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Princípios da estrutura

cristalina em metais
Estrutura amorfa e Estrutura cristalina
Estrutura Amorfa e Estrutura Cristalina
• Estrutura Amorfa: Possui apenas o ordenamento de curta distância
• Estrutura Cristalina: Possui ordenamento de curta e de longa distância

• Ordenamento de curta distância: o ordenamento envolve apenas alguns


átomos.

• Ordenamento de longa distância: o ordenamento envolve grupos de


átomos que apresentam um arranjo ordenado e repetitivo (célula unitária)
ao longo da estrutura do material. Quando esse arranjo não é repetitivo o
material não apresenta ordenamento de longa distância.
Estrutura presente nos metais: estrutura compacta
devido às ligações metálicas não direcionais
Estruturas cristalinas presentes nos metais
A estrutura de um material cristalino é definida pela célula unitária
presente nesse material, assim se a célula unitária apresenta um
formato cubico o material apresentará uma estrutura cúbica.

Os materiais metálicos são geralmente constituídos pelas seguintes


células unitárias: cubica de face centrada (CFC); cúbica de corpo
centrado (CCC); e hexagonal compacta (HC).
Estrutura cubica de face centrada
Estrutura cubica de face centrada (CFC)
• 1-.Número de átomos contidos na célula unitária (C.U.) = 8. 1/8 +
6.1/2= 4 átomos.
• 2-Número de coordenação (número de vizinhos de um átomo que
estão em contato com ele) = 12 átomos.
• 3- Cálculo da relação a/R(raio do átomo)
• a = parâmetro de rede ( em uma célula unitária cubica equivale a
distância entre dois vértices)
• (4R)2=a2 + a2=2a2
• a=2R. √2 = 4R/√2
Estrutura cubica de face centrada (CFC)
• 4- Cálculo do fator de empacotamento atômico (FEA)
• FEA = fração volumétrica da C.U. ocupada por átomos
• FEA = Volume dos átomos contidos na C.U. /Volume da C.U.
• FEA = número de átomos. Volume de um átomo/ Volume da C.U=
• FEA = 4. (4/3.π.R3)/a3= 4. (4/3.π.R3)/( 2R. √2)3= 0,74
• 5- Metais com estrutura CFC
• São conhecidos como metais com estrutura austenitica ou gama (γ)
• Apresentam em comum uma elevada ductilidade (elevada capacidade de
deformar permanentemente (deformação plástica) antes de romper).
• Exemplos: cobre, ouro, alumínio, platina, prata, e chumbo.
Estruturas cristalinas presentes nos metais
Estrutura cubica de corpo centrado (CCC)
Estrutura cubica de corpo centrado (CCC)
• 1-.Número de átomos contidos na célula unitária (C.U.) = 8. 1/8 + 1= 2
átomos.
• 2-Número de coordenação (número de vizinhos de um átomo que
estão em contato com ele) = 8 átomos.
• 3- Cálculo da relação a/R(raio do átomo)
• a = parâmetro de rede ( em uma célula unitária cubica equivale a
distância entre dois vértices)
• (4R)2=a2 + (a√2)2= 3a2
• a= 4R/√3
Estrutura cubica de corpo centrado

• 4- Cálculo do fator de empacotamento atômico (FEA)


• FEA = número de átomos= Volume de um átomo/ Volume da C.U=
• FEA = 2. (4/3.π.R3)/a3= 4. (4/3.π.R3)/( 4R/√3)3= 0,68

• 5- Metais com estrutura CCC


• São conhecidos como metais com estrutura ferritica ou alfa (α).
• Exemplos: ferro (α), molibdênio, tântalo, e tungstênio.
Final da primeira aula

Estrutura hexagonal compacta
• 
• 1-.Número de átomos contidos na C.U. = 2. (6.(1/6)) + 2.1/2 + 3= 6 átomos.
• 2-Número de coordenação (número de vizinhos de um átomo que estão em
contato com ele) = 12 átomos.
• 3- Cálculo da relação a/R(raio do átomo)
• a = parâmetro de rede ( em uma célula unitária hexagonal equivale a
distância entre dois vértices da base inferior ou da base superior)
• a=2R
• 4-Relação c/a=1,633
• Onde c corresponde a distância entre as bases (altura da C.U.)
Estrutura hexagonal compacta
•5-Cálculo do fator de empacotamento atômico (FEA)
•FEA = número de átomos. Volume de um átomo/ Volume da C.U=
•FEA = 6. (4/3.π.R3)/V C.U.
•V C.U. = Abase. c (altura da C.U.)
•Abase (área da base)= 6. A △(área do triangulo equilátero)
•A △ = a. h (altura do △)/2
•Usando a lei dos senos temos que: sen60 = √3/2= h/2R, portanto, h=R√3
•A △ = 2R. R√3/2= R2√3
•Abase=6. R2√3
•VC.U.= 6. R3√3. 1,633.2
•FEA= 8. π.R3/6. R3√3. 1,633.2=0,74

•6- Metais com estrutura HC


•Exemplos: titânio(α), cadmio, cobalto, e zinco, magnesio
• 
Calculo da massa especifica teorica
Calculo da massa especifica teorica
Calculo da massa especifica teorica
Sistemas cristalinos
• Em relação a geometria das células unitárias os materiais cristalinos são classificados em
grupos denominados de sistemas cristalinos.
• 
• São 7 os sistemas cristalinos, os quais são definidos a partir dos parâmetros de rede.
• Parâmetros de rede: a, b, c; e α, β, e γ.
• Os parâmetros a, b, c, correspondem ao comprimento das arestas da célula unitária
respectivamente nas direções x, y, e z.
• Os parâmetros α, β, e γ correspondem respectivamente, aos ângulos entre os eixos y e z, x e
z, x e y.
• O sistema cristalino cúbico é o mais simétrico, enquanto o triclínico é o mais assimétrico
• Enquanto nos metais estão presentes os sistemas cúbico e hexagonal, nos materiais
cristalinos poliméricos e cerâmicos estão também presentes os outros sistemas cristalinos.
Sistemas cristalinos
Sistemas cristalinos
Sistemas cristalinos
Polimorfismo e Alotropia
• 
• Polimorfismo é um fenômeno através do qual, um material cristalino pode
apresentar diferentes estruturas dependendo da temperatura e/ou pressão.
• Exemplo: O grafite é a forma do carbono (camadas de átomos com formato
hexagonal ligas entre si através de ligações secundárias) na temperatura
ambiente e na pressão de 1 atm, no entanto, em determinadas condições de
pressão e temperatura o carbono apresenta a estrutura cubica do diamante.
• Quando o polimorfismo ocorre em um material constituído por um único
tipo de átomos (sólido elementar) ele é denominado de alotropia.
Polimorfismo e alotropia
Polimorfismo e alotropia
• Variação alotrópica do ferro
Polimorfismo e alotropia
• Estruturas do carbono como diamante e como grafite
Direção Cristalográfica
Direção Cristalográfica
• Direção: [120]
Direção Cristalográfica
Direção cristalografica
• O sinal negativo é representado por uma barra localizada em cima do
índice
• 
• Para representar uma direção que apresenta um índice negativo deve
ser deslocada a origem do eixo das coordenadas.
• Exempo:
• Se o índice negativo corresponde a eixo x a origem do eixo das
coordenadas deve ser deslocada para o vértice frontal localizado no
lado esquerdo da face inferior
Direção cristalografica
Direção cristalografica
• Família de direções: é constituída por direções equivalentes, que são
aquelas direções nas quais a distância entre os átomos é igual.
• São representadas por colchete angulado
• Para um sistema cubico pertencem à mesma família as direções que
apresentam os mesmos índices, independente da ordem e do sinal.
• Exemplos
• São equivalentes as direções: [100]; [010]; [001]
• São equivalentes as direções: [123]; [231]; [312]; [321]
Planos cristalográficos

• Representado por parentes


• 
• ( hkl ) no sistema cubico onde hkl são os índices de Miller
• 
• h corresponde a interceptação do plano no eixo x, k à interceptação no eixo y, e l à interceptação no eixo z.
• 
• Os valores de h, k, e l correspondem ao inverso da distância da origem até o local onde o plano intercepta
o eixo.
• 
• Uma barra acima do índice de Miller indica que o seu valor é negativo
• 
• 
Plano cristalográfico
• Plano (01-2)
Plano cristalografico
• Plano (2-10)
Planos cristolagraficos
• Família de planos: corresponde aos planos equivalentes, que são
planos que apresentam o mesmo fator de empacotamento.

• É representada por colchetes


• No sistema cubico pertencem à mesma família os planos que
apresentam os mesmos índices independente da ordem e do sinal
• Exemplo: família {123}, no sistema cubico pertencem a essa familia os
planos (213); (132); (321); (1-32)
Final da segunda aula
Densidade linear

• Densidade linear (dL): corresponde a fração do fator direção que é


interceptada por átomos.
• dL = Comprimento do vetor direção interceptado por
átomos/comprimento total do vetor direção
• Todas as direções equivalentes, isto é, que pertencem à mesma
família, apresentam a mesma dL.
Densidade linear

• Densidade linear (dL): corresponde a fração do fator direção que é


interceptada por átomos.
• dL = Comprimento do vetor direção interceptado por
átomos/comprimento total do vetor direção
• Todas as direções equivalentes, isto é, que pertencem à mesma
família, apresentam a mesma dl.
Densidade linear
Exemplos da determinação da densidade linear (Dl)

• 1-. Determinar a Dl da direção [110] de uma estrutura CCC


• Inicialmente deve ser traçada a direção [110], que corresponde a diagonal da face inferior do cubo cuja extensão é a.√2
• 
• Como a C.U. é CCC não há átomos no centro da face havendo apenas átomos nos vértices por onde passa a direção [110],
portanto, a fração de átomos interceptada por esse vetor corresponde a 2R.
• Dl = 2R/ a.√2
• Dl = 2R/((4R/ √3). √2

• 2-. Determinar a dL da direção [110] de uma estrutura CFC


• A direção [110], tambem corresponde a diagonal da face inferior do cubo cuja extensão é a.√2. No entanto na C.U. CFC há a
presença de um átomo no centro da face inferior, portanto, a fração de átomos interceptada por esse vetor corresponde a
4R.
• Dl = 4R/((4R/ √2). √2 = 1
• 
Densidade planar

• Densidade planar (Dp): corresponde a fração do plano cristalográfico


que é ocupada por átomos

• Os planos equivalentes apresentam a mesma Dp

• Dp = área dos átomos contidos no plano/ área do plano


• 
Densidade planar
• Exemplos da determinação da densidade planar
• 1-. Exemplo
• Calcular a densidade planar do plano (111) em uma estrutura CFC
• Inicialmente deve ser tração do plano (111) na C.U. CFC. Nessa célula esse plano corresponde a um triangulo
equilátero cujos lados correspondem a diagonal das faces do cubo que na estrutura CFC corresponde a 4R.
• átomos contidos no plano = 3.1/6 (contribuição dos atomos que estão nos vértices) + 3.1/2 (átomos que
estão no centro dos lados do triangulo) = 2 átomos.
• 
• Dp = 2 atomos. Π.R2/A plano
• Aplano = base.altura (h)/2= 4R. h/2 = 2.R.h
• Sen60 = √3/2= h/4R implica que h = 2R√3
• Aplano = 2.R. 2R√3 = 4R2√3
• Dp = 2. Π.R2/ 4. R2√3 = Π./ 2.√3
Densidade planar
• Plano (111) em uma célula unitária CFC
Densidade planar

• Exemplo:
• 2-. Calcular a densidade planar do plano (110) de uma estrutura CCC
• Dp = 2 (átomos contidos no plano) Π R2/a.a. √2
• Dp = 2 Π R2/ (4R/√3)2. √2
Densidade planar
Difração de raios X
Difração de raios x
Difração de raios X
Difração de Raios X
Difração de Raios X
Termino da terceira aula
Difração de Raios-X
• Exercicio
• 1-. A partir do difratograma do Fe determine o raio atômico desse elemento, sabendo que a radiação
apresenta um comprimento de onda de 0,1790 nm e que a radiação é de ordem 1 (n=1).
• Inicialmente deve ser determinado a partir do difratograma o ângulo θ, o qual corresponde ao ângulo no
qual, esta localizado o pico de maior intensidade (110). A seguir, utilizando a equação de Bragg é
determinada a distância interplanar d.
• n.λ = 1. 0,1790 nm = 2dsenθ
• d = 0,1790 nm/2. senθ
• Como o Fe apresenta uma estrutura cubica pode ser utilizada a equação:
• d= a/(h2 + k2 + l2)1/2 (1)
• onde h, k, l, correspondem respectivamente a 1,1,0, que são os índices do plano (110)
• 
• A partir da equação 1, é determinado o parâmetro a, que corresponde ao comprimento da aresta da célula
unitária. Conhecendo o parâmetro a é determinado o raio do Fe através da relação: a= 4R/(3)1/2
Densidade teórica do metal obtida a partir da
célula unitaria
• Densidade (ρ) = n. A/Vc.u. NA
• Onde : n é o número de átomos contidos na célula unitária; A é o peso atômico; Vc.u.
é o volume da célula unitária; NA é o número de Avogrado (6,023.1023 átomos/mol).
• Exercício
• 1-. Determine a densidade teórica do cobre (estrutura CFC), cujo raio atômico é
0,128 nm, e peso atômico de 63,5 g/mol.
• Como a estrutura do cobre é CFC o número de átomos contidos na célula unitária é
4.
• ρ = 4. 63,5 g/mol/(a)3. 6,023.1023 atomos/mol
• ρ = 4. 63,5 g/mol/ [16.2.1/2.( 1,28.10-8 cm)3]. 6,023.1023 atomos/mol = 8,89 g/cm3.
Defeito pontual: lacuna e auto-interstício
• 1- Defeitos pontuais
• 1.1- Lacunas ou vacâncias
• Corresponde à ausência de um átomo que deveria estar presente na rede cristalina
• Estão presentes em todos os materiais, sendo que essa presença aumenta com a elevação da temperatura.
• A relação entre o número de lacunas (Nv) e temperatura é dada pela seguinte equação:
• Nv=N.exp. (-Qv/k.T) onde:
• N é o número total de sítios atômicos; Qv é a energia necessária para formar uma lacuna; T é a
temperatura em Kelvin; k é a constante de boltzman
• 1.2- Auto-intersticiais corresponde a presença de um átomo em uma posição intersticial.
• A formação desses defeitos causa grande deformação na rede cristalina e ocorre em concentrações muito
pequena.
• A energia necessária para ocorrer esses defeitos é bem superior a da energia necessária para formar as
lacunas.
Defeito pontual: Lacuna(vacância) e auto-
intersticial
Defeito pontual: lacunas
• Exemplo da importância da presença de lacunas

• Figura 1-Representação esquemática da difusão através de lacunas


Defeito pontual: átomos de soluto
• 1.3- Átomos de soluto em materiais sólidos
• São átomos presentes nos materiais que estão em menor quantidade, sendo que denominado de solvente os
que estão em maior quantidade.
• Os átomos de soluto são classificados em impurezas e em elementos de liga.
• Os elementos de ligas são átomos adicionados no material para melhorar uma determinada característica. Por
exemplo o Cr é adicionado no Fe para elevar a sua resistência a corrosão ou para elevar a sua resistência a
fluência. Os materiais metálicos que possuem um ou mais elementos de liga são denominados de ligas.
• A presença dos átomos de impurezas é geralmente resultante de contaminação durante o processo de
manufatura da liga, sendo exemplo de impurezas o enxofre e o fosforo.
• Os átomos de soluto podem estar presentes em um material na forma de solução sólida substitucional ou de
solução sólida intersticial.
• Solução solida: é constituída por átomos do soluto e do solvente e apresenta uma única estrutura, a qual é a
estrutura do solvente.
• Solução solida substitucional: Os atomos de solutos ocupam posições que deveriam ser ocupadas pelos
átomos do solvente.
Defeito pontual: átomos de soluto
• Na solução sólida substitucional os seguintes fatores determinam a solubilidade do soluto no solvente:

• -Tamanho atômico. Diferença entre o tamanho atômico dos átomos do soluto e do solvente deve ser inferior a
15%, para que a solubilidade do soluto no solvente seja significativa.
• -Estrutura cristalina. As estruturas cristalinas do solvente e do soluto devem ser a mesma para a solubilidade do
soluto no solvente seja significativa.
• -Eletronegatividade. A eletronegatividade do soluto e do solvente devem ser próximas, já que uma diferença
significativa de eletronegatividade favorece a formação de um composto intermetálico, dificultando assim a
formação do solução solida
• - Valência. Um metal terá tendência de dissolver um metal de maior valência do que um metal de menor valência.
• Solução solida intersticial: Os átomos do soluto são localizados entre os átomos solvente (posição intersticial).
Nessa solução solida os atomos do soluto devem ser suficientemente pequenos para não causar a presença de
uma nova estrutura (nova fase). Os átomos de C e N (átomos intersticiais) são exemplos de átomos que podem
estar presentes em uma solução solida intersticial.
• 
Defeito pontual: átomos de soluto
• Especificação da composição

• Em um material contendo átomos do soluto a composição por ser expressa em termo de porcentagem em peso (%p.) ou
porcentagem atômica (%at.).
• Considerando uma liga constituída pelos átomos 1 e 2, a concentração do átomo 1 em %p., C1, é dada por :
• C1 = m1 / m1 + m2
• Onde: m1 corresponde a massa do átomo 1 e m2 à massa do átomo 2.
• A concentração do átomo 1 em % at., C1`, é dada por:
• C1`= n1`/n1` + n2`
• Onde: n1`corresponde ao número de moles do átomo 1 e n2`ao número de moles do atomo2.
• n1`= m1/A1
• onde: m1 e A1 correspondem respectivamente, a massa do átomo e ao peso atômico do átomo 1.
• N2`= m2/A2
• onde: m2 e A2 correspondem respectivamente, a massa do átomo e ao peso atômico do átomo 2.
• 

Defeito dimensional ou planar: Contorno de
grãos
 
• Grão cristalográfico: É uma região na qual os átomos estão orientados na mesma direção
• O contorno de grãos é um defeito interfacial que separa os grãos.
• No contorno de grão os átomos apresentam um arranjo irregular, não ocorrendo ligações
químicas em determinadas regiões diferentemente do que ocorre com os átomos
localizados no interior dos grãos. O fato de não ocorrer todas ligações químicas possíveis
nos átomos localizados nos contornos de grãos, faz com essa região tenha uma energia
superior à do interior dos grãos, sendo, portanto, mais reativa e mais suscetível à corrosão.
• Quando a diferença de orientação entre os átomos dos grãos adjacentes é pequena,
diferença geralmente inferior à 5 graus, o contorno é denominado de contorno de grãos de
baixo ângulo, caso a diferença seja maior é denominado de contorno de grãos de alto
ângulo.
Defeito dimensional ou planar: contorno de
grãos
Defeito dimensional ou planar: Contorno de
grãos
• Exemplo de imagem de contorno de grãos revelada por metalografia
Termino da quarta aula
Defeito bidimensional ou planar: contorno de
grãos
• Determinação do tamanho de grãos
• 
• -Método convencional
• Na micrografia obtida através de microscopia ótica são traçadas diversas linhas com o mesmo comprimento.
• Para cada linha é determinado o número de grãos interceptados por ela.
• O tamanho médio de grãos é calculado através da relação entre o comprimento da linha e o número médio de
átomos interceptados.
• -Obtenção do número do tamanho de grão de acordo com a metodologia da ASTM
• De acordo a ASTM o número do tamanho do grão varia entre 1 a 10 sendo que quanto maior for esse número menor
será o tamanho médio do grão.
• O número do tamanho do grão é obtido a partir da seguinte relação:
• N = 2n-1
• Onde : n é o número do tamanho do grão, e N é o número médio de grãos presentes em uma polegada quadrada da
micrografia obtida por microscopia ótica com aumento de 100 vezes
• 
Defeitos bidimensional ou planar: Contorno
de maclas
• Contorno de maclas
• É um tipo de contorno de grãos o qual separa duas regiões, sendo que em uma delas os
átomos estão localizados em posições que correspondem a imagem de espelho da região
adjacente. A região separada por esses contornos é denominada de macla.
• As maclas são formadas a partir de descolamentos atômicos que podem ocorrer devido a
ação de uma tensão de cisalhamento (maclas de deformação), ou que ocorrem durante
tratamentos térmicos de recozimento (maclas de recozimento).
• As maclas de recozimento ocorrem em metais com estrutura CFC, enquanto as maclas de
deformação ocorrem em metais com estrutura CCC e HC.
• As maclas de recozimento são caracterizadas por apresentarem contornos retos e paralelos.
• O processo de formação das maclas, denominado de maclagem, ocorre em planos e
direções especificas.
Defeito bidimensional ou planar: Contorno de
maclas
Defeito bidimensional ou planar: Falha de
empilhamento
Defeito bidimensional
Defeito bidimensional ou planar: falha de
empilhamento
Defeito bidimensional ou planar: Falha de
emplilhamento
Defeito bidimensional ou planar: Falha de
empilhamento

• Movimento de duas discordâncias parciais (b2 e b3)


Defeito bidimensional ou planar: Falha de
empilhamento
Defeito bidimensional ou planar: Célula de
discordâncias
Defeito bidimensional ou planar: Célula de
discordâncias
Defeito bidimensional ou planar: Contorno de
sub grão ou subcontorno de grãos
Defeito linear: Discordâncias
Defeito linear: Discordâncias
Defeito linear: Discordâncias
Defeito linear: Discordâncias
Defeito linear: Discordâncias
Defeito linear: Discordâncias
Defeito linear: Discordâncias
Defeito linear: Discordâncias
Defeito linear: Discordâncias
Defeito linear: Discordâncias
Defeito linear: discordâncias
Defeito linear: Discordâncias
Defeito linear: Discordâncias
Defeitos bidimensionais ou interplanar:
Interface
Termino da quinta e da sexta aula
Defeito bidimensional ou interplanar:
Interface
• Interfaces
• Fase: Região quimicamente e fisicamente homogênea.
• A interface corresponde ao contorno entre duas fases, sendo uma a fase continua que é denominada
de matriz e a outra a fase descontinua.
• Precipitado: Corresponde a fase descontinua que é formada durante um processo natural como o
resfriamento.
• Precipitado coerente: Ocorre quando aa interface entre o precipitado e a matriz ocorre uma
continuação entre os planos do precipitado e da matriz, o que causa uma distorção da estrutura
cristalina em torno da interface. Geralmente o precipitado coerente apresenta uma dimensão inferior
a 0,1 µm.
• Precipitado incoerente: Ocorre quando não há continuidade entre os planos do precipitado e da
matriz.
• Precipitado semicoerente: Ocorre quando na interface há um continuidade apenas parcial entre os
planos da matriz e do precipitado.
Defeito bidimensional ou interplanar:
Interface
Defeito bidimensional ou interplanar:
superfície externa
Mecansimo de deformação plástica por
maclação
Mecanismo de deformação plástica por
maclação ou maclagem
• 
• Além do movimento das discordâncias (escorregamento) a deformação plástica nos metais
pode ocorrer através da formação de uma macla de deformação, processo conhecido como
maclação.
• A maclação envolve o movimento simultâneo e ordenado de um grande número de átomos,
sendo que esse movimento envolve um pequeno deslocamento dos átomos. A ocorrência
desse movimento com a consequente formação da macla implica na ocorrência de uma
deformação plástica.
• A deformação plástica por maclação somente é importante nas situações nas quais, o
movimento das discordâncias (escorregamento) é difícil de ocorrer. Embora em menor
intensidade que o escorregamento a maclação ocorre nos metais HC ( o baixo numero de
sistemas de escorregamento dificulta a ocorrência desse fenômeno), nos metais CCC em
temperatura abaixo da ambiente ou quando a taxa de deformação plástica é elevada. Em
metais CFC a maclação não é importante.
Mecanismo de deformação plástica por
maclação ou maclagem
• A maclagem resulta em uma pequena deformação plástica que
resulta em deslocamento atômico inferior a uma distância atômica,
enquanto no escorregamento ocorre um deslocamento
correspondente a múltiplos distintos de uma distância atômica.
• Enquanto que no escorregamento os planos antes e após o
escorregamento mantem a mesma orientação, na maclagem ocorre
uma reorientação através do plano da macla.
• A principal importância da maclagem é que a reorientação dos planos
que acompanha ela resulta em planos que atuam como planos de
escorregamento
Mecanismo de deformação plástica por
maclação
Mecanismo de deformação plástica por
maclação
Deformação plástica por maclação ou
maclagem
Mecanismos de endurecimento: Introdução
• Efeito do movimento das discordâncias
• - Efeito na resistência mecânica
• Quando o movimento das discordâncias é dificultado a tensão necessária para que as discordâncias alcancem a
superfície do material passa a ser maior ocorrendo assim o aumento da tensão limite de escoamento do material
(tensão necessária para o material sofrer deformação plástica) e da máxima tensão suportada pelo material.

• - Efeito na ductilidade
A ductilidade que é a capacidade do material de se deformar plasticamente antes de romper será maior quanto
maior for o numero de discordâncias que atingem a superfície do material antes da sua ruptura. Assim, um metal
HC que apresenta um menor numero de sistemas de escorregamento tende a apresentar uma menor ductilidade já
que um menor número de discordâncias deve atingir a superfície. Já um metal CFC que embora apresenta o
mesmo numero de sistemas de escorregamento que um metal CCC, apresenta uma maior ductilidade. Esse
comportamento ocorre porque os planos de escorregamento da estrutura CFC mais compacto o que faz com um
maior numero de discordâncias possa atingir a superfície antes da ruptura do material.
Mecanismos de endurecimento: Refino de
grãos
Mecanismos de endurecimento: Refino de
grãos
• A presença do contorno de grãos dificulta o movimento das discordâncias devido aos
seguintes fatores:
• - Devido a diferença de orientação entre os grãos adjacentes as discordâncias devem mudar
de direção ao passarem de um grão para outro o que dificulta o movimento delas. Essa
dificuldade é maior quanto maior for a diferença de orientação entre os grãos adjacentes.
• - Na região do contorno de grãos ocorre um desordenamento dos átomos o que resulta na
descontinuidade do plano de escorregamento o que dificulta o movimento da discordância
ao passar de um plano para outro.
• 
• Para os contornos de grãos de alto ângulo geralmente a discordância não consegue passar
de um grão para outro. Nesse caso ocorre um acumulo de discordâncias no contorno de
grãos o que resulta em um acumulo de tensões na frente do plano de escorregamento o que
causa a formação de novas discordâncias no plano adjacente.
Mecanismos de endurecimento: Refino de
grãos
• 
• O aumento da resistência mecânico do material com a diminuição do
tamanho de grãos obedece a relação de Hall Petch:
• σe = σ0 + K. d-1/2
• onde: σe corresponde a tensão de escoamento, σ0 e K são constante
e d corresponde ao tamanho médio dos grãos.
• A equação de Hall-Petch não é válida para grãos muito grandes ou
grãos muito pequenos com dimensões nanometrica.
Mecanismos de endurecimento: Refino de
grãos
• - Efeito na resistência mecânica

• O refino de grãos eleva a resistência mecânica do material já que com


a diminuição do tamanho dos grãos ocorre o aumento da área dos
contornos de grãos os quais atuam como obstáculo ao movimento
das discordâncias.
Mecanismos de endurecimento: Refino de
grãos
• - Efeito na ductilidade e tenacidade
• Quando um material é submetido a uma tensão inicialmente ocorre a nucleação de uma trinca a qual
posteriormente se propaga ate atingir um comprimento crítico a partir do qual a trinca se propaga
rapidamente e causa a fratura do material. Portanto, quanto maior for a dificuldade da trinca de se
movimentar maior será o nível de deformação a ser atingido pelo material antes da sua ruptura.
• O refino de grãos embora dificulte o movimento das discordâncias e consequentemente diminua o
número de discordâncias que deve atingir a superfície do material, geralmente não diminui a
tenacidade . Isso ocorre porque o contorno de grãos dificulta a propagação das trincas tanto
intergranular como transgranular e assim, com o aumento da área de contorno de grãos causadas
pelo refino o material pode alcançar um maior nível de deformação antes de romper. Portanto, esse
efeito de retardamento das trincas compensa o efeito do refino de grãos em dificultar o movimento
das discordâncias.
• A elevação da resistência mecânica sem a diminuição da ductilidade causada pelo refino de grãos
resulta na elevação da tenacidade e portanto na resistência do material ao impacto.
Mecanismos de endurecimento: Refino de
grãos
Mecanismos de endurecimento: Refino de
grãos
Mecanismos de endurecimento:
endurecimento por solução sólida
• O endurecimento por solução solida é causado pela presença de um
átomo de soluto, geralmente um elemento de liga, na região do metal
que apresenta uma única estrutura (solução sólida).
• O átomo de soluto presente em um metal pode provocar os seguintes
campos de deformação:
• - Campo de deformação de tração: ocorre quando o átomo do soluto
é menor que o do solvente
• - Campo de deformação de compressão: ocorre quando o átomo do
soluto é maior que o do solvente
Mecanismos de endurecimento:
endurecimento por solução solida
• Quando o átomo do soluto esta presente no metal ele tende a se agrupar em torno da
linha de discordância da discordância em aresta para diminuir a energia do sistema.
• Quando o átomo do soluto é maior que o átomo do solvente causando assim a
presença de um campo de deformação de compressão, ele se segrega nos planos
adjacentes da discordância logo abaixo da linha de discordância. Com isso ocorre uma
anulação parcial do campo de deformação de tração causado pela presença da
discordância, colaborando assim para diminui a energia do sistema.
• Quando o átomo do soluto é menor que o átomo do solvente causando assim a
presença de um campo de deformação de tração, ele se segrega nos planos adjacentes
da discordância logo acima da linha de discordância. Com isso ocorre uma anulação
parcial do campo de deformação de compressão causado pela presença da
discordância, colaborando assim para diminuir a energia do sistema.
Mecânismos de endurecimento:
endurecimento por solução sólida
• Quando uma tensão é aplicada no metal a presença dos átomos do soluto em solução
solida exige uma tensão mais elevada para ocorrer o escorregamento, isto é, para que
as discordâncias possam se movimentar até a superfície do metal causando a
deformação plástica. Isso ocorre porque é necessário que uma maior tensão para a
discordância iniciar o seu movimento e também para ela se movimentar ao longo da
estrutura cristalina.
• Devido a segregação dos solutos em torna das discordâncias em aresta é necessária a
aplicação de uma tensão mais elevada para a discordancia se desprender do soluto e
iniciar o movimento, já que o campo de deformação da discordância é atraído pelo
campo de deformação oposta do em torno do soluto.
• Ao se movimentar na estrutura cristalina a discordância se depara com campos de
deformação de natureza oposta causado pela presença do soluto, dificultando assim o
movimento da discordância.
Mecanismos de endurecimento:
endurecimento por solução sólida
• Quando uma tensão é aplicada no metal a presença dos átomos do soluto em solução
solida exige uma tensão mais elevada para ocorrer o escorregamento, isto é, para que
as discordâncias possam se movimentar até a superfície do metal causando a
deformação plástica. Isso ocorre porque é necessário que uma maior tensão para a
discordância iniciar o seu movimento e também para ela se movimentar ao longo da
estrutura cristalina.
• Devido a segregação dos solutos em torna das discordâncias em aresta é necessária a
aplicação de uma tensão mais elevada para a discordancia se desprender do soluto e
iniciar o movimento, já que o campo de deformação da discordância é atraído pelo
campo de deformação oposta do em torno do soluto.
• Ao se movimentar na estrutura cristalina a discordância se depara com campos de
deformação de natureza oposta causado pela presença do soluto, dificultando assim o
movimento da discordância.
Mecanismos de endurecimento:
endurecimento por solução sólida
• A intensidade do campo de deformação causado pela presença do soluto, e
portanto, a dificuldade da discordância se movimentar na estrutura cristalina,
depende da dimensão do soluto. Quanto maior for a diferença de dimensão entre
o soluto e o solvente na solução solida mais significativo será o endurecimento por
solução solida. Assim os solutos intersticiais como o carbono e o nitrogênio são os
mais efetivos na elevação da resistência mecânica por solução solida.
• A presença de elementos de liga na solução solida eleva a dureza e a resistência
mecânica do metal devido ao endurecimento por solução solida, mas geralmente
causa a diminuição da sua ductilidade e da sua tenacidade. A exceção ocorre em
determinadas ligas cujos solventes apresentam estrutura CFC, como por exemplo,
na liga Cu-Zn (latão), para um teor de Zn de ate 35%p. e na liga de Cu-Sn.
Mecanismos de endurecimento:
Endurecimento por solução solida
Mecanismos de endurecimento:
endurecimento por solução solida
Final da sétima aula
Mecanismo de endurecimento:Endurecimento
por solução solida
Mecanismos de endurecimento: encruamento
Mecanismo de endurecimento: Encruamento
• Encruamento é o fenômeno através do qual um metal dúctil tem a sua dureza e resistência mecânica
aumentada ao ser submetido a uma deformação plástica correspondente a um trabalho a frio
(abaixo da temperatura de recristalização).
• O trabalho a frio aumenta a resistência mecânica do material porque a tensão a qual a qual o metal
é submetido eleva a densidade de discordâncias dificultando assim o movimento delas e
consequentemente exigindo uma maior tensão aplicada para as discordâncias se movimentarem e
causarem a deformação plástica.
• Quando uma tensão que resulta em uma deformação plástica é aplicada em um metal ocorre um
aumento da densidade de discordâncias, devido tanto a geração de novas discordância como à
multiplicação das discordâncias existentes. Com a elevação da densidade de discordâncias ocorre a
diminuição da distância entre elas e consequentemente ocorre o aumento das interações entre os
campos de deformação de mesma natureza das discordâncias. Por serem essas interações repulsivas
o movimento das discordâncias é dificultado. Ocorrem também as interações entre os campos de
deformação de natura oposta entre as discordâncias, no entanto, prevalece o efeito das interações
entre campos de deformação com natureza semelhante.
Mecanismo de endurecimento: Encruamento
• O encruamento diminui a ductilidade do metal, e embora aumenta a resistência
mecânica a tenacidade geralmente diminui devido ao efeito predominante da
diminuição da ductilidade. Em dertos metais CFC que apresentam elevada ductilidade
como as ligas de alumínio mesmo após o encruamento o metal continua apresentado
uma tenacidade adequada a sua aplicação. Por exemplo ligas de Alumio da família
6xxx utilizadas no casco de embarcações.
• O grau de deformação plástica é geralmente expresso em termos de %TF
(porcentagem de trabalho a frio) através da seguinte relação:
• %TF= (A0-Ad)/A0 . 100
• 
• Onde: A0 é a área da secção transversal corpo de prova antes de ser submetido à
deformação plástica e Ad após ser submetido a deformação plástica.
Mecanismo de endurecimento: Encruamento
• A resistência mecânica descrita em termos de tensão de escoamento e limite de resistência a
tração aumenta e a ductilidade diminui com a %TF passando a ficar constante a partir de um certo
valor de %TF.
• Os metais com maior ductilidade apresentam um maior aumento da sua resistência mecânica com
o encruamento enquanto que para os metais frágeis esse aumento é pouco significtivo
• Os metais apresentam diferentes suscetibilidade ao encruamento, sendo que essa caracteriza esta
relacionada com o parâmetro expoente n da seguinte relação:
•  σ= K. ξn
• Onde:  σ é a tensão aplicada, ξ a deformação resultante e n e K são constantes
• 
• Um material com maior valor de n apresenta um encruamento mais elevado para uma mesma
deformação plástica.
• 
Recozimento: Recuperação
Recozimento: Recuperação
Recozimento: Recuperação
Final da oitava aula
Recozimento: Recristalização
Recozimento: Recristalização
Recozimento: Recristalização
Recozimento: Recristalização
Recozimento: Recristalização
Recozimento: Recristalização
Recozimento: Recristalização
Recozimento: Recristalização
Recozimento: Recristalização
Recozimento: Recristalização
Recozimento: Recristalização
Recozimento: Recristalização
Recozimento: Recristalização
Recozimento: Recristalização
Final da nona aula
Crescimento dos grãos
Crescimento dos grãos
Crescimento dos grãos
Crescimento dos grãos
Crescimento dos grãos
Crescimento dos grãos
Crescimento dos grãos
Crescimento dos grãos
Crescimento dos grãos
Trabalho a frio e trabalho a quente
Trabalho a frio e trabalho a quente
Final da decima aula
Trabalho a frio e trabalho a quente
Trabalho a frio e trabalho a quente
Trabalho a quente e trabalho a frio
Trabalho a quente e trabalho a frio
Trabalho a quente e trabalho a frio
Trabalho a quente e trabalho a frio
Trabalho a quente e trabalho a frio
Trabalho a quente e trabalho a frio
Final da decima primeira aula

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