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Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia - ICET

Química e Energia

Aula 01 – Introdução à Química e Energia.

10, 11, 12 e 13 de Agosto de 2009

Professor: Ms. Winston F. de L. Gonçalves


Referências:
- Mahan, B. H. “Química – Um curso universitário.” Trad. Ernerto Giesbrecht, et al. 2.ed - São Paulo: Edgard Blücher,
1972.
- Russell, J. B. ”Química Geral – Volume 1” Trad. Márcia Guekezian, et al. 2.ed. – São Paulo: Makron Books, 1994.
- Solomons, T.W.G. “Química Orgânica 1” Trad. Horacio Macedo. 6.ed. – Rio de Janeiro: LTC, 1996.
- Callister, W. “Engenharia e Ciências dos Materiais: Uma introdução” LTC Editora, 5ª Edição, 2002.
1
- James Holler, F.; Nieman, T.; Skoog, D.A. “Principios De Analise Instrumental” Bookman Editora, 3ºEdição, 2002.
Química
Ciência que estuda a matéria e suas transformações. O nosso corpo é
uma fabulosa fábrica química!
Matéria
Tudo que ocupa lugar no
espaço e possui massa.

“Matéria é energia
condensada”.

Constituída de pequenas
partículas denominadas

ÁTOMOS.
Energia
É a capacidade de realizar trabalho; tudo o que pode modificar a matéria, em
sua posição, estado de agregação ou natureza química. É também tudo que
pode provocar ou anular movimentos e causar sensações.
Equação de Einstein E = m . c2 c = vel. da luz ≅ 3,0 x 108 m/s

Tipos de Energia
• Energia Cinética (EC) : EC = ½ m .v 2
• Energia Potencial (EP): Ep = F . d
• Energia Mecânica Total: ET = E C + E p
• Energia Térmica
• Energia Química
• Energia Nuclear
• Outras formas de energia: elétrica, luminosa, magnética, solar (radiante),
etc
Átomo
• Até fins do século XIX, era considerado a menor porção em
que se poderia dividir a matéria. Mas nas duas últimas décadas
daquele século, as descobertas do próton e do elétron
revelaram o equívoco dessa idéia. Posteriormente, o
reconhecimento do nêutron e de outras partículas subatômicas
reforçou a necessidade de revisão do conceito de átomo.

– Modelos atômicos:
» Leucípo (450 a.C.)
» Demócrito (380 a.C.)
» Dalton (1807 d.C.)
» Thomson (1897 d.C.)
» Rutherford (1907 d.C)
» Bohr (1913 d.C.)
» Sommerfield (1916 d.C.)
John Dalton
• Químico inglês que propôs o primeiro modelo atômico,
conhecido como modelo de Dalton. Ele era Meteorologista e
descreveu uma anomalia na vista na qual ele tinha que não
conseguia distinguir as cores. Seu modelo atômico criado em
1807, retomava o antigo conceito dos gregos:

• O átomo é uma pequena esfera, com massa definida


e propriedades características, explicando assim
todas as reações químicas.
• Toda matéria é constituída por átomos.
• São indivisíveis, indestrutíveis, e não podem ser
transformados em outros, nem mesmo durante os
fenômenos químicos.
Joseph John Thomson
• Engenheiro inglês que propôs que descobriu o elétron e mediu
a carga elétrica de um elétron.
• Considerou o átomo eletricamente neutro (com quantidades
iguais de partículas positivas e negativas), ele representou o
átomo como uma esfera uniforme, de carga positiva,
incrustada de elétrons (partículas negativas).

• Este modelo foi conhecido também como


"pudim de passas".
Enerst Rutherford
• Nascido em Nelson (Nova Zelândia), estudou Física na Inglaterra
e teve como orientador Prof. J.J. Tomson, e foi para o Canadá na
Universidade de McGill (Montreal) em 1898. Em 1907 foi
nomeado professor de Física da Universidade de Vitória
(Manchester), ano em que conquistou o prêmio Nobel da Química.
• Bombardeou uma lamina de ouro (Au) com
partículas α (partículas de carga positiva, liberadas
por elementos radioativos). Rutherford fez uma
importante constatação: a grande maioria das
partículas atravessava diretamente a lâmina,
algumas sofriam pequenos desvios e outras, em
número muito pequeno (uma em cem mil), sofriam
grandes desvios em sentido contrário.
Experiência de Rutherford
Conclusões de Rutherford
• No átomo existem grandes espaços vazios; a maioria das partículas o
atravessava sem sofrer nenhum desvio.
• No centro do átomo existe um núcleo muito pequeno e denso; algumas
partículas alfa colidiam com esse núcleo e voltavam, sem atravessar a
lâmina.
• O núcleo tem carga elétrica positiva; as partículas alfa que passavam perto
dele eram repelidas e, por isso, sofriam desvio em sua trajetória.
Modelo de Rutherford
Elétrons seriam
atraídos pelo núcleo e
colapsariam.

+
+ +
+ +
No entanto, o Átomo não deixou de ser um conjunto das
partículas:

Prótons (+), elétrons (-) e Neutrons (0)

• n (neutrônio) Z=0 e N=∞


• 11H (hidrogênio) Z=1 e N=0
• 21H (deltério) Z=1 e N=1
• 31H (tritério) Z=1 e N=2
• He (hélio) Z=2 e N=2
Composições atuais além das já conhecidas
(estudada pela disciplina Física de Partículas).
• Partículas atômicas fundamentais:
- Os léptons são partículas leves como o elétron.
- Os bósons são partículas sem massa que propagam as forças do Universo
- O glúon, por exemplo, é um bóson que une os quarks.
• Os quarks se combinam para formar as partículas pesadas, como o próton e o
nêutron

Tal como outras partículas que tem


cargas diferentes, tipos diferentes
de quarks também tem
propriedades distintas, chamadas
"sabores" e "cores", que afetam a
forma de como eles se combinam.
Niels Henrik Bohr
• Físico Dinamarquês foi orientado por J.J. Thomson e foi trabalhar
no laboratório de Rutherford. Entre 1914 e 1916 foi professor de
física da Universidade de Vitória (Manchester). Em 1920 voltou
para Copenhaga (Dinamarca). Em 1922 ganha o prêmio Nobel
pelas suas investigações da Estrutura da luz quântica.

• Bohr acreditava que, utilizando a teoria quântica de


Planck, seria possível criar um novo modelo atómico,
capaz de explicar a forma como os elétrons absorvem e
emitem energia radiante. Notou 2 equívocos no modelo
de Rutherford:
– uma carga negativa, colocada em movimento ao redor de
uma carga positiva estacionária, adquire movimento
espiralado em direção à carga positiva acabando por colidir
com ela;
– uma carga negativa em movimento irradia (perde) energia
constantemente, emitindo radiação. Porém, sabe-se que o
átomo em seu estado normal não emite radiação.
Max Karl Ernst Ludwig Planck
• Físico Alemão Considerado pai da teoria quântica. Nasceu em 23 de abril de 1858 em
Kiel e faleceu em 4 de outubro de 1947 em Göttingen. Obteve seu doutorado em 1879
em Berlin na qual estudou com por exemplo Gustav Kirchhoff. Despertou seu estudo
diretamente para a termodinâmica. Dez anos mais tarde foi chamado para substituir
Gustav Kirchhoff em aulas de física na Universidade de Berlin. Durante a Segunda
Guerra Mundial, Planck tentou convencer Hitler a dar liberdade aos cientistas judeus. O
filho de Planck, Erwin, foi executado no dia 20 de julho de 1944, acusado de traição
relacionada a um atentado para matar Hitler.
• Em 1899, descobriu uma nova constante fundamental,
chamada posteriormente em sua homenagem Constante de
Planck, e que é usada, por exemplo, para calcular a energia
do fóton. Um ano depois, descobriu a lei da radiação
térmica, chamada Lei de Planck da Radiação. Essa foi a
base da teoria quântica, que surgiu dez anos depois com a
colaboração de Albert Einstein e Niels Bohr.
• Como conseqüência desta teoria quântica veio o nascimento
da mecânica quântica, na qual o rendeu um prêmio Nobel
em 1918.
Explicação do
átomo baseado na
luz emitida por
alguns elementos
quando aquecidos.
Átomo segundo Neils Bohr

n⋅h
P=
2 ⋅π
P = Momento angular
n = número inteiro
h = Constante de Planck (6,62 x 10-34J·s)
Energia das Camadas
• N1 (K) E = 0 eV
• N2 (L) E = 10,2 eV
• N3 (M) E = 12,1 eV
• N4 (N) E = 12,8 eV

• CONTINUO de
Excitação
E = 13,2 eV
Excitação do Átomo
• O átomo absorve um fóton com uma determinada
energia especifica correspondente a diferença de
energia entre os níveis quânticos, e o elétrons saltará
do nível de energia mais para o nível de energia mais
alta.
Desexcitação do átomo
• O retorno do elétrons para o nível de energia mais
baixo, liberando um fóton que transporta este excesso
de energia. Este fóton possui energia equivalente à
diferença de energia entre níveis.
Calculo da energia absorvida/liberada

h⋅c
E=
λ
• E = diferença de energias (1eV = 1,602 x 10-19J)
• h = constante de Planck (6,626x10-34J·s)
• c = velocidade da luz (2,998 x 108m/s)
• λ = Comprimento de onda (m)
Equações físicas:
c 1
λ= f =
f T
• λ = Comprimento de onda (nm)
• c = Velocidade da luz (299.792,458 km/s ou 2,998 x 108m/s)
• f = freqüência (Hz)
• T = Período
Exemplo
Qual a energia, em eletronvolt, de um fóton da luz verde do mercúrio cujo comprimento de
onda é 5461 Angstrom ?

Solução:
Dados do problema: E=?
λ = 5461 Å = 5461 x 10-10 m

h⋅c
Sabemos que:
E=
λ
h = constante de Planck (6,626x10-34J·s ou 4,136x10-15 eV.s)
c = velocidade da luz (2,998 x 108m/s)
λ = Comprimento de onda (m)

Substituindo os valores na equação acima temos:

E = (4,136x10-15 eV/s) x (2,998x108 m/s)


5461x10-10 m

E = 2,27 eV

Um fóton de luz verde do mercúrio transporta 2,27 eletrovolts de energia em seu quantum.
Comprimento de onda
Espectros de ondas eletromagnéticas
Espectros de ondas eletromagnéticas
Quanto mais próxima do núcleo, mais energética
a radiação
Raios X
Excitação Desexcitação

Produção de Raios X do tipo Kα (K – alpha – salto quântico da camada K para L na


excitação e da L para a K na desexcitação)
Raios X
Excitação Desexcitação

Produção de Raios X do tipo Kβ (K – beta – salto quântico da camada K para M na excitação e


da M para a K na desexcitação)

Há também os Raios X do tipo Lα (saltos da L p/ M e M p/L) e Lβ (saltos da L p/ N e da N


para L)
• A eletrosfera está dividida em camadas ou níveis eletrônicos, e
os elétrons nessas camadas, apresentam energia constante;
• Em sua camada de origem (camada estacionária) a energia é
constante, mas o elétron pode saltar para uma camada mais
externa, sendo que, para tal é necessário que ele ganhe energia
externa;
• Um elétron que saltou para uma camada de maior energia fica
instável e tende a voltar a sua camada de origem; nesta volta
ele devolve a mesma quantidade de energia que havia ganho
para o salto e emite um fóton de luz.
Modelo Atômico Atual
Modelo matemático- probabilístico que se baseia em dois
princípios:

• Princípio da Incerteza de Heisenberg: é impossível


determinar com precisão a posição e a velocidade de
um elétron num mesmo instante.

• Princípio da Dualidade da matéria de Louis de


Broglie: o elétron apresenta característica DUAL, ou
seja, comporta-se como matéria e energia, sendo
portanto, uma partícula-onda.
Atual modelo Atômico
Conceitos
Número Atômico (Z):
Quantidades de prótons.
Z=P=E

Número de Massa (A):


Soma dos prótons e neutrôns
que constituem o átomo.
A=Z+N
A=Z+N
Representação
Números quânticos
Para designar a camada, a subcamada e o orbital de um elétron podemos
utilizar os números quânticos . Esses números identificam cada elétron do
átomo, porém, não existem dois elétrons com o mesmo conjunto de
números quânticos (princípio da exclusão de Pauli).

– Número quântico principal (n) - O número quântico principal, representado


por n , indica a camada em o elétron se encontra, e só pode assumir valores
inteiros e positivos.
– Número quântico secundário ou azimutal ( l ) (letra L)- O número quântico
azimutal, representado por l , especifica a subcamada e, assim, a forma do
orbital. Pode assumir os valores 0, 1, 2 e 3, correspondentes às subcamadas s ,
p,d,f
– Número quântico magnético (m l ) - O número quântico magnético,
representado por ml , fornece informações sobre a orientação de um orbital no
espaço. Pode assumir valores inteiros de + l a - l (letra L). Por exemplo, para
uma subcamada d ( l = 2), m pode ser igual a -2, -1, 0, +1 ou +2, cinco valores
que correspondem aos cinco orbitais da subcamada d.
– Número quântico spin ( m s ) - O número quântico spin, representado por ms ,
especifica o spin do elétron e possui valor + 1/2 ou - 1/2.
Estrutura do átomo
Ordenação por camadas

– K=2
– L=8
– M = 18
– N = 32
– O = 32
– P = 18
Neils Bohr (1913): Os elétrons mantinha-se em – Q=8
movimento circular em órbitas especificas devida a
força centrípeta exercida pelo núcleo.
– R = 2 (?)
Linus Carl Pauling
• Químico Cristalógrafo e biólogo molecular Norte
Americano de Oregon Ganhou o prêmio Nobel da
Química em 1954 pelo trabalho feito referente as
ligações químicas. Em 1962 recebeu o prêmio Nobel da
Paz pela campanha contra testes com bombas atômicas.
Distribuição eletrônica,
baseado em Linus Pauling

Seqüência de distribuição de elétrons linear


1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2, 3d10, 4p6, 5s2,4d10, 5p6, 6s2, 4f14, 5d10, 6p6, 7s2, 5f14, 6d10, 7p6, 8s2
Ordem de distribuição de
elétrons (Z=e-)

1º) Trace linhas inclinadas em


cada uma das linhas das
subcamadas (uma paralela a
outra – representada pela
linha preta).

2 º) Ligue as linhas conforme


o modelo (representado pela
linha vermelha).

Seqüência de distribuição de elétrons fica:


1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2, 3d10, 4p6, 5s2,4d10, 5p6, 6s2, 4f14, 5d10, 6p6, 7s2, 5f14, 6d10, 7p6, 8s2
Divisão por “Spin”
• H (Z=1)
• He (Z=2)
• Li (Z=3)
• C (Z=6)
Orbitais atômicos
• s  Suportando apenas 1 par de elétrons
• p  Suportando 3 pares de elétrons
• d  Suportando 5 pares de elétrons
• f  Suportando 7 pares de elétrons

• 1°Nível --> existe apenas o orbital atômico s


2°Nível --> existem os orbitais s e p
3°Nível --> existem os orbitais s, p e d
4°Nível --> existem os orbitais s, p, d e f
5°Nível --> existem os orbitais s, p, d, f e g
6°Nível --> existem os orbitais s, p, d, f, g e h
7°Nível --> existem os orbitais s, p, d, f, g, h e i
Geometria do átomo de sódio
Formação da molécula do Cloreto de
Berílio
Elemento Número Distribuição Período
16 S
Atômico Eletrônica
1s2
Li 3 1s2 2s1 2 2s2 2p6
Na 11 1s2 2s2 2p6 3s1 3 3s2 3p4 ⇒ 3º período
K 19 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4 Grupo 16 (6 +
4s1 10)
Interações interatômicas
(ligações químicas)

• São uniões de dois ou mais átomos iguais ou


diferentes para formar as moléculas. Esta união
ocorre em função dos elétrons das ultimas camadas
dos elétrons, formando assim as ligações químicas
que podem ser do tipo iônica, covalente e metálica.
Estas ligações estão relacionadas a regra do octeto, na
qual os átomos se combinam de forma a se tornarem
estáveis, com oito elétrons em sua última camada
(camada de valência), a exemplo dos gases nobres.
Forças e Energias de Ligação

FL = FA + FR E = ∫ Fdr

r r r
EL = ∫ FL dr = ∫ FA dr + ∫ FR dr = E A + ER
∞ ∞ ∞

1( Z1e)( Z 2 e)
B
A
EA = − =
4π ∈0 EB = n
r r r
Ligações Iônicas
• Consiste na doação de elétrons de um elemento
para outro. Assim um atrai o outro por atração
eletrostática.
• [Na]+ [Cl ]–
• Características das Substâncias Iônicas
As fortes atrações eletrostáticas entre cátions e ânions, em uma substância iônica, têm
suas conseqüências;

– Toda substância iônica é sólida e forma um retículo cristalino, nas condições ambientes.
– Os pontos de Fusão (PF) e de ebulição (PE) são bem altos.
– As substâncias iônicas conduzem corrente elétrica quando fundidas ou quando dissolvidas
em água.

Metal + Ametal → Ligação Iônica → Substância Iônica → Sólido


Outros Exemplos:
Ligações Metálicas
• Os metais são bons condutores de eletricidade por causa da facilidade com
que os elétrons se movimentam, pois se encontram livres. E isso ocorre
porque os metais têm baixa energia de ionização, ou seja a atração sobre os
elétrons é baixa.
• Temos então uma estrutura formada por cátions fixos cercados por um
"mar de elétrons" provenientes da camada de valência. A interação entre os
elétrons livres (-) e os cátions (+) determina a estrutura cristalina dos metais
e uma série de propriedades características:
– maleabilidade
– ductibilidade
– boa condutibilidade térmica e elétrica.
– alto ponto de fusão
– resistência à tração
– brilho
• Os metais podem se unir entre si ou a outros
elementos e formar misturas sólidas chamadas
ligas metálicas: Por exemplo:

– o aço é uma liga de ferro e carboso: o aço


inoxidável é uma liga de ferro e carbono com
adição de crômo e níquel;
– o bronze é uma liga de cobre e estanho;
– o latão é uma liga de cobre e zinco;
– o ouro de 18 quilates é uma liga de ouro e cobre.
Ligação Covalente
• É o tipo de ligação que ocorre quando os dois átomos precisam
adicionar elétrons em suas últimas camadas. Somente o
compartilhamento é que pode assegurar que estes átomos
atinjam a quantidade de elétrons necessária em suas últimas
camadas. Cada um dos átomos envolvidos entra com um
elétron para a formação de um par compartilhado, que a partir
da formação passará a pertencer a ambos os átomos. Ocorre
entre não metais e não metais, não metais e hidrogênio e entre
hidrogênio e hidrogênio.

• O hidrogênio possui somente uma camada contendo um único


elétron, compartilhando 1 elétron, atinge a quantidade
necessária para a camada K, que é de dois elétrons. Os elétrons
compartilhados passam a ser contados para as eletrosferas dos
dois átomos participantes da ligação.
Molécula apolar
• Estas três ligações garantem que os dois
átomos de nitrogênio atinjam a quantidade de
oito elétrons nas suas últimas camadas. A
ligação covalente entre dois átomos iguais é
dita apolar, pois nela os elétrons são
compartilhados de maneira igual, nenhum dos
átomos tem mais força que o outro para atrair
o elétron para si.
Molécula Polar
• A molécula de CO2 é formada por dois átomos
de oxigênio e um de carbono unidos através de
ligações covalentes.
• O átomo de carbono compartilha 4 elétrons e
cada átomo de carbono 2, garantindo assim
que ambos atinjam os oito elétrons nas últimas
camadas.
• Como a ligação é entre átomos diferentes e
com diferentes eletronegatividades, a ligação é
dita polar pois o átomo de oxigênio atrai para
si mais fortemente os elétrons compartilhados.
• Além da fórmula eletrônica, os compostos covalentes
podem ser representados pela fórmula estrutural,
onde cada par compartilhado é representado por um
traço. Ex.: H - H, O = C = O.
• Uma ligação covalente unindo dois átomos é dita
simples. O conjunto de duas ligações unindo dois
átomos é dito dupla ligação. O conjunto de rês
ligações unindo dois átomos é dito tripla ligação.
Ligação Covalente Coordenada
• A existência de algumas moléculas não pode ser explicada simplesmente
através da ligação covalente simples. Para estes casos foi formulada a teoria
da ligação covalente coordenada. Neste tipo de ligação, um dos átomos que
já estiver com última camada completa entra com os dois elétrons do par
compartilhado. Este par de elétrons apresenta as mesmas características do
da ligação covalente simples, a única diferença é a origem dos elétrons, que
é somente um dos átomos participantes da ligação. Os elétrons do par
passam a pertencer a ambos os átomos participantes. A ligação covalente
coordenada é representada por uma seta que se origina no átomo doador e
termina no átomo receptor.

• Dadas as distribuições eletrônicas em camadas para os átomos de 16S e 8O.


• No entanto, esta molécula ainda pode incorporar ainda um ou
dois átomos de oxigênio. Tal fato só pode ser explicado se o
enxofre utilizar um ou dois pares de elétrons não envolvidos
em ligações para formar um ou dois pares dativos com o
oxigênio.
• Outra molécula que não pode ser explicada
somente com a ligação covalente simples é a
de CO. O interessante desta molécula é que a
ligação covalente dativa ocorre do átomo mais
eletronegativo (O) para o menos eletronegativo
(C).
Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia - ICET

Química e Energia

Aula 02 – Reações Químicas.

17, 18, 19 20, 24, 25, 26 e 27 de Agosto de 2009

Professor: Ms. Winston F. de L. Gonçalves


Referências:
- Mahan, B. H. “Química – Um curso universitário.” Trad. Ernerto Giesbrecht, et al. 2.ed - São Paulo: Edgard Blücher,
1972.
- Russell, J. B. ”Química Geral – Volume 1” Trad. Márcia Guekezian, et al. 2.ed. – São Paulo: Makron Books, 1994.
- Solomons, T.W.G. “Química Orgânica 1” Trad. Horacio Macedo. 6.ed. – Rio de Janeiro: LTC, 1996.
- Callister, W. “Engenharia e Ciências dos Materiais: Uma introdução” LTC Editora, 5ª Edição, 2002.
74
- James Holler, F.; Nieman, T.; Skoog, D.A. “Principios De Analise Instrumental” Bookman Editora, 3ºEdição, 2002.
Reações Químicas
• é uma transformação da matéria na qual ocorrem
mudanças qualitativas na composição química de
uma ou mais substâncias reagentes, resultando em um
ou mais produtos. Envolve mudanças relacionadas à
mudança nas conectividades entre os átomos ou íons,
na geometria das moléculas das espécies reagentes ou
ainda na interconversão entre dois tipos de isômeros.
Resumidamente, pode-se afirmar que uma reação
química é uma transformação da matéria em que pelo
menos uma ligação química é criada ou desfeita.
Causas das reações químicas
• As reações químicas acontecem na natureza principalmente
pela afinidade de um(uns) elemento(s) com outro(s). No
entanto, as causas estão relacionadas diretamente com dois
fatores físicos:

– Termodinâmicos

– Cinéticos
Termodinâmicos
• O acontecimento de uma reação é favorecido com o aumento da entropia e a diminuição da
energia. Essas duas grandezas se cooperam nesse caso de acordo com a seguinte equação:

∆G = ∆H - T.∆S (para sistemas a pressão constante)

∆A = ∆U - T.∆S (para sistemas a volume constante)

• Onde:

– T é a temperatura em kelvin,

– ∆H é a variação da entalpia (que é igual a energia absorvida ou liberada em pressão


constante) entre os reagentes e os produtos,

– ∆U é variação da energia interna (que é igual a energia absorvida ou liberada a volume


constante) entre eles,

– ∆S é a variação da entropia entre os mesmos,

– ∆G é uma grandeza chamada de energia livre de Gibbs e

– ∆A é uma grandeza chamada de energia de Helmholtz.


Condições termodinâmicas
• Se ∆A e ∆G forem maiores que zero em dadas condições, a
reação é dita como não espontânea nessas condições, e ela
ocorre ou não ocorre em escala apreciável. Na situação de
∆A e ∆G iguais a zero teremos um equilíbrio químico.

• Caso ∆A e ∆G sejam menores que zero em dadas


condições, dizemos que a reação é termodinamicamente
favorável nestas condições, ou seja, ela é espontânea.
Contudo é importante notar que uma reação ser espontânea
não necessariamente significa que ela ocorra rapidamente.
Cinética
• Para que uma reação ocorra é necessário que antes, os
reagentes superem uma certa “barreira” de energia, e quanto
maior for essa barreira mais difícil será a reação ocorrer e mais
lenta ela será. Dessa forma, uma reação termodinamicamente
favorável pode ocorrer de forma extremamente lenta ou acabar
nem sendo observada em um intervalo de tempo
consideravelmente grande; então se diz que a reação é
cineticamente desfavorável.

• Um bom exemplo disso é o carvão e o diamante, que são duas


formas diferentes de carbono (alótropos); em condições
normais a transformação de diamante a carvão é
termodinamicamente favorável porém cineticamente
desfavorável, o que faz com que fossem necessários centenas
ou milhares de anos para se observar alguma mudança em um
diamante. É preciso entender que uma reação para ser
cineticamente viável, necessita primeiramente ser
termodinamicamente possível.
Representações das reações químicas
• Representa-se as reações químicas através de um modelo
extraído da matemática chamado EQUAÇÕES
QUÍMICAS. Nestas equações é representado as
substâncias que estão reagindo (denominada reagente) e
as substâncias formadas (denominada produto).

Reagente I + Reagente II Produto I + Produto II (A)


Reagente I + Reagente II Produto I + Produto II (B)
Reagente I + Reagente II Produto I + Produto II (C)

(A) Reação sem volta (transformação permanente).


(B) Reação e equilíbrio (Vai e volta).
(C) Reação apenas representada pelo sinal de igualdade.
Tipos de reações químicas
• Adição (síntese): A + B → AB
2 Mg + O2 → 2 MgO
• Decomposição: AB → A + B
(Pirólise, Fotólise ou Eletrólise) CaCO3 → CaO + CO2
• Simples troca: AB + C → AC + B
3 Cs + AlCl3 → 3 CsCl + Al
• Dupla troca: AB + CD → AD + CB

FeS + 2 HCl → FeCl2 + H2S


• Oxido-Redução: Reação onde há trocas de eletróns
2 Mg + O2 → 2 MgO
Nox: 0 0 +2 -2
Mg: oxidou – agente redutor O2: reduziu – agente oxidante
Entalpia na Reação

Endotérmica
Reação que absorve calor.
∆H > 0

H2(g) + Cl2(g) →2 HCl(g)


∆H= -184,9 kJ
Exotérmica
Reação que libera calor.
∆H < 0
Calor e entalpia (combustão)
• N2 + 2 O2 + 43 kcal  2 NO2 (endotérmica)
• 2 H2 + O2  2 H2O + 68 kcal (exotérmica)

• Entalpia (H): é o calor envolvido na reação. É


possível determinar a entalpia das substâncias
através da variação de entalpia.

Onde:
∆H = ΣHP - ΣHR
∆H = Variação de Entalpia
HP = Entalpia de produto
HR = Entalpia de reagente
Exemplo: Formação de Metano
(Cálculo por entalpia de reação)

• C + 2 H2  CH4

∆H = Hp – HR
∆H = HCH4 – (HC + 2 HH2)

* C + ½ O2  CO + 26,5 kcal (20ºC, 1 atm)


* C + ½ O2  CO (∆H = - 26,5 kcal 20ºC, 1 atm)
Entalpia de ligação
• H 2 + ½ O 2  H 2O
H – H O=O  H – O – H
• Ligações Rompidas (+)  ligações Formadas (-)
• 1 H – H = 1 x 120 kcal
• ½ O=O = ½ x 200 kcal
• 2 O-H = 2 x 126 kcal

• ∆Hreação = Hligação Formada + H ligação rompida


Lei de Hess
• É possível determinar as variações de entalpia de
uma reação, utilizando outras reações: exemplos:
– C(gr) + O2(g)  CO2(g) ∆H = ?
• No entanto temos duas reações na qual sabemos os
seus ∆H:
• C(gr) + ½O2(g)  CO(g) ∆H1 = -26,4 kcal/mol
• CO(g)+ ½O2(g)  CO2(g) ∆H2 = -67,6 kcal/mol
• C(gr) + O2(g)  CO2(g) ∆H = ∆H1+ ∆H2 = -94 kcal/mol
Exemplo do enxofre (S)
• S(ortorrômbico)  S(monoclínico) ∆H = ?

• S(ortorrômbico) + O2(g)  SO2(g) ∆H = -296 kJ/mol


• S(monoclínico) + O2(g)  SO2(g) ∆H = -297,2 kJ/mol

• S(ortorrômbico) + O2(g)  SO2(g) ∆H = -296 kJ/mol


• SO2(g)  S(monoclínico) + O2(g) ∆H = +297,2 kJ/mol
• S(ortorrômbico)  S(monoclínico) ∆H = +1,2 kJ/mol
Energias de reação
• Q = Quantidade de Calor
(sensível ou latente). T2
• C = capacidade térmica
sensível QSensível = n ∫ CdT
• L = Calor latente
T1

∆H = Q QLatente = mL
Q1 + Q2 + Q3 + ... + Qn = 0
Balanceamento
“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se
transforma.”
Antonie Lavoisier (1774)

• AxBy + zC  xACz + yB
• Mreagente=Mproduto

• A quantidade elementar no produto deve ser igual


quantidade elementar do reagente.

• Como Balancear?
Antoine-Laurent de Lavoisier
• Químico Frances considerado o criador da química moderna e
filósofo iluminista da época de 1740 à 1800. Foi formado em
direito, mas nunca exerceu a profissão, pois gostava de
ciência. Uma descoberta dele foi que a molécula da água era
formada por um átomo de oxigênio e dois de hidrogênio
(H2O).
• O feito mais importante de Antoine Lavoisier foi a
lei da conservação da massa, na qual a substância,
após ser transformada ela manterá a mesma massa.
Esta lei ficou bastante conhecida pela frase:

“Dans la nature rien ne se crée, rien ne se perd,


tout se transforme.”

• Em português, “Na Natureza nada se cria, nada se


perde, tudo se transforma.”
Joseph Louis Proust
• Químico Francês, filho de um boticário (farmacêutico), e chefe da
farmácia do Hospital Salpêtrière em París, onde publicou trabalhos
sobre urina, alúmen e ácido fosfórico. Em 1816 foi eleito para a
Academia de Ciências da França. Esteve na Espanha, onde estudou
os minerais espanhois. Em 1806 Enunciou a lei das proporções
definidas, uma das bases do atomismo químico, e que recebe seu
nome. A lei é formulada em 1808 por John Dalton, mas é o trabalho
de Proust que fornece as provas empíricas que determinaram sua
aceitação.

• O feito mais importante de Proust foi a lei da


proporção das massas, na qual tudo é
proporcional. Além disso, Proust foi
considerado o fundador da analise química.
Modo de balanceamento
• Tentativas: “Chutar” valores até encontrar os
valores corretos.

• Oxi-redução:
– Determinar o número de nox (carga formal) de
cada elemento;
– Determinar os elementos que têm variação de nox
e determinar suas variações (∆nox);
– Inverter os valores de ∆nox (variação de um é
inserido no outro);
– Realizar tentativa nos demais elementos.
Balancear as reações abaixo

• 1 NaOH + 1 HCl 1 NaCl + 1 H2O

• 1 Pb(NO3)2 + 2 KI 1 PbI2 + 2 KNO3

• 1 CH4 + 2 O2 1 CO2 + 2 H2O


Balanceamento (Lavoisier)
a = 2; b = 3; c = 5; d = 1; e = 2; f = 8; g=5

• aKMnO
KMnO4 + bH
H2SO4 + cH
H2O2 dK
K2SO4 + eMnSO
MnSO4 + fH
H22O + gO
O2

• Balancei esta equação:


– Definir um valor de mol para cada substância:
– Relacionar cada um dos mol pela quantidade de seus respectivos elementos:
• a = 2d (referente ao K – tenho 2 K na molécula K2SO4)
• a = e (Mn)
• b = d + e (SO4-2)
• 2b + 2c = 2f (referente ao H – Hidrogênio)
• c = g (referente ao O – oxigênio, que muda o Nox: H2O2 tem O-1 e O2 tem carga formal = 0)
• 4a = f (referente ao O – oxigênio que não muda o Nox: ambos em O-2)
– Escolher um metal nesta reação que não oxida (perde e-) e nem reduz (ganha e-) para começar a balancear,
contanto a quantidade na equação: exemplo: K temos 2 no produto. Logo deveremos ter 2 no reagente. Contudo o
valor de “a” deverá ser 2.
– O valor de “a” sendo igual a 2, “d” deverá ser 1, conforme a 1º equação.
– Tão logo, sabendo o valor de “a” e “d”, substitua-os nas demais equações para encontrar os demais até obter todos.
Combustíveis e Combustão
• Combustível: Qualquer substância,
em qualquer estado físico que em
contato com o oxigênio forma uma
reação de combustão, gerando energia.
Como exemplo, a gasolina, carvão,
parafina, gás, etc.
• Combustão: Transformação da
matéria a partir do oxigênio
atmosférico na qual formará H2O e/ou
CO2 como gás e energia na forma de
chama e calor.
Reações de Combustão

• Combustível + Comburente + Calor  CO2 + H2O

• Calor = Entalpia kj/mol (∆H<0 ·: Reação exotérmica)

• Quantidade de gases formada: cálculos


estequiométricos
Exemplos de reações de combustão:

• C6H12O6 + 6 O2  6 CO2 + 6 H2O

• CH4 + 2 O2  CO2 + 2 H2O

• C2H5OH + 3 O2  2 CO2 + 3 H2O

• CH3COOH + 2 O2  2 CO2 + 2 H2O

• 2 C8H18 + 25 O2  16 CO2 + 18 H2O


A destilação fracionada do petróleo
Proporções (Proust)

• 2 KMnO4 + 3 H2SO4 + 5 H2O2 K2SO4 + 2 MnSO4 + 8 H2O + 5 O2


• 2 KMnO
mol 4 =+ (1 x 39,1) ++ 5
3 mol (1mol
x 54,9) + (4 x 16,0) = 158 u.m.a (g/mol)
1 mol + 8mol
x 2 mol
+ 2 mol 316+g/mol
5 mol
• 33 H 2SO4 = +
mol + xb32,0) + (4 x 16,0) = 98 u.m.a xc3 mol+ d294 g/mol
(2 ax 1,0) + (1 + e + f
Para achar “a”:
• 2 KMnO4 + 3 H2SO4 + 5 H2O2 K2SO4 + 2 MnSO4 + 8 H2O + 5 O2
2 mol (K2MnO4) 3mol (H2SO4)
Si tiver 3 mol
316 g/mol (K2MnO
(de KMnO
4 ) 4) a (H
294 2SO4) (de H SO )
g/mol 2 4

X (de KMnO )
4 25 g (de H SO )
2 4
a = 3 x 3 ÷ 2  a = 4,5 mol
X = 25 x 316 ÷ 294  X = 26,87 g

• Sabendo que tenho 3 mol de KMnO4.


• Sabendo que tenho 25 g de H2SO4, quanto de KMnO4 é necessário para a reação?
• Precisa-se de 1 tonelada de MnSO4.

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