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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

COLEGIADO DE ENGENHARIA MECÂNICA


CIÊN0004 – CIÊNCIA E TECNOLOGIA DOS MATERIAIS

TEMA – ESTRUTURA DOS SÓLIDOS


CRISTALINOS II

Docente: Prof. Nelson Cárdenas Olivier


email: nelson.cardenas@univasf.edu.br
OBJETIVOS

Que uma vez concluída a aula o aluno deve ser capaz de:

• Conhecer que são as Direções Cristalográficas e os Planos


Cristalográficos.

• Entender o que são as Densidades Atômicas.

• Conhecer que são Monocristais e Materiais Policristalinos.

• Saber os conceitos de Anisotropia e Isotropia.

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SUMARIO
1. Direções Cristalográficas

2. Planos Cristalográficos

3. Densidades Atômicas
3.1. Linear
3.2. Planar

4. Estruturas Cristalinas Compactas

5. Monocristais

6. Materiais Policristalinos

7. Anisotropia

8. Sólidos Não-cristalinos
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1. DIREÇÕES CRISTALOGRÁFICAS

ESTRUTURAS CRISTALINAS
A maneira na qual os átomos, íons ou moléculas estão arranjados
espacialmente.

MATERIAL CRISTALINO
Aquele no qual os átomos estão situados em um arranjo que se
repete ou que é periódico ao longo de grandes distâncias
atômicas. (Ordem de longo alcance).

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1. DIREÇÕES CRISTALOGRÁFICAS

CÉLULAS UNITÁRIAS - pequenas entidades que se repetem e


que formam as estruturas cristalinas.

A célula unitária é escolhida para representar a simetria da


estrutura cristalina.

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1. DIREÇÕES CRISTALOGRÁFICAS

A geometria da Célula Unitária é definida em termos de 6


parâmetros:
- os comprimentos das três arestas a, b, e c;
- os três ângulos entre os eixos α, β e γ.

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1. DIREÇÕES CRISTALOGRÁFICAS

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1. DIREÇÕES CRISTALOGRÁFICAS

Para Materiais Cristalinos é imprescindível a especificação de


alguma direção cristalográfica ou um plano cristalográfico de
átomos específicos.

CONVENÇÃO:
- 3 números inteiros ou ÍNDICES são utilizados para designar as
direções e os planos;
- a base dos índices na célula unitária é um sistema de
coordenadas que consiste em três eixos (x, y e z);
- a ORIGEM está em um dos VÉRTICES e as direções coincidem
com as arestas da célula unitária.

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POSIÇÕES
1. DIREÇÕES CRISTALOGRÁFICAS

Para poder descrever a estrutura cristalina é necessário


escolher uma notação para posições, direções e planos.

POSIÇÕES
• São definidas dentro de um cubo com lado unitário.

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DIREÇÕES
1. DIREÇÕES CRISTALOGRÁFICAS

• As direções são definidas a partir da origem.


• Suas coordenadas são dadas pelos pontos que cruzam o
cubo unitário.
• Se estes pontos forem fraccionais multiplicase para obter
números inteiros.

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1. DIREÇÕES CRISTALOGRÁFICAS

FAMÍLIAS DE DIREÇÕES

• Formadas por direções semelhantes dentro da estrutura


cristalina.

• <111> = [111],[1 11],[11 1]

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PLANOS CRISTALOGRÁFICOS
2. PLANOS CRISTALOGRÁFICOS

A notação para os planos utiliza os ÍNDICES DE MILLER,


que são obtidos da seguinte maneira:
• Obtém-se as intersecções do plano com os eixos.
• Obtém-se o inverso das intersecções.

• Intersecções: 1/2, ∞ , 1
• Inversos: 2, 0 , 1
• Índices de Miller: (201)

• Em sistemas cúbicos o plano (hkl)


é normal a direção [hkl].

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2. PLANOS CRISTALOGRÁFICOS

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2. PLANOS CRISTALOGRÁFICOS

Quando as intersecções com os eixos não são óbvias, deve-se


deslocar o plano ou a origem até obter as intersecções
corretas.

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FAMÍLIA DE PLANOS
2. PLANOS CRISTALOGRÁFICOS

FAMÍLIA DE PLANOS {110} (plano paralelo a um eixo)

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2. PLANOS CRISTALOGRÁFICOS

FAMÍLIA DE PLANOS {111} (plano intercepta os 3 eixos)

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PLANOS DA REDE HEXAGONAL
2. PLANOS CRISTALOGRÁFICOS

PLANOS DA REDE HEXAGONAL

Índices de Miller-Bravais
- 4 coordenadas
- redundância

• ∞, 1, -1, ∞

• 0, 1, -1, 0

• (011 0)

• Face do prisma

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2. PLANOS CRISTALOGRÁFICOS

DIREÇÕES
[uvw]

FAMÍLIAS DE DIREÇÕES
<uvw>

PLANOS
(hkl) (índices de Miller)

FAMÍLIAS DE PLANOS
{hkl}

Na hexagonal (hkil) (Índices de Miller-Bravais)

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DENSIDADES
3. DENSIDADES ATÔMICAS

Análogo ao FATOR DE EMPACOTAMENTO ATÔMICO,


(FEA) que corresponde à densidade volumétrica de
átomos.

- DENSIDADE ATÔMICA LINEAR

- DENSIDADE ATÔMICA PLANAR

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3. DENSIDADES ATÔMICAS

DENSIDADE ATÔMICA LINEAR:


- fração do comprimento da linha ocupada com átomos (igual ao
fator de empacotamento em uma dimensão);
- átomos/unidade de comprimento.

Compriment o  Total  de  Átomos


DAL 
Compriment o  da  Direção

EXEMPLO
Calcule a DAL das direções <100> na rede CFC
Comprimento total de átomo
= 2 x Raio de 1 átomo = 2R

Comprimento da Direção
a = 2R√2

DAL = 2R/a = 2R/ 2R√2 = 1/√2 = 0,707


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3. DENSIDADES ATÔMICAS

DENSIDADE ATÔMICA LINEAR:


Compriment o  Total  de  Átomos
DAL 
Compriment o  da  Direção
EXEMPLO
Calcule a DAL das direções <110> na rede CFC

Comprimento total de átomo = 4R

Comprimento de uma direção = 4R

DAL= 4R/4R= 1

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D A PLANAR
3. DENSIDADES ATÔMICAS

DENSIDADE ATÔMICA PLANAR:


- fração da área cristalográfica planar ocupada com átomos (igual
ao fator de empacotamento em duas dimensões);
- átomos/unidade de área.
Área Total de Átomos
DAP 
Área do Plano
EXEMPLO
Calcule a DAP dos planos {100} na rede CFC

Número total de átomos = 1 + 4x1/4 = 2


Área total de átomo
= 2 x Área de 1 átomo = 2πR2
Área do Plano = a2 (a = 2R√2)

DAP = 2πR2/a2 = 2πR2/8R2 = π/4 = 0,785


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ESTRUTURAS CRISTALINAS COMPACTAS
4. ESTRUTURAS CRISTALINAS COMPACTAS

EMPILHAMENTO ÓTIMO

O Fator de Empilhamento de 0,74, obtido nas redes CFC e


HC, é o maior possível para empilhar esferas em 3D.

CFC

HC

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4. ESTRUTURAS CRISTALINAS COMPACTAS

PLANOS E DIREÇÕES COMPACTAS

• As redes CFC e HC são as mais densas do ponto de vista


volumétrico.

• Em cada rede, existem planos e direções com valores


diferentes de DAP e DAL.

• Em cada rede, existe um certo número de planos e


direções compactos (maior valor de DAP e DAL).

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4. ESTRUTURAS CRISTALINAS COMPACTAS

PLANOS E DIREÇÕES COMPACTAS

• As Direções Compactas estão contidas em Planos


Compactos.

• Estes planos e direções serão fundamentais na


deformação mecânica de materiais.

• A deformação mecânica normalmente se dá através do


DESLIZAMENTO DE PLANOS.

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4. ESTRUTURAS CRISTALINAS COMPACTAS

SISTEMAS DE DESLIZAMENTO

• O deslizamento ocorrerá mais facilmente em certos planos


e direções do que em outros.

• Em geral, o DESLIZAMENTO ocorrerá paralelo a PLANOS


COMPACTOS, que preservam sua integridade.

• Dentro de um plano de deslizamento existirão direções


preferenciais para o deslizamento.

• A combinação entre os planos e as direções forma os


sistemas de deslizamento, característicos das diferentes
estruturas cristalinas.

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4. ESTRUTURAS CRISTALINAS COMPACTAS

SISTEMAS DE DESLIZAMENTO

• O deslizamento é mais provável em planos e direções


compactas porque nestes casos a distância que a rede
precisa se deslocar é mínima.

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4. ESTRUTURAS CRISTALINAS COMPACTAS

SISTEMAS DE DESLIZAMENTO

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MONOCRISTAIS
5. MONOCRISTAIS

MONOCRISTAL

Para um sólido cristalino, quando o arranjo periódico e


repetido de átomos é perfeito ou se estende ao longo da
totalidade da amostra, sem interrupção.

Todas as células unitárias se ligam da mesma maneira e


possuem a mesma orientação.

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5. MONOCRISTAIS

MONOCRISTAL

Quando se deixa crescerem as extremidades de um


monocristal, sem restrição externa, o cristal irá assumir uma
forma geométrica regular, possuindo faces planas, como
acontece com algumas pedras preciosas; a forma é um
indicativo da estrutura do cristal.

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5. MONOCRISTAIS

MONOCRISTAL

Os monocristais são extremamente importantes em muitas


de nossas tecnologias modernas, em particular em
microcircuitos eletrônicos, que empregam monocristais de
silício e outros semicondutores.

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POLICRISTALINOS
6. MATERIAIS POLICRISTALINOS

A maioria dos sólidos é composta por uma coleção de muitos


cristais pequenos ou grãos; tais materiais são chamados
POLICRISTALINOS.

Existem algumas más combinações atômicas dentro da


região onde dois grãos se encontram; esta área é chamada
de Contorno de Grão.

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6. MATERIAIS POLICRISTALINOS

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6. MATERIAIS POLICRISTALINOS

Cada região delimitada


corresponde a um
GRÃO, o qual é formado
por um grande número
de células unitárias.

A fronteira entre dois


grãos adjacentes é o
CONTORNO DE
GRÃO.

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6. MATERIAIS POLICRISTALINOS

Aço ABNT 1006

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ANISOTROPIA
7. ANISOTROPIA

As propriedades físicas dos monocristais de algumas substâncias


dependem da direção cristalográfica na qual as medições são
tomadas.

A DIRECIONALIDADE das PROPRIEDADES é conhecida por


ANISOTROPIA, e está associada à diferença do espaçamento
atômico ou iônico em função da direção cristalográfica.

As substâncias nas quais as propriedades medidas são


independentes da direção são ISOTRÓPICAS.

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7. ANISOTROPIA

O Grau de Anisotropia aumenta em função da diminuição da


Simetria Estrutural.

Nos Materiais Policristalinos onde as orientações cristalográficas


dos grãos individuais são totalmente aleatórias, a magnitude da
propriedade medida representa uma média dos valores
direcionais.

Algumas vezes, os grãos em Materiais Policristalinos possuem


uma orientação cristalográfica preferencial, diz-se então que o
material possui uma “textura”.

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SÓLIDOS NÃO-CRISTALINOS
8. SÓLIDOS NÃO-CRISTALINOS

Sólidos NÃO-CRISTALINOS são carentes de um arranjo atômico


regular ao longo de distâncias atômicas relativamente grandes.

Algumas vezes, esse materiais também são chamados


AMORFOS.

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8. SÓLIDOS NÃO-CRISTALINOS

A formação de um sólido CRISTALINO ou de um sólido


AMORFO depende da facilidade segundo a qual uma estrutura
atômica aleatória no estado líquido pode se transformar em um
estado ordenado durante o processo de solidificação.

Materiais amorfos são caracterizados por estruturas atômicas


relativamente complexas e que se tornam ordenadas apenas
com alguma dificuldade.

O resfriamento rápido, até temperaturas inferiores à temperatura


de congelamento, favorece a formação de um sólido não-
cristalino, uma vez que pouco tempo fica disponível para o
processo de ordenação.

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RESUMO
RESUMO DA AULA

1. Direções Cristalográficas

2. Planos Cristalográficos

3. Densidades Atômicas
3.1. Linear
3.2. Planar

4. Estruturas Cristalinas Compactas

5. Monocristais.

6. Materiais Policristalinos

7. Anisotropia

8. Sólidos Não-cristalinos
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BIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
[1]. CALLISTER Jr, W. D. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma
introdução, Rio de Janeiro, 5a Ed. LTC. 2002.

[2]. SHACKELFORD, J. F. Ciência e Engenharia de Materiais. São


Paulo, 6ª Ed. Pearson Prentice Hall. 2008.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:

[3]. VAN VLACK, L. H. Princípios de Ciência e Tecnologia dos


Materiais. Rio de Janeiro, 4ª Ed. Elsevier. 2003.

[4]. CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica Vol. 1, São Paulo. Ed.


Pearson,1976.

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EXERCÍCIO PARA FAZER EM CASA
EXERCÍCIO PARA FAZER EM CASA

Respoder Lista de Exercícios No. 2


Entrega:
Folha A4
Manuscrito com caneta azul ou preta
Data limite de entrega - 16/05/2019

ESTUDAR OS RAIOS X:

- princípios;

- aplicações.

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TEMA DA PRÓXIMA AULA
TEMA DA PRÓXIMA AULA

Imperfeições nos Sólidos 1

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FIM

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