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TECIDOS
INTRODUÇÃO
pejos do tingimento são variados, por causa dos diferentes tipos de coran-
tes e da maneira pela qual são aplicados: são volumosos, têm forte colora-
Alvejamento e lavagem ção e, alguns, podem ser tóxicos. Sua DBO é geralmente baixa, mas pode
atingir 3770 da carga total em algumas fábricas. Esses despejos, às vezes,
Nessa operação, utiliza-se água oxigenada e/ou cloro, com a finalidade apresentam considerável demanda imediata de oxigênio, devido aos agen-
de se obter a remoção da cor natural das fibras. tes de redução usados em alguns banhos de tingimento.
Os despejos são contínuos e contêm cloro, hipoclorito e peróxido. Os
que possuem cloro e hipoclorito têm características semelhantes: são for- L{/\·lI ge m
temente alcalinos e contêm matérias orgânicas removidas do algodão. A
contribuição desses despejos para a carga total de DBO pode atingir 10%, Os panos estampados, tingidos por processo contínuo e os que se des-
variando de 680 a 2 900 mg/1. Contêm, ainda, bissulfito de sódio ou ácido tinam direto ao acabamento, são lavados em ensaboadeiras. Nessas má-
sulfúrico fraco. quinas, os panos passam por 8 caixas. Das quatro primeiras caixas fluem
continuamente despejos altamente concentrados, em virtude de os panos
Mercerização e lavagem receberem gomas, corantes e outros produtos químicos. Os despejos das 4
caixas finais estão praticamente isentos de impurezas. Das ensaboadeiras
Consiste na embebição do pano em solução de soda cáustica forte, sai um grande volume de despejos, por isso deve-se estudar a possibilidade
durante um período predeterminado. O pano, durante à ernbebiçâo, é man- de usar novamente esses efluentes na indústria, como água de lavagem de
tido esticado por meio de correntes. Em seguida, é lavado em água com latas, de pisos e para refrigeração de lonas.
vapor. A soda cáustica (7-8 graus) é enviada ao recuperado r de soda.
Os despejos são contínuos, contribuindo apenas com pequena carga de
poluição. Vaporização (processo intermediário)
sendo constituídos, em sua maior parte, de amido, corantes, gomas, graxas Tabela 13.1 - Volume dos despejos provenientes de uma indústria de
e resinas. tecidos de raiom-viscose, algodão, poliéster-algodão e de
poliéster-náilon
Despejos compostos
Despejos da engomadeira:
Forte 9,2 1040 248 800 O 37700 76976
Diretamente da máquina 8,9 660 O 660 O 36000 77 247
Ot:rOtCENTES.
- - - -
A-"IU)(), ENll\4AS.
_ -E~_"R)ttE:l!E
E eeoccros &fACVOU
Fraco 7,2 34 O 34 O 1800 4078
Lavagem das caldeiras 8,4 52 12 40 O 1885 3308
Despejos de desengomação.
Goma de amido 7,2 202 O 202 O 5130 23000
Despejos de maceração:
Tanque sob pressão 13,1 20340 1860 O 18480 1840 26740
Tanque aberto:
Primeira fervura 10,0 10000 7800 2200 O 3750 19642
Segunda fervura 9,8 7400 5800 1600 O 2280 16064
TIHTAS,ANIUNAS,BICARIIONATO.SOOAEtlRlIA I
Refervedor contínuo 13,1 20400 6600 O 13800 5800 39605
--------------~ Lavagem a quente 11,8 265 90 175 O 63 366
I
I /
Despejos do alvejamento:
\
I ---..
!~
-- -~u1uRlA ~'~'!".~~.,.,.~OO- ••.•.
Cloro 9,5 290 90 200 O 119 2310
\ t
L- - - - - - - - - J VUIA, FOIOfOL. lltl""OSI"ATO. NA(;N(sIO, OfLUOU
Peróxido 9,6 1 265 560 705 O 1200 9040
- - - - - --roLlrn';;;,cAs- - --- -- Despejo de mercerízação 12,1 9282 275 O 9007 15 10398
TECiDos ACABADOS DE RAIO_~.VISCOSE, ALCOOAO. POUtsTER ALGODÃO
Lavagem 9,6 125 110 O 15 52 541
E DE POUtsrER NÁILON
W'~·i.~~:itsNS _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
Despejos de tingimento:
Anilina preta 38 O 38 O 40 831
CORPO DE ÁCUA
RECEPTOR Básico 6,3 65 O 65 O 167 628
Fig. 13.1 - Despejos provenientes do processamento dos tecidos de algodão e Desenvolvimento 6,9 200 8140
sintéticos Direto 7,5 81 O 81 O 337 9400
Tinturaria do náilon Indigo - lavagem alcalina 11,9 2700 1910 790 O 2080 5834
Lavagem indigo 11,25 2200 1400 800 O 928 1 132
Os fardos são abertos e as fibras são transferi das manualmente para as Naftol 9,5 1310 1084 O 226 108 8475
"cestas" de náilon. Estas cestas são cilindros metálicos com furos laterais Banho contendo enxofre 10,5 4200 3600 600 O 3000 36980
e nas extremidades.
A cuba 9,6 714 660 O 54 129 1770
À medida que o náilon vai sendo transferido para as cestas, é umide- Despejo da lavagem do de-
cido e apisoado. Quando as cestas estão cheias, são transferidas, por meio partamento de corantes 9,0 193 O 193 O 133 2880
de uma talha mecânica, para uma máquina de tingir. O tingimento é feito Acabamento:
por meio de corantes orgânicos ácidos e em meio ácido. Forte (da máquina) 8,8 490 65 425 O 13 600 41646
Os despejos são ácidos, coloridos e contêm substâncias orgânicas pro- Fraco (lavagem) 7,1 37 O 37 O 680 2050
venientes dos corantes ácidos e do ácido orgânico. A estimativa de vazão
dos despejos é: 12 m3/tingimento (tingimento e lavagens); 3 tingimentos/
dia: 36 m3/d.
328 MANUAL DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS INDUSTRIAIS 13 - TECIDOS 329
Processo
-
Despejos
Litros de
despejos
kgdeDBO
por 1000 kg
kgde
sólidos
-
-
Populaçl1o
equivalente
Consiste na aplicação de resinas acrílicas ao material entrelaçado
sai da agulhagem. O tapete passa por um banho contendo resina, sendo
que
totais por
pH DBO Sólidos totais por quilo de proces- 1000 kg por 453 kg comprimido entre dois rolos. A seguir, entra numa estufa para secagem e
(mg/I) [mgfl] processado sado preces- de Preces- polimerização. Os despejos são ligeiramente alcalinos e a vazão é de 3
sado soda
Engomação de fio (*) 7,0-9,5 620-2500 8500-22600 0,5-7,84 0,5-5,0
m3/d.
47~7 2-30
Desengomação - 1700-5200 16000-32000 2,5-9,17 14,8-16,1
Maceração 66-70 90-100
10-13 680-2900 7600-17400 2,59-14,18 1,5-17,5 19-47
Limpeza - 10-105
Alvejamento (faixa) 8,5-9,6
50-110
90-1700
- 19,18-42,53 1,36-3,Q2 - 8-18 produto final
2300-14400 2,50-124,26 5,0-14,8 38-290
Mercerização 5,5-9,5 45~5 30-90
600-1900 232,7-308,2 10,5-13,5 185-450 60-80
Tingímento: O poliéster constitui a base do tapete e o náilon a superfície.
Anilina preta - 40-55 600-1200 125,1-191,8 A Figura 13.2 apresenta o fluxograma da fabricação de tapetes.
5-10 100-200 40~0
Básico 6-7,5 100-200 500-800 150,1-300,2 15-50 150-250 100-400
Desenvolvimento
de cor 5-10 75-200 2900-8200 142,2-208,5 15-20 325~50 90-120
Direto 6,5-7,6 220~00 2200-14000 14,18-53,4 1,3-11 ,7 25-250 25-75
lndigo 5-10 90-1700 1100-9500 5,0-50,0 1,8-9,5 21~3 IO~O
Naftol 5-10 15~75 4500-10700 19,2-140,1 2-15 200~50 13-80
Enxofre 8-10 11-1800 4200-14100 24,2-213,5 2-250 300-1200 14-1500
A cuba 5-10 125-1500 1700-7400 8,34-166,8 12-30 150-250 75-175
I
- Centrifugação: é feita a fim de remover o excesso de água; o des- I
pejo é fraco e de volume desprezível. I
- Cilindros superaquecidos: estes cilindros, superaquecidos a vapor, I
completam a secagem do náilon. I
I
Mistura das fibras I
I
I
Fibras de náilon de várias cores são misturadas em várias proporções, I
com o fim de se obter a cor desejada para a superfície do tapete. I
I
I
Fabricação das mantas de náilon I
~'P,!,!o!..A!&AlJ!!OL1
DESPEJOS INDÚSTRIAIS
As mantas de náilon são agulhadas com as mantas de poliéster.
obtendo-se, desta forma, um entrelaçamento entre as mesmas. Fig, 13.2 - Fluxograma do processamento de tapetes na indústria "X"
331
13. TECIDOS
330 MANUAL DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS INDUSTRIAIS
Uma modificação drástica do processo consiste em jamais lançar os prevendo a possibilidade de, em casos de necessidade, desviar os despejos
despejos nos corpos de água, mas sim bornbeá-Ios para um tanque de ar- para tanques de armazenagem de emergência. Todavia, uma boa manuten-
mazenagem onde são guardados e novamente usados como água de ção depende primordialmente dos esforços, cooperação e boa disposição
"make-up" da solução similar. do pessoal encarregado da implementação dessas medidas, a fim de conse-
Outra modificação, também drástica, consiste em transferir o calor de guir uma redução satisfatória da carga poluidora. A implantação de uma
alguns despejos para a água a ser aquecida, o que acarreta economia de política de boa manutenção pode redundar em diminuição desta carga em
combustível e diminuição da poluição térmica. Outra modificação no modo 5% a 10%, em uma fábrica de tecidos.
de fabricação, refere-se ao processamento com solventes. Embora a lava-
gem da lã com solventes seja empregada há bastante tempo, prevê-se a Lançamento dos despejos na rede pública de esgotos
utilização de solventes também para lavagem e desengomação do algodão,
bem como para o tingimento e acabamento de todos os tipos de fibras. Com a expansão da rede de esgotos nas cidades, essa é uma possibili-
O processamento com solventes resulta numa redução drástica da dade que deve ser levada em consideração por ocasião do balanço final das
carga poluidora, uma vez que esses solventes usam pouca água - ou despesas com o tratamento, pois o método mais econômico e mais simples
mesmo nenhuma, em alguns casos - além de permitir o tingimento e aca- de se tratar os despejos das fábricas de tecidos consiste em enviá-los à rede
bamento em menos tempo que no sistema convencional que emprega gran-
pública de esgotos para serem tratados nas estações municipais de trata-
des quantidades de água. As impurezas naturais solúveis são coletadas em
estado pastoso, nos tanques de purificação, ao invés de serem lançadas na mento de esgotos.
Normalmente, o cálculo da tarifa de despejoslindustriais (para efluen-
rede geral de esgotos. Os efluentes fortemente alcalinos e carregados de
tes lançados na rede de esgotos) é baseado no volume, OBO e MS. Como a
sabões da lavagem do algodão e desengomação são também eliminados e o
consumo de água decresce na proporção de 30: 1. OBO e MS dos despejos dessas indústrias são inferiores à OBO e MS dos
esgotos domésticos, a tarifa seria aplicada apenas na parte referente ao
Troca de produtos químicos volume.
Um método também comumente usado para se obter a redução da Tratamento dos despejos na área industrial
carga da OBO, é trocar os produtos químicos com DBO elevada por outros
com pequena OBO. Apenas consultando a relação dos produtos químicos Caso haja impossibilidade de os etluentes das indústrias de tecidos,
empregados na indústria têxtil e sua OBO, o analista poderá determinar mesmo em futuro próximo, serem lançados na rede pública de esgotos,
quais os produtos químicos que poderão substituir os de DBO elevada. deverão ser tratados na própria fábrica.
Devido à variedade e à concentração de produtos químicos encontra-
Boa manutenção da fábrica no que se refere ao uso da água dos nesses despejos, bem como às variações súbitas de vazão, o trata-
mento deverá ser cuidadosamente estudado. Os principais métodos são os
Todas as operações da fábrica que usam água, devem ser cuidadosa- seguintes:
mente controladas, com o fim de minimizar os derrames acidentais bem
como para evitar o desperdício de porções demasiadamente grandes de so-
Equalização
luções. Ocorrendo derrames acidentais de substâncias tóxicas, é boa
prática diluí-los com outros despejos a fim de prevenir cargas de choque na Os despejos são bombeados para um tanque de equalização, ou para
estação de tratamento. Se existir a possibilidade de eliminar as sujeiras dos uma lagoa, com tempo de detenção de 24 horas.
pisos e das paredes bem como as gorduras e ferrugem das máquinas, ha-
verá uma diminuição das águas de lavagem.
U ma instalação pode ser feita visando o mínimo de perdas com Neutralização
derrames e rachaduras, pela implantação de paredes retentoras ex-
Os despejos da indústria têxtil são geralmente alcalinos, o que acarreta
tras, comportas adicionais e, também, implantação de canalizações
a necessidade de abaixamento do pH, a fim de satisfazer às condições exi-
gidas pelo tratamento biológico.
334 MANUAL DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS INDUSTRIAIS 13 - TECIDOS 335
Como exemplo de indústria que utiliza o tratamento por meio de lodos AERAÇÃO
ativados com aeração prolongada cita-se: John Shaw & Sons Ltda., Grâ-
Bretanha (ver Fig. 13.3). Seus despejos são enviados a uma lagoa de ho-
mogeneização com tempo de detenção de 36 h, dali escoando para caixa de ~
o
grelhas, medidor Parshall e tanque de aeração. Do tanque de aeração, o
o
escoa para um decantador com retirada automática de lodo. O efluente ~
líquido tratado, escoa para um rio próximo à fábrica e, em certas épocas do
ano, é c1orado. } TANQUE DE
RECALQUE
lógico dos esgotos domésticos da indústria, em separado.
CLORAÇÃO
Os equipamentos e dispositivos para a precipitação química de despe-
jos são: reservatórios, tanque para mistura rápida de todos os despejos, ~-;'O_PIP~~
Cal: para despejos de tingimento com anilina preta e Indigno Fig. 13.3 - Fluxograma do tratamento biológico dos despejos das fábricas de teci-
- Acido sulfúrico: para despejos de corantes do naftol. dos de algodão e sintéticos (lodos ativados com aeração prolongada)
336 MANUAL DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS INDUSTRIAIS 13 - TECIDOS 337
Fiação
EFLUENTE
fazendas para remover o óleo da fiação o qual poderia causar uma resistên-
cia à absorção do corante. ATERRO
Para corrigir erros de tintura e mudanças de cor, é necessário, muitas
vezes, alvejar a lã e assim prepará-Ia para receber tingimento com novo
Fig. 13.4 _ Fluxograma do tratamento químico dos despejos das fábricas de teci-
tom. O alvejamento envolve o uso de agente redutor em solução alcalina
dos de algodão e sintéticos
ou ligeiramente ácida, o que vai depender do agente redutor.
13· TECIDOS 339
338 MANUAL DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS INDUSTRIAIS
Tabela
- --
13.4 - Características dos despejos das fábricas de tecidos de lã
~
Origem m3 de despejo
DBO pH Odor Cor
por 1 000 kg de Composiçllo
do mg]!
lillimpa
J
Despejo
~ -----r ácido 25 a
4000
de ácido mineral
ou orgânico, 0,2%
..G,~·
de sal.
l r
~n
CORREIA
'~'~PORT ADORA
--r l
OLEOEÁGUA
1 Carbonização 4,2 20 a 50 5% de ácido sul-
fúrico.
-
1,0 acre nenhuma
._-_.- -
--1--'::;~-- t--~---------'----.,
0,2% de óleo de 9,5 saponáceo marrom claro
Lavagem de 42 250
fazenda ou fio a fiação, 0,1 % de
350 álcali, 0,05% de
LAVAGEM DE sabão.
-
FIOS ALVEJAMENTQ FIOS OU FAZENDA
~ Efeitos dos despejos lia qualidade da água
~
g ÁGUA, SAL. ÁCIDO E
São tóxicos à vida aquática.
~ CORANTE
Diminuem o conteúdo de oxigênio dissolvido.
Modificam as propriedades e características físicas dos cursos
~ d'água.
r ACABAMENTO
1 Redução dos despejos
medida precisa da quantidade de carbonato de sódio usada nos la- Tratamento dos despejos
vadores, o que reduz a quantidade de álcali do efluente;
- o controle do pH no tingimento, através do qual poder-se-á reduzir Os métodos principais de tratamento, comumente empregados, in-
a quantidade de ácido do efluente; cluem as seguintes operações:
- o controle cuidadoso da quantidade do agente redutor usada no - Homogeneização do fluxo.
tingimento (que na prática é geralmente maior que a necessária), já - Recuperação da gordura da lã.
que esses agentes consomem muito oxigênio. - Precipitação química:
• por adição de ácido sulfúrico e alúmen até pH 6 quase todos os
Recuperação de subprodutos
sólidos podem ser precipitados;
Nos despejos das indústrias de lã há alguns produtos que podem ser • pela adição de 1 kg de cal e 3 kg de cloreto férrico em cada 8,0 m3 de
economicamente recuperados, reduzindo o grau de tratamento do despejo despejos, já foram obtidas remoções de 83% de sólidos em suspensão e
e o custo de fabricação: 72% de DBO;
- Recuperação de fibras de lã do despejo - a separação das fibras, • pela adição de cal e sulfato de ferro;
que entopem tubulações e equipamentos é feita com peneiras vibra- • por cloraçâo pode-se obter precipitação de matéria orgânica em sus-
tórias: as fibras pequenas recuperadas podem ser novamente usa- pensão e dissolvida.
das. - Secagem do lodo resultante da preoipitaçâo.
Recuperação da gordura de lã - os métodos padrões são baseados em _ Tratamento biológico do líquido claro resultante da precipitação
dois princípios: química.
A lagoa é o substituto mais barato do clarificado r e do filtro biológico,
• Circulação contínua da solução de lavagem através de extratores
centrífugos para remover a gordura que exceda a determinado li- mas pressupõe a disponibilidade de área de terreno para reter os despejos
durante o tempo necessário para a sedimentação e absorção do oxigênio do
mite. A solução, assim tratada, volta às máquinas de lavagem e
passa depois, novamente, pelos extratores. ar.
Para que os despejos da indústria da lã possam ser tratados em filtros
• Tratamento da solução de lavagem de precipitação química, por
exemplo, de quebra por ácido ou pela adição de sais de cálcio para biológicos, é necessário ajustamento do pH.
separar a gordura. A gordura é responsável por cerca de 80% da
DBO do despejo da lavagem da lã com alto teor de gordura. Tratamento em separado do despejo da lavagem da lã.
Tratamento com esgoto doméstico
Os despejos da lavagem da lã são os mais concentrados da indústria
Pode ser feito desde que se observem certos princípios: têxtil.
- Homogeneização dos despejos. Os 3 métodos de tratamento usados são:
- Relação despejo-esgoto relativamente constante. - Tratamento por quebra de ácido.
Como exemplo, cita-se uma grande fábrica que emprega os princípios _ Tratamento por hipoclorito de cálcio.
acima enumerados, lançando o despejo correspondente a 140 000 quilos de _ Tratamento por c1oreto de cálcio com dióxido de carbono.
lã, que são lavados e tingidos por semana, no sistema de esgotos de uma Esses tratamentos removem mais de 85% de sólidos em suspensão e
comunidade de 80 000 pessoas. Foi construído um grande reservatório de mais que 42% de DBO dos despejos da lavagem da lã.
concreto capaz de armazenar todos os efluentes da fábrica, corresponden-
tes a um dia de atividade. Nele, os despejos de tingimento e de lavagem se
neutralizam parcialmente e grande parte da matéria em suspensão se depo- Tratamento em separado dos despejos do tingimento.
sita no fundo. Depois de enchido o reservatório, abre-se uma válvula, de
modo que o poço seja descarregado vagarosa e uniformemente na rede de Os despejos do tingimento são ácidos, contêm pouca matéria em sus-
esgotos, por um período de 12 horas, não afetando a estação de tratamento pensão e podem ser altamente coloridos. Os métodos empregados no tra-
de esgotos da cidade.
tamento destes despejos são:
342 MANUAL DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS INDUSTRIAIS 13· TECIDOS 343
EXCESSO
A INDÚSTRIA DA LÃ E AS CONSEQÜÊNCIAS ADVINDAS DO .4CIOV SUlFÚRI CO
Ilustrações:
IDELMA T. PICOLO
JOSÉ APARECIDO DA SILVA
764 p. : il. ; 21 em
Bibliografia.
y
o CDD (18 ed.)
CDU (2.ed. medo port.)
628.540 2
628.54 : 628.33 Companhia
•••
CETESB