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INSTUTUTO SUPERIOR DE TRANSPORTES E COMUNICACOES

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO

BETÃO ARMADO/AULA 3

V
 
Paulo Bassequete/ISUTC/2011
INSTUTUTO SUPERIOR DE TRANSPORTES E COMUNICACOES
ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO 1-AULA 3
Sumario da Aula 3:
CAPITULO
3.Material para1/Aula 3: de betão armado
estruturas
1.Propriedades
3.1.Betao:conceitodos materiais
3.1.1.Caracteristicas de betão
1.1.Betao
3.1.1.1.Resistência
1.2.Aco;   à compressão: tipos,classes e desempenho
3.1.1.2. Resistência à traccao - rebap art.16
3.1.1.3. Estados multiplos de tensao
3.1.1.4. Relação tensão-deformação
3.1.1.4.1. Modulo de deformacao ou de elasticidade(ec)
3.1.1.4.2. Modulo elasticidade(ec) vs coef. poisson
3.1.1.4.3. Relação tensão-deformação de calculo
3.1.1.5. Retraccao e fluencia
3.1.1.6. Quadro geral de resist. de betao e deformação
3.2. Aço
3.2.1. Aço para armaduras ordinárias
3.2.2. Ensaio de traccao de um varao de aco
3.2.3. Características para cálculo
3.2.4.Ductilidade
3.2.5.Código das marcas de identificação dos varões
3.6.Resumindo 5
3.7.Exercicios:
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3.Material para Estruturas de Betao Armado
3.1.Betao:Conceito  
•O Betão é um material formado pela mistura de inertes (areia, britas ou
godos, etc.) cimento e água. Após o endurecimento da pasta (cimento e
água) o betão constitui uma pedra artificial com as seguintes
características:
1 Pa = 1 N/m2;
• Peso específico 24kN/m3 a 26kN/m3 1 MPa = 1 MN/m2 = 103 kN/m2;
• Resistência à compressão fc ≈ 20MPa a 50MPa 1 Gpa = 1 GN/m2 = 106 kN/m2
• Resistência à tracção fct ≈ 1.5MPa a 4MPa As características
• Módulo de elasticidade Ec ≈ 30Gpa indicadas referem-se a
• Coeficiente de Poisson ν≈0.2 betões normais ou
• Coeficiente de dilatação térmica linear 10-5/º correntes, existem betões
• Rotura frágil especiais.  
 

•existem betões especiais, tais como betões leves, betões de “alto


desempenho” com elevadas resistências (até 120MPa à compressão),
e outros.
5
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3.1.1.Caracteristicas de betao  
Ø Resistencia a compressao; à trabalhabilidade,
à durabilidade, ao diagrama tensão-de
Ø Resistencia a Tracao ao módulo de
deformação longitudinal à compressão
Ø Resistencia a estados Multiplos de Tensao; de deformação
transversal, ao coeficiente de Poisson
Ø Retracao e Fluencia; coeficiente de dilatação
térmica, à retração e à fluência.
Ø Deformacao

1.1.1.1.RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO
R.E.B.A.P – Artigo 15.º
O valor característico da resistência à compressão
do betão fck, sao determinado através do ensaio de
provetes cilíndricos (com 150mm de diâmetro e 300
mm de altura) e cubos de 200 mm X 200 mm aos 28
dias de idade, define a classe de resistência do betão,
O valor característico corresponde ao quantilho de 5%, isto é, a probabilidade
de ocorrer um valor menor que o valor característico é de 5%.
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3.1.1.1.RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO: Tipos e Classes detões Desempenho  
C25/30
Valor característico da resistência à compressão em provetes cúbicos
    característico da resistência à compressão em provetes cilíndricos
Valor
 
Pela Norma Portuguesa, o ensaio de compressão
aos 28 dias de idade é efectuado em

300mm
provetes cúicos com 150mm de

200mm
 aresta, devendo a correspondência
com a resistência em provetes
cilíndricos (com 150mm de diâmetro e 300mm 200mm 150mm

de altura) ser efectuada pela relação:


O valor médio da resistência à compressão
pode ser relacionado com o valor
característico pela relação:
fcm = fck + 8 [MPa]
R.E.B.A.P – Artigo 13.º
B 20
B – representa Betão
20 – Tensão característica de rotura de um provete à compressão ao fim de
28 dias (f)
fck ( compressão ) / fctk ( tracção ) – só para provetes cúbicos
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3. 1.1.1.1. Classes de betao  
Classes de
 
resistência C12/15 C16/20 C20/25 C25/30 C30/37 C35/45 C40/50 C45/55 C50/60
do betão
fck (MPa) 12 16 20 25 30 35 40 45 50
fck,cube (MPa) 15 20 25 30 37 45 50 55 60
fcm (MPa) 20 24 28 33 38 43 38 53 58

σn dias = coef. endurecimento n dias * fck ( 28 dias )

Característica do betão sem ser aos 28


(fckcil ≈ 0.8 fck cubos) dias - muito importante em obra

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3.1.1.2. RESISTÊNCIA À TRACCAO - REBAP art.16
Tensao rotura a traccao(fenómenos tais como a fendilhação e a aderência das armaduras)
A RESISTÊNCIA À TRACÇÃO pode ser determinada em ensaios de tracção
pura de provetes prismáticos (fct), ou em ensaios de compressão diametral de
provetes cilíndricos (ensaio brasileiro) (fct,sp).

• A resistência à tracção pode ser estimada pela


seguinte expressão( Betoes coorentes): fctm = 0.30 fck2/3 ,em Mpa, fck-provetes cilindros)
• Para betões com resistências elevadas (> C50/60) verifica-se que a relacção entre estes
f
doisparâmetros é melhor traduzida pela seguinte expressão: ctm = 2.12 ln (1 + fck/10)
[MPa]
• A resistência média à tracção por flexão depende da altura da secção transversal da viga.
Podendo ser estimada por: fctm,fl = max{(1.6-h)·fctm; fctm} (com h em m)-

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3. 1.1.2. RESISTÊNCIA À TRACCAO - REBAP art.16
Tensao rotura a traccao(fenómenos tais como a fendilhação e a aderência das armaduras)
• Definem-se os valores característicos :

Inferior fctk,0.05= 0.7 fctm


superior fctk,0.95= 1.3 fctm da resistência à tracção.  
Classes de
resistência C12/15 C16/20 C20/25 C25/30 C30/37 C35/45 C40/50 C45/55 C50/60
do betão
fctm (MPa) 1.6 1.9 2.2 2.6 2.9 3.2 3.5 3.8 4.1
fctk0.05 (MPa) 1.1 1.3 1.5 1.8 2.0 2.2 2.5 2.7 2.9
(MPa) 2.0 2.5 2.9 3.3 3.8 4.2 4.6 4.9 5.3
 

1.1.1.3. ESTADOS MULTIPLOS DE TENSAO


A tensão de rotura do betao é significativamente afectada quando o betão está sujeito a
estados múltiplos de tensao.
Nos casos em que existe um sistema de tensões actuantes na direcção perpendicular à
da actuação da carga, a resistência aumenta quando a tensão é de compressão e é
diminuída no caso inverso.

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3.1.1.3. ESTADOS MULTIPLOS DE TENSAO

.
Quando:

σ ┴ Q, entao:

• Rsd betao a fck (compressao);
• Rsd betao ↓a fctk(Traccao)

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3.1.1.4. RELAÇÃO TENSÃO-DEFORMAÇÃO
Parametros de Betao:
Ø Modulo de Deformacao ou de Elasticidade;
Ø Coeficiente de Poisson: “Ʋ“:
Ø Coeficiente de Dilatacao Termica.

1.1.1.4.1. Modulo de Deformacao ou de Elasticidade


Robert Hooke (1660):
• Proporcionalidade entre tensões e deslocamentos;
• Cessada a solicitação, a deformação desaparece

• Cessada a
solicitação, parte
da deformação
• Não havendo permanece;
deformações
permanentes • A partir de um
o material é determinado
considerado ponto o gráfico
elástico. não é mais linear

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3.1.1.4.1. Modulo de Deformacao ou de Elasticidade(EC) ?


Dado que o betão não apresenta um comportamento elástico não faz sentido, em rigor, falar de
módulo de elasticidade, no entanto, utiliza-se esta designação para caracterizar a deformabilidade
deste material.
O módulo de elasticidade do betão é influenciado:
Ø  pasta de cimento,Inerte,coesao cimento-inerte(A/
EC aumenta com a resistência
do betão, todavia a relação
C),compacidade do betão, idade do betão;
entre estas duas propriedades
apresenta uma dispersão elevada.

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3.1.1.4.2. Modulo Elasticidade(EC) Vs Coef. Poisson


R.E.B.A.P – Artigo 17
Coef. Poisson é a relacao entre as deformacoes longitudinal e transversal de uma peca
comprimida longitudinalamente.
O confinamento lateral do betão (restrição ao desenvolvimento da expansão lateral- efeito
de Poisson) o comportamento frágil do betão é atenuado.
através da cintagem do betão com armaduras transversais.
O confinamento aumenta a resistência do betão à
compressão e confere-lhe um comportamento mais dúctil

Define-se o módulo de elasticidade secante Ecm entre σc=0 e 0.4fcm. Os


valores de Ecm podem ser estimados por:

Ecm = 22 [ fcm / 10 ]0.3 (com fcm em MPa)-EC

O valor médio do módulo do módulo de elasticidade do betão aos j dias de idade, Ecj, pode
em geral ser estimado a partir do valor médio da tensão de rotura à mesma idade, fcmj pela
expressão:

Ecj = 9.5 fcm, j 1/3 -REBAP


O coeficiente de Poisson pode ser:
Classes de
 
resistência C12/15 C16/20 C20/25 C25/30 C30/37 C35/45 C40/50 C45/55 C50/60 ν=0.2 para betão não fendilhado
do betão
e ν=0 para betão fendilhado.
Ecm (GPa) 27 29 30 31 33 34 35 36 37
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3.1.1.4.3. RELAÇÃO TENSÃO-DEFORMAÇÃO DE CALCULO   DIAGRAMA
 
PARÁBOLA-RECTÂNGULO
 

fcd = αcc fck / γC


DIAGRAMA IDEALIZADO DIAGRAMA DE CÁLCULO
Coeficiente que tem em
Valor de cálculo da conta o a redução da Coeficiente parcial de
resistência à resistência a longo segurança do betão
compressão do betão prazo. Considerar 1.0 γC=1.5
 

0 ≤ εc ≤ εc2(2% = 0,0002) ----- σc = 1000εc (250εc - 1) 0.85 fcd


0

εc2(2% = 0,0002) ≤ εc ≤ εc2(3,5% = 0,00035) ----- σc = 0.85 fcd


0 0

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3.1.1.4.3. RELAÇÃO TENSÃO-DEFORMAÇÃO DE CALCULO  

0 ≤ εc ≤ 0,0002 - σc = 1000εc (250εc - 1) 0.85 fcd


0,0002) ≤ εc ≤ 0,00035- σc = 0.85 fcd

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3.1.1.5. RETRACCAO E FLUENCIA


Retração: Fluência (deformação lenta):
Ø Acréscimo de deformações Ø Acréscimo de deformações
causadas pela perda de água no concreto sob carregamento
sem a existência de constante.
carregamentos

Efeitos diferidos
i.e., efeitos devidos à deformação
do betão ao longo do tempo.

Peça de betão não restringida


é exposta ao ar livre sofre, a
partir desse instante (ts),uma
deformação de encurtamento
(ecs )que vai aumentando ao
longo do tempo. Nesta
situação, não se geram
tensões no betão dado que a
peça está livre de se
deformar
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3.1.1.5.1. RETRACCAO

Peça restringida,
a deformação será nula,
mas irão surgir tensões de
tracção que aumentam ao
longo do tempo.
R.E.B.A.P – ANEXO I
Artigo 32.1º

A deformação por retracção do betão é Ɛcs0 = Ɛcs1 *ŋ


definida na regulamentação pela seguinte
equação: Ɛcs0 depende da humidade relativa do ambiente e
da resistência e composição do betão.
Ɛcs(t, ts) = Ɛcs0 [βs(t – ts) ], em βs depende da geometria da peça.
que:
Ɛcs0 - extensão nominal de retracção Condições higrométricas do ambiente
βs – coef. descrever o ∆ da retracção com o - Consistência do betão fresco (composição
tempo granulométrica, dosagem de cimento, relação
t - idade do betão A/C) e Espessura fictícia do elemento.
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Paulots - idade do betão no início da retracção
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2.1.1.5.2.FLUENCIA (R.E.B.A.P – ANEXO I)

Fluência (deformação
lenta):
Ø Acréscimo de deformações
no concreto sob carregamento
constante.

Aplicando no betão uma tensão :


• σ1 ( idade t0 )→ Ɛcs0,-retracção de
secagem.
• Com σ1 havera Ɛcsi no t0 – t1. Este
acréscimo de deformação é designado
por deformação de
fluência Ɛcc.
• Quando se procede à descarga no
instante t1, ocorre uma redução
instantânea da
deformação Ɛcr, que é a deformação
elástica de recuperação.

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3.1.1.5.2. FLUENCIA (R.E.B.A.P – ANEXO I)


Quantificação simplificada da fluência
εc – deformação total
εi – deformação inicial
εz – deformação de fluência
Ou
a deformação total da peça no período de tempo t0 – t é
sendo : definida pela seguinte equação:
εz ≈ 2εi εcs (t, t )= εci (t0) + f(t, t0) εci (t0) = [1+ f(t, t0)] εci (t0)
0
εc = εi + εz
εc ≈ 3εi
As principais desvantagens da fluência e retracção no comport/ das estrut.são as seguintes:

− aumento das deformações dos elementos estrut., principalmente em vigas e lajes


− perdas da força de pré-esforço em elementos pré-tensionados e pós-tensionados
nas estruturaspré-esforçadas
− fendilhação de elementos com def. impedidas, devido ao encurtamento originado
pela retracção
− aumento dos esforços em elementos comprimidos sujeitos a cargas excêntricas

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3.1.1.6. Quadro geral de Resist. de betao e deformacao

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3.2 – MATERIAIS – Aço ( R.E.B.A.P – Artigo 21.º,22 .º)


3.2.1.AÇO PARA ARMADURAS ORDINÁRIAS
 
O aço para armaduras é constituído por varões de secção circular
ou malhas rectangulares electrosoldadas de fios ou varões.

O aço tem as seguintes características:


 • Peso específico 77kN/m3
 • Resistência à tracção ft ≈ 420MPa a 800MPa
 • Tensão de cedência em tracção fy ≈ 400MPa a 600MPa
 • Módulo de elasticidade Es = 200Gpa
 • Comportamento dúctil
 • Comportamento em compressão semelhante
ao comportamento em tracção.

Os varões são nervurados para melhorar a aderência entre a armadura e


o betão.

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3.2.2. AÇO PARA ARMADURAS ORDINÁRIAS


 

ÁREAS DE SECÇÕES DE VARÕES [cm2] PESO


mm 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 kg/m
6 0.28 0.57 0.85 1.13 1.41 1.70 1.98 2.26 2.54 2.83 3.11 3.39 0.222
8 0.50 1.01 1.51 2.01 2.51 3.02 3.52 4.02 4.52 5.03 5.53 6.03 0.395
10 0.79 1.57 2.36 3.14 3.93 4.71 5.50 6.28 7.07 7.85 8.64 9.42 0.617
12 1.13 2.26 3.39 4.52 5.65 6.79 7.92 9.05 10.18 11.31 12.44 13.57 0.888
16 2.01 4.02 6.03 8.04 10.05 12.06 14.07 16.08 18.10 20.11 22.12 24.13 1.578
20 3.14 6.28 9.42 12.57 15.71 18.85 21.99 25.13 28.27 31.42 34.56 37.70 2.466
25 4.91 9.82 14.73 19.63 24.54 29.45 34.36 39.27 44.18 49.09 54.00 58.90 3.853
32 8.04 16.08 24.13 32.17 40.21 48.25 56.30 64.34 72.38 80.42 88.47 96.51 6.313

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3.2.2. Ensaio de Traccao de um varao de aco


Gráfico Tensão-Deformação no Ensaio de Tracção
AÇO LAMINADO A QUENTE
Varão 10mm A400NR

 
700

ft = k f y
 
600

fy endurecimento estricção
   
 
500

patamar de
cedência
 
400
rotura
 
 
300

fase elástica

 
200
Es

 
100

 
0

  ε   y
0 20 40 60 80
εu 100 120
 
140

Extensões x10-3
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3.2.3.vCARACTERÍSTICAS PARA CÁLCULO


  fyk - valor característico da tensão
de cedência
fyd = f yk / γS f0.2k- valor característico da tensão a
0.2% (εs=2x10-3)
Valor de cálculo Coeficiente parcial
  da tensão de de segurança do ftk = k fyk - valor característico da
cedência do aço aço γS=1.15 tensão máxima ou resistência à
σ A tracção
  kfyk εuk- valor da deformação para ftk
kfyk
fyk
kfyk/γs k = ft / fyk
fyd = fyk/γs
Podem ser considerados um dos
B
 
dois diagramas de cálculo:
1. Diagrama elasto-plástico sem
limitação da extensão limite;
2. Diagrama elástico com
fyd/ Es ε ud εuk ε endurecimento na fase plástica,
limitado a uma extensão limite
A Diagrama idealizado
εud = 0.9 εuk . 10 5
Paulo
V B   Diagrama de cálculo
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3.2.4.DUCTILIDADE
DUCTILIDADE σ MPa
 
ftk = k fyk
 
A ductilidade é caracterizada por fyk
 εuk e k = ftk / fyk,
em classes A, B e C.
 

ε   ε  ukuk   ε
0 2 4 6 8 10 12
%

Forma do produto Varões e fios Redes electrossoldadas Requisito ou valor


do quantilho (%)
Classe de ductilidade A B C A B C -
Valor característico da tensão 400 a 600 (400 a 500 em Portugal) 5,0
de cedência fyk ou f0,2k (MPa)
Valor mínimo de k = (f /f )
t y k ≥1,05 ≥1,08 ≥1,15 ≥1,05 ≥1,08 ≥1,15 10,0
<1,35 <1,35
Valor característico da ≥2,5 ≥5,0 ≥7,5 ≥2,5 ≥5,0 ≥7,5 10,0
extensão à tensão máxima,
εuk (%)
Aptidão à dobragem Ensaio de -
dobragem/desdobragem 10 5
Paulo Bassequete/ISUTC/2011    
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Resistência ao corte - 0,3 A fyk (A é a área do fio) Mínimo
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3.2.5.CÓDIGO DAS MARCAS DE IDENTIFICAÇÃO DOS VARÕES


 
Engrossamento ou omissão de nervuras transversais numa das séries de nervuras do
varão:
• início da identificação é assinalado por uma ou duas nervuras normais entre duas
engrossadas (ou omitidas);
• a partir da segunda nervura engrossada (ou omitida) o número de nervuras normais
identifica o país (Portugal corresponde a sete nervuras normais);
• segue-se a identificação do fabricante com uma ou duas séries de nervuras normais entre
uma ou duas nervuras engrossadas (ou omitidas).

Em redes electrossoldadas a identificação é feita através de etiquetas com o fabricante e a


designação da rede. No no caso de redes constituídas por varões nervurados, os varões
também são identificados pelo código respectivo.
V 10 5
   
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3.2.5.CÓDIGO DAS MARCAS DE IDENTIFICAÇÃO DOS VARÕES


 
Código do País N° de nervuras
 Áustria, Alemanha e Suíça   1
Bélgica, Holanda e Luxemburgo  2
França  3
Itália  4
Reino Unido, Irlanda e Islândia  
5
Dinamarca, Suécia, Noruega e Finlândia  
6
Espanha e Portugal 7
Grécia, República Checa e Turquia 8
Outros Países 9

Perfil nervurado dos varões do tipo


A500 ER (endurecido a frio)
V
(3 nervuras transversais)
  10 5
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3.2.5.CÓDIGO DAS MARCAS DE IDENTIFICAÇÃO DOS VARÕES


 

Perfil nervurado dos varões do Perfil nervurado dos varões do tipo


tipo A400 NR A400 NR de Ductilidade Especial

Perfil nervurado dos varões do Perfil nervurado dos varões do tipo


V tipo A500 NR A500 NR de Ductilidade Especial10 5
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3.2.5.CÓDIGO DAS MARCAS DE IDENTIFICAÇÃO DOS VARÕES


 

Nervuras Nervuras Inclinação das Espaçamento


Designação Tipo Ductilidade transv. long. nerv. transv. entre nerv. transv.

A400NR Todas iguais Diferente entre faces


Duct. normal B
A500NR Numa face 2
 Duct. normal Laminado a 2 2 inclinações
 A400NR quente Todas iguais
 Duct. Espec. C Igual em todas as
 A500NR   2 inclinações em faces
 Duct. Espec. cada face
 A500ER Endurecido A 3 Não Todas iguais
a frio
 

10 5
Paulo Bassequete/ISUTC/2011  
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ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO 1-AULA 3
3.6.RESUMINDO
 

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3.6.RESUMINDO
 

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3.7.Exercicios:
Problema 1.
Considere a peça em betão simples
representada na Figura 3, em contacto com
uma base rígida na sua face inferior, de
40cm×40cm, e podendo sofrer
carregamento na sua face superior (oposta).
Sabe-se que o betão que compõe a peça
pertence a uma classe do EC2 cuja
resistência característica inferior à tracção
(quantilho 5%) é de 2.2MPa. A peça
encontra-se num ambiente com temperatura
de 20oC e humidade relativa de 80%. A
classe de exposição é XC3. Considere que
o tipo de cimento utilizado na mistura deste
betão é CEM 42,5N.
Figura 1– Peça em betão simples
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3.7.Exercicios:
Problema 1.
a)  Qual a classe de resistência do betão desta peça? Para essa
mesma classe de betão, indique as seguintes propriedades aos 28 dias
de idade: resistência média à compressão em cilindros; resistência
característica à compressão em cilindros; resistência característica à
compressão em cubos; resistência média à tracção, módulo de
elasticidade, coeficiente de Poisson e coeficiente de dilatação térmica
linear.

b)  Supondo que a peça é carregada aos 28 dias de idade com uma
força axial de compressão com valor de 1600kN, indique a variação
de comprimento aquando do carregamento, bem como a variação
de comprimento total esperada a tempo infinito.
Nota: na resposta a esta alínea ignore os efeitos da retracção.

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3.7.Exercicios:
Problema 1.
c)  Calcule a variação de comprimento que será de esperar devido à
retracção nesta peça a tempo infinito. Indique qual o valor da força
que, aplicada aos 28 dias de idade, provocaria a mesma variação de
comprimento na peça. Calcule também o abaixamento de
temperatura que, aplicado aos 28 dias de idade, provocaria a mesma
variação de comprimento na peça.

d)Calcule o recobrimento necessário e represente a secção


transversal da peça na hipótese de estar armada com 4 varões
longitudinais de Ø20mm nos cantos e cintas transversais
quadrangulares de Ø8mm.

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3.7.Exercicios:
Problema 1.
c)  Calcule a variação de comprimento que será de esperar devido à
retracção nesta peça a tempo infinito. Indique qual o valor da força
que, aplicada aos 28 dias de idade, provocaria a mesma variação de
comprimento na peça. Calcule também o abaixamento de
temperatura que, aplicado aos 28 dias de idade, provocaria a mesma
variação de comprimento na peça.

d)Calcule o recobrimento necessário e represente a secção


transversal da peça na hipótese de estar armada com 4 varões
longitudinais de Ø20mm nos cantos e cintas transversais
quadrangulares de Ø8mm.

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Problema 1-Resoluçao

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Problema 1-Resoluçao

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Problema 1-Resoluçao

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Problema 2.
Para a caracterização das propriedades mecânicas de um betão em
duas situações diferentes foram moldados cubos de 150x150x150
mm3. Numa situação foram moldados 3 cubos e noutra 15 cubos. Os
cubos foram ensaiados aos 28 dias de idade tendo-se obtido os
resultados que em seguida se apresentam.

Situação a

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Problema 2. Situação b

Determine para ambas as situações:


a) Tensão média de rotura à compressão.
b) Tensão característica de rotura à compressão.
Paulo Bassequete/ISUTC/2011 c) Classifique o betão.
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Problema 3.
Considere um pilar de secçao circular de 0,4m de diametro com 3,5
metros de altur, solicitado asos 7dias de idade por uma força de axial de
no valor de 1500 KN. O betao e da clase B30, cvonsistencia media,
temperatura ambiente de 20°c e a humidade relativa de 60%
( supostamente constante ao longo do tempo).

Quantifique as deformaçoes verificadas na cabeça do pilar


referidas a deformacçoes asos 7 dias( antes da aplicaçao da carga)
para as seguintes idades:
•  Aos 7 dias;
•  Aos 100 dias;
•  Aos 1000 dias;
•  Para o tempo indeterminado.

Paulo Bassequete/ISUTC/2011
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FIM
O Trabalho dignifica o homen

Paulo  Bassequete(Eng.  civil)/ISCTEM  


2012  

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