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DRX - Difração de Raios x

Lucas de Oliveira Lopes (119757)


lucaslopes1@gmail.com
Instituto de Física "Gleb Wataghin" - UNICAMP

26 de novembro de 2017
Resumo

Neste trabalho estudamos 5 amostras desconhecidas, utilizando raios x e observando a difração em


cada amostra foi possível determinar suas estruturas cristalinas, seus parâmetros de rede, bem como o
material contido em cada uma.

I. Introdução Por causa de sua alta penetração em meios opacos


e outras propriedades que serão discutidas a seguir,
Radiações eletromagnéticas cujo comprimento de onda o raio-x foi, e ainda é, largamente utilizado tanto na
está compreendido entre 10 6 nm e 10nm são chamadas medicina como em análises de materiais. Este último é
de raios-x. Em termos de frequência podem possuir o foco presente trabalho.
de 3 · 1016 Hz a 3 · 1023 Hz e cada foton pode carregar
energias que variam de 100eV até 100keV.
Os raios-x podem ser gerados de duas formas distin-
Wilhelm Conrad Róntgen, nascido na Prússia, desco- tas: por espalhamento de elétrons ou transição eletrô-
briu os raios-x em 1895 enquanto estudava a lumines- nica. A foma mais convencional é via espalhamento,
cência produzida por raios catódicos.Róntgen observou que consiste na mudança da trajetória de um elétron
que os elétrons emitiam uma radiação capaz de mar- promovida por uma aceleração originada da intera-
car uma chapa fotográfica quando adiquiriam energia ção Coulombiana entre o elétron um núcleo positivo
cinética suficiente no tubo de raios catódicos. Então, (+Z). Esta aceleração provoca a emissão de radiação
colocou entre o tubo e a chapa fotográfica alguns cor- cuja freqüência n e energia do fóton emitido, hn, de-
pos opacos à luz visível e pode observar que vários dos pendem da carga do núcleo, da velocidade do elétron e
materiais expostos diminuíam, mas não anulavam a do parâmetro de impacto, r.como mostra a Figura2, o
chegada da radiação desconhecida até a placa. Desta parâmetro de impacto corresponde à distância entre a
forma, conclui que tal radiação possuia um alto poder trajetória inicial do elétron e a linha paralela que passa
de penetração. Em uma dessas experiências, Róntgen pelo centro do núcleo .
pediu para que sua esposa colocasse a mão entre o
tubo e a chapa, o que resultou numa imagem de sua
estrutura óssea,a primeira radiografia da história Figura
1.

Figura 2: Espalhamento de um elétron pelo núcleo de um átomo de


determinado material.[1]

Figura 1: Imagem obtida por Róntgen da mão de sua esposa, A radiação emitida foi utilizada em nossas amostras e,
quando colocada entre uma fonte de raios x e uma chapa obaservando a difração ocorrida, podemos determinar
fotográfica.[8] características importantes sobre o material da amostra.

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II. Balizas Teóricas Existem no total 7 diferentes sistemas cristalinos: cú-


bico, tetragonal, ortorrômbico, monoclínico, triclínico,
i. Índices de Miller trigonal (ou romboédrico) e hexagonal.

Os índices de Miller São um tipo de notação utilizada


em cristalografia para definir conjuntos calcular as dis- Cubico
tâncias entre planos em uma rede de Bravais. Sempre
Todas as arestas são iguais a = b = c e todos os ângulos
são apresentados na forma (hkl).
iguais a 90o , ou seja a = b = g = 90o . Possui 3 distri-
buições diferentes: simples, com átomos em cada uma
das arestas; de corpo centrado, com átmos em cada
uma das arestas e no centro do cubo; de face centrada,
com átomos em cada uma das arestas e no centro de
cada face.

Figura 5: Estruturas cubicas: simples, de corpo centrado e de faces


centradas, respectivamente.[10]

A distância entre dois planos d pode ser escrita de tal


Figura 3: Planos das estruturas cristalinas e suas representações foma que
com indices de Miller.[9]
1 h2 + k 2 + l 2
= (2)
d2 a2
ii. Redes cristalinas de Bravais
Bravais estudou quais seriam as possíveis formas de Tetragonal
se arranjar grupos geométricos de pontos dispostos de
forma periódica no espaço tridimensional, uma cela. Neste caso a = b6=c e a = b = g = 90o . Possui 2
Estes arranjos são chamados de rede de Bravais. A distribuições diferentes: simples e de face centrada.
posição R é dada por

R = n1 a1 + n2 a2 + n3 a3 (1)

onde a1 , a2 e a3 são três vetores não coplanares e n1 ,


n2 e n3 são inteiros. A geometria dessas celas estão
associdadas às distancias que separam cada átomo a, b Figura 6: Estruturas tetragonais: simples e de faces centradas, res-
e c (arestas da cela) e os ângulos entre estas arestas a,b pectivamente. [10]
e g.
A distância entre dois planos d pode ser escrita de tal
foma que
1 h2 + k 2 l2
= + (3)
d2 a2 c2

Ortorrómbica
Para a ortorrómbica a6=b6=c e a = b = g = 90o . Possui
4 distribuições diferentes: simples, de face centrada; de
corpo centrado; e de base centrada onde temos átomos
Figura 4: Exemplo de estrutura cristalina.[10] em cada uma das arestas e no centro da base.

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h2 2 2
1 a2
sen2 a + bk2 sen2 b + cl 2 sen2 g + 2kl 2hl 2hk
bc cosa + ac cosb + ab cosg
=
d2 1 cos2 a cos2 b cos2 g + 2cosacosbcosg
(6)
Figura 7: Estruturas ortorrómbicas: simples, de base centrada, de
corpo centrado e de faces centradas respectivamente.[10]
Trigonal
Aqui a = b = c e a = b = g6=90o . Possui apenas uma
A distância entre dois planos d pode ser escrita de tal
forma simples de distribuição.
foma que
1 h2 k2 l2
= + + (4)
d2 a2 b2 c2

Monoclinica
Aqui temos a6=b6=c e a = g = 90o e b 6= 90o . Possui 2
Figura 10: Estrutura trigonal simples.[10]
distribuições diferentes: simples e de base centrada.

A distância entre dois planos d pode ser escrita de tal


foma que

1 (h2 + k2 + l 2 )sena + 2(hk + kl + lh)(cos2 a cosa)


=
d2 a2 (1 3cos2 a + 2cos3 a)
(7)
Figura 8: Estruturas monoclinicas: simples de base centrada,
respectivamente.[10]
Hexagonal
A distância entre dois planos d pode ser escrita de tal Para a hexagonal a = b6=c e a = b = 90o e g = 120o .
foma que
!
1 h2 k2 sen2 b l2 2hlcosb
= + + 2+ cossec2 b (5)
d2 a2 b2 c ac

Triclinica
Neste caso temos a6=b6=c e a6= b6=g6=90o . Possui apenas Figura 11: Estrutura hexagonal simples. [10]
uma forma simples de distribuição.
A distância entre dois planos d pode ser escrita de tal
foma que
!
1 4 h2 + hk + h2 l2
= + (8)
d2 3 a2 c2

iii. Lei de Bragg


Ao incidem em um cristal, os raios x são refletidos
Figura 9: Estrutura triclinica simples.[10]
por cada um dos planos de átomos paralelos. Quando
essas reflexões produzem interferências construtivas,
A distância entre dois planos d pode ser escrita de caso a diferença de caminho entre os raios equivalha a
tal foma que um múltiplo inteiro de comprimento de onda, ocorre a
difração. Como pode ser observado na Figura 12.

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mostra a figura 15. Então, ocorre o fenômeno de espa-


lhamento. O comprimento de onda do fóton emitido
(radiação de bremsstrahlung) depende do parametro de
impacto r, quanto menor seu valor menor será o com-
primento de onda do fóton emitido. Quando r = 0 são
produzidos raios x com o menor comprimento l( min)
de onda e mais energéricos.

Figura 12: Esquema do fenômeno modelado pela Lei de Bragg.[7]

Assumindo que a distância entre dois planos de uma


rede cristalina é d, a Lei de de Bragg nos fornece

nl = 2dsenq (9)
Figura 15: Raios x sendo produzidos.[1]
III. Detalhes Experimentais
Por conta dos diferentes parâmetros de impacto, uma
Utilizamos um difratômetro de raios x Rigaku mesma tensão de aceleração de elétrons produz dife-
MiniFlex, figura 13, que pode realizar análises de ma- rentes comprimentos de ondas. Porém, aguns deles
teriais policristalinos e apresenta em seu interior a es- são mais prováveis de existir por ocorrerem em maior
trutura representada na figura 14. intensidade como pode ser conferido na figura 16.

Figura 13: Rigaku MiniFlex.

Figura 16: Gráfico de intensidade por comprimento de onda com


diferentes tensões de aceleração dos elétrons para o
molibidênio.[1]

Podemos notar que existem dois picos Ka e K b no


espectro. Como o aparelho utiliza o comprimento de
onda em Ka para incidir nas amostras, há, na sáida
do gerador de raios x, um filtro que retém o todo o
espectro contínuo e o pico K b . Nosso equipamento
Figura 14: Esquema de funcionamento do difratômetro Rigaku utiliza cobre no lugar de molibidênio, isto posto Ka
MiniFlex.[6] corresponde a um comprimento de onda da radiação
emitida de l = 0.15418nm.
Dentro do tubo de raios x elétrons são acelerados Os parâmetros que controlam a aquisição de dados
por uma tensão muito alta em direção a um alvo, como são: um Dq de varredura, o passo angular da amostra

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e o tempo que a amostra fica parada entre um passo e A tabela 1 nos mostra valores confiáveis de referência
outro. A raidição Ka incidirá na amostra fazendo um medidos para os picos intensidades na difração dos
ângulo q com sua suferfície e sofre um desvio 2q em raios x no Alumínio bem como os ângulos em que eles
sua trajetória que é o valor computado pelo sistema ocorrem, os indices de Miler para cada ângulo e as
associado ao difratometro e chamado de ângulo de ditâncias entre os planos.
difração. A radiação espalhada nas amostras geram
diferentes padrões de interferência no detector, com
intensidades altas em valores diferentes de 2q. A lei Tabela 1: Valores de referência para os 4 primeros picos de in-
de Bragg nos fornece uma relação entre os valores de tensidade do alumínio. (Crystallographic Laboratory,
difração e a distância entre os planos de Miller de uma Cambridge, England, UK., ADAPTADO)
estrutura cristalina de Bravais. Com essas relações e
uma consulta na literatura dos valores conhecidos para No h k l s d (nm) 2q [deg] I [%]
os materiais é possível determinar de qual o elemento 1 1 1 1 3 0.2330 38.61 100
ou liga cada amostra é composta. 2 2 0 0 4 0.2020 44.83 90
3 2 2 0 8 0.1430 65.18 80
4 3 1 1 11 0.1220 78.30 100
IV. Resultados, Análise de Dados e
Discussões
Colhemos dados de intensidade por 2q das 5 amostras
estudadas e geramos os difratogramas de todas elas. Utilizando 9 na equação 2 obtemos uma relação para
A indentificação de uma estrutura cristalina através o parâmetro de rede do alumínio
desses dados torna-se complexa pois exige a resolução
de equações polinomiais de muitas variáveis por isso
vamos usar o software X 0 PertHighscore, que analisa um
difratograma e compara com um banco de dados, para, p
l s
assim, podermos identificar a amostra desconhecida a= (10)
2senq
e sabermos seu parâmetro de rede. Para demosstrar
como indentifica-se uma amostra vamos trabalhar com
o alumínio.
onde s = h2 + k2 + l 2 . Assim para cada s da tabela 2
calculamos o parâmetro de rede
Alumínio
Para o alumínio temos o seguite da figura 17. A região
irregular que aparece na figura indica que o material Tabela 2: Valores calculados do parâmetro de rede a do alumínio
poderia estar contaminado de alguma forma. Hipótese considerando os dados de referência da tabela 1
razoável, pois a amostra é bem antiga, ou que a amostra
não é feita alumínio puro. No s a [nm]
1 3 0.404
2 4 0.404
3 8 0.405
4 11 0.405

Estes dados convergem perfeitamente com o parâme-


tro de rede já conhecido para o alumínio a ⇡ 0.405nm.

Nossos picos diferem em aproximandamente 0.5o em


relação à referência, então, pode-se calcular, a partir
da equação 10, os parametros de rede utilizando os 4
primeiros picos para todos os valores de s entre 1 e 11
Figura 17: Espectro de raios x para a amostra de alumínio. e observar qual desvio se obtem do valor já conhecido.

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Tabela 3: Valores dos parâmetros de rede calculados para o alumínio


referentes aos picos de intensidade onde os ângulos são
referentes a 2q.

Alumínio 37.94o 44.2o 64.98o 77.82o


h2 + k 2 + l 2 a (nm) a (nm) a (nm) a (nm)
s =1 0.2567 0.2049 0.1435 0.1227
s=2 0.3631 0.2897 0.2029 0.1733
s=3 0.4447 0.3548 0.2485 0.2126
s=4 0.5153 0.4098 0.2807 0.2455
s=5 0.5742 0.4581 0.3209 0.2744 Figura 19: Espectro de raios x para o grafite. Os os números
indicados em cada pico de intensidade [001],[002]
s=6 0.6290 0.5019 0.3515 0.3006
e [003] correspondem aos indices de Miller. (Hq
s=7 0.7263 0.5421 0.3797 0.3247
Graphene.,Empresa Holandesa fornecedor de cristais,
s=8 0.7703 0.5795 0.4059 0.3472 registro KVK 59652233)
s=9 0.8120 0.6147 0.4305 0.3682
s = 10 0.8516 0.6479 0.4538 0.3882
Utilizando os indices de Miller da figura 3 podemos
s = 11 0.8895 0.6795 0.4759 0.4071
calcular a distância entre dois planos como mostra a
figura 20.

Os valores em amarelo produzem um parâmetro de


rede acalc = (4.2 ± 0.2)nm bem próximo do valor já
conhecido a ⇡ 0.405nm. Aqui o trabalho para encontrar
o parâmetro de rede não foi tão extenso pois a tabela de
referência já nos forneceu os indices h, k e l para rada
pico de intensidade. Se tivéssemos que descobrir esses
planos seria inviável calcular no papel.

Amostra 1 Figura 20: Esquema de associação das estrutura do grafite. Os


planos de carbono de associam deveido uma interação
A amostra 1 figura 18, visualmente, era muito parecida de van der Waals.19
com grafite. Pode-se dizer isso pois no experimento
seguinte STM também havia uma amostra de grafite. O Trabalhando com 8 obtemos
difratograma da amostra 1 pode ser conferído na figura
19 muito semelhante ao difatrograma da figura 19 c = dl (11)
Substituindo em 9 temos

ll
c= (12)
2senq
Para os 3 picos temos parâmetro médio (ccalc =
0.33 ± 0.02nm) que converge muito bem com o valor da
literatura clit ⇡ 0.33nm). Porém, como h e k são sempre
zero, não conseguimos calcular o valor do parâmetro de
rede a, porém temos indícios suficientes para afirmar
que a amosta 1 é grafite.

Amostra 2
Nota-se que na figura 21 que apresenta o espectro de
Figura 18: Espectro de raios x para a amostra 1. raios x para a amostra 2 temos um pico para baixo, isso

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ocorreu pois em um dado momento pausamos a aquisi- Tabela 6: Valores de referência para os 4 primeros picos de intensi-
ção de dados e na retomada surgiu este pico, ou seja, dade do carbeto de cromo. (Crystallographic Laboratory,
podemos desconsidera-lo. Note que o difratograma da Cambridge, England, UK., ADAPTADO.
amostra 2 é muito semelhante ao da amostra de alumí-
No h k l s d (nm) 2q [deg] I [%]
nio, logo, a priori pensamos que esta também era uma
1 1 1 1 3 0.2330 38.61 100.0
de alumínio.
2 0 0 2 4 0.2017 44.90 100.0
3 0 2 2 8 0.1427 65.34 100.0
4 1 1 3 11 0.1218 78.46 5.0

Aqui encontramos um problema: os dados para os 4


materias são muito próximos entre si e da amostra. Isso
torna o método usado para para tabalhar anteriomente
com o alumínio inconclusivo.

Amostra 3
A partir de nossos dados no X 0 PertHighscore vimos que
o zinco parecia ser o material mais se assemelhava com
Figura 21: Espectro de raios x para a amostra 2. nossa amostra. A figura 22 mostra nosso difratograma
para a amostra 3 e a tabela 7 possui os valores de
refrência para o zinco.

Ao introduzir nossos dados no X 0 PertHighscore fo-


ram devolvidos 4 compostos que continham os 4 pri-
meiros picos de indesidade semelhantes ao da amostra
2: alumínio, como já citado, fluoreto de lítio, platina e
carbeto de cromo. As tabelas 4, 5 e 6 apresensentam os
valores de referência para os 3 ultimos respectivamente.

Tabela 4: Valores de referência para os 4 primeros picos de intensi-


dade do fluoreto de lítio. (Calculated from ICSD using
POWD-12++, (1997), ADAPTADO)
Figura 22: Espectro de raios x para a amostra 3.
No h k l s d (nm) 2q [deg] I [%]
1 1 1 1 3 0.2349 38.70 80.7
2 2 0 0 4 0.2013 44.99 100 Tabela 7: Valores de referência para os 6 primeros picos de inten-
sidade do zinco.(Hanawalt et al., Anal. Chem., 10, 475,
3 2 2 0 8 0.1423 65.51 39.0
(1988), ADAPTADO
4 3 1 1 11 0.1214 78.75 8.5
No h k l d (nm) 2q [deg] I [%]
1 0 0 2 0.2460 36.50 25.0
2 1 0 0 0.2300 39.14 20.0
3 1 0 1 0.2080 43.48 100.0
Tabela 5: Valores de referência para os 4 primeros picos de inten-
4 1 0 2 0.1668 54.58 14.0
sidade da platina Calculated from ICSD using POWD-
12++, (1997), ADAPTADO.
5 1 1 0 0.1333 70.79 18.0
6 1 1 2 0.1170 82.35 12.0
No h k l s d (nm) 2q [deg] I [%]
1 1 1 1 3 0.2325 38.69 100.0 O zinco respeita uma estrutura cristalina hexagonal
2 2 0 0 4 0.2014 44.97 45.5 compacta (HC), logo podemos usar 8 para estuda-lo.
3 2 2 0 8 0.1424 65.49 23.7 Utilizando o primeiro pico onde temos os indices de
4 3 1 1 11 0.1214 78.73 24.0 Miler [002] obtemos

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Tabela 8: Valores de referência para os 4 primeros picos de intensi-


c = 2d (13) dade do titânio. (Hanawalt et al., Anal. Chem., 10, 475,
(1988), ADAPTADO)
Substituindo em 9 ficamos com
No h k l d (nm) 2q [deg] I [%]
c=
l
(14) 1 1 1 0 0.2337 38.48 100.0
senq 2 2 0 0 0.1653 55.54 12.0
O que nos forcece o parâmetro ccalc = 0.490nm, valor 3 2 1 1 0.1349 69.60 17.0
muito próximo ao da literatura onde clit ⇡ 0, 494nm. 4 2 2 0 0.1168 82.45 4.0
Uma forma de calcular o parâmetro a é usar uma
propriedade da estrutura cristalina hexagonal compacta
que nos diz Tabela 9: Valores de referência para os 4 primeros picos de intensi-
dade do tântalo. (Calvert, L., Lakes Entrance, Victoria,
c Australia.,(1993), ADAPTADO)
= 1, 856 (15)
a
No h k l d (nm) 2q [deg] I [%]
Trabalhando com essa relação obtemos um parâme-
1 1 1 0 0.2330 38.61 100.0
tro de rede acalc = 0.263nm que convege bem com a
2 2 0 0 0.1650 55.66 20.0
literatura alit ⇡ 0, 266nm.
3 2 1 1 0.1350 69.58 30.0
Outra forma de calcular o parâmetro a é utlizar nosso
4 2 2 0 0.1170 82.35 5.0
segundo pico onde 2q = 39.41o e os indices Miler cor-
respondem a [100] segundo nossa referência. Assim
obtemos O tântalo respeita uma estrutura cristalina cúbica
de corpo centrado e seu parâmetro de rede segundo a
literatura vale atan = 0.330nm. O titânio por sua vez
a=d (16)
respeita uma estrutura cristalina hexagonal compacta
ou seja (HC) e seu parametro de rede vale ati = 0.295nm. Note
que no segundo pico os indices de Miler para âmbos
l são [200]. Nosso segundo pico está em 2theta = 55.82o ,
a= (17)
2senq então vamos utilzar esses indices e nosso ângulo para
Essa relação nos fornece um valor acalc0 = 0.229nm calacular o parâmetro de a dos dois elementos e ver em
um pouco mais distante do valor da literatura mas qual se encaixa melhor.
ainda sim razoável. Logo podemos concluir que nossa Como o tântalo é um CCC podemos utilizar 4 e, com
amostra 3 é zinco. os indices [200] temos

Amostra 4 a = 2d (18)
Substituindo em 9 ficamos com
Aqui o X 0 PertHighscore nos apresenta duas possibili-
dades razoáveis: tântalo e titânio. A figura 23 mostra l
o difratograma da amostra 4 e as tabelas 8 e 9 mos- a= (19)
senq
tram os valores de referência apara o titânio e o tântalo Isso nos fornece um parâmetro de rede a( tan
respectivamente. calc) = 0.329nm muito próximo do teórico.
Para o titânio podemos usar 8 e, com os indices [200]
ficamos com

4d
a =p (20)
3
Substituindo em 9 temos

2l
a =p (21)
3senq
Esta relação nos fornece um parâmetro de rede
ati calc = 0.380nm um pouco mais distânte do valor
Figura 23: Espectro de raios x para a amostra 4. da literatura, mas ainda sim razoável.

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Nossos dados convergem mais para o tântalo, porém, [10] http://www.seas.upenn.edu/ chem101/
os valores são muito próximos e não temos como esti-
mar erros de forma razoável não fica conclusiva nossa
análise.

V. Conclusões
Embora não tenhamos obtido 100% de sucesso na
análise de todas amostras, foi possível restringir as
possibilidades de materiais utilizando o programa
X 0 PertHighscore.
A amostra de alumínio, já conhecida, foi usada ape-
nas para aplicar e conhecer o método de análise.
A amostra 1 apresentou o parâmetro de rede (ccalc =
0.33 ± 0.02nm) convergindo com o valor do grafite e,
apesar de não conseguirmos calacular o parâmetro de
rede, a pode-se afirmar que se trata de uma amostra de
grafite.
No caso da amostra 2, conseguimos, com a ajuda
do software, restringir a 4 possibilidades: alumínio,
fluoreto de lítio, platina e carbeto de cromo. Já a amos-
tra 3 se trata de uma amostra de zinco e conseguimos
calcular seus parâmetros de rede ccalc = 0.490nm e
alit ⇡ 0, 266nm.
Na amostra 4 conseguimos, com a ajuda do software,
restringir a 2 possibilidades: titânio ou tântalo. Ao
cacular os parâmetros de rede ati calc = 0.380nm e
a( tan calc) = 0.329nm. O tântalo apresentou maior
convergencia com o valor da literatura, porém, pela
dificuldade de calcular os erros associados assumimos
que a análise foi inconclusiva.

Referências
[1] Rodrigues. A. J., Raios x: difração e espectroscopia,
Série Apontamentos, Edtora Ufscar, 2005

[2] www.fem.unicamp.br/ caram/capitulo3.pdf

[3] www.foz.unioeste.br/ la-


mat/downmateriais/materiaiscap3.pdf

[4] www.hqgraphene.com/HOPG.php

[5] www.princeton.edu/iac/equip/RigakuXRD

[6] www.shimadzu.com.br/analitica/produtos/difratometros

[7] https://publish.illinois.edu/x-
raycrystallography/2014/12/18/introduction/

[8] https://en.wikipedia.org/wiki/X-ray

[9] http://cdn.iopscience.com/images/books/978-1-
6817-4473-5/

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