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Qui/Basica -2021/// 2- A estrutura da matéria e das substâncias


2.1 A teoria atómica. O atomismo dos Gregos. Teoria atómica de Dalton.
Teoria atómico - molecular. Modelos atómicos e Mecânica quântica.

O atomismo dos Gregos

Leucipo e, depois, Demócrito (Gregos) consideravam a substância do


universo como formada de átomos (significa indivisível). Os átomos eram
considerados indestrutíveis, sólidos, incomprimíveis, mas diferindo em
tamanho, forma, rigidez e poder de coesão. Os fenómenos de mistura,
evaporação, erosão e precipitação eram facilmente “explicados” em termos de
uma ilustração atômica que não é inteiramente detalhada.

O atomismo grego falha no aspecto essencial de uma teoria científica:


não é apoiado ou verificado por experimentos críticos. Como foi elaborada por
hipóteses, ela podia também ser derrubada por hipóteses. Platão e Aristóteles
combateram-na e a influência negativa das suas concepções são em parte,
responsáveis por ter mantido ignorada a teoria atómica durante 2000 anos, até
1600 d.C. Galileu, Newton e Boyle, voltaram-se novamente para as ideias dos
filósofos gregos, aceitando as concepções atomísticas.

Teoria atómica de Dalton

A base lógica para a crença na existência dos átomos foi fornecida por J.
Dalton, J.L. Gay-Lussac e A. Avogadro, em trabalhos publicados no início do sec.
XIX. Os seus experimentos envolviam medidas quantitativas de peso e seus
postulados referiam-se principalmente ao peso como uma propriedade atómica
fundamental.

No século XVIII, verificou-se que as transformações químicas obedecem a


determinadas leis, todas elas achadas empiricamente, p.e. lei da conservação da
massa. O estudo das relações de peso com que se combinam os elementos
conduziu à descoberta das chamadas leis ponderais, a primeira delas, a lei das
proporções constantes (sec. XIX).

As leis ponderais da química receberam uma explicação simples com a teoria


atómica de Dalton (1803), com a qual as antigas ideias sobre a natureza atómica
da matéria tomaram forma quantitativa, precisando-se, suficientemente, para se
estruturarem em teoria científica.

Dalton mostrou que os dados experimentais aproximados de que dispunha


eram coerentes com as seguintes hipóteses:
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1. Elementos são compostos de partículas pequeníssimas, indivisíveis,


chamadas átomos. 2. Átomos de um mesmo elemento são semelhantes
em massa e tamanho.

3. Átomos de elementos diferentes têm massas e tamanhos diferentes.

4. Compostos químicos são formados pela união de dois ou mais átomos


de elementos diferentes.

5. Átomo combina-se para formar compostos mantendo entre si proporções


numéricas simples, tais como um para um, dois para dois, três para três e
assim por diante.

6. Átomos de dois elementos podem combinar-se em proporções


diferentes, formando mais de um composto.

Embora estes postulados não sejam totalmente correctos, formam uma base
sólida para o entendimento da estequiometria, ou seja, das leis quantitativas da
combinação química. Dalton usava o conceito átomo para expressar tanto a menor
partícula de um elemento como a menor partícula representativa de um composto.

Teoria atómico – molecular. Leis volumétricas das combinações gasosas

A partir de 1805, J.L. Gay-Lussac constatou que os gases sempre se


combinam segundo proporções volumétricas simples. Procurando enquadrar
as suas observações na teoria atómica de Dalton, Gay-Lussac foi levado a
admitir que, em idênticas condições de temperatura e pressão, iguais volumes
gasosos deviam conter igual número de átomos. Mas, essa hipótese criava
certos conflitos com a teoria atómica de Dalton. Por exemplo, a ser ela exacta,
quando um volume de hidrogénio reage com um volume de cloro para formar
cloreto de hidrogénio, então, como cada átomo de hidrogénio se deveria unir a
outro de cloro para dar um “atomo” de cloreto de hidrogénio, o resultado tinha
que ser um volume de hidrogénio, mas, de facto, formam-se dois volumes.
H + Cl → HCl
1 V + 1V→ 1V

Mais tarde, Avogadro (1811) encontrou o caminho certo para contornar a


dificuldade inicial, admitindo que as substâncias elementares podem ocorrer na
forma de partículas poliatômicas. A noção de átomo ficou restrita à menor
partícula representativa de um elemento. Conceito de molécula, como a menor
partícula representativa de uma substância simples ou composta.

Concluía-se que os átomos são quimicamente indivisíveis, ao mesmo


tempo em que as moléculas poliatômicas de um elemento se podem cindir nas
reações químicas.
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Avogadro formulou a hipótese de que iguais volumes gasosos, em


idênticas condições de pressão e temperatura, deviam conter o mesmo número
de moléculas.

As novas concepções de Avogadro explicaram perfeitamente as


relações volumétricas simples que regem as reações entre substâncias
gasosas.

H2 + Cl2 → 2HCl
1V + 1V→2V
Com a contribuição de Avogadro estruturou-se a Teoria Atómica-
Molecular, que haveria de se mostrar extremamente útil para o
desenvolvimento da Química. São inúmeras as provas que podem, agora, ser
invocadas em favor do ponto de vista de que a matéria consiste de átomos e
moléculas. Basta a concordância numérica dos resultados obtidos na
determinação do chamado número de Avogadro, No, ou seja, o número de
moléculas existentes em uma mole. Actualmente o n o de unidades estruturais
numa mole está determinado com grande precisão, No= 6,023 . 1023.

1.2. A estrutura do átomo

Contudo, um vasto conjunto de informação obtida experimentalmente a


qual, aliás, teve lugar num período de tempo relativamente curto – meados do
século 19 e início de século 20 – conduziram ao abandono do átomo de Dalton
produzindo uma revisão drástica nos conceitos da estrutura da matéria.

Dentre os resultados experimentais de maior importância que serviram


de base a uma formulação mais adequada da estrutura da matéria, referem-se
em seguida os mais representativos:
 Conceito de carga eléctrica, consequência dos trabalhos de Faraday
(1883) sobre a electrólise. Descobriu que certas substâncias, quando
dissolvidas em água, conduziam a corrente eléctrica.
 Descarga nos gases a baixas pressões. Descoberta de raios
catódicos (1875). Descoberta do electrão (Thomson, 1897).

In: Raymond Chang Quimica Geral 7th edicion


Fig.2.1 Raios catódicos produzidos em um tubo de descarga
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Propriedades dos raios catódicos: (i) Os electrões movem-se em linha


recta do cátodo para o eléctrodo positivo. (ii) Possuem energia considerável e
tem carga negativa e (iii) a massa é extremamente pequena (9,1.10 -31Kg). Os
raios catódicos (ou electrões (e)) têm propriedades idênticas
independentemente do gás usado no tubo de descarga ou do metal usado
como eléctrodo. (vi) Foi obtida a relação carga-massa (e/m) para o electrão,
1,76.1011 C/Kg e foi determinada a carga do electrão (Millikan, 1909). O seu
valor é igual a 1,6.10-19 C

Fig.2.2 Desvio dos raios catódicos depende do campo magnético e eléctrico


aplicados
In:Brown, LeMay, Bursten. CHEMISTRY THE CENTRAL SCIENCE 90 EDITION

Fig.2.3 Experimento da gota de óleo, Millikan determinou a carga do


electrão.
In:Brown, LeMay, Bursten. CHEMISTRY THE CENTRAL SCIENCE 90 EDITION

 Descoberta dos raios canal (Goldstein, 1886). Possuem carga


positiva e massa da mesma ordem de grandeza dos átomos do gás
usado. São, portanto iões do gás usado no tubo de descarga. A
formação de iões positivos era uma prova de que cada átomo deve
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conter uma ou mais unidades de carga positiva, prótons (p), massa


absoluta de 1,673.10-24 g.

 Descoberta da radioactividade natural por Becquerel (1896)


 Descoberta dos isótopos de neon por Aston (1913)

Radioactividade

Em 1896 Becquerel descobriu a radioactividade. Inicialmente ele


verificou que os sais de urânio ou minério de urânio emitem radiações capazes
de impressionar chapas fotográficas envolvidas por papel preto.
Radioactividade é a transformação espontânea de um isótopo instável
de um elemento químico, no isótopo de outro elemento, transformação esta
acompanhada de uma emissão de partículas elementares ou de núcleos.

→ +

Os elementos radioactivos emitem três tipos de radiações, denominados


de raios ,  e . Para investigar a natureza dessas radiações foram elas
submetidas à acção de campos eléctricos e magnéticos (figura 2.4).

In: usp
Fig. 2.4 Comportamento dos raios ,  e .em um campo magnético
In:Brown, LeMay, Bursten. CHEMISTRY THE CENTRAL SCIENCE 90 EDITION

Os raios  ( He2+) e  (e-) sofrem desvios, daí ter-se desde logo,


concluído que são ambos constituídos de partículas portadoras de cargas
eléctricas. Os raios  (ondas electromagnéticas de natureza semelhante aos
raios X) não sofrem desvio algum.
Os raios que constituem a radioactividade resultam dos núcleos dos
átomos de elementos pesados que se desintegram formando núcleos de
átomos de outros elementos. A radioactividade é uma prova da divisibilidade
dos átomos.

Modelo atómico de Thomson (1904)

Até ao fim do século 19 não havia ainda ideias definidas da estrutura


atómica. A produção de electrões idênticos, a partir de diferentes gases
mostrou que aquelas partículas são constituintes essenciais da matéria.
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Assim, em 1904, Thomson apresentou um modelo atómico com base


nesses dados. Segundo Thomson, o átomo era formado por uma esfera com
carga positiva contendo no seu interior um número de electrões suficiente para
neutralizar essa carga, figura 2.5.
protão
-+
+
eletrão
- - -
+ + +
- -+
+
Fig. 2.5 – Modelo atómico de Thomson -

Modelo atómico de Rutherford (1911)

Rutherford e os seus discípulos procederam a uma série de experiências


para estudar a validade do modelo proposto por Thomson. Este investigador
estudou o modo como as partículas  emitidas pelo Rádio (Ra) eram
absorvidas pela matéria.

In: Raymond Chang Quimica Geral 7th edicion


Fig.2.6 Experiência de Rutherford de dispersão de partículas  por núcleos
de um
meta (Au)
.
Realizada a experiência verificou-se:

 A maior parte destas partículas (99,9 %) passa pela placa sem sofrer
desvios ou sofrendo somente ligeiros desvios;
 Existe uma pequena fracção que sofre grandes desvios, havendo até
o caso de algumas partículas que invertem o seu sentido como se
houvessem colidido com um objeto muito maior na sua trajectória.

Admitindo a validade do modelo de Thomson (da distribuição uniforme


das cargas positivas e negativas), as partículas , ao colidir com a placa de
metal, não deveriam sofrer desvios na sua trajectória. O modelo de Thomson
veio a ser rejeitado por não permitir explicar: a emissão de luz pelos corpos
aquecidos, espectros ópticos e os resultados da experiência de Rutherford.
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O modelo do átomo de Rutherford pode ser visualizado como sendo


formado por um núcleo central, com reduzidas dimensões e carga positiva Z,
no qual está concentrada praticamente toda a massa do átomo. Em torno deste
núcleo movem-se Z electrões (átomo no estado de repouso) segundo órbitas
bem definidas tal como no nosso sistema planetário. A órbita do último electrão
definirá então a extensão geográfica do átomo tal como a órbita de Plutão no
sistema solar. electrão
-
protão
+ núcleo
+
neutrão

Fig. 2.7 Modelo de Rutherford


-

O valor Z usado anteriormente é, como se sabe, denominado número


atómico. O seu significado foi estabelecido por Moseley, tendo a equação a
seguinte forma:

√ = a (Z + b)

onde = frequência; Z = número atómico e a, b = constantes

O número atómico Z representa (i) número de ordem de um elemento na


série dos elementos (ii) a carga positiva do núcleo do átomo e (iii) o número de
electrões em torno do núcleo, no átomo neutro.

A terceira partícula que compõe o átomo, o neutrão, foi inicialmente


registrada por Chadwick durante o bombardeamento de berílio com partículas
.

+ → +

Tem grande poder penetrante e não é afetado por campos eléctricos e


magnéticos. Tem uma massa idêntica a do protão e uma carga neutra.

Um estudo quantitativo dos resultados das experiências permite calcular


que o raio do núcleo é da ordem de 10 -13 cm. O raio atómico é da ordem de 10-
8
cm.
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Tabela - 2.1 Massa e carga das partículas subatómicas

Partícula Massa (g) Carga

Coulombs Carga unitária

Electrão 9,109 x 10-28 -1,602 x 10-19 -1

Protão 1,673 x 10-24 +1,602 x 10-19 +1

Neutrão 1,675 x 10-24 0 0

**Pode haver um número variável de nêutrons para o mesmo número de prótons. Os


isótopos têm o mesmo número de prótons, mas números diferentes de nêutrons.
Os elétrons estão localizados fora do núcleo. Grande parte do volume do átomo se deve aos
elétrons.

A visão moderna da estrutura atômica


Isótopos, números atômicos e números de massa

Número atômico (Z) = número de prótons no núcleo. Número de massa (A) =


número total de núcleos no núcleo (por exemplo, prótons e nêutrons). Isótopos
têm o mesmo Z, porém A é diferente. Encontramos o Z na tabela periódica.
Temos fenómenos de isobaria e isotonia.

Pesos atômicos. A escala de massa atômica

A massa do 1H é 1,6735 x 10-24 g e do 16O é 2,6560 x 10-23 g.


Definimos: a massa de 12C = exatamente 12 u.
Usando unidades de massa atômica:
1 u = 1,66054 x 10-24 g
1 g = 6,02214 x 1023 u
Como 1mol = 6,02214 x 1023 unidades,
Podemos associar u e g para 1 mol de substância

Massas atômicas médias

A massa atômica relativa: massas médias dos isótopos:


O C natural: 98,892 % de 12C + 1,107 % de 13C.
A massa média do C: (0,9893)(12 u) + (0,0107)(13,00335) = 12,01 u
A massa atômica (MA) é também conhecida como massa atômica
média, ou simplesmente peso atômico. As massas atômicas estão
relacionadas na tabela periódica.

Dificuldades do modelo atómico de Ruherford

O modelo planetário de Rutherford apresentava uma contradição face


aos princípios da electrodinâmica clássica. Segundo a teoria de Maxwell,
qualquer alteração da velocidade ou direção do movimento de uma partícula
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electricamente carregada é acompanhada da emissão de energia radiante.


Portanto, os electrões girando em torno do núcleo deveriam irradiar
continuamente energia em forma de ondas electromagnéticas. Daí resulta duas
importantes conclusões:

(i) Se os electrões irradiassem energia continuamente, então as


órbitas dos mesmos deveriam diminuir progressivamente; por fim,
os electrões cairiam sobre o núcleo e o átomo seria destruído.
(ii) De outra parte, em consequência da gradual variação da
velocidade de rotação dos electrões, a energia emitida pelo
átomo deveria ser constituída de radiações formando uma série
contínua de diferentes comprimentos de onda.

Na verdade, estas conclusões não se verificam.

Os átomos são sistemas estáveis, em relação ao primeiro aspecto


considerado, e as radiações por eles emitidas, quando excitados pela acção de
uma fonte externa de energia, são descontínuas, tal como fica evidenciado pelo
aparecimento de raias espectrais definidas.

A segunda deficiência do modelo de Rutherford está ligada à


interpretação dos espectros atómicos.

A dificuldade foi superada por N. Bohr (1913), que ligou o problema da


estrutura do átomo à teoria quântica da energia radiante.

Em 1913, N. Bohr propôs a sua teoria, ele aplicou os conceitos da Física


Quântica ao modelo atómico de Rutherford. Bohr com suas ideias contribuiu
para o aperfeiçoamento do modelo de Rutherford, por isso fala-se do modelo
Bohr-Rutherford. Para explicar a evidente estabilidade do átomo de hidrogénio
e, a aparência das séries de linhas espectrais desse elemento, Bohr propôs
alguns “postulados”: Bohr pedia que a gente aceitasse como verdade algumas
afirmativas que ele não demonstrava, mas que, se fossem verdadeiras,
explicavam todo o mistério do Hidrogénio.Seguem os postulados de Bohr:

1. O electrão gira a grandes velocidades ao redor do núcleo atómico


descrevendo órbitas circulares estacionárias, as quais determinam
diferentes níveis de energia (E1, E2, E3 ...) ;

2. No átomo, somente é permitido ao electrão estar em certos estados


estacionários, sendo que cada um deles possui uma energia fixa e
definida, diz-se que o átomo está quantizado;

3. Quando um átomo estiver em um dos estados estacionários, ele não


pode emitir nem absorver energia. No entanto, quando o átomo
passar de um estado de alta energia para um estado de menor
energia há emissão de energia (em forma de luz), e de menor para
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um estado de alta energia há absorção de luz ( figura 2.15). Esse


modelo foi aperfeiçoado com o tempo, e serviu de base a moderna
física nulear.

Ei
A E

Ef

Estado fundamental Estado excitado Maneira de regressar


Não absorve nem emite radiação Absorve radiação Emite radiação

Fig.2.15 Transições do electrão num átomo

As limitações do modelo de Bohr

Independentemente do enorme valor que o modelo atómico de Bohr


representa e ainda do interesse que os conceitos propostos vieram ter na
evolução da física moderna, não era possível explicar, tomando como ponto de
partida o modelo de Bohr, um vasto conjunto de factos estabelecidos
experimentalmente.
Assim, entre outros, surgiram os seguintes pontos:

a. O não ser possível estender o mesmo tratamento feito para o átomo de


H a átomos com dois ou mais electrões.
b. Não fornecer uma explicação para o facto de certas riscas dos espectros
possuírem maior intensidade; ou dito de outro modo: qual a razão que
determina a ocorrência mais frequente de certas transições.
c. O não permitir formular uma teoria que explique a ligação entre os
átomos.
d. A forma como foram introduzidos os números quânticos.
e. Por que razão as energias do electrão do H são quantificadas?

As tentativas no sentido de corrigir o modelo de Bohr culminaram na


introdução dos orbitais elípticos (Sommerfeld), e mais tarde todas essas
restrições foram resolvidas com um modelo mais avançado,originário da
mecânica quântica.
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A mecânica quântica

Princípio de Incerteza de Heisemberg

O princípio de incerteza de Heisemberg representa um distanciamento da física


do micromundo em relação as ideias determinísticas da física clássica. Este
princípio pode ser formulado da seguinte forma:

Quanto mais exacta for a determinação da posição de um electrão,


maior será a incerteza na determinação da sua velocidade (momento).
Ou vice-versa.

Matemáticamente o princípio de incerteza pode ser expresso da


seguinte forma:

Onde é a incerteza na definição da posição, a incerteza no seu


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momento e a constante de Planck (6,6262.10 js). Isto implica que é
impossível conhecer simultaneamente e com exactidão a posição e o momento
de um electrão. O conceito de electrão movendo-se numa órbita bem definida,
com a sua posição e velocidade conhecidas de forma exacta, deve por isso ser
substituído pela probabilidade de encontrar o electrão numa dada região.

Os vários tipos de representação da densidade de probabilidade apresentam-


se na figura 2.19.

R. CHANG, Química Geral 7th edicion


Fig.2.19 Tipos de representação da densidade de probabilidade

Portanto, a noção de órbita é substituída pela orbital, isto é, a região do


espaço onde é maior a probabilidade de encontrar determinado electrão, figura
2.19.

Números quânticos

O número quántico principal, n, indica o nivel de energía


o número quántico secundario, l, indica o subnivel de energía que
corresponde a um tipo de orbital.
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El número cuántico magnético, ml, descrevee a orientação espacial


permitida para um mesmo tipo de orbital.
Cada electrão em um átomo vem definido pelos valores dos três
números quánticos anteriores n, l y ml, que são os mesmos do orbital
que ocupa, e ademais pelo valor de um quarto, chamado número
quántico de spín, ms.

Configuração electrónica dos átomos

Os quatro números quânticos n, l, ml e ms são suficientes para identificar


por completo um electrão em qualquer orbital de qualquer átomo.
Dados experimentais que permanecem até hoje sem uma explicação
fundamental revelaram que o número máximo de electrões numa órbital é dois.
Mas o efeito magnético do spin do electrão numa orbital é anulado pelo de
outro electrão que porventura se encontra na mesma orbital (átomo
diamagnético ou paramagnético). Conclui-se, portanto que os dois electrões
duma orbital devem ter spins opostos ou antiparalelos, isto é, comportam-se
como tendo rotações em sentidos opostos, diz-se que estão emparelhados.
Em 1925 Pauli resumiu estas observações no chamado Princípio de
Exclusão: não podem existir dois electrões com todos os números quânticos
iguais. Ou cada orbital atómica pode, no máximo, ser ocupada por dois
electrões que terão de ter spins opostos.
Esquematicamente as orbitais são designadas por  ou  chamada
de célula quântica, cada electrão é designado por ou  , uma orbital com dois
electrões  .

As células a) e b) estão proibidas pelo P. Exclusão de Pauli. A partir do


princípio da exclusão de Pauli é possível calcular o número máximo dos
electrões para diferentes níveis e subníveis energéticos do átomo. Em geral o
número máximo de electrões no subnível com número quântico azimutal l é
igual 2(2l+1), a partir destes dados, o número máximo de electões para cada
nível energético 2n2.
Sempre, é necessário lembrar que o estado mais estável dum electrão
no átomo corresponde ao valor de mais baixa energia deste electrão. Qualquer
outro estado de electrão é estado excitado, instável.
De acordo com a regra de Hund, a distribuição electrónica mais estável
nos subníveis é a que tem maior número de spins paralelos, veja o diagrama a
seguir do 6C.
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Outros exemplos:

De acordo com a regra de Hund, os diagramas de orbital para Cr e Cu:

Em esse caso também se adquire maior estabilidade com o subnível 3d


parcialmente ou completamente cheio.

Exemplos de configurações electrónicas:

Exercícios e Problemas

1) O atomismo dos filósofos gregos e o atomismo de Dalton partem da


mesma base filosófica, ou são estruturalmente diferentes? A experiência
adquirida por uns e pelo outro seria a mesma?

2) Que motivo aparentemente forte levou Dalton a não aceitar como válidas
as leis de Gay-Lussac?
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3) Que razões levaram os químicos a abandonar o padrão hidrogénio para


definição dos pesos atómicos? E, posteriormente, o padrão oxigénio?

4) Em que consiste a radioactividade? Que diferença fundamental existe


entre os diferentes tipos de radiações? Como se revela esta diferença
num campo magnético?

5) Que conclusões experimentais levaram a admitir que os átomos não


seriam maciços, como supunha Thomson?

6) Qual é a imperfeição mais saliente do modelo de Rutherford? Que outro


cientista atribuiu a este modelo determinada estruturação, ainda hoje
aceite?

7) Enuncie o princípio de incerteza de Heisemberg e sua relação com o


modelo atómico de Bohr.

8) Um átomo X apresenta x protões e (y + 1) neutrões. Um outro


átomo Y apresenta (x – 1) protões e (y + 2) neutrões. Com base nisto,
pode-se dizer que estes átomos são:

a) isótonos
b) isótopos
c) isóbaros
d) isômeros e alôtropos

9) Sejam os átomos A, B, C e D:

A) possui 18 protões e 20 neutrões


B) possui 19 protões e 20 neutrões
C) possui 20 protões e 20 neutrões
D) possui 20 protões e 19 neutrões

São isótopos:
a) B e C
b) A e C
c) A e B
d) A, B e C

10) Quantos números quânticos são necessários para descrever os estados


dos electrões num átomo? Qual o significado dos mesmos?

11) As configurações electrónicas dno estado fundamental que se mostram


aqui são incorrectas. Explique que erros foram cometidos em cada uma
e escreva as configurações correctas:

Al: 1s22s22p43s23p3
B: 1s22s22p5
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F: 1s22s22p6

12) Abaixo estão presentes parte dos diagramas de orbital que representam
as configurações electrónicas de certos elementos em seu estado
fundamental. Qual destes diagramas viola o princípio de exclusão de Pauli?
Qual viola a regra de Hund?

13) Escreva as configurações electrónicas dos seguintes elementos em seu


estado fundamental: B, Kr, Sr, Mn, Pb, Eu e U. Indique a estrutura da
camada electrónica de valência.

14) Escrever as configurações electrónicas dos átomos e iões de N, Fe, Ne,


Cu, Cu+, Ho, Cr3+ e S2- ( Números atómicos na tabela periódica)?

Referências
1.O.A. OHLWEILER, Introdução à Química Geral, Editora Globo, Porto Alegre
2.M. MYERS, Química um curso universitário, 4 edição Ed EB Ltd
3 V.M.S. GIL, A.C. CARDOSO, Fundamentos da Estrutura e Propriedades, 4 edicão
4 R. CHANG, Química Geral 7th edicion
Elab. Por Prof. Dr. JS Castelo Branco

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