Você está na página 1de 72

QUÍMICA

Licenciatura Engenharia Gestão Industrial


1º Ano, 1ºSemestre

2023/2024

1
COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DO ÁTOMO
1- protões: têm carga positiva e formam o núcleo (mp=1,67x10-27 Kg; qp = -qe)

2- neutrões: não têm carga e formam o núcleo (mn ≈ mp; qn = 0)

3- electrões: têm carga negativa e localizam-se em torno do núcleo (me=9,11x10-


31Kg; qe= -1,602x10-19 C (negativa por convenção))

A
Número atómico, Z = número de protões Z X
Número de massa, A = número de protões + número de neutrões

Isótopos: são átomos do mesmo elemento que diferem no número de neutrões.


Portanto têm o mesmo número atómico e diferem no número de massa.

2
COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DO ÁTOMO

3
COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DO ÁTOMO

h = é a constante de Planck = 6,63 x 10-34 Js; n é a frequência (Hz)

4
O ÁTOMO DE BOHR
Estas teorias de Planck e de Einstein servem de base ao físico dinamarquês Niels Bohr (1913) para elaborar
um modelo do átomo. Utiliza o H como exemplo e assume que os electrões circulam em orbitas à volta do
núcleo adoptando a ideia de Planck que têm energia quantificada.

5
Experiência de Bohr

No espectro atómico do H existem 5 séries de riscas que tomam o nome dos investigadores
que as estudaram:

As teorias de Planck e de Einstein servem


de base a Niels Bohr (1913) para explicar
o espectro de linhas do H

6
PRINCIPIO DE INCERTEZA DE HEISENBERG (1901-1976)

A natureza dupla (ondulatória e corpuscular) da matéria é uma


limitação fundamental para determinar a posição e o momento linear
de cada partícula.

Estipula que é impossível conhecer simultaneamente e com exactidão o momento linear


(definido como massa multiplicada pela velocidade) e a posição de uma partícula (x).

x p  h/4
Se medirmos o momento linear de uma partícula (p- incerteza no momento linear o
mais pequena possível) o nosso conhecimento da posição da partícula torna-se menos
preciso;

Se a posição da partícula é conhecida com precisão, então a medição do seu momento


tem de ser menos precisa.
7
O MODELO DA MECÂNICA QUÂNTICA
1926, Erwin Schrödinger propôs a equação de
onda, que engloba o comportamento ondulatório e
corpuscular do eletrão. Da resolução dessa
equação resulta as funções de onda, representadas
pelo símbolo y (psi). Contudo apenas o quadrado
desta função, y2 fornece informação sobre a
localização do eletrão ou seja representa a
probabilidade de encontrar o eletrão num
determinado ponto. Y2 é chamado a probabilidade
da densidade.

Orbital: é a função de onda (y) de um eletrão num


átomo. Caracteriza-se pela energia e pela forma.

8
DISTRIBUIÇÃO ELETRÓNICA
O modelo do átomo de Bohr introduz o número quântico principal e o modelo quântico tem 3
números quânticos, n, l, ml;

Número quântico principal, n


tem valores inteiros que vão de 1, 2, 3 etc;
à medida que n aumenta a orbital torna-se maior e o eletrão passa mais tempo afastado do
núcleo – tem mais energia e está menos ligado ao núcleo.

Número quântico secundário ou azimutal, l


Tem valores que vão de 0 a n-1;
Define a forma do orbital;
Designa-se por letras s, p, d e f. Valores de l 0 1 2 3 4 5
Letra usada s p d f g h
9
Distribuição eletrónica

•Número quântico magnético, ml


•Tem valores que vão de l a –l, incluindo 0
•Descreve a orientação da orbital no espaço

A colecção de orbitais com o mesmo valor de n é chamada de camada elctrónica;


Uma ou mais orbitais com o mesmo n e l chama-se subcamada.

Ex: 1ª camada (n=1) tem apenas uma subcamada;


2ª camada (n=2) tem 2 subcamadas: 2s e 2p;
3ª camada (n=3) consiste em 3 subcamadas 3s, 3p e 3d.
Cada subcamada está dividida em orbitais:
cada camada s tem 1 orbital;
cada subcamada p tem 3 orbitais;
cada subcamada d tem 5 orbitais; 10
11
CONFIGURAÇÃO ELETRÓNICA
Configuração Eletrónica: diz-nos a forma como os eletrões estão distribuídos pelas várias orbitais atómicas.
 Notação simplificada: (n, l, me, ms)
 Ex: 1s2 2s2 2p6

Regras de preenchimento de orbitais:


 Principio de energia mínima: num átomo no estado fundamental, primeiro preenchem-se as orbitais vazias de
mais baixa energia. A energia de um eletrão é igual ao somatório do nº quântico principal e do nº quântico
azimutal.
 Ex: orbitais 4s e 3d têm níveis energéticos muito próximos. Mas a energia total de um átomo depende não só do
somatório dos Nºs quânticos, mas também das repulsões entre os eletrões nessas orbitais  A energia do átomo
será inferior se preenchermos primeiro a orbital 4s e depois a 3d

 Principio de exclusão de Pauli: nenhum par de eletrões pode ter os quatro números quânticos iguais = apenas
dois eletrões estão na mesma orbital atómica e estes têm spins opostos

 Regra de Hund: o arranjo mais estável dos eletrões em subcamadas é aquele que contém o maior número de
spins paralelos.

12
ORDEM DE PREENCHIMENTO

Principio de Aufbau

13
METAIS DE TRANSIÇÃO

Com as exceções do cromo, 24Cr, e do cobre, 29Cu, todos os átomos da primeira


série de metais de transição (Z=21 até Z= 29) possuem 2 eletrões 4s de
valência, diferindo no número de eletrões 3d, mais interiores (em média) no
átomo.

As configurações eletrónicas que correspondem a menor energia para Cr e Cu


são, respetivamente,

24Cr: [Ar] 3d⁵ 4s¹ 29Cu: [Ar] 3d¹⁰ 4s¹

reconhecendo-se, portanto, uma estabilidade acrescida quando o subnível 3d


está semipreenchido ou completo.

14
Representação dos orbitais

15
PERIODICIDADE QUÍMICA
16
Tabela Periódica
Mandeleev estabelece a lei periódica: as propriedades físicas e químicas dos elementos variam de uma forma
periódica com o peso atómico.

17
TABELA PERIÓDICA

A tabela periódica é constítuida por grupos e períodos;

Quando nos movemos ao longo do grupo, aumenta o número quântico


principal, n, das orbitais da camada de valência; e se nos movermos ao longo de
periodo aumenta o número de electrões;

Se analisarmos a distribuição electrónica dos átomos dispostos na tabela


periódica e de acordo com o tipo de subcamada que estão a ser preenchidas,
podemos dividir em categorias os elementos em – elementos representativos, os
gases nobres, os elementos de transição (ou metais de transição), os lantanídeos
e os actinídeos.

18
Tabela Periódica

19
Tabela Periódica

20
Tabela Periódica

21
Tabela Periódica

22
23
24
PROPRIEDADES PERIÓDICAS DOS ELEMENTOS REPRESENTATIVOS

O raio iónico
O raio de um ião corresponde ao raio da forma iónica principal que um
determinado átomo tem tendência a formar.
Mede-se a partir da distância entre o ião positivo (catião) e o ião negativo
(anião), num cristal iónico.

O raio do catião será menor que o raio do átomo que


lhe deu origem e será tanto menor quanto maior a carga
elétrica do ião positivo.

O raio do anião será maior que o raio do átomo que lhe


deu origem e será tanto maior quanto maior a carga
elétrica do ião negativo.
26
PROPRIEDADES PERIÓDICAS DOS ELEMENTOS REPRESENTATIVOS
A energia de ionização

A energia de ionização é a energia mínima necessária para remover um eletrão


de um átomo no estado gasoso e fundamental.

Assim, quanto maior for a energia de ionização, maior é a dificuldade para se


remover o eletrão.

A energia de ionização tende a aumentar ao longo do período (da esquerda


para a direita) e a diminuir ao longo do grupo (de cima para baixo).
PROPRIEDADES PERIÓDICAS DOS ELEMENTOS REPRESENTATIVOS
A energia de ionização: variação ao longo do grupo e do
período
PROPRIEDADES PERIÓDICAS DOS ELEMENTOS REPRESENTATIVOS
A energia de ionização
Variação da energia de ionização com o número
atómico (Z) ao longo de vários períodos
PROPRIEDADES PERIÓDICAS DOS ELEMENTOS REPRESENTATIVOS
A energia de ionização
Os átomos transformam-se em iões para adquirir uma configuração
eletrónica quimicamente estável (8 eletrões na generalidade dos casos ou 2 nos
átomos de menor dimensão), que corresponde à configuração eletrónica do gás
nobre de número atómico imediatamente anterior a cada átomo.

Distribuição eletrónica mais estável e respetivo ião formado para os


grupos 1, 2, 16, 17 e 18.
PROPRIEDADES PERIÓDICAS DOS ELEMENTOS REPRESENTATIVOS

A energia de ionização

Assim, dada a sua configuração eletrónica de valência:

 átomos de elementos metálicos adquirem uma configuração eletrónica mais


estável de gás nobre, transformando-se em iões positivos;

 átomos de elementos não metálicos adquirem uma configuração eletrónica


mais estável de gás nobre, transformando-se em iões negativos.
32
33
LIGAÇÃO QUÍMICA

34
1.1. TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
Ligação química
A ligação química resulta das atrações e repulsões envolvendo eletrões e
núcleos atómicos, conferindo ao conjunto de átomos, iões ou moléculas ligados
uma menor energia do que quando separados.
1.1. TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
Ligação química
Exemplos de
forças
repulsivas
1.1. TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
Ligação química
Exemplos de
forças atrativas
1.1. TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
Ligação química
Generalizando, as forças de atração e repulsão, que se estabelecem para
conferir estabilidade às substâncias, fazem-se sentir entre:
 as subpartículas constituintes do átomo (protão-protão, eletrão-eletrão e
protão-eletrão);
 os átomos ou iões (núcleo-núcleo, nuvem eletrónica-núcleo e nuvem eletrónica-
nuvem eletrónica), originando moléculas ou sólidos iónicos, respetivamente.
1.1. TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
Ligação química

Quando os dois átomos se encontram


suficientemente separados, pode supor-se
que não existe interação entre eles e que a
energia potencial do sistema formado por
esses átomos isolados é nula.
1.1. TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
Ligação química

À medida que os átomos se vão


aproximando, começam a intensificar-se as
forças atrativas entre os núcleos de um dos
átomos e a nuvem eletrónica do outro, o que
provoca uma diminuição da energia
potencial do sistema.
1.1. TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
Ligação química

Existe formação de uma ligação química


quando os átomos (ou iões) ligados
adquirem uma maior estabilidade e,
portanto, uma menor energia potencial
do que quando estão isolados.
1.1. TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
Ligação química

É possível observar que existe uma


distância
internuclear a que corresponde uma
maior estabilidade do sistema, sendo
máximas as forças de atração e mínimas
as de repulsão. Esta distância denomina-
se comprimento de ligação.
1.1. TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
Ligação química

A energia potencial correspondente a


essa distância é a energia libertada
para formar a ligação e designa-se por
energia de ligação.
1.1. TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
Ligação química

Quando os átomos se encontram a distâncias


muito próximas um do outro, começam a ser
significativas as forças de repulsão entre as
nuvens eletrónicas. Estas forças são tanto
mais intensas quanto menor for a distância
1.1. TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
Ligação química

Como resultado das atrações e repulsões envolvendo eletrões e núcleos


atómicos num composto estável, a energia do conjunto de átomos ligados é
menor do que a energia dos átomos separados.
1.1. TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
Tipos de ligações químicas
1.1. TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
Tipos de ligações químicas
As ligações covalentes,
iónicas e metálicas
1 caracterizam-se por uma
partilha significativa de
eletrões entre os átomos
ou iões.

2 3
1.1. TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
Tipos de ligações químicas
As ligações intermoleculares
são caracterizadas por uma
partilha pouco significativa de
eletrões entre átomos,
iões ou moléculas.
1

2
REPRESENTAÇÃO DE LEWIS

49
REPRESENTAÇÃO DE LEWIS

50
REPRESENTAÇÃO DE LEWIS

Qualquer átomo,
exceto o hidrogénio,
tem tendência a
formar ligações até
ficar rodeado por oito
electrões de valência
(válido para
elementos do 2º
período).

51
1.1. TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
Tipos de ligações químicas

A ligação covalente estabelece-se entre átomos de elementos não metálicos e


é caracterizada por uma partilha mútua de um ou mais pares de eletrões de
valência entre os átomos que constituem a molécula, levando a que cada
átomo ligado adquira uma configuração eletrónica de gás nobre.
53
54
55
56
57
58
1.1. TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
Tipos de ligações químicas

A ligação iónica caracteriza-se por intensas forças de atração eletrostática


entre
iões de carga contrária, formados por transferência de eletrões de um átomo de
um elemento metálico (formando um ião positivo) para um átomo de um
elemento não metálico (originando um ião negativo).
1.1. TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
Tipos de ligações químicas

A ligação iónica caracteriza-se por intensas forças de atração eletrostática


entre
iões de carga contrária, formados por transferência de eletrões de um átomo de
um elemento metálico (formando um ião positivo) para um átomo de um
elemento não metálico (originando um ião negativo).
1.1. TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
Tipos de ligações químicas

A ligação metálica ocorre entre os átomos de elementos metálicos. Neste tipo


de ligação, todos os átomos perdem eletrões da camada de valência, que se
deslocam mais ou menos livremente entre os iões positivos (catiões), formando
uma nuvem eletrónica comum (também designada por “mar de eletrões”).
ELETRONEGATIVIDADE
Electronegatividade (EN): Introduzido em 1932 por Linus Pauling,
é medida da capacidade de um átomo atrair para si os eletrões
partilhados numa ligação.
No caso do hidrogénio, H2; os eletrões são igualmente partilhados pelos dois
núcleos. A situação é diferente por exemplo para o HCl (Ácido clorídrico) ou
HF (Ácido Fluorídrico). Os eletrões despendem mais tempo na vizinhança de
um dos átomos.
Ligação covalente polar

Menor densidade eletrónica Maior densidade eletrónica


Terminação “positiva” da Terminação “negativa” da
molécula δ+ molécula δ-

62
ESCALA DE PAULING DE
ELETRONEGATIVIDADES
Aumenta

Um elemento com baixa energia de ionização tem baixa eletronegatividade


Um elemento com alta energia de ionização apresenta um valor alto de eletronegatividade
Ou seja, se é fácil retirar um eletrão a um átomo, a sua capacidade de atrair eletrões é
baixa. Por isso, a eletronegatividade cresce com a diminuição do raio de um átomo.

63
PREVISÃO DO CARÁCTER DA LIGAÇÃO
A diferença entre o valor de eletronegatividade de dois átomos ligados
entre si define a distribuição de carga elétrica e, por isso, a polaridade da
ligação.

Se EN < 1,7 a ligação é covalente polar; Se EN ~ 1,7 tem 50 % de


carácter iónico; se EN > 1,7 então a ligação é predominantemente iónica.
Se EN = 0, a ligação é covalente apolar (0% de carácter iónico).

Ligação Ligação Ligação


covalente apolar covalente polar iónica

64
PREVISÃO DO CARÁCTER DA LIGAÇÃO

Ácido fluorídrico Água

eletronegatividade do hidrogénio = 2,2 eletronegatividade do hidrogénio = 2,20


eletronegatividade do fluor = 4,0 eletronegatividade do oxigénio = 3,44
EN: 4,0 - 2,2 = 1,8 EN: 3,44 - 2,20 = 1,24
Logo, a ligação é predominantemente iónica Logo, a ligação é a ligação é covalente polar

65
LIGAÇÃO COVALENTE APOLAR E POLAR
 ligação covalente apolar: ligação covalente entre átomos
de elementos de igual eletronegatividade.
 ligação covalente polar: ligação covalente entre átomos de
elementos de diferente eletronegatividade.

Ligação Iónica

Ligação
Covalente Apolar

Ligação
Covalente Polar

Mapa 3D com representação das zonas de maior e menor densidade


eletrónica. A vermelho, maior abundância de eletrões [𝛿−]. A azul, 66
menor abundância de eletrões [𝛿+].
1.1. TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
Tipos de ligações químicas
68
69
70
71
72

Você também pode gostar