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• Disciplina: Química Tecnológica

• Professor: Ricardo Mota.

• UNEF / UNIFAN
Estrutura Atômica
Modelos Atômicos

A origem da palavra átomo


A palavra átomo (a = não; tomo = divisão) foi utilizada pela primeira
vez na Grécia antiga, por volta de 400 aC. Demócrito (um filósofo grego)
acreditava que todo tipo de matéria fosse formado por diminutas
partículas que denominou átomos (sem divisão). Acreditava-se que
tais partículas representavam a menor porção de matéria possível, ou
seja, eram indivisíveis. Como esta idéia não pôde ser comprovada por
Demócrito e seus contemporâneos, ela ficou conhecida como “1º modelo
atômico”, mas meramente filosófico.
Segundo Demócrito a matéria é o resultado da combinação de átomos
dos quatro elementos: ar; fogo; água e terra.
• Haviam diferenças fundamentais entre os elementos,
compostos e misturas;
• Lei da Conservação da Massas e Lei das Composições
definidas não forneciam explicações satisfatórias;
Modelo Atômico de Dalton 1803
As idéias de Demócrito permaneceram inalteradas por
aproximadamente 2200 anos. Dalton retomou estas idéias sob
uma nova perspectiva: a experimentação.

Baseado em reações químicas e pesagens minuciosas (instrumentos


imprecisos, rústicas), chegou à conclusão de que os átomos realmente existiam e
que possuíam algumas características:
 Toda matéria é formada por diminutas partículas esféricas, maciças, neutras,
indestrutíveis e indivisíveis chamadas átomos. Não podem ser criados nem
destruídos;
 Átomos de elementos de diferentes possuem propriedades diferentes entre
si;
 Átomos de um mesmo elemento possuem propriedades iguais e de peso
invariável;
 As transformações químicas consistem em uma combinação, separação ou
reação de átomos;.
 Compostos químicos são formados por átomos de dois ou mais elementos em
uma razão fixa;
 O peso total de um composto é igual à soma dos pesos dos átomos dos
elementos que o constituem.
• Dalton explicou a lei da conservação das massas ( Massa
Produtos = Massa Reagentes);
• Explicou a lei das composições definidas (Se cada
composto é caracterizado por proporções fixas entre os
átomos de seus elementos componentes e se cada
átomo de um dado elemento tem a mesma massa, então
a composição de cada composto pode ser sempre a
mesma;
• Estímulo para outros cientistas;
• Falhas:
o Isótopos – massas diferentes;
o Distinção entre átomo e molécula.
 Em 1800, Willian Nicholson e Anthony Carlisle,
demonstraram a decomposição da água nos gases
hidrogênio e oxigênio por eletrólise (íntima relação entre
matéria e energia);
 Humphrey Dary e Michael Faraday se interessam pela
eletrólise , e depois de vários estudos demonstraram que a
quantidade de produto formado durante a eletrólise
depende tanto da natureza da substância como da
quantidade de corrente elétrica envolvida. Essas relações
ficaram conhecidas como as Leis de Faraday , que
representou a primeira evidência da existência dos elétrons;
 Em 1850, Willian Crookes desenvolveu um dispositivo para
estudar descargas elétricas em gases a baixa pressão,
que se tornou conhecido como Tubo de Crookes.
Um tubo de Eletrodos ligados a uma fonte de alta voltagem (20.000 V). Tubo conectado a bomba de vácuo. Baixa
pressão, o gás que ficou no tudo emite incandescência. Cor depende do tipo de gás. Colocado ZnS, cátodo emite
incandescência fosforescente, surge sombra no anodo. Pesquisa com microscópico revela incontáveis pontos
brilhantes.
Conclusões:
 A baixas pressões, é evidente que alguma coisa
deixa o cátodo e viaja para o ânodo. Originalmente
denominado raio catódico, elétrons;
 Um raio catódico é composto por um fluxo de
minúsculas partículas;
 É necessário que as partículas emitidas do cátodo
viajem em linhas retas;
 A incandescência emitida pelo gás no interior do
tubo a pressões intermediárias resulta das colisões
das partículas em movimento com moléculas do
gás.
 Em 1874 Stoney propôs a existência de partículas de
eletricidade negativa e chamou de elétrons;
 Em 1886, o físico alemão E. Goldstein usou um tubo Crookes
modificado para produzir um novo tipo de raio.O cátodo no tubo
de Goldstein tinha uma fenda montada próxima ao meio do
tubo;
 Goldstein observou a direção da deflexão do raio canal em um
campo elétrico ou magnético, e foi capaz de provar que o raio
consistia em partículas carregadas positivamente,
“prótons”;
 As partículas de um raio canal não são semelhantes, mesmo
se um único gás puro estiver presente no tubo.
 Em 1897, o físico inglês J.J Thomson mostrou que quando
os raios catódicos são desviados entre placas de metais
carregadas opostamente. Evidência de “elétrons”;
 Verificou que os resultados obtidos independiam da
natureza do gás ou material utilizado na confecção do
tubo;
 Propôs que os raios catódicos são cargas de eletricidade
negativa transportadas por partículas de matéria;
 Para explicar a natureza desta partículas Thomson buscou
determinar a relação carga-massa (1,758803 + - 0,000005)
x 1011 Coulomb / grama.
Representação esquemática do aparato de Thomson para determinação de
e/m. O material em estado gasoso era introduzido, convertido em
íons por uma descarga elétrica através dos eletrodos. Os íons positivos
acelerados, formam um feixe estreiro, que é alimentado entre os pólos
de um imã. O campo magnético age defletindo as partículas em
trajetória circular, com o grau de curvatura correspondente a razão
carga / massa. Em 1919, o cientista inglês Francis Willian Aston
aperfeiçoou a aparelhagem de Thomson, de quem foi discípulo,
inventando o primeiro espetrógrafo de massa.
Modelo Atômico de Thomson - 1890
 Admitiu que o átomo era uma esfera maciça de carga positiva, estando
os elétrons dispersos no seu interior. (tal como as passas ou ameixas
em um pudim).

 Modelo do “Pudim de passas” ou “Pudim de ameixas”.


 Thomson propôs um modelo de átomo no qual os elétrons e os prótons,
estariam uniformemente distribuídos, garantindo o equilíbrio elétrico entre
as cargas positiva dos prótons e negativa dos elétrons.
A contribuição de Millikan - 1908

 Vaporização de gotas de óleo em duas placas metálicas de cargas


opostas. Microscópio observa a queda das gotas por efeito da
gravidade. Irradiou o espaço entre as placas com Raios X, observou a
reflexão dos elétrons. O experimento da gota de óleo realizado por R.A
Millikan proporcionou a demonstração de que a eletricidade é
composta por partículas.
 Millikan determinou a magnitude negativa da carga do
elétron, - 1,60 x 10-19 C;
 Millikan determinou a massa do elétron, 9,1 x 10 -28 g.
Em 1896 Henri Becrel descobriu a radioatividade.
Modelo Atômico de Rutherford (1911)

 Rutherford bombardeou uma fina lâmina de ouro (0,0001 mm) com


partículas "alfa" positiva (núcleo de átomo de hélio: 2 prótons e 2 nêutrons),
emitidas pelo “Polônio" (Po), contido num bloco de Chumbo (Pb), provido de
uma abertura estreita, para dar passagem às partículas "alfa" por ele emitidas.
A lâmina de ouro (Au), foi envolvida por uma tela protetora revestida de
sulfeto de zinco (ZnS).
Modelo Atômico de Rutherford (1911)
Observando as cintilações na tela de ZnS, Rutherford verificou que
 A grande maioria dos raios α passou pela lâmina.
 Foram poucos os raios α reflectidos pela lâmina.
 Pouquíssimos raios α passaram pela lâmina sofrendo desvio.
Como as partículas "alfa" têm carga elétrica positiva, o desvio seria
provocado por um choque com outra carga positiva, isto é, com o núcleo do
átomo, constituído por prótons.
Assim, Rutherford concluiu que,
A maior parte do espaço do átomo é espaço vazio.
 No seu interior, existe uma pequena região central positiva (núcleo).
 No núcleo encontra-se a maior parte da massa do átomo.
 Os elétrons giram à volta do núcleo em órbitas circulares.
 Também conhecido como o Modelo Planetário.
 J. Chadwick em 1932 descobriu através do
bombardeio berílio com partículas alfa que a
partícula que tinha aproximadamente a mesma
massa de um próton, mas não era carregada
eletricamente. Neutrôns;
 1935 ganhou o Nobel de Física.
Identificação do Átomo

Z = Número Atômico ou Número de Prótons;


A = Número de Massa;
N = Número de Neutrôns.
Aston em 1919 com seu espectógrafo de massa demonstrou com
maior clareza a existência de átomos de um mesmo elemento,
com massas diferentes, deixando claro o fato de o neônio ser
formado de átomos quimicamente iguais, porém com massas
diferentes. Tais formas de um elemento foram denominadas pelo
cientista inglês Frederick Soddy de isótopos, do grego
isso=mesmo; topos=lugar.
Isótopos
Isóbaros
Isótonos
O que fazem os elétrons?
 Átomo com estrutura planetário. Planetas ao redor do sol
em órbitas fixas;
 De acordo com o modelo atômico proposto por
Rutherford, os elétrons ao girarem ao redor do núcleo, com
o tempo perderiam energia, e se chocariam com o mesmo.
 O que mantém o elétron em órbita?
Os Postulados de Niels Bohr (1913) - Como o
átomo é uma estrutura estável, Niels Bohr formulou uma
teoria (1913) sobre o movimento dos elétrons,
fundamentado na Teoria Quântica da Radiação (1900) de
Max Planck.
1. Um elétron em um átomo se move em uma órbita
circular em torno do núcleo sob influência da
atração coulombiana entre o elétron e o núcleo,
obedecendo às leis da mecânica clássica.
2. Um elétron só pode se mover em uma órbita na
qual seu momento angular orbital L é um múltiplo
inteiro da constante de Planck dividida por 2p.
3. Apesar de estar constantemente acelerado, um
elétron que se move em uma dessas órbitas
possíveis não emite radiação eletromagnética.
4. É emitida radiação eletromagnética se um
elétron, que se move inicialmente sobre uma
órbita de energia Ei, muda seu movimento
descontinuamente de forma a se mover em
uma órbita de energia total Ef. A freqüência da
radiação emitida n é igual à quantidade (Ei-Ef)
dividida pela constante de Planck.
Órbitas de Bohr para o
átomo de hidrogênio

Segundo postulado de Bohr.


Um átomo irradia energia quando um elétron salta de
uma órbita de maior energia para uma de menor energia.

O comprimento de onda guarda relação com a energia. Os menores


comprimentos de onda de luz significam vibrações mais rápidas e
maior energia.

A linha vermelha no espectro atômico é


causada por elétrons saltando
da terceira órbita para a segunda órbita
A linha verde-azulada no espectro
atômico é causada por elétrons saltando
da quarta para a segunda órbita.

A linha azul no espectro atômico é


causada por elétrons saltando
da quinta para a segunda órbita

A linha violeta mais brilhante no espectro


atômico é causada por elétrons saltando
da sexta para a segunda órbita.
 A Teoria de Bhor é inadequada para explicar
satisfatoriamente o espectro de alguns elementos além
do hidrogênio;
 Idéia de órbitas e não de orbitais, probabilidades;
Teoria Quântica
De acordo com Max Planck (1900), quando uma partícula
passa de uma situação de maior energia para outra de menor
energia ou vice-versa, a energia é perdida ou recebida em
"pacotes" que recebe o nome de quanta (quantum é o
singular de quanta).
O quantum é o pacote fundamental de energia e é indivisível.
Cada tipo de energia tem o seu quantum.
A Teoria Quântica permitiu a identificação dos elétrons de
um determinado átomo, surgindo assim os "números
quânticos".
A energia E de um quantum é proporcional à
freqüência f da radiação térmica emitida. E = h.f

h = 6,63 .10-34 J.s = constante de Planck


Princípio da Dualidade da Matéria de Louis de Brodlie
– 1924

O elétron apresenta característica DUAL, ou seja,


comporta-se como matéria e energia sendo uma
partícula-onda.
Louis Broglie mostrou, através de uma equação
matemática, que "qualquer corpo em movimento estaria
associado a um fenômeno ondulatório". Desta maneira o
elétron apresenta a natureza de uma partícula-onda,
obedecendo assim, às leis dos fenômenos ondulatórios,
como acontece com a luz e o som.
Princípio da incerteza de Heisenberg 1927: é impossível
conhecer simultaneamente e com certeza a posição e o momento (m.v) de
uma partícula tal como um elétron.

Orbital é a região onde é mais provável encontrar um Életron


Para saber a velocidade de um quark (partícula) devemos
medi-la, e para medi-la, somos forçados a afetá-la. A
mesma coisa acontece para a observação da posição de
um objeto. A incerteza sobre a posição e velocidade de
um objeto torna difícil para o físico descobrir muito sobre
ele. Este é o problema revelado pelo princípio da
Incerteza de Heisenberg.
O ato de medir algo afeta a própria
quantidade que está sendo medida.

É impossível medir simultaneamente e com


precisão arbitrária a posição e a velocidade de
uma partícula.

Natureza probabilística
 O aumento da certeza na posição, diminui a certeza do
momento linear.
 O aumento da certeza do tempo, diminui a certeza da Energia.
 Não é possível construir um aparato experimental que consiga
medir ao mesmo tempo momento e posição de um sistema
quântico!
Teoria da Mecânica Ondulatória 1926

Erwin Shröringer formulou uma teoria chamada de "Teoria


da Mecânica Ondulatória" que determinou o conceito de
"orbital" .
Orbital é a região do espaço ao redor do núcleo onde
existe a máxima probabilidade de se encontrar o elétron.

O orbital s possui forma esférica ...

e os orbitais p possuem forma de halteres......


A partir das equações de Schrödinger não é possível
determinar a trajetória do elétron em torno do núcleo, mas, a
uma dada energia do sistema, obtém-se a região mais
provável de encontrá-lo.
 O gato estará vivo ou morto?
 Para a Mecânica Quântica, o estado do gato é a “união” de
duas situações: vivo ou morto.
 Contraria o senso comum: ou ele está vivo ou ele está
morto!
 Ao observar se o gato está vivo ou morto, rompe a união
dos estados possíveis e ele assume um dos estados.
 O instrumento, logo o observador, interage e altera o
sistema!
Após o Princípio da Dualidade e da Incerteza,
temos:

 Subnível  conjunto de
 Orbital  Região de orbitais.
máxima probabilidade de se
encontrar o elétron. Cada  s  formado por 1 orbital –
orbital comporta, no máximo: 2 elétrons
máximo dois elétrons.  p  formado por 3 orbitais
máximo: 6 elétrons
 d  formado por 5 orbitais
máximo: 10 elétrons
 f  formado por 7 orbitais
máximo: 14 elétrons
 Número Quântico
Principal (n) 
indica o nível de
energia do elétron, ou
seja, a camada.

n = 1, 2, 3, 4,...
Número Quântico Secundário ou Azimutal (l)

 Indicação do subnível
onde está o elétron.
Valores possíveis para l:
l = 0  n-1
subnível s  l = 0
subnível p  l = 1
subnível d  l = 2
subnível f  l = 3
Número Quântico Magnético
(m ou ml)

 Indica em qual orbital se Subnível Valor Valores de m


de l
encontra o elétron.
m = -l, ...., 0, ..., +l s 0 0

A representação gráfica de um
orbital é a seguinte:
p 1 -1, 0, +1
1 orbital  

d 2 -2, -1, 0, +1, +2

f 3 -3, -2, -1, 0, +1, +2, +3


Subnível Quantidade de Representação Gráfica
Orbitais dos Orbitais

s 1 

p 3 

d 5 

f 7 
Número Quântico Spin (s ou ms)

 Indica o sentido de
rotação para o
elétron.

ms = +1/2
ms = -1/2
1921 Otto Stern e Walther Gerlach fizeram experimento que consistia
na passagem de um feixe de átomos metálicos, vaporizados por
um campo magnético não uniforme (não homogêneo). Com alguns
metais não houve desvio de feixe. Com o sódio foi observado desvio
em dois componentes, um sendo desviado para cima e outro para
baixo.
Oxigênio – 8O

1s 2s 2p

    
Princípio de Exclusão de Pauli

Não existem dois elétrons em um átomo que possua os


mesmos valores para os números quânticos.
Regra de Hund

No preenchimento das orbitais com igual energia, distribuem-se


primeiro um eletron por cada orbital, de modo a ficarem com o
mesmo spin, e só depois se completam, ficando com spins
opostos.
Diagrama de Linus Pauling

Linus Pauling (químico


quântico)

elaborou um diagrama de
preenchimento das orbitais atómicas

facilita a escrita das configurações


electrónicas de átomos
polielectrónicos.
Referências:

 BRADY, James E.; HUMISTON, Gerard.E.; Química Geral. 2ª


edição, vol. 1, Livros Técnicos e Científicos, Rio de Janeiro,
1994.
 RUSSELL, John Blair. Química Geral. 2ª edição, vol. 1.
Makron Books Brasil, São Paulo, 1994.

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