 kNm ; MS2
ALÍNEA B)
Secção S1
Secção S2
3. Materiais
fcil.
ck fctk
fcd = , fctd = com γc = 1.5(fckcil≈ 0.8 fckcubos)
γc γc
O valor médio da tensão de rotura do betão à tracção pode ser estimado pela
expressão:
σc
Ec
fcm
0.4 fck
εc
Assim:
fck = fcm - λ Sn , Sn – desvio padrão das resistências das amostras
n 6 10 15
armaduras de pré-esforço
processo de fabrico
O aço A235 foi utilizado na construção em Portugal, em geral com varões lisos, mas já
não é produzido actualmente.
fyk aderência
todas as nervuras de uma família são paralelas ao passo que no A500 as nervuras
têm alternadamente inclinações diferentes, pelo menos de um dos lados.
Os aços endurecidos a frio (E) são produzidos por laminagem com impressão de um
perfil nervurado, constituído por três famílias de nervuras dispostas em 3 planos.