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Ano letivo 2023/2024

10º ano Turma 11


Química - Módulo: Q1

Resumos - Estrutura atómica

Toda a matéria é constituída por átomos.

Constituição dos átomos

O átomo é eletricamente neutro  N.º de eletrões = N.º de protões


Todos os átomos, com o mesmo número atómico, pertencem ao mesmo elemento
químico. A representação simbólica de um átomo de um elemento X é dada por:

Número atómico, Z: é característico de um elemento químico e corresponde ao número


de protões.
Número de massa, A, corresponde ao número de nucleões, ou seja, à soma do número
total de protões e do número total de neutrões.
Número de neutrões, N, corresponde à diferença entre o número de massa e o número
atómico e é possível determinar-se a partir da seguinte expressão: N = A – Z
A carga nuclear de um átomo corresponde ao número de protões existentes no núcleo
desse átomo.
Por exemplo, a representação do átomo de oxigénio fornece a seguinte informação:
Alguns elementos químicos apresentam isótopos, ou seja, átomos do mesmo elemento
químico dado que possuem o mesmo número atómico (Z), mas diferente número de
massa, A (diferem no número de neutrões).

Existem muitos elementos químicos cujos átomos têm isótopos, como por exemplo, os
átomos de carbono, de hidrogénio e de oxigénio.

Os isótopos costumam ser designados pelo nome do elemento seguido do respetivo


número de massa.
Por exemplo, quando dizemos hidrogénio-1, hidrogénio -2 e hidrogénio-3, os números 1, 2
e 3 indicam os respetivos números de massa.
Os isótopos de um elemento têm:
- o mesmo número atómico Z;
- diferente número de massa A, pois o número de neutrões N é diferente.

A espetrometria de massa, é uma técnica de análise química que permite verificar as


diferenças entre o número de neutrões em diferentes átomos do mesmo elemento
químico, bem como medir as suas abundâncias. O exemplo do espetro de massa da
figura é relativo ao zircónio.
Através da análise do espetro visualizam-se cinco picos, o que comprova a existência de
cinco isótopos (Zr-90, Zr-91, Zr-92, Zr-94 e Zr-96). Cada pico tem um comprimento
diferente, que corresponde à abundância relativa de cada um dos isótopos. A abundância
relativa reflete o número de átomos de cada isótopo na amostra.
Modelos atómicos

Modelo de Demócrito

O filósofo grego Demócrito defendeu a ideia de que a matéria só poderia ser dividida
em porções cada vez menores até um limite e este limite era dado por uma partícula
indivisível – o átomo.

Assim toda a matéria seria constituída por corpúsculos muito pequenos aos quais
chamaram átomos.

“Átomo” é uma palavra de origem grega que provém de “a” + “thomos”, que significa
indivisível.

Modelo atómico de Dalton

John Dalton, retomou a ideia de Demócrito e propôs que toda a matéria era formada por
pequenos corpúsculos, indivisíveis– os átomos.
Segundo Dalton:
- o átomo era um corpúsculo de forma esférica, indivisível e indestrutível;
- átomos de elementos químicos diferentes tinham massas diferentes e propriedades
químicas distintas.
- átomos do mesmo tipo ou de tipo diferente podiam combinar-se entre si, para formar as
substâncias.

Modelo atómico de Thomson


Thomson ao realizar descargas elétricas através de gases rarefeitos observou uma
luminosidade no interior dos tubos onde fazia a descarga, independente do gás contido no
tubo. Thomson provou que os eletrões eram corpúsculos, com carga elétrica e massa,
que faziam parte de toda a matéria (provando que os átomos não eram indivisíveis).

Com a descoberta do eletrão, Thomson imaginou o átomo como uma partícula esférica
com carga positiva, distribuída uniformemente, onde se encontravam incrustados
os eletrões, partículas muito pequenas com carga elétrica negativa. Este modelo ficou
conhecido como o modelo do “bolo de passas”.
Modelo atómico de Rutherford

Experiências realizadas por Rutherford permitiram-lhe concluir que a maior parte do


átomo é espaço vazio. Para Rutherford, os átomos eram constituídos por um núcleo
muito pequeno e de carga positiva onde se concentrava quase toda a massa do átomo e
eletrões (partículas de carga negativa) movendo-se no espaço à volta do núcleo, tal como
os planetas se movem em volta do Sol – modelo planetário de Rutherford (o átomo seria
um sistema semelhante ao sistema solar).

Modelo atómico de Bohr

Segundo este modelo:

• o átomo possuía um núcleo central e os eletrões descreviam órbitas circulares (onde


havia a certeza de encontrar o eletrão com uma dada energia), em volta do núcleo;
• os eletrões só podiam ocupar determinados níveis de energia, movimentando-se em
torno do núcleo em órbitas com energias diferentes;
• os eletrões com menor energia moviam-se em órbitas mais próximas do núcleo e os
eletrões com maior energia moviam-se em órbitas mais afastadas do núcleo;
• quando um eletrão recebe energia suficiente passa a ocupar uma órbita mais externa
(com maior energia) ficando o átomo num estado excitado;
• se um eletrão passar de uma órbita para uma outra mais interior liberta energia;
• Os eletrões tendem a ter a menor energia possível - estado fundamental do átomo.

Somente certas órbitas são estáveis, e são as únicas onde encontramos os eletrões.

O modelo de Bohr não conseguia explicar várias das características dos átomos.
Tornou-se necessário substituí-lo por um modelo mais completo, que continua válido até
aos dias de hoje. Esse modelo nasceu devido ao desenvolvimento de uma nova área da
física no século XX, a mecânica quântica. A mecânica quântica é o ramo da física que
explica o comportamento da Natureza à escala subatómica.

O modelo atómico quântico, normalmente designado modelo da nuvem eletrónica,


deve-se ao trabalho de físicos como Erwin Schrödinger e Werner Heisenberg.

Schrödinger estabeleceu a equação matemática que governa o comportamento das


partículas subatómicas e dos átomos e foi a resolução desta equação que originou
o modelo atual para os átomos. A partir da resolução desta equação obtêm-se
informações quanto à posição e à energia do eletrão.

Neste novo modelo quântico, o conceito de órbita dá lugar ao conceito de orbital.


Trata-se de um modelo probabilístico — visualizável no modelo da nuvem eletrónica —,
pois apenas permite conhecer a probabilidade de encontrar o eletrão numa dada
região do espaço e não a sua localização precisa em cada instante, como no modelo de
Bohr.

Assim, em torno do núcleo existem zonas de maior densidade eletrónica (maior


probabilidade de encontrar o eletrão) e zonas de menor densidade eletrónica (menor
probabilidade de encontrar o eletrão). A densidade eletrónica vai diminuindo com a
distância ao núcleo e anula-se no infinito.
De acordo com o modelo da nuvem eletrónica, os protões e neutrões encontram-se na
zona central do átomo, designada por núcleo atómico e os eletrões movem-se à volta
do núcleo, formando a nuvem eletrónica.
O tamanho do núcleo atómico é muito inferior ao tamanho da sua nuvem eletrónica.

Modelo quântico do átomo e configuração eletrónica

Orbital é a região do espaço, em torno do núcleo, onde existe grande probabilidade de


encontrar o eletrão com uma determinada energia.
Apesar de a noção de nível de energia, n, previsto pelo modelo de Bohr, se manter, a
evolução do conhecimento científico a partir desse modelo levou à necessidade de
alterações e ao aparecimento de um novo modelo atómico: o modelo quântico ou
modelo da nuvem eletrónica ou modelo da orbital.

O estado fundamental do átomo de hidrogénio representado no modelo atómico de Bohr e


no modelo da nuvem eletrónica

No modelo de Bohr, o eletrão está sempre numa ... mas hoje sabemos que a posição do
órbita circular, à distância r = 5 x 10‑11 m do núcleo eletrão é incerta.
do átomo de hidrogénio, com 100% de O eletrão tem uma grande probabilidade
probabilidade de ser encontrado aí. de estar próximo do núcleo e essa
Órbita: linha onde existe a certeza de encontrar o probabilidade vai diminuindo à medida que
eletrão com uma dada energia. nos afastamos do núcleo.
Orbital: região do espaço onde há
probabilidade de encontrar um eletrão com
uma dada energia.

De acordo com o modelo quântico, a nuvem eletrónica representa a distribuição da


densidade dos eletrões à volta do núcleo atómico, correspondendo as regiões mais
densas a maior probabilidade de aí encontrar eletrões.

Representação da probabilidade de encontrar o eletrão numa dada região do espaço: (a) nuvem eletrónica
(orbital); (b) curva de probabilidade.

Neste modelo, a nuvem eletrónica de um átomo isolado é uma forma de representar a


probabilidade de encontrar eletrões em torno do núcleo. Essa probabilidade é igual
para a mesma distância ao núcleo e diminui com a distância.
Costumamos representar esta densidade eletrónica através de uma «nuvem» de pontos:
quanto mais densa é a nuvem, maior a probabilidade de encontrar o eletrão nesse ponto.

Podemos comparar o tamanho dos átomos através dos seus raios atómicos. Na figura
podemos ver que os átomos maiores têm nuvens eletrónicas maiores.

O tamanho de um átomo está associado ao limite convencionado da sua nuvem


eletrónica.

Níveis de energia

Nos átomos, os eletrões, na nuvem eletrónica, distribuem-se por níveis de energia.


Os eletrões de um átomo não têm, em geral, a mesma energia e só determinados
valores de energia são possíveis para os eletrões.
Os eletrões distribuem-se por níveis de energia caracterizados por um número inteiro,
n, maior ou igual a 1.
n = 1, 2, 3, 4, …

Há também um número máximo de eletrões por nível de energia.

Esse número é dado por: 2n2 onde n é o número do nível de energia.


Verifica-se que o número máximo de eletrões no último nível de energia a ser
preenchido, isto é, no nível mais afastado do núcleo, é oito eletrões; a estes chamam-
se eletrões de valência.
De acordo com o Princípio da energia mínima, os eletrões distribuem-se no átomo por
ordem crescente de energia, isto é, ocupam primeiro o nível de energia mais próximo
do núcleo (nível 1), pois este é o de menor energia, e só depois o nível seguinte (nível
2); e assim sucessivamente.
À distribuição dos eletrões de um átomo pelos níveis de energia, atendendo ao
Princípio da energia mínima e à ocupação máxima de cada nível de energia, dá-se o
nome de distribuição eletrónica.
Esta distribuição eletrónica corresponde ao estado de menor energia do átomo,
também designado por estado fundamental.

Distribuições eletrónicas dos átomos de elementos

Exemplo

A distribuição eletrónica do átomo de flúor no estado de menor energia (estado


fundamental) é: 9F 2–7
O átomo de flúor possui 2 eletrões no nível 1 e 7 eletrões no nível 2, que é, neste caso, o
último nível de energia. Estes eletrões designam-se por eletrões de valência.

Átomos e iões

Um átomo, em determinadas circunstâncias, pode perder ou ganhar eletrões,


originando iões. Por exemplo:
• Quando um átomo de cloro ganha 1 eletrão, origina um ião negativo ou anião. Forma-
se o ião cloreto, Cl-.
Como o número atómico do cloro é 17, o átomo de cloro que tem 17 eletrões, ao ganhar 1
eletrão, origina o ião cloreto, que fica com 18 eletrões.
Este ião negativo que se forma representa-se por

Quando um átomo de sódio perde 1 eletrão, origina um ião positivo ou catião. Forma-se
o catião sódio, Na+.
Como o número atómico do sódio é 11, o átomo de sódio que tem 11 eletrões, ao perder 1
eletrão, origina o ião sódio, que fica com 10 eletrões.
Este ião positivo que se forma representa-se por

Os átomos e os iões monoatómicos podem ser representados, evidenciando o


número atómico, Z, e o número de massa, A.

Massa dos átomos

Não é possível medir com uma balança a massa de um átomo, pois o seu valor é
demasiado pequeno.
Para ultrapassar esta questão, os químicos passaram a comparar a massa dos átomos
com a massa de um padrão adequado.
Inicialmente, o padrão que consideraram foi a massa do átomo mais leve de hidrogénio,
ao qual atribuíram uma massa unitária.
Por exemplo, dizer que a massa de um átomo de hélio é 4 significa que a sua massa é,
aproximadamente, 4 vezes maior do que a massa do átomo mais leve de hidrogénio.
Como esta massa é determinada por comparação com a massa de um padrão, não tem
unidades e designa-se por massa atómica relativa, Ar.
Atualmente a massa de um átomo determina-se por comparação com a massa de 1/12 da
massa de carbono-12.
O padrão é a duodécima parte da massa do átomo de carbono-12, a que se atribui o valor
unitário da massa atómica, 1 u.
A massa atómica relativa de um elemento químico, Ar (X), calcula-se a partir de uma
média (ponderada) das massas dos isótopos que constituem o elemento e da sua
abundância relativa.

A massa de um átomo é praticamente igual à massa do seu núcleo, pois é no núcleo que
se encontra a quase totalidade da massa do átomo.

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