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Apontamentos de Química

Lei de Coulomb
Força de atração entre partículas de cargas opostas, ou seja, entre o núcleo e o eletrão.
Q – Carga da partícula
r – Distância entre cargas
Ɛ0 – Permitividade do vácuo (8,854x10-12 Fm-1)
A aceleração afastas as cargas, quando estas são do mesmo sinal. A força é positiva e
repulsiva.
A aceleração aproxima as cargas de sinais opostos. A força negativa é atrativa.
Radiação eletromagnética
A luz visível é constituída por ondas eletromagnéticas.
A radiação eletromagnética é a emissão e transmissão de energia na forma de ondas
eletromagnéticas.
Propriedades das ondas
• Amplitude A – altura da onda no seu máximo
até ao nível central.
• Comprimento de onda, λ – é a distância entre
dois máximos sucessivos.
• Frequência, υ – número de ciclos completos
por unidade de tempo.
• Intensidade, I -quadrado da amplitude.
• Período, T – tempo que um ciclo leva a ficar
completo.
C = λ x υ , c = 2,998x108 ms-1

Interferência construtiva Interferência destrutiva


Expressão de Rydberg

R – contanste de Rydberg: 3,29x1015 Hz

Calcule o comprimento de onda da radiação emitida por um átomo de hidrogénio para


n1=2 e n2=4. Identifique qual a linha espectral correspondente.
υ = 3,29x1015 x [(1/22)-(1/42)]=6,17x1014 Hz
2,998x108 = λ x 6,17x1014 ⇔ λ = 486 nm
Corresponde à linha azul da luz visível.

Corpo negro
Por definição, um corpo negro é um corpo que absorve toda a radiação que nele incide.

Energia
Planck descobriu que a energia de cada átomo (oscilador eletromagnético) é
quantificada.
E – Energia (J)
n – número inteiro
h – constante de Plank (6,626x1034 Js-1)
υ – frequência de oscilação (Hz)
Planck deu o nome de quantum, à mais pequena quantidade de energia que pode ser
emitida (ou absorvida) na forma de radiação eletromagnética.
Efeito fotoelétrico – ejeção de eletrões por um metal quando a sua superfície é exposta a
radiação ultravioleta.
A interpretação do efeito fotoelétrico foi feita por Einstein que propôs que a radiação
eletromagnética fosse composta por partículas ou fotões.
A energia de cada fotão está relacionada com a frequência da radiação pela expressão de
Planck.

Os fotões ultravioleta são mais energéticos que os da luz vermelha. A intensidade da


radiação depende do número de fotões presentes.
Função trabalho () – A energia necessária para remover um eletrão da superfície do
metal.
• Se a energia do fotão for inferior a , não será ejetado nenhum eletrão,
independentemente da intensidade da radiação.

O número de eletrões ejetados da superfície dum metal é proporcional ao número de


fotões absorvidos pelo metal.
A intensidade da radiação é proporcional ao número de fotões absorvidos por segundo e
ao número de eletrões emitidos por segundo.

Se um feixe de luz incidir numa placa de potássio com uma energia de 2,1 eV, qual a
energia cinétia dos eletrões ejetados? (Potássio=2,29 eV)
Como 2,1 ˂ 2,9 , nenhum eletrão será ejetado.

Resumo do efeito fotoelétrico


• Não são ejetados eletrões até que a radiação tenha uma frequência acima de um
dado valor característico do metal
• Os eletrões são ejetados independentemente da intensidade da radiação, por
exemplo, pode observar-se ejeção de eletrões mesmo se a radiação tiver uma
intensidade baixa.
• A energia cinética dos eletrões ejetados aumenta linearmente com a frequência da
radiação.
• Radiação é quantificada e formada por pacotes discretos designados por fotões.
• A energia dum fotão é proporcional à sua frequência (E=h).
• Intensidade da radiação é igual ao número de fotões por segundo.
Níveis de energia do átomo de hidrogénio

Energia de ionização - energia mínima necessária para remover um eletrão de um átomo,


no estado fundamental.
Afinidade eletrónica – energia que um átomo no estado fundamental, no estado gasoso,
liberta ao “ganhar” um eletrão.
Eletronegatividade – capacidade de um átomo captar um eletrão doutro numa ligação.
Quanto mais eletronegativo, maior é a força de atração.
• Num átomo com um único eletrão, todas as orbitais atómicas com o mesmo valor
de n têm a mesma energia e pertencem à mesma camada.
• Quanto maior o número de camadas, mais afastados do núcleo estão os eletrões.
Para descrever uma orbital são necessários os 3 números quânticos:

Nodos de Orbitais
Orbitais p não são esferas simétricas.
• As orbitais p são caracterizadas por dois lóbulos separados por um plano nodal.
• A probabilidade de encontrar um eletrão no núcleo é zero.
• Planos nodais surgem dos nodos angulares da função de onda.
• Nodos angulares são valores de  e  em que Ψ = 0
O número de nodos angulares para uma dada orbital é = l
Resumo sobre Nodos de Orbitais
• Nodos são regiões do espaço (esferas, planas ou cones) onde Ψ = 0
• O número total de nodo que uma orbital possui é igual a n-1.
• O número de nodos angulares para uma dada orbital é = l.
• Os restantes nodos (n-1- l ) são nodos esféricos ou radiais.
Número quântico magnético de spin, 4º número quântico

As orbitais são descritas por 3 números quânticos: n, l, ml.


Os eletrões são descritos por 4 números quânticos: n, l, ml, ms.

Átomos polieletrónicos
Em relação a átomos hidrogenóides:
• Semelhantes em forma;
• Semelhantes no número de nodos;
• Diferentes na energia dos níveis – as orbitais nos átomos polieletrónicos têm
menor energia que as correspondentes nos átomos hidrogenóides.
Átomos polieletrónicos (átomos com mais de um eletrão)
Átomos hidrogenóides (átomos formados por um núcleo e um só eletrão)
Assim chega-se à conclusão que:

Como se pode estimar a carga nuclear efetiva?


Z – Número atómico
S – Número de eletrões de blindagem (todos os que não são de valência)
Princípios para o preenchimento de orbitais em átomos polieletrónicos
Princípio da energia mínima - No estado fundamental os eletrões ocupam as orbitais de
mais baixa energia.
Princípio de Exclusão de Pauli – No mesmo átomo não pode haver dois (ou mais) eletrões
com os valores dos quatro números quânticos iguais, ou seja, o número máximo de
eletrões por orbital é dois e nesse caso terão diferentes números quânticos de spin.
Regra de Hund – Eletrões com o mesmo valor de n e l ocuparão orbitais com valores
diferentes de m mantendo os spins paralelos; quando todas essas orbitais estiverem
semipreenchidas inicia-se o acoplamento de spins de acordo com o Princípio de Exclusão
de Pauli.
Princípio da “construção” ou de aufbau - No preenchimento de orbitais ao passar de
um elemento para o elemento seguinte (número atómico superior em uma unidade) basta
adicionar um protão ao núcleo e um eletrão à configuração eletrónica anterior.
A energia de ionização vai aumentando à medida que as camadas são mais interiores e
que as orbitais não estão nem totalmente preenchidas ou semi-preenchidas.

Qual é o eletrão que precisa de menor energia para ser retirado do átomo?
Nota: os gases raros têm eletroafinidade negativa.

Ligações químicas
Estabelece-se uma ligação química quando existe uma interação entre átomos.
Como é que é estabelecida essa interação?
Apenas os eletrões de valência participam no estabelecimento das ligações químicas, e
a forma como eles são partilhados pelas espécies envolvidas determina o tipo de ligação.
• Ligação covalente – partilha de eletrões;
• Ligação iónica – transferência de eletrões;
• Ligação metálica – ligação entre metais;
Energia de rede – energia necessária para separar completamente uma mole de um
composto iónico sólido nos seus iões no estado gasoso.
Ligação covalente
Resulta da partilha de eletrões entre os átomos.
• Ligação covalente polar
Na ligação covalente polar a partilha de eletrões entre os átomos não é equivalente
entre os dois átomos com eletronegatividades diferentes.
O átomo mais eletronegativo dá mais eletrões para a ligação do que o outro átomo.

Estruturas de Lewis – cada ponto representa um eletrão de valência.


Regras para escrever a estrutura de Lewis
1) Escrever o esqueleto estrutural do composto.

Quando a molécula tem mais de dois átomos, como decidir qual o átomo central?
Nota: H e F ocupam sempre posições terminais, e o átomo central é sempre o
elemento com menor energia de ionização.
2) Calcular o número toral de eletrões de valência. Para aniões poliatómicos
adicionar o número de cargas negativas e para catiões poliatómicos subtrair o
número de cargas positivas.
3) Calcular o número total de eletrões necessários para que todos os átomos
cumpram a regra do octeto.

4) Calcular o número de eletrões ligantes.

5) Calcular o número de pares isolados (eletrões que não são partilhados pelos dois
átomos).

Carga formal
A soma das cargas formais dos átomos numa
molécula deve ser igual a zero, e num ião
devem ser igual à carga do ião.

Para moléculas, uma estrutura de Lewis na


qual não existam cargas formais, é preferível a
uma estrutura na qual estejam presentes cargas
formais.
Entre estruturas de Lewis com distribuições semelhantes de cargas formais, a estrutura
que terá maior contribuição para o híbrido é aquela em que as cargas formais estejam
localizadas nos átomos mais eletronegativos.
As estruturas mais estáveis são as que têm cargas mais perto do zero, assim como são
mais instáveis estruturas em que num só átomo tenham cargas muito elevadas.
Comprimento de ligação

O comprimento de ligação está relacionado com outros parâmetros referentes à ligação


química, nomeadamente:

• Ordem de ligação: quanto maior for a ordem de ligação, isto é, quanto maior for a
densidade eletrónica na região situada entre dois átomos ligados quimicamente, que
se traduz num aumento do carácter duplo ou triplo da ligação, menor é o seu
comprimento;

1) Energia de ligação: quanto maior for a energia de uma ligação química entre dois
átomos, menor é o comprimento dessa mesma ligação.
Exceções à regra do octeto

1) Número ímpar de eletrões.

Exemplo: NO
2) Octeto incompleto
Exemplo: BF3

3) Octeto expandido

4) Ligações covalentes dativas ou polares


Os dois eletrões da ligação provêm apenas de um dos átomos.

Caráter iónico
Quanto maior a diferença das eletronegatividades maior caráter iónico tem.
∆X – diferença das eletronegatividades.
Forma e estrutura molecular
TRPECV – Teoria da repulsão dos pares eletrónicos da camada de valência.

A TRPECV estende a teoria de Lewis para prever a geometria molecular, seguindo os


seguintes princípios:
1) Regiões de elevada densidade eletrónica ( eletrões ligantes e pares isolados)
repelem-se mutuamente. Para minimizar estas repulsões a geometria molecular deve ser
tal que estas regiões estejam o mais afastadas possível.
2) Saber a soma do nº de átomos ligados ao átomo mais o nº de pares isolados,
que prevê o tipo de geometria (NE- número estereoquímico).
3) Não há distinção entre ligações simples e múltiplas; uma ligação múltipla é
considerada uma única região de elevada densidade eletrónica.

AX2 Linear 180º BeCl2 ; HgCl2 ; CO2;


N2O

AX2E Angular 120º SO2 ; O3 ; CCl2

AX2E2 Angular 120º H2O ; OF2

AX2E3 Linear 180º XeF2 : XeCl2


AX3 Trigonal 120º BF3 ; SO3 ; NO3- ;
plana COF2; IO3-

AX3E Trigonal 107º NH3 ; PCl3


piramidal

AX3E2 Forma de T 90º, 180º, ClF3 ; BrF3


(87,5º, <180º)

AX4 Tetraédrica 109.5º CH4 ; XeO4 ; SO42- ;


PO43-

AX4E Seesaw 180º; 120 º; 90º SF4


(173.1 º, 101.6 º)

AX4E2 Quadrangular 90º, 180º XeF4


plana

AX5 Bipirâmide 180º; 120 º; 90º PCl5


trigonal

AX5E Quadrangular 90º ;180º ClF5 ; BrF5 ; XeOF4


piramidal (84.8º)
AX6 180º; 90º SF6
Octaédrica

Teoria do Enlace Valência (TEV)


Primeira teoria da ligação covalente desenvolvida em termos das orbitais moleculares.
A teoria permite calcular valores de ângulos e comprimentos de ligação.

Ligação sigma σ

Ligação pi π

Os eletrões numa orbital σ são mais eficazes na blindagem que outros eletrões noutras
orbitais porque as orbitais σ são mais penetrantes.
Hibridação de orbitais
Processo de combinação das orbitais atómicas de um átomo (geralmente o átomo central
da molécula) para dar origem a um conjunto de novas orbitais atómicas.
Nº de ligações sigmas Geometria das nuvens Hibridação
2 Linear Sp
3 Trigonal plana Sp2
4 Tetraédrica Sp3
5 Bipirâmide trigonal Sp3d
6 Octaedro Sp3d2

Exemplo: BF3 tem três flúores ligados a si (3 ligações sigmas),


logo necessita de 3 orbitais híbridas, sendo a sua hibridação
sp2.
Na molécula de CH4 o carbono apresenta uma hibridação sp3

E quando há mais do que um átomo central?


Consideramos apenas as ligações sigmas (σ).

Nº de ligações sigmas Hibridação


1 s
2 Sp
3 Sp2
4 Sp3
5 Sp3d
6 Sp3d2
O raciocínio é o mesmo, para cada átomo há uma hibridação.
Exemplo: molécula de etano C2H6

1 ligação σ (Csp3 , Csp3)


6 ligações σ (Csp3, H1s)

Neste caso, a geometria de cada carbono central é a geometria tetraédrica, pelo que a
estrutura da molécula é como está representado mais à esquerda.
Diga a estrutura de Lewis, a hibridação e a geometria molecular do átomo de cloro no
trifluoreto de cloro.
1) Estrutura de Lewis 2) Hibridação
Como o Cloro tem 5 ligações sigmas, tem
uma hibridação sp3d.
3) A geometria prevista para esta molécula seria a
bipirâmide trigonal. Contudo, tem que se ter em
atenção que duas ligações são entre eletrões de
pares isolados, o que faz com que a sua geometria
real seja uma geometria em T.
Nota: AX3E2
Teoria das Orbitais Moleculares (TOM)
• Substâncias diamagnéticas – tendem a escapar do campo magnético.
o Todos os eletrões estão emparelhados.
• Substâncias paramagnéticas – tendem a manter-se no campo magnético.
o Há eletrões desemparelhados.
Na TOM, os eletrões de valências estão deslocalizados sobre toda a molécula e não
confinados a ligações específicas.
Considera-se que os eletrões ocupam orbitais moleculares policêntricas.
As orbitais moleculares (funções de onda) formam-se através da soma (sobreposição) das
orbitais atómicas ou funções de onda.
A combinação linear das orbitais atómicas (CLOA), dá origem às orbitais moleculares:
ligantes e antiligantes.
Nº de orbitais atómicas = Nº de orbitais moleculares
Moléculas diatómicas
Orbitais moleculares com origem em orbitais atómicas
s.
• Um eletrão numa orbital anti-ligante será
praticamente excluído da região internuclear e
terá uma energia mais elevada do que na orbital
atómica.
• Um eletrão numa orbital ligante tem uma maior
probabilidade de se encontrar na região
internuclear e terá uma energia menor do que
na orbital atómica.
TOM prevê…

Segundo esta fórmula, a TOM prevê que a molécula de He2 não existe:
Ordem de ligação = ½ x (2-2) = 0
Contudo, sabemos que isso não é verdade. A molécula He2 existe, mas tem energia de
ligação mais baixa até agora conhecida.
No caso do H2 a ordem de ligação é = ½ x (2-0) = 1
Orbitais moleculares com orbitais atómicas p

Orbitais σ ligantes e σ anti-ligantes


Onde iremos encaixar estas orbitais nos diagramas de energia de moléculas diatómicas,
depende do tipo de átomos, ou seja, depende do nº atómico.
Exemplo: Diagrama de orbitais moleculares da molécula de O2
Z=8 1s22s22p4
1) Para realizar o diagrama consideramos apenas as
orbitais do último nível ocupadas (neste caso, n=2,
consideramos apenas 2s22p4).
2) No “hexágono” de baixo, colocamos em ambos os
lados, os eletrões dessa órbita (2s), ou seja, dois,
representando-os com setas.
3) Na parte de baixo temos as orbitais ligantes e em
cima as anti-ligantes. Distribuímos os eletrões
pelas duas (Um total de 4)
4) No hexágono superior está representada a orbital
2p. Neste caso temos 4 eletrões, logo, do mesmo
modo, distribuímos os 4 eletrões de um lado e de outro, representando-os por
setas.
5) Nas orbitais p temos a presença de orbitais pi, para além das sigmas. Primeiro
preenchemos a orbital σ2p, depois a π2p, depois a π2p* (anti-ligante) e
finalmente a σ2p* (anti-ligante). Distribuímos primeiro as setas para cima e
depois voltamos ao início colocando as setas para baixo. Neste caso na π2p* estão
apenas 2 eletrões, logo colocamos duas setas para cima, e não duas na mesma
“caixa” com sentidos opostos.
6) De forma semelhante distribuímos os 4 eletrões de ambos os lados, dando um total
de 8.
A principal diferença entre átomos com número atómico inferior a 8 é a ordem em que se
distribui os eletrões:

A distribuição eletrónica dos eletrões de valências nas orbitais moleculares segue as


mesmas regras que a distribuição eletrónica nas orbitais atómicas.
Qual a ordem de ligação do O2?
O.l = ½ x [8-4] = 2

Numa ligação covalente polar, a orbital atómica do átomo mais eletronegativo tem menor
energia, e por isso tem a maior contribuição para a orbital molecular de menor energia.
A orbital molecular de maior energia terá maior contribuição da orbital atómica do átomo
menos eletronegativo.
Propriedades dos gases
• Todas as substâncias que são gases a temperaturas normais são moleculares,
exceto os seis gases nobres, que são monoatómicos.
• Uma característica notável dos gases é que muitas de suas propriedades físicas são
muito semelhantes, particularmente a baixas pressões, independentemente da
identidade do gás.
• O facto de que os gases são bastante compressíveis e preenchem imediatamente o
espaço disponível para eles, sugere que as moléculas de gases estão amplamente
separados e em movimento caótico incessante.
Lei dos gases perfeitos

P – pressão (Pa ou atm). (1atm=1,01325x105Pa)


V – Volume (dm3)
n – quantidade de matéria (mol)
R – Constante dos gases perfeitos – 0,082 atm dm3 mol-1 K-1
T – Temperatura (Kelvin) +273,15
A lei dos gases ideias permite fazer previsões quando duas ou mais variáveis são
alteradas:

• Para uma dada pressão e temperatura, quanto maior a massa molar do gás, maior
é a sua densidade.
• A temperatura constante, a densidade de um gás aumenta com a pressão.
• Elevar a temperatura de um gás livre, a pressão constante, aumenta o volume
ocupado pelo gás e, portanto, reduz a sua densidade.
Mistura de gases
Uma mistura de gases que não reagem uns com os outros comportam-se como um único
gás puro.

O comportamento de um gás real aproxima-se tanto mais do comportamento ideal,


quanto menor a sua pressão. Na prática verifica-se que a pressão atmosférica ao
nível do mar (~100kPa) é já suficiente para que o comportamento dos gases possa
ser descrito pela equação dos gases perfeitos.

Gases reais

• Os gases reais estão sujeitos aos efeitos das forças repulsivas intermoleculares e
forças atrativas intermoleculares.
• O comportamento de um gás real aproxima-se de um gás ideal à medida que a
pressão se aproxima de zero.
• Os efeitos do comportamento não-ideal são melhor vistos quando o produto PV é
posto em função de P, identifica-se as regiões de em que as forças atrativas e
repulsivas dominam.
• Cada gás real tem sua própria equação única de estado. Várias equações de estado
foram desenvolvidas em que constantes ajustáveis são utilizadas para aproximar
o comportamento de um determinado gás.
• A equação de estado mais conhecida é a de van der Waals.

Forças intermoleculares
Forças atrativas que se estabelecem entre as moléculas.
• Explicam o comportamento não ideal dos gases;
• São as responsáveis pela formação de fases condensadas (estado líquido e sólido);
• Estas forças explicam muitas das propriedades das substâncias, como por
exemplo, ponto de fusão, ponto de ebulição.
Forças ião-dipolo (entre iões)
✓ Interações a curta distância;
✓ Tanto as dimensões do ião como a sua carga condicionam a extensão da interação
ião-dipolo;
✓ Quanto menor o raio iónico mais forte é a interação com as moléculas de água;
✓ Quanto maior a carga do ião mais forte é a interação com as moléculas de água;
Moléculas polares Moléculas apolares
Pontes de Hidrogénio Forças dipolo-dipolo induzido
Forças dipolo-dipolo Forças de London
Forças dipolo-dipolo (entre moléculas polares)
As moléculas estarão alinhadas de modo a que cargas opostas de moléculas vizinhas
estejam tão próximas quanto possível.
Forças dipolo-dipolo induzido (entre moleculares polares e apolares)
Ocorrem numa situação em que substâncias que possuem dipolos permanente (isto é
moléculas polares), induzem dipolos em moléculas apolares produzindo interações muito
fracas.

Forças de London ou Forças dipolo induzido-dipolo instantâneo (entre moléculas


apolares)
As interações de London estabelecem-se entre todas as moléculas e são as únicas
presentes no caso de moléculas apolares.
Dipolo-Dipolo
Dipolo-Dipolo induzido Interações de van der Waals
Forças de London
Polarizibilidade é a facilidade com que a densidade eletrónica do átomo (ou molécula)
pode ser distorcida.
Para além de outros fatores, as intensidade das forças associadas às interações de London
dependem da forma da molécula.
A polarizibilidade aumenta:
• Com o aumento do número de eletrões;
• Quando mais difusa for a nuvem eletrónica;
o Aumenta à medida que a cadeia se torna mais longa, e por isso a nuvem
eletrónica fica mais difusa.
Importância das interações de van der Waals
• As forças de van der Waals estão sempre presentes mesmo quando existe outro
tipo de ligação química entre as partículas consideradas (covalente, iónica ou
metálica); são sempre atrativas e o seu raio de ação é da ordem de grandeza das
dimensões das partículas.
• Assim, todas as propriedades físico-químicas que dependem das interações
intermoleculares e, portanto, da energia de coesão, tais como a solubilidade, a
miscibilidade, a viscosidade, os pontos de fusão e de ebulição, são determinadas
pelas forças de van der Waals.
Ligações ou pontes de hidrogénio (entre moléculas polares)
As ligações de hidrogénio são um tipo especial de interação dipolo-dipolo entre o átomo
hidrogénio numa ligação polar, tal como N―H, O―H ou F―H, e um átomo
eletronegativo O, N ou F.

Comparação das forças


F. P de Hidrogénio > F. Dipolo-dipolo > F. Dipolo-dipolo induzido > Forças de London
Quando mais fortes as forças intermoleculares, mais difícil é de quebrar a sua ligação,
logo, quanto mais forte a força, maior é o ponto de ebulição.
Quando mais fracas, mais pressão têm.
Termodinâmica
• Descreve as propriedades macroscópicas em sistemas em equilíbrio;
• É totalmente empírica;
• Baseia-se em 3 leis e alguma matemática simples;
Sistema – parte específica do Universo que é o objeto de estudo;
• Aberto – troca de energia e massa com o exterior;
• Fechado – troca de energia com o exterior;
• Isolado – não há trocas com o exterior;
Meio exterior – é todo o resto do Universo, fora do sistema e é onde se observa o sistema.
Propriedades
• Extensivas (dependem do tamanho do sistema n, m, V…)
• Intensivas (independentes do tamanho do sistema)
Funções de estado - É uma propriedade do sistema que só depende do estado inicial e do
estado final do sistema e é independente do percurso que o sistema fez entre o estado
inicial e o estado final.
Como é que um sistema fechado pode trocar energia com o exterior?
• A energia pode ser transferida sob a forma de trabalho;
• A energia pode ser transferida como calor quando o sistema sofre um
arrefecimento ou um aquecimento;
A energia total de um sistema designa-se energia interna, U, e é o somatório da energia
cinética e potencial de todas as partículas (átomos, moléculas ou iões) que constituem o
sistema. Impossível de medir e o que se estima são variações da energia interna, ∆U :

Trabalho (w) – processo que permite obter movimento contra um força que se opõe a
esse movimento.

Calor (q) - energia transferida em resultado de uma diferença de temperatura.

Processo exotérmico - o sistema liberta energia para o meio exterior (<0);


Processo endotérmico - o sistema absorve energia do meio exterior (>0);
Entalpias de reação
Nota: Os valores das
entalpias são dados.
Se o resultado da entalpia de
reação for negativa, a reação
é exotérmica e os produtos
são mais estáveis do que os
reagentes.
Se o resultado for positivo, a reação é endotérmica, e os reagentes são mais estáveis do
que os produtos.
Nota: A entalpia de formação das espécies químicas elementares, nas mesmas condições,
é arbitrada como zero. (H2;He2;N2;O2;F2;Cl2;Br2;I2…..)

Exemplo:
∆HrºCO2=-395,51 kJmol-1
∆HrºH2O=-285,83 kJmol-1
∆HrºC6H12O6=-1260 kJmol-1
Lei de Hess
Se duas ou mais reações são adicionadas para dar uma outra reação, então os
correspondentes ∆Hrº, também têm de ser somados.
Exemplo
Reação dada:
C6H12O6 (s) + 6 O2(g) → 6 C(g) + 6 H2(g) + 3 O2 (g) + 6 O2(g) (∆Hrº= -2816 kJ-1)
E é ainda dada a seguinte reação:
C(g) + O2(g) → CO2 (g) (∆Hrº= -393,5 kJ-1) x 6
H2(g) + ½ O2(g) → H2O(l) (∆Hrº= -285,8 kJ-1) x 6
Exercício
Calcular a entalpia padrão do C6H12O6:

∆Hrº= Hprodutos – Hreagentes ⇔


⇔-2816 = (6 x-393,5+ 6 x -285,8) - ∆Hrº C6H12O6 ⇔
⇔∆Hrº C6H12O6 = - 4075,8 + 2816 = - 1260 kJ-1
Entropias de reação
A entropia de um sistema isolado tende a aumentar.
A variação de entropia de um sistema é igual à energia transferida sob a forma de calor
de forma reversível dividida pela temperatura a que ocorre a transformação.

Quanto maior for a capacidade calorífica


de uma substância maior o aumento de
entropia para um dado aumento de
temperatura.

Regra de Trouton
Aplica-se a compostos que tenham ligações que não sejam muito fortes, como as forças
de London. A regra diz que a entropia de vaporização padrão de um grande número de
líquidos é 85 JK-1mol-1.
Espontaneidade

Energia livre de Gibs


O sinal negativo desta expressão significa que desde
que a temperatura e a pressão se mantenham
constantes um aumento da entropia total corresponde
a um decréscimo da energia de Gibbs.
Nota: Se a temperatura for negativa por exemplo, o sinal fica positivo.

Equilíbrio dinâmico
Um sistema encontra-se em equilíbrio
dinâmico quando os processos direto e
inverso ocorrem com velocidades iguais.

Solubilidade
Regra: Igual dissolve igual
Solvente polar dissolve soluto polar ou
iónico. Ex: solvente polar - água
Solvente apolar dissolve soluto apolar.
Ex: solvente apolar – tetracloroetileno
Pressão osmótica
Pressão necessária para fazer parar a osmose.

Equilíbrio químico
No equilíbrio a velocidade de formação dos produtos é igual à do seu consumo para
regenerar os reagentes.

Previsão do sentido da reação

✓ Q > K A razão entre as concentrações iniciais dos produtos e as concentrações


iniciais dos reagentes é muito grande. Para que se atinja o equilíbrio, os produtos
têm de se converter nos reagentes. O sistema evolui da direita para a esquerda
até atingir o equilíbrio.
✓ Q = K as concentrações iniciais são as concentrações de equilíbrio. O sistema
está em equilíbrio.
✓ Q < K A razão entre as concentrações iniciais dos produtos e as concentrações
iniciais dos reagentes é muito pequena. Para que se atinja o equilíbrio, os
reagentes têm de se converter nos produtos. O sistema evolui da esquerda para a
direita até atingir o equilíbrio.

Princípio de Le Chatelier – quando um sistema em equilíbrio sofre uma perturbação,


tende a ajustar-se de modo a minimizar o efeito da referida perturbação.
O príncipio de Le Chatelier prevê que o sistema responderá ao aumento de pressão, se for
possível, de modo a diminuir a pressão total
Reações Ácido-base
• Um ácido é uma substância que doa H+
• Uma base é uma substância que aceita H+

A água líquida não entra na equação da constante de ionização da água porque a


concentração da água não vai variar muito numa solução diluída.
Fórmula geral dos ácidos
Regras gerais para determinar se uma solução dum sal é ácida ou básica?

Soluções tampão
Uma solução tampão é uma mistura de ácidos ou bases fracas com os seus pares
conjugados que estabilizam o pH duma solução fornecendo uma fonte ou dissipador de
protões
São soluções cujo pH varia muito pouco quando se adicionam pequenas quantidades de
ácido ou base ou quando se dilui.
São soluções que mantêm o pH duma solução quase constante.
Cinética Química
Estuda as velocidades com que ocorrem as reações químicas.
Quais são os fatores que afetam as velocidade das reações?
• Concentração dos reagentes
• Temperatura
• Natureza dos reagentes
• Mecanismo
• Catalisadores

A relação é:
[A]2=V
[3A]2=9V

Energia de ativação
Catálise
Fenómeno pelo qual uma quantidade relativamente pequena de uma substância estranha
à estequiometria – catalisador- aumenta a velocidade de uma reação química sem ser
consumida no processo.
• O catalisador diminui a energia de ativação, tanto da reação direta como da reação
inversa.
• O catalisador estabiliza o estado de transição que se designa como complexo
ativado.
• O catalisador não tem qualquer efeito na termodinâmica do processo.
Divisões gerais da catálise

Inibidores
O inibidor diminui a velocidade da reação, aumentando a energia de ativação. É o
oposto de um catalisador.
Química orgânica
A Química Orgânica é a Química do Carbono e dos seus compostos que se denominam
moléculas orgânicas.
Como é que se agrupam os compostos orgânicos?
• Os compostos orgânicos encontram-se em famílias com um dado grupo
funcional.
• Em cada família existe sempre uma cadeia carbonada e o grupo funcional que
é responsável pelas propriedades físico-químicas dos compostos dessa família.
• O grupo funcional determina a reatividade química e biológica.
Família de compostos Fórmula geral Nomenclatura do Grupo Funcional
Hidrocarbonetos
Alifáticos – Alcanos aromáticos …ano

Alcenos …eno

Alcinos …ino
Halogeneto de alquilo
Álcool …ol
Amina …amina

Tiol
Éter Éter alquil…ilo
Tioéter
Aldeído …al

Cetona …ona

Ácido Carboxílico Ácido …óico

Éster Éster…oato de alquilo

Amida …amida

Aminoácido …ina
Hidrocarbonetos
Alcanos

Cicloalcanos

Alcenos

Isómeros
São moléculas que têm a mesma fórmula molecular mas os átomos apresentam
conectividades diferentes.
IUPAC – International Union of Pure and Applied Chemistry

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