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Materiais metálicos

Estrutura Cristalina
Introdução Geral

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Estrutura Cristalina
Estruturas Cristalinas de Metais

CCC CFC HC

FE = (n° átomos / célula) * volume cada átomo


volume da célula unitária 3
Estrutura Cristalina
Número de Coordenação

CÚBICO
NC = 6
SIMPLES

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Estrutura Cristalina - CCC

1/8 de
átomo

1 átomo
inteiro
número de coordenação é 8
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Estrutura Cristalina - CCC
Estrutura Cristalina - CFC

CÚBICO
DE FACE NC = 12
CENTRADA

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Estrutura Cristalina - CFC

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Estrutura Cristalina - HC

HEXAGONAL
COMPACTO NC = 12

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Estrutura Cristalina - Alotropia
Alotropia e Transformações Polimorfas

⇒ Alguns metais e não-metais podem ter mais de uma estrutura


cristalina dependendo da temperatura e pressão.
Materiais de mesma composição química, mas que podem
apresentar estruturas cristalinas diferentes, são denominados de
alotrópicos ou polimórficos.
⇒ Geralmente as transformações polimórficas são acompanhadas
de mudanças na densidade e mudanças de outras propriedades
físicas.
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Estrutura Cristalina - Alotropia
Carbono grafite hexagonal
diamante cúbico
Nitreto de boro cúbico
grafite
Fe CCC
Exemplos
CFC
Titânio α HC
Β CCC
SiC (chega ter 20 modificações cristalinas)
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Estrutura Cristalina - Alotropia
Alotropia e Transformações Polimorfas

Cubica de Corpo Centrado

Temperatura Transus: 882,5 oC

Hexagonal Compacta

Alguns elementos de liga podem alterar esta temperatura de transformação de fase,


chamados de α-estabilizadores ou alfagênicos, aos que aumentam a temperatura, e β-
estabilizadores ou betagênicos aos que fazem diminuir.
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Sistemas Cristalinos
Rede de Bravais

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Pontos Cristalográficos
Posição atômica na célula cúbica unitária

⇒ As propriedades de muitos materiais são direcionais:


⇒ módulo de elasticidade do FeCCC é maior na diagonal do cubo que na
direção da aresta.

⇒ pontos das posições atômicas


célula unitária cristalina 🡪 localizam-se
construindo um sistema de eixos
coordenados.

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Direções Cristalográficas
Posição atômica na célula cúbica unitária

⇒ Algumas direções da célula unitária são de particular importância, por


exemplo os metais se deformam ao longo da direção de maior
empacotamento.

⇒ Algumas propriedades dos materiais dependem da direção do cristal em


que se encontram e são medidas.

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Direções Cristalográficas
Direções na rede cristalina

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Direções para o sistema cúbico

• A simetria desta estrutura permite que as


direções equivalentes sejam agrupadas para
formar uma família de direções:
<110>
• <100> para as faces
• <110> para as diagonais das faces <111> <100
• <111> para a diagonal do cubo >

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Planos Cristalográficos
Exemplo 10: Determine os Índices de Miller para os planos A, B e C da
figura abaixo.
Plano A: Plano B:
1. 1 1 1 1. 1 2 ∞
2. 1/1 1/1 1/1 2. 1/1 1/2 1/∞
3. Não tem frações 3. 2 1 0
4. (1 1 1) 4. (2 1 0)

Plano C: passa
pela origem
(x’, y’, z’)
1. ∞ -1 ∞
2. 1/ ∞ 1/-1 1/∞
3. 0 -1 0
4. (0 1 0)
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Família de planos {111}
Interceptam os 3 eixos

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Planos de maior densidade atômica no
sistema cfc

• A família de planos {111}


no sistema cfc é o de
maior densidade atômica

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Mecanismo de deformação Ti
Defeitos Pontuais
VACÂNCIAS:
 Também denominado de lacuna;
 É a falta de um átomo na rede cristalina;
 Pode resultar do empacotamento imperfeito na solidificação inicial, ou
decorrer de vibrações térmicas dos átomos em temperaturas elevadas.

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Defeitos Pontuais
DEFEITO INTERSTICIAL:
 Quando um átomo é abrigado por uma estrutura cristalina,
principalmente se esta tiver um baixo fator de empacotamento;
 Conseqüência, distorção da rede.

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Defeitos Pontuais
DEFEITO SUBSTITUCIONAL:
 Quando um átomo é deslocado de sua posição original por outro,
e conforme o tamanho, pode:
(a) aproximar os átomos da rede;
(b) separar os átomos da rede.
 Conseqüência, distorção da rede.

(a) (b)

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Defeitos de Linha (Discordância)
Discordância em espiral
 Ilustrada pelo corte parcial de um cristal perfeito, deslocando a rede de um
espaçamento atômico

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Defeitos de Linha (Discordância)
Discordância em
cunha
Vista superior da discordância

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Defeitos de Planar (Contorno de grão)
 Microestrutura de metais e outros materiais sólidos consistem de
muitos grãos;
 Grão: porção de material onde o arranjo cristalino é idêntico, variando
sua orientação;
 Contorno de grão: fronteira entre os grãos

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Defeitos de Planar (Contorno de grão)

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Mecanismo de Deformação - Curva tensão-deformação
Região Plástica
82a REGIÃO DO DIAGRAMA x
Transição elástico-
plástica:
Resistência ao
escoamento

Deformação plástica
Resistência máxima
Região plástica:
Ductilidade
Ponto de ruptura
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Mecanismo de Deformação - Curva tensão-deformação
Região Plástica
Þ QUESTÃO FUNDAMENTAL:
COMO OS MATERIAIS DEFORMAM (e ROMPEM)?

1a Hipótese: ruptura ao mesmo tempo de todas as ligações.


A resistência mecânica seria extremamente elevada
comparada à obtida na prática (1000 x!).

2a Hipótese: deslizamento de planos até a ruptura

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Mecanismo de Deformação - Curva tensão-deformação
Região Plástica
Deslizamento

 materiais podem ser


solicitados por tração,
compressão ou cisalhamento

solicitações de tração e
compressão podem ser
decompostas em tensões de
cisalhamento puras

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Componentes de cisalhamento (a) tração; (b) compressão
Mecanismo de Deformação - Curva tensão-deformação
Região Plástica
Deslizamento
Cristais apresentam menor resistência ao cisalhamento que à tração e compressão, logo
esta é a solicitação responsável pela deformação destes materiais

CRISTAIS DEFORMAM-SE PELO DESLIZAMENTO DE PLANOS CRISTALINOS EM


RELAÇÃO AOS DEMAIS

Þ Escala microscópica: - deformação plástica é o resultado do movimento


dos átomos devido à tensão aplicada
- durante este processo ligações são quebradas e
outras refeitas.
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Mecanismo de Deformação - Curva tensão-deformação
Região Plástica
Mecanismo de deslizamento associado a discordâncias
Como os materiais se deformam plasticamente?
evidências experimentais sugerem
um mecanismo envolvendo
movimentos de discordâncias
Defeito linear da estrutura cristalina

hélice cunha 33
Mecanismo de Deformação - Curva tensão-deformação
Região Plástica
Mecanismo de deslizamento associado a discordâncias

Esquema mostrando como, por ação de um pequeno corte, o


MOVIMENTO DE DISCORDÂNCIA em cunha origina um degrau unitário de deslizamento.
Mecanismo de Deformação - Curva tensão-deformação
Região Plástica
Mecanismo de deslizamento associado a discordâncias

Mista
Discordância mista em um cristal.
Discordância AB: hélice quando entra no
cristal, e cunha quando sai

Cunha

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Hélice
Considere a liga Al-12% Mg . Determine: a) solubilidade do magnésio no alumínio a 200°C. b)
solubilidade máxima do magnésio no aluminio

4%
Considere a liga Pb - 15% de Sn durante a solidificação.
Determine a quantidade de cada fase a 25°C.

15 -2 = 13,26%
100-2

=100-13,26 = 86,73%
15% Porcentagem de estanho 100%
2%
2 a 19% Sn
Solubilidade do chumbo no estanho
Qualquer liga com mais de 2% terá  a Tamb
Determine: (a) a solubilidade do estanho no chumbo sólido a 100 °C, (b) a
solubilidade máxima do chum-bo no estanho sólido. Além disso, se a liga de
Pb-10% Sn for resfriada até 0 °C, calcule: (c) a quantidade de  formada na
liga, (d) as massas de estanho contidas nas fases  e  e (e) a massa de
chumbo contida nas fases  e  . Suponha que a massa total da liga Pb-10%
Sn seja de 100 g.
= 10 -2 = 8,2%
100-2
=100-8,2 = 91,8%

• =2% Sn
• =91,8 * 0,02 Sn
•  = 1,836g de Sn

• = 10g – 1,836g
=91,8g • = 8,164g de Sn
 = 8,2g
Porcentagem de estanho
Fe-C

g
Austenita

α
Ferrita
Ponto eutetóide
Tratamentos térmicos - revisão
Recozimento
• Objetivos:
• Remover tensões devidas à tratamentos mecânicos;
• Diminuir dureza;
• Aumentar ductibilidade;
• Regularizar a estrutura bruta de fusão;
• Eliminar efeitos de tratamentos térmicos/mecânicos
anteriores.
• Estrutura:
• Ferrita + Perlita → hipoeutetóide;
• Perlita → eutetóide;
• Perlita + Cementita → hipereutetóide;
• Temperatura
• ± 50°C acima do limite superior da A3 → hipoeutetóide;
acima do limite inferior A1 → hipereutetóide;
Tratamentos térmicos -revisão

Normalização
• Objetivos:
• Refinar tamanho de grão
• Estrutura:
• Ferrita + Perlita → hipoeutetóide;
• Perlita → eutetóide;
• Perlita + Cementita → hipereutetóide;
• Temperatura
• Acima da Linha A3 e Am
• Normalização
• Tratamento preliminar à tempera e
revenido
Efeito da
temperatura de
transformação
isotérmica

• O aço, depois de
austenitizado, pode ser
resfriado contuinuamente ou
através de uma transformação
isotérmica
• A escolha de uma
temperatura adequada para
transformação isotérmica,
permite obter uma estrutura
constituída por perlita fina,
ideal para produção de fio
Perlita fina Perlita grossa

Efeito da temperatura de transformação isotérmica


Efeito da temperatura de transformação isotérmica
Ciclo térmico de austenitização e
resfriamento com transformação isotérmica
Qual a microestrutura final (em termos dos
microconstituintes presentes e das porcentagens
aproximadas) em cada caso, considere que
inicialmente a amostra estava a 760ºC (1400ºF) -
100% austenita

(a)Resfriamento rápido até 350ºC (660ºF),


manutenção durante 104 s e têmpera até a
temperatura ambiente.
(b)Resfriamento rápido até 250ºC (480ºF),
manutenção durante 100 s e têmpera até a
temperatura ambiente.
(c)Resfriamento rápido até 650ºC (1200ºF),
manutenção durante 20 s, resfriamento rápido
até 400ºC (750ºF), manutenção durante 103 s e
têmpera até a temperatura ambiente.
Considerando o diagrama de transformações
isotérmicas para uma liga ferro-carbono com
composição eutetoide (Figura 10.23), especifique a
natureza da microestrutura final (em termos dos
microconstituintes presentes e das porcentagens
aproximadas) de uma pequena amostra que foi
submetida aos seguintes tratamentos tempo-
temperatura. Em cada caso, considere que
inicialmente a amostra estava a 760ºC (1400ºF) e
que havia sido mantida nessa temperatura tempo
suficiente para ser obtida uma estrutura
austenítica completa e homogênea.
(a)Resfriamento rápido até 350ºC (660ºF),
manutenção durante 104 s e têmpera até a
temperatura ambiente.
(b)Resfriamento rápido até 250ºC (480ºF),
manutenção durante 100 s e têmpera até a
temperatura ambiente.
(c)Resfriamento rápido até 650ºC (1200ºF),
manutenção durante 20 s, resfriamento rápido até
400ºC (750ºF), manutenção durante 103 s e
têmpera até a temperatura ambiente.

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