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ESTRUTURA ATÔMICA

ou
TEORIA ATÔMICA

REFERÊNCIAS:

A História do Átomo – de Demócrito aos quarks; Jader Benuzzi Martins, 2001, Editora Ciência Moderna.

Princípios de Química - Questionando a Vida Moderna e o Meio Ambiente; Peter Atkins, Loretta Jones, Leroy
Laverman; 2018, Traduzido, 7a Edição, Bookman.

Química Geral - Conceitos Essenciais; Raymond Chang; 2007, Traduzido, 4a Edição, Bookman Editora.

Química – A Ciência Central; Theodore L. Brown, H. Eugene Lemay, Bruce E. Bursten, Julia R. Burdge; 2005, Traduzido,
13a Edição, Pearson Universidades.
INTRODUÇÃO
O químico precisa estar apto a imaginar os átomos que formam a matéria.

Precisamos entender a estrutura eletrônica de um átomo:

✓ Descrição de como os elétrons estão arranjados em torno do seu núcleo.

Quando Ernest Rutherford (1871-1937 ) propôs o átomo nuclear, esperava


aplicar a mecânica clássica:

✓ Leis de movimento propostas por Isaac Newton (1643-1727) no século


XVII, para descrever a sua estrutura eletrônica.

Entretanto, a mecânica clássica falhava quando aplicada a elétrons em


átomos.
Novas leis, que ficaram conhecidas como mecânica quântica:

✓ Foram desenvolvidas no início do século XX.

De certo modo,

✓ Os átomos são como as 26 letras do alfabeto:

Se agrupam em diferentes combinações para formar o


imenso número de palavras da nossa língua.
Demócrito (460-370 a.C.) e Epicuro (341-270 a.C.):

✓ Pensavam que o mundo material deveria ser constituído de partículas


indivisíveis muito pequenas que eram chamadas de átomos;

Que significava ‘indivisíveis’.

Mais tarde, Platão (428/27-347 a.C.) e Aristóteles (384–322 a.C.):

✓ Formularam a hipótese de que não poderia haver partículas


indivisíveis;

✓ Que enfraqueceu a visão ‘atômica’ da matéria por vários séculos, durante


os quais a filosofia aristotélica dominou a cultura ocidental.
A noção sobre átomos ressurgiu na Europa durante o século XVII:

✓ Onde os cientistas tentaram explicar as propriedades dos gases.

Isaac Newton (1643-1727), o mais famoso cientista de seu tempo:

✓ Defendeu a idéia da existência de átomos.

Quando os químicos aprenderam a medir a quantidade de matéria que reagia


com outra para formar uma nova substância:

✓ A base par a teoria atômica estava proposta.


MODELO ATÔMICO DE DALTON

A teoria atômica surgiu durante o período 1803-1807 no trabalho de um professor


inglês, John Dalton (1766-1844).

John Dalton era filho de um tapeceiro inglês pobre. Dalton começou a dar aulas quanto tinha
12 anos. Passou a maior parte de sua vida em Manchester, onde lecionou tanto na escola
secundária quanto na faculdade. Durante toda sua vida seu interesse em meteorologia o
conduziu a estudar gases e, conseqüentemente, química. Estudava a teoria atômica
eventualmente.
Argumentando a partir de um grande número de observações, Dalton
estabeleceu os seguintes postulados:

1. Toda matéria é composta de partículas fundamentais, os átomos.

2. Os átomos são permanentes e indivisíveis, eles não podem ser criados nem
destruídos.

3. Os elementos são caracterizados por seus átomos. Todos os átomos de um


dado elemento são idênticos em todos os aspectos. Átomos de diferentes
elementos têm diferentes propriedades.

4. As transformações químicas consistem em uma combinação, separação ou


rearranjo de átomos.

5. Compostos químicos são formados de átomos de dois ou mais elementos em


uma razão fixa.
Sua teoria, explicou com sucesso:

✓ A massa é conservada nas reações químicas.

De acordo com a teoria atômica de Dalton:

✓ Átomos são os componentes básicos da matéria.

✓ Eles são as menores parte de um elemento que mantêm a identidade


química desse elemento.

Como observado nos postulados da teoria de Dalton:

✓ Um elemento é composto de apenas uma espécie de átomo,

✓ Um composto contém átomos de dois ou mais elementos.


A teoria de Dalton explica várias leis simples de combinação química que eram
conhecidas naquela época.

Lei da composição constante:

✓ Em um determinado composto o número relativo de átomos e seus tipos


são constantes.

Lei da conservação da massa (matéria):

✓ A massa total dos materiais presentes depois da reação química é igual à


massa total antes da reação.

Lei das proporções múltiplas:

✓ Se dois elementos, A e B, se combinam para formar mais de um


composto, as massas de B, que podem se combinar com a massa de A, estão
na proporção de números inteiros e pequenos.
EXPERIMENTOS EM TUBOS DE CROOKES

Tubos de descarga características dos raios catódicos – descoberta do elétron;

Características dos raios canais – mostra a existência de partículas positivas (que


seriam os prótons);

À medida que os cientistas começaram a desenvolver métodos para uma


investigação mais detalhada da natureza da matéria:

✓ O átomo, que se supunha indivisível;

Mostrou sinais de ter uma estrutura mais complexa.


Veremos que o átomo é composto em parte por partículas carregadas
eletricamente:

✓ Algumas com carga positiva (+) e outras com carga negativa (-).

Lembre-se que:

✓ Partículas com a mesma carga se repelem, enquanto partículas com


cargas diferentes se atraem.

Experimentos mostraram que átomos poderiam ser constituídos de partes ainda


menores.

Partículas mais simples surgiram em 1850.


William Crookes (1832-1919), um químico e físico britânico.

Foi o primeiro de vários cientistas a construir tubos de


descarga de gás (1869):

✓ Chamados de tubos Crookes.

Os eletrodos de um tubo Crookes são primeiro ligados a uma fonte de alta


voltagem: cerca de 20.000 volts.

O tubo é então conectado a uma bomba de vácuo e evacuado gradualmente por


meio de um pequeno tubo lateral.

Como a pressão no tubo diminui:

✓ Uma série de fenômenos podem ser observados.


Tubo Crookes e o experimento da Cruz de Malta.
A pressões próximas à atmosférica, nada parece acontecer dentro do tubo.

Com a saída do gás:

✓ O gás residual no interior do tubo começa a emitir uma leve


incandescência.

✓ A cor depende da identidade do gás no tubo.


O interior incandescente desaparece gradualmente quanto maior o vácuo:

✓ O vidro na extremidade do tubo:

✓ Emite uma incandescência esverdeada.

Imagem de Tubo Crookes: Claro e escuro.


Quando a superfície incandescente de sulfeto de zinco é examinada com um
microscópio de baixa resolução, a incandescência pode ser vista como sendo composta de
incontáveis e minúsculos flashes de luz brilhante.
Os experimentos dos tubos Crookes podem ser interpretados da seguinte forma:

A baixas pressões:

✓ É evidente que alguma coisa deixa o cátodo e viaja para o ânodo.

Originalmente, pensou-se que se tratasse de um raio, semelhante a um raio de luz:

✓ Foi denominado raio catódico, que é usado até hoje.

Entretanto, um raio catódico é composto realmente de um fluxo de minúsculas


partículas:

✓ Cada vez que uma partícula individual bate na superfície do sulfeto


de zinco, um flash de luz é emitido.
É necessário que as partículas emitidas do cátodo viajem em linhas retas.

Se elas pudessem seguir vários caminhos em torno do sulfeto de zinco:

✓ A sombra no ânodo na extremidade do tubo seria indefinida.

A incandescência emitida pelo gás no interior do tubo a pressões intermediárias:

✓ Resulta das colisões das partículas em movimento com moléculas


de gás.
Em 1887, o físico inglês J. J. Thomson (Joseph John Thomson, 1856-1940).

✓ Mostrou que as partículas no raio catódico são:

✓ Carregadas negativamente.

Pela descoberta dos elétrons:

J.J. Thomson recebeu o Nobel de Física de 1906.


J. J. Thomson provou que o raio catódico pode ser desviado se passar entre
placas de metais carregados opostamente em um tubo de Crookes.

A direção do desvio (para a placa carregada positivamente) mostra:

✓ As partículas do raio catódico carregam uma carga elétrica negativa.


Tubos de raios catódicos com campos magnéticos e elétricos perpendiculares.
Os raios catódicos (elétrons) originam-se na placa negativa à esquerda e são acelerados em
direção à placa positiva, que tem um orifício no centro.
Um feixe de elétrons passa através do orifício e é desviado pelos campos magnéticos e
elétricos.
A razão carga-massa dos elétrons pode ser determinada pela medida dos efeitos dos
campos magnéticos e elétricos na direção do feixe.
b

(a) Em um tubo de raios catódicos, os elétrons movem-se do eletrodo negativo (catodo) para
o eletrodo positivo (anodo). (b) A rota dos raios catódicos são desviados pela presença de
um campo magnético ou elétrico.
Como às partículas que emergem do cátodo em um tubo de Crookes terem as
mesmas propriedades e serem independentes do material do cátodo:

✓ Concluímos que essas partículas estão presentes em toda a matéria.

✓ Atualmente estas partículas são chamadas elétrons.


Todos os átomos contêm elétrons. O que mais eles contêm?

Em 1886, o físico alemão Eugen Goldstein (1850-1930):

✓ Usou um tubo Crookes modificado com um cátodo perfurado;

✓ Produziu um novo tipo de raio. NOTE QUE FOI 1 ANO ANTES DE


THOMSON
Tudo de raio canal de Goldstein.
O cátodo no tubo de Goldstein tinha uma fenda montada próximo ao meio do
tubo.

Goldstein observou um fluxo incandescente que parecia começar na fenda e


mover-se em direção ao cátodo:

• Sentido oposto aos raios catódicos

✓ Chamou este fluxo de um raio canal


Pela observação da direção da deflexão do raio canal em um campo elétrico ou
magnético:

✓ Provou que o raio consistia em partículas carregadas positivamente.

No entanto, Goldstein não compreendeu exatamente o que acontecia.

Apenas em 1919 Ernest Rutherford publica os seus estudos acerca de


desintegração artificial e, consequentemente, a conclusão inequívoca acerca
da descoberta do próton.
Diferentemente dos elétrons de um raio catódico:

✓ As partículas de um raio canal não são todas semelhantes;

✓ Mesmo se um único gás puro estiver presente no tubo;

✓ Eles têm diferentes cargas;

✓ Cada carga seja um múltiplo inteiro de +1,6 x 10-19 C.

✓ As massas destas partículas não dependem somente da identidade do


gás no tubo de descarga;

✓ São muito maiores do que aquelas de um elétron.


A soma das cargas positivas em uma molécula normal precisa ser igual à soma
das cargas negativas dos elétrons:

A molécula não carrega carga liquida.

Quando uma molécula (ou um único átomo) perde um ou mais de seus elétrons:

✓ Adquire uma carga líquida positiva igual ao número de elétrons perdidos.

✓ A soma das cargas positivas é maior do que a cargas negativas.

✓ A partícula resultante é chamada de íon positivo;

✓ H2+, Na+, O2+, Ca2+ etc.

As moléculas e os átomos também podem ganhar elétrons para tornarem-


se íons negativos;

✓ Cl-, O2-, S2- etc.


MODELO ATÔMICO ou o ÁTOMO DE J. J. THOMSON

J. J. Thomson foi o descobridor do elétron e da relação entre a carga e a massa


do elétron, antes do descobrimento do próton ou do nêutron.

A partir de 1890:

✓ Ficou evidente para a maioria dos cientistas que os átomos consistem em


uma parte carregada positivamente e alguns elétrons;

✓ Mas isto não era totalmente claro.

De que os átomos são constituídos?


Em 1898, J. J. Thomson:

✓ Sugeriu que um átomo poderia ser uma esfera carregada positivamente


na qual alguns elétrons estão incrustados;

✓ Apontou que isto levaria a uma fácil remoção de elétrons dos átomos.

Este modelo do átomo, algumas vezes chamado de “pudim de ameixas”.

Mais tarde, Thomson postulou que os elétrons estavam arranjados em anéis e


circundavam completamente em órbitas a esfera positiva.

O modelo atômico de Thomson foi bem aceito por muitos anos.


Modelo “pudim de ameixa” do átomo de J. J. Thomson. Ele imaginou que os pequenos elétrons
estariam embutidos no átomo como passas em um pudim ou como sementes em uma
melancia. Ernest Rutherford provou que o modelo dele estava errado.
Pouco depois do início do século XX (em 1911):

Experimentos realizados na Inglaterra pelos físicos:

Ernest Rutherford (Neozelandês, 1871-1937),

Ernest Marsden (Britânico, 1889-1970) e

Johannes (Hans) Wilhelm Geiger (Alemão, 1882-1947)

Levaram à substituição do modelo de Thomson.


Em 1895, o físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen (1845-1923) descobriu que
os raios-X, radiação eletromagnética:

✓ São emitidos do ânodo de um tudo de raios catódicos de alta voltagem.

Devido à sua descoberta, Röntgen foi laureado com o primeiro Nobel de Física, em
1901.

Röntgen doou a recompensa monetária à sua universidade, convicto de que a


ciência deve estar ao serviço da humanidade e não do lucro.
Em 1908, o físico americano Robert Andrews Millikan (1868-1953) da
universidade de Chicago:

✓ Realizou um experimento clássico, fazendo uso de uma fonte de raios-X;

Determinou a magnitude da carga negativa do elétron (-1,592 x 10-19 C).


Uma representação do instrumento de Robert Millikan usado para medir a carga do elétron.
Pequenas gotas de óleo, os quais capturam elétrons extras, são deixadas cair entre duas placas
carregadas eletricamente. Millikan monitorou as gotas medindo como a voltagem nas placas
afetava a velocidade da queda. A partir desses dados ele calculou as cargas nas gotas. Seu
experimento mostrou que as cargas eram sempre múltiplos inteiros de 1,6 x 10-19 C, o que ele
deduziu ser a carga de um único elétron.
1) Vaporizou gotas de óleo entre duas placas metálicas carregadas
opostamente:

✓ Com um microscópio ótico, observou que as gotículas caíam pelo ar sob a


influência da gravidade.

2) Irradiou o espaço entre as placas com raios-X:

✓ Os raios-X chocavam-se com moléculas do ar;

✓ Refletindo elétrons de tais moléculas;

✓ Alguns destes elétrons eram capturados pelas gotículas de óleo.


3) Carregando a placa superior positivamente e a inferior negativamente:

✓ Poderia parar a queda de uma gota de óleo por meio de um ajuste da


quantidade ou intensidade de carga elétrica nas placas.

4) Determinou esta carga e calculou o tamanho da carga em uma única


gotícula.

5) Ele repetiu o experimento várias vezes:

✓ Determinou a carga de muitas gotículas de óleo individualmente.


Millikan acreditava que os raios-X chocavam-se com os elétrons das moléculas do
ar que circundavam as gotículas de óleo;

✓ As gotículas poderiam captar estes elétrons;

✓ Uma gotícula poderia captar apenas um número inteiro de elétrons;

✓ Cada gotícula era carregada por múltiplos inteiros de 1,592 x 10-19 C


(coulombs).

Concluiu que cada elétron precisava carregar a carga:

✓ -1,592 x 10-19 C

✓ Valor próximo do conhecido atualmente de – 1,602 x 10-19 C


J. J. Thomson já tinha mostrado que a razão carga-massa é a mesma para todos
os elétrons e havia determinado sua magnitude.

e/me = 1,76 x 108 C/g ou 1,76 x 1011 C/Kg

De posse desta informação:

Millikan pôde calcular a massa do elétron: 9,1 x 10-28g ou 9,1 x 10-31 Kg.

1,60 x 10-19 C
Massa do elétron = 8
= 9,10 x 10- 28
g
1,76 x 10 C/g

Millikan foi assim capaz de mostrar que todos os elétrons são idênticos, isto é,
todos têm a mesma massa e carga.
ISOTOPIA E DISTRIBUIÇÃO ISOTÓPICA

O número total de prótons e nêutrons no núcleo:

✓ Número de massa, A, do átomo.

Um núcleo de número de massa A é cerca de A vezes mais pesado que um


átomo de hidrogênio, o qual tem um núcleo com um só próton.

Propriedades das partículas subatômicas.


Se sabemos que um átomo é um certo número de vezes mais pesado que um
átomo de hidrogênio, podemos deduzir o número de massa do átomo.

Por exemplo, como a espectrometria de massa mostra que há três variedades de


átomos de neônio que são 20, 21 e 22 vezes mais pesados que um átomo de
hidrogênio:

Sabemos que o número de massa dos três tipos de átomos de


neônio são 20, 21 e 22.

Como para cada um deles Z = 10

Onde Z = número atômico; o número de prótons no núcleo de um átomo; este


número determina a identidade do elemento e o número de elétrons no átomo
neutro.

Estes átomos de neônio devem conter 10, 11 e 12 nêutrons,


respectivamente.
Os núcleos de diferentes isótopos do mesmo elemento têm o mesmo número de prótons mas
número diferente de nêutrons. Estes três diagramas mostram a composição do núcleo dos três
isótopos de neônio. Nesta escala, o átomo deveria ter 1 km de diâmetro. Observe que não está
demonstrado como os prótons e os nêutrons estão arranjados dentro do núcleo.
Os átomos com o mesmo número atômico (pertencendo ao mesmo elemento),
mas com diferentes números de massa:

✓ São chamados isótopos de um elemento.

Todos os isótopos de um elemento têm exatamente o mesmo número atômico:

✓ Têm o mesmo número de prótons e elétrons.

Um isótopo é identificado escrevendo-se seu número de massa após o nome do


elemento, como em neônio-20, neônio-21 e neônio-22.

Seu símbolo é obtido escrevendo-se o número de massa como um sobrescrito à


esquerda no símbolo químico do elemento, como em 20Ne, 21Ne e 22Ne.
Os isótopos de um elemento têm o mesmo número de prótons e o mesmo número
de elétrons:

✓ Têm essencialmente as mesmas propriedades físicas e químicas.

Entretanto, as diferenças de massa entre os isótopos do hidrogênio são


relativamente grandes:

✓ Diferenças consideráveis em algumas propriedades físicas e a uma


ligeira variação de suas propriedades químicas.

O hidrogênio tem três isótopos:

Mais comum (1H) não tem nêutrons, sendo então o núcleo um próton
sozinho.

Os outros dois isótopos são: o isótopo (2H) é chamado de deutério


(D), e o outro (3H) é chamado trítio (T).
Alguns isótopos de elementos comuns.
DESCOBERTA DA RADIOATIVIDADE (BECQUEREL)

Em 1896, o físico francês Antoine Henri Becquerel (1852-1908) pensou que tinha
encontrado uma fonte natural de raios-X:

✓ Sulfato uranila de potássio, K2UO2(SO4)2.2H2O;

Mais tarde, ele percebeu que os raios naturais emanados deste e de outros
compostos de urânio:

✓ Eram diferentes dos raios-X de Röntgen.


Henri Becquerel descobriu a radioatividade quando observou que uma placa fotográfica não-
exposta, deixada perto de um pouco de minério de urânio, tinha ficado escurecida. Esta
fotografia mostra uma de suas placas originais.
Foi Becquerel quem inventou a palavra radioatividade:

✓ Emissão espontânea da radiação pelo núcleo, para descrever a


produção desses raios.

Becquerel ganhou o Prêmio Nobel de Física em 1903, junto com Pierre Curie e
Marie Curie, pelo estudo da radiação.
Três espécies de emissões radioativas naturais foram identificadas e caracterizadas e
foi demonstrado que todas são emitidas pelo núcleo atômico, provocando mudanças
na composição ou estrutura.

Tais emissões foram chamadas raios alfa, beta e gama.

Raios alfa (α) consistem em um fluxo de partículas (agora chamadas partículas alfa)
que são idênticas a núcleos de 42He (sendo dois prótons e dois nêutrons fortemente
ligados).

Raios beta (β) constituídos de uma corrente de elétrons, geralmente de alta energia,
chamadas partículas β e designados 0-1e (o subscrito -1 indica a carga e o
sobrescrito 0, a massa extremamente pequena do elétron).

Raios gama () não são partículas; são radiações eletromagnéticas, como os
raios-X, mas com frequência mais alta e, portanto, energia mais alta (E = h).
Um núcleo pode ser descrito como uma coleção de prótons fortemente ligados e nêutrons. O
diâmetro de um núcleo é de cerca de 10 fm (1 fm = 10-15 m).
Os efeitos de um campo elétrico sobre a radiação nuclear. O desvio identifica os raios α como
positivamente carregados, os raios β como negativamente carregados e os raios  como não-
carregados.
MODELO ATÔMICO DE RUTHERFORD

Em 1911, Rutherford, Geiger e Marsden lançaram um fluxo de partículas alfa


emitidas por uma pequena quantidade do elemento radioativo polônio:

✓ Em folhas finas de diversos materiais como mica, papel e ouro.

Observaram que, embora muitas partículas atravessassem as folhas em linha


reta:

✓ Algumas foram espalhadas, ou desviadas da linha reta.


Os três cientistas ficaram intrigados pelo espalhamento da partícula alfa:

O que causou o desvio e por que somente algumas das partículas


foram desviadas?

Projetaram um aparelho para medir o ângulo do desvio sofrido pelas


partículas alfa:

✓ Pela passagem através de uma folha extremamente fina de ouro.


As partículas alfa foram detectadas por um clarão formado sobre um anteparo:

✓ Revestido com uma camada de sulfeto de zinco fosforescente.

✓ O espalhamento das partículas de diferentes ângulos poderia ser


detectado e os ângulos, medidos.
 particle velocity ~ 1.4 x
107 m/s (~5% speed of
light)

Experimento de Rutherford sobre espalhamento de partículas α emitidas por pequena


quantidade de polônio.
As partículas alfa foram detectadas por um clarão formado sobre um anteparo revestido com
uma camada de sulfeto de zinco fosforescente.
Os resultados dos experimentos foram surpreendentes:

✓ Muitas das partículas atravessaram a folha com pouco ou nenhum desvio.

✓ Algumas, foram desviadas, como os experimentos previamente


mostravam.

✓ A amplitude do ângulo medido variava de valores muito pequenos até


valores acima de 90º.
O espalhamento de ângulos maiores que 90º não foi previsto pelos cientistas;

✓ Significava que algumas partículas alfa realmente emergiam da


superfície do ouro;

✓ As partículas eram rebatidas após o choque, sem atravessar a folha.

Por que somente poucas partículas se desviavam, e por que alguns dos
ângulos medidos eram tão grandes?

Em 1911, Rutherford foi capaz de mostrar o que os resultados experimentais


realmente significavam.

Pensando em termos do modelo de Thomson, a princípio ele não foi


surpreendido pelo fato de que muitas das partículas alfa atravessavam em linha
reta a folha com pouca ou nenhuma deflexão.
Rutherford raciocinou que isto ocorreria se a massa e as cargas elétricas positiva
e negativa estivessem espalhadas mais ou menos ao acaso através de cada
átomo na folha.

Tal distribuição difusa de massa poderia significar:

✓ Nada seria muito sólido para uma partícula alfa atravessar,

✓ A carga positiva carregada pela partícula alfa não seria influenciada


por nenhuma concentração alta de carga positiva ou negativa localizada
na folha.

Como, então, os maiores desvios experimentados por algumas partículas


alfa poderiam ser explicados?
Neste ponto Rutherford retomou uma idéia proposta em 1904 pelo físico japonês
Hantaro Nagaoka (1865-1950):

Modelo atômico saturniano de Nagaoka:

Um modelo inicial planetário do átomo, de maneira equivalente a Saturno e seus


anéis.

O átomo Poderia ser composto por um pequeníssimo núcleo carregado


positivamente (no centro do átomo);

O núcleo estaria rodeado por uma região comparativamente maior, contendo os


elétrons.
Rutherford compreendeu que:

(1) Se elétrons carregados negativamente estão distribuídos na maior parte do


átomo;

(2) Se a carga positiva, compreendendo a maior parte da massa, estava


concentrada em um minúsculo núcleo no centro do átomo;

✓ Então: muitas partículas alfa passariam em linha reta sem apresentar


deflexão;

✓ E: partículas alfa que passassem próximas ao núcleo seriam


fortemente repelidas pela sua carga.
Modelo de Rutherford explicando o espalhamento de partículas α. A lâmina de ouro tem a
espessura de vários milhares de átomos.
Quando uma partícula α colide com o núcleo de ouro (ou passa muito próximo dele), ela
é fortemente repelida.
A partícula α, que possui menos massa, é desviada de seu caminho por interações
repulsivas.
Rutherford concluiu que tais repulsões intensas poderiam justificar os maiores
ângulos de espalhamento apresentados por poucas das partículas alfa:

✓ Realizou uma série de cálculos detalhados e mostrou que era realmente


provável.

O modelo de Rutherford representa:

✓ O átomo consiste de um pequeno núcleo rodeado por um grande


volume no qual os elétrons estão distribuídos.
Vista do corte transversal através do centro de um átomo.
O núcleo (o qual contém prótons e nêutrons) é o local onde praticamente toda a massa do
átomo está concentrada.
O resto do átomo é o espaço no qual os elétrons, carregados negativamente e mais leves, se
localizam.
O núcleo carrega toda a carga positiva e a maior parte da massa do átomo.

Devido ao modelo de Thomson não ser normalmente usado para interpretar os


resultados dos experimentos de Rutherford, Geiger e Marsden:

O modelo de Rutherford logo o substituiu.

De fato, isto é a base para o conceito do átomo.


EXPERIÊNCIA DE HENRY MOSELEY E A DEFINIÇÃO DO NÚMERO ATÔMICO

Em, 1913, dois anos após Rutherford propor o modelo atômico do átomo:

✓ O físico inglês Henry Gwyn Jeffreys Moseley (1887-1915) desenvolveu


o conceito de números atômicos.

Moseley determinou as frequências de raios-X emitidas à medida que diferentes


elementos eram bombardeados com elétrons de alta energia.
Ele descobriu que cada elemento produz raios-X de frequência única.

E descobriu que a frequência aumenta quando a massa atômica aumenta.

Ele distribuiu as frequências de raios-X em ordem atribuindo um número inteiro


exclusivo para cada elemento:

✓ Chamado de número atômico.

Fonte da figura: H. Moseley, Philosophical Magazine (6),27, 713 (1914).


A estrutura fina dos raios-X criados por diferentes elementos –
dependência linear entre Z e a raiz quadrada de frequência.
Moseley identificou corretamente o número atômico, como:

✓ Número de prótons no núcleo do átomo e o número de elétrons no átomo.

O conceito de número atômico esclareceu alguns problemas nas versões


anteriores da tabela periódica, que eram baseadas na massa atômica.

Os estudos de Moseley tornaram possível também identificar os “buracos” na


tabela periódica, que levaram à descoberta de novos elementos.

Graças ao seus estudos a tabela periódica adquiriu sua forma definitiva.

OBS.: Especula-se que Moseley poderia ter sido laureado com o Nobel de Física
de 1916:

✓ Se não tivesse morrido servindo o exército britânico na 1ª guerra mundial.


A DESCOBERTA DO NÊUTRON

Por volta de 1920 Ernest Rutherford e também outros físicos:

✓ Sugeriam uma partícula eletricamente neutra formada por um próton e


um elétron.

✓ Dessa maneira obteríamos uma carga nula, ou seja, é como se


somássemos -1 e +1;

✓ Eles previam também uma massa muito próxima à do próton;

✓ Para essa nova partícula deram o nome de nêutron.


Em 1928, Walter Bothe (1891-1957) e Herbert Becker, em uma experiência
usando polônio como fonte de partícula alfa:

✓ Observaram o nêutron sem se dar conta.

✓ Ambos observaram uma radiação neutra penetrante;

✓ Mas pensaram ser raios-X.

Walter Bothe recebeu o Nobel de Física de 1954,


pelo método da coincidência e descobertas
relacionadas.
Em 1932, o físico James Chadwick (1891-1974) refez uma experiência de
Frédéric Joliot-Curie (1900-1958) e Irène Joliot-Curie (1897-1956) e
percebeu que eles haviam observado uma versão neutra do próton.

Em 1935 Chadwick recebeu o Prémio Nobel de Física pela descoberta do


nêutron.

Também, Frédéric e Irène juntos demonstraram a existência do nêutron e


descobriram a radioatividade artificial em 1934, o que lhes valeu o Nobel de
Química de 1935.
Atualmente sabemos que o nêutron é necessário para a estabilidade de quase
todos os núcleos atômicos:

✓ A única exceção é o hidrogênio.


OBSERVANDO ÁTOMOS

Os químicos estudam os átomos pela observação das propriedades das radiações


eletromagnéticas que eles emitem.

Radiação eletromagnética transporta energia pelo espaço:

✓ Assim, é conhecida como energia radiante.

Constroem-se um modelo da estrutura do átomo que explique essas propriedades.

A análise da radiação eletromagnética emitida ou absorvida por substâncias:

✓ Ramo da química chamado espectroscopia.


A espectroscopia atômica, espectroscopia aplicada a átomos:

✓ É usada para determinar sua estrutura interna.

Procura-se entender a estrutura eletrônica dos átomos:

✓ Para compreender as ligações químicas.

✓ Parte fundamental da química e das reações químicas.

✓ A teoria atômica moderna surgiu a partir de estudos sobre a interação da


radiação com a matéria.
Características da radiação eletromagnética

Um raio de radiação eletromagnética (energia radiante):

✓ Consiste de campos elétrico e magnético oscilando que atravessam o


espaço vazio (vácuo) a 3,00 x 108 m s-1.

Esta velocidade é representada como c e chamada de velocidade da luz.

Todos os tipos de radiações eletromagnéticas:

✓ Têm características ondulatórias semelhantes às das ondas que se


movem na água.
Em 1864, James Clerk Maxwell (1831-1879), propôs que a luz visível consiste em
ondas eletromagnéticas.

Radiação eletromagnética é a emissão e transmissão de energia na forma de


ondas eletromagnéticas.

O campo elétrico e magnético da radiação eletromagnética.


O campo elétrico de uma radiação eletromagnética oscila no espaço e no tempo. O
comprimento da flecha em qualquer ponto em um dado instante representa o valor da
intensidade que o campo exerce, neste ponto, sobre uma partícula carregada. O campo
magnético é perpendicular ao campo elétrico. Este diagrama representa uma fotografia
instantânea de uma onda eletromagnética em um dado instante. A distância entre dois picos
(máximos) é o comprimento de onda da radiação, e a altura da onda é sua amplitude.
O número de ciclos (reversões completas de direção e volta à intensidade e
direção iniciais) por segundo:

✓ É chamada de frequência,  (a letra grega ni), da radiação ou onda.

A unidade de frequência, 1 hertz (1 Hz):

✓ É definida como 1 ciclo por segundo: 1 Hz = 1 s-1.

A amplitude é a altura da onda acima da linha central.

A amplitude determina a intensidade, ou brilho, da radiação.


O comprimento de onda,  (a letra grega lambda):

✓ É a distância de pico a pico.

Se o comprimento de onda da luz é muito pequeno:

✓ Muitíssimas oscilações completas passam por um dado ponto em um


segundo.

Se o comprimento de onda é grande, a luz continua viajando na velocidade c:

✓ Mas poucas oscilações completas passam pelo ponto em um segundo.


A energia radiante tem características de onda e se constitui de ondas eletromagnéticas. A
amplitude das ondas está relacionada com a intensidade da radiação.
Um comprimento de onda pequeno corresponde:

✓ Radiação de alta frequência

Um comprimento de onda longo corresponde:

✓ Radiação de baixa frequência.

Comprimento de onda x frequência = velocidade da luz ou  = c

A energia radiante inclui luz visível, radiação infravermelha e ultravioleta, ondas de


rádio, microondas, raios X e outras formas que deslocam-se via ondas
eletromagnéticas.

O espectro visível (luz visível) é a banda estreita de comprimento de onda que os


nossos olhos são capazes de detectar.
O espectro eletromagnético e a denominação de suas regiões. Note que a cor
pode ser expressa quantitativamente pelo comprimento de onda.
O espectro eletromagnético e a denominação de suas regiões.
• O Sol é a fonte de luz e calor para a vida na Terra.
• A energia do Sol se propaga através de ondas eletromagnéticas (energia radiante).

Faixas aproximadas de comprimento de onda:

• Ultravioleta: 0,20 - 0,39 μm;


• Visível: 0,39 - 0,78 μm;
• Infravermelho próximo: 0,78 - 4,00 μm;
• Infravermelho: 4,00 - 100,00 μm.

Cerca de 99% da radiação solar que chega na superfície terrestre está na região de 300 a
3.000 nm (0,3 a 3,0 μm).

http://recursosolar.geodesign.com.br/Pages/Sol_Rad_Basic_RS.html
E = h

Figura. Espectro solar com a distribuição espectral da irradiância solar.

A intensidade máxima de radiação ocorre em 500 nm (na parte final do azul da faixa visível).
No topo da atmosfera terrestre, a irradiância solar tem uma intensidade de aproximadamente 1.360,8 ± 0,5 W/m² e na superfície
da Terra é de aproximadamente 1.000 W/m² para muitos locais (em um dia sem nuvens e ao meio dia).

http://recursosolar.geodesign.com.br/Pages/Sol_Rad_Basic_RS.html
•região
Cerca de 99% da radiação solar que
de 300 a 3.000 nm (0,3 a 3,0 μm).
chega na superfície terrestre está na

O espectro solar consiste das radiações Ultravioleta (UV), Visível (VIS) e


Infravermelho (IR):

•Ultravioleta (UV): 3 a 5%
•Visível (VIS): 42 a 43%
•Infravermelho (IR): 52 a 55%

http://recursosolar.geodesign.com.br/Pages/Sol_Rad_Basic_RS.html
https://www.saudedireta.com.br/docsupload/1332766748Cartilha%20MS-MMA.pdf
O espectro eletromagnético.
A luz visível compreende radiação eletromagnética:

✓ de 750 nm (luz vermelha) até 400 nm (luz violeta).

Luz branca, que inclui a luz do sol:

✓ É uma mistura de todos os comprimentos de onda da luz visível.

A radiação ultravioleta é a radiação de frequência mais alta que a luz violeta:

✓ Seu comprimento de onda é menor que 400 nm.

✓ Este é o componente da radiação do sol que causa danos.

✓ Responsável pelas queimaduras e bronzeamento.

✓ É diminuída pela camada de ozônio.


O espectro eletromagnético e a denominação de suas regiões. A região chamada “luz
visível” ocupa um intervalo muito pequeno de comprimento de onda. As regiões não foram
desenhadas em escala.
Espectroscopia

Espectro eletromagnético e seus comprimentos de onda.


A radiação infravermelha, a radiação que conhecemos como calor:

✓ Tem frequência mais baixa e comprimento de onda maior que a luz


vermelha (maior que 800 nm).

Voltando a luz branca, ela é composta de uma mistura de ondas eletromagnéticas


de todas as freqüências no espectro visível:

✓ Abrange o violeta profundo (aproximadamente 400 nm) e o vermelho


profundo (aproximadamente 700 nm).
Esta mistura de ondas pode ser separada usando-se um prisma ótico:

✓ Que desvia o raio de luz: refração.

✓ E desvia a luz de diferentes comprimentos: dispersão.

A figura a seguir mostra um raio de luz sendo refratado e disperso por um prisma
em uma continuidade de cores.

Tal espectro é chamado espectro contínuo.

O processo de obtenção de um espectro é conhecido como espectroscopia.


Um espectro visível contínuo é produzido quando um feixe estreito de luz branca atravessa
um prisma (raio de luz sendo refratado e disperso por um prisma em uma continuidade de
cores).
A luz branca poderia ser a luz do sol ou a luz de uma lâmpada incandescente. As cores da
tela formam uma banda contínua que vai do violeta para o vermelho.
Unidades de comprimentos de nos comuns para radiações eletromagnéticas
Exercício1: A luz amarela por uma lâmpada de vapor de sódio usada para
iluminação pública tem um comprimento de onde de 589 nm. Qual é a frequência
dessa radiação?

Resposta: 5,09 x 1014 s-1.

Exercício 2: Um laser usado em cirurgia de olhos, para reparar retinas descoladas,


produz radiação com comprimento de onda de 640,0 nm. Calcule a frequência
dessa radiação.

Resposta: 4,69 x 1014 s-1.

Exercício 3: Uma estação de rádio FM transmite radiação eletromagnética a uma


frequência de 103,4 MHz (1 MHz = 106 s-1). Calcule o comprimento de onda dessa
radiação.

Resposta: 2,901 m.
Descobertas na estrutura atômica
1896 A. H. Becquerel Descobriu a radioatividade do urânio

1897 J. J. Thomson Demonstrou que os elétrons têm uma carga negativa, com
carga/massa= 1,76 1011 C/Kg

1909 R. A. Millikan Mediu a carga eletrônica com 1,60 x 10-19 C; portanto, a massa
do elétron = 9,11 x 10-31 Kg

1911 E. Rutherford Estabeleceu o modelo nuclear do átomo: um núcleo muito


pequeno, pesado, circundando principalmente por espaços
vazios

1913 H. G. J. Moseley Determinou as cargas nucleares pela emissão de raios X,


estabelecendo que os números atômicos são mais
fundamentais do que a massa atômica
EXPERIÊNCIA DO CORPO NEGRO DE PLANCK (Quanta e fótons)

Apesar do modelo ondulatório da luz explicar muitos aspectos de seu


comportamento:

✓ Existem vários fenômenos que ele não pode explicar.

Três fenômenos são importantes para o entendimento de:

✓ Como a radiação eletromagnética e os átomos interagem.

(1) A emissão de luz por objetos quentes (chamada radiação de corpo negro
porque os objetos estudados parecem pretos antes do aquecimento).

(2) A emissão de elétrons a partir de uma superfície metálica onde a luz incide (o
efeito fotoelétrico).

(3) A emissão de luz a partir de átomos de gás excitados eletronicamente


(espectros de emissão).
Sabemos que à medida que um objeto torna-se mais quente:

✓ Ele brilha com maior intensidade

✓ A cor da luz que emite muda do vermelho para o branco.

O “objeto quente” é conhecido como corpo negro (mesmo que emita cor branca
quando muito quente).

O nome significa que o objeto não deve favorecer um comprimento de onda


especial.

No final do século XIX alguns físicos estudavam esse fenômeno:

✓ A relação entre a temperatura, a intensidade e os comprimentos de onda


da radiação emitida.

As leis predominantes da física não podiam explicar essas observações.


A cor e a intensidade de luz emitidas por um objeto quente depende da temperatura do
objeto. A temperatura é mais alta no centro desse derramamento de aço fundido. Como
resultado, a luz emitida do centro é mais intensa e de comprimento de onda mais curto
(maior energia).
Intensidade da radiação emitida por um corpo negro aquecido em função do comprimento de
onda. Com o aumento da temperatura, a energia total emitida (a área sob a curva) cresce
rapidamente e o máximo da intensidade da emissão desloca-se para comprimentos de onda
menores.
A intensidade total da radiação emitida por um corpo negro aquecido aumenta com a quarta
potência da temperatura. Por isso, um objeto a 1.000 K emite cerca de 120 vezes mais
energia do que o mesmo objeto em 300 K.
Quando a temperatura aumenta (1/T Decresce), o comprimento de onda máximo de emissão
desloca-se para valores menores.
Em 1900, o físico alemão Max Karl Ernst Ludwig Planck (1858-1947), resolveu o
problema fazendo uma suposição audaciosa:

✓ Propôs que a energia podia ser liberada (ou absorvida) por átomos
apenas em “pedaços” distintos de tamanhos mínimos.

Planck deu o nome quantum ou quanta:

✓ Significando quantidade fixa; onde: quanta é plural de quantum.

✓ É a menor quantidade de energia que podia ser emitida ou absorvida


como radiação eletromagnética.

Planck focalizou sua atenção nas paredes do corpo negro e em seus átomos que
oscilavam rapidamente.
Ele considerou que a energia, E, de um único quantum:

✓ É igual à uma constante multiplicada pela frequência.

Sua idéia central foi que os átomos oscilantes a uma frequência :

✓ Podem trocar energia com sua vizinhança somente em pacotes de


magnitude.

E = h

A constante h, agora conhecida como constante de Planck, tem o valor hoje de:

6,62607015 × 10-34 m2 kg s-1 ou 6,63 x 10-34 J s


De acordo com a teoria de Planck:

✓ A energia é sempre emitida ou absorvida pela matéria em múltiplos


inteiros de h , 2h , 3h , 4h ; e assim por diante.

Por exemplo, se a quantidade de energia emitida por um átomo for 3h :

✓ Dizemos que foram emitidos três quanta de energia (quanta é o plural de


quantum).

Dizemos que as energias permitidas são quantizadas:

✓ Seus valores são restritos a determinadas quantidades.

✓ A hipótese de Planck implica em que a radiação de frequência  pode ser


gerada somente se energia suficiente estiver disponível.
Se os átomos oscilantes transferem uma energia E para a vizinhança:

✓ Radiação de frequência  = E/h será detectada.

✓ É importante notar que a intensidade da radiação é uma indicação do


número de pacotes de energia gerados.

✓ Enquanto E é a medida da energia de cada pacote.

A proposta revolucionária de Planck sobre a energia ser quantizada foi


comprovada.

✓ Ele ganhou o Prêmio Nobel de Física de 1918 por seu trabalho sobre
teoria quântica.
O EFEITO FOTOELÉTRICO E SUA INTERPRETAÇÃO POR EINSTEIN

Outra evidência a favor da descrição da transferência de energia em termos de


pacotes discretos vem do efeito fotoelétrico:

✓ Ejeção de elétrons de um metal quando sua superfície é exposta a luz.

Em 1905, Albert Einstein (1879-1955) usou a teoria quântica de Planck para explicar
o efeito fotoelétrico.

Para cada metal existe uma frequência que a luz incidindo em uma superfície
metálica limpa a leva emitir elétrons.

✓ A luz com frequência de 4,60 x 1014 s-1 ou maior faz o césio emitir elétrons.

✓ Luz de frequências mais baixas não tem esse efeito no césio.


Efeito fotoelétrico: (a) Quando fótons de energia suficientemente alta colidem com uma
superfície metálica, elétrons são emitidos do metal (a frequência está acima de um a
frequência-limite característica do metal).
(b) O efeito fotoelétrico é a base da fotocélula. Os elétrons emitidos são puxados para o
terminal positivo. Como resultado, a corrente flui no circuito. As fotocélulas são usadas em
medidores de luz para fotografia, bem como em numerosos outros dispositivos eletrônicos.
As observações experimentais são:

✓ Nenhum elétron é ejetado até que a radiação tenha uma frequência acima
de um valor característico do metal.

✓ Elétrons são ejetados imediatamente, por mais baixa que seja a intensidade
da radiação.

✓ A energia cinética, EK, dos elétrons ejetados varia linearmente com a


frequência da radiação incidente.
Einstein encontrou uma explicação para estas observações:

✓ Modificou profundamente nossa concepção de campo eletromagnético.

Ele propôs que a radiação eletromagnética consistia de minúsculas partículas:

✓ Que mais tarde, foram chamadas fótons.

Cada fóton pode ser entendido como um pacote minúsculo de energia:

✓ A energia de um só fóton está relacionada com a frequência da radiação


pela equação: E = h.

Quando um fóton atinge o metal, ele pode literalmente desaparecer.

✓ Assim, sua energia pode ser transferida para um elétron no metal.


Exercício: Para a luz azul de frequência 6,4 x 1014 Hz, cada fóton tem qual energia?

Resposta: E = (6,63 x 10-34 J.s) (6,4 x 1014 s-1) = 4,2 x 10-19 J.


a) Um elétron pode ser expelido do metal se ele recebe uma certa quantidade
mínima de energia do fóton durante a colisão:

✓ A frequência da radiação deve ter um valor mínimo para que os elétrons


sejam ejetados.

b) Se o fóton tem energia suficiente:

✓ Uma colisão resulta na imediata ejeção de um elétron.

c) Se uma energia E0 é necessária para remover um elétron de um metal e se o


fóton tem energia h, então a diferença h - E0 aparecerá como a energia cinética
do elétron.

✓ Consequentemente, EK = h - E0 e EK varia linearmente com a frequência


da radiação incidente.
No efeito fotoelétrico, um fóton com energia h atinge a superfície de um metal e sua energia
é absorvida por um elétron.
Se a energia do fóton é maior do que a função de trabalho, , do metal, o elétron absorve
energia suficiente para se libertar do metal.
A energia cinética do elétron ejetado é a diferença entre a energia do fóton e função de
trabalho, ½ meV2 = h - .
Quando fótons atingem um metal, não ocorre emissão de elétrons a menos que a radiação
incidente tenha frequência superior a um determinado valor, característico do metal.
A energia cinética dos elétrons ejetados varia linearmente com a frequência da radiação
incidente. A expansão mostra a relação entre a inclinação da reta e as duas interseções com
os parâmetros da equação ½ meV2 = h - .
O efeito fotoelétrico suporta fortemente a visão de que a radiação
eletromagnética consiste de fótons que se comportam como partículas.

Albert Einstein foi laureado com o Prêmio Nobel de Física de 1921 "por suas
contribuições à física teórica“.

✓ Especialmente, por sua descoberta do efeito fotoelétrico, que foi


fundamental no estabelecimento da teoria quântica.
Exercício: (a) Calcule a energia de um fóton amarelo cujo comprimento de onda é
589 nm. (b) E qual a energia total para um mol desses fótons?

Resposta: (a) 3,37 x 10-19 J; (b) 2,03 x 105 J mol-1.


ESPECTROS DE LINHAS E O MODELO ATÔMICO DE BOHR

Os trabalhos de Planck e Einstein:

✓ Abriram caminho para a compreensão de como os elétrons são


distribuídos nos átomos.

Em 1913 o físico dinamarquês Niels Henrick David Bohr


(1885-1962):

Propôs uma explicação teórica dos espectros de linhas.

Vamos examinar esse fenômeno e estudar como Bohr usou as idéias de Planck e
Einstein.

Onde, a evidência da quantização da energia veio primeiramente do estudo dos


espectros atômicos.
Niels Bohr (à direita) com Albert Einstein. Bohr fez importantes contribuições para a teoria
quântica. De 1911 a 1913 estudou na Inglaterra, trabalhando primeiro com J. J. Thomson, na
Universidade de Cambridge, e mais tarde com Ernest Rutherford, na Universidade de
Manchester. Publicou sua teoria quântica do átomo em 1914 e recebeu o Prêmio Nobel de
Física em 1922.
Uma fonte específica de energia radiante pode emitir um comprimento de onda
único, como na luz de um laser.

✓ A radiação composta por um único comprimento de onde é chamada


monocromática.

Entretanto, a maioria das radiações comuns, incluindo lâmpadas incandescentes e


estrelas:

✓ Produz radiação contendo muitos comprimentos de onda diferentes.

Quando a radiação de fontes como essa é separada em seus diferentes


comprimentos de onda componentes:

✓ Um espectro contínuo é produzido.


Um espectro visível contínuo é produzido quando um feixe estreito de luz branca atravessa
um prisma (raio de luz sendo refratado e disperso por um prisma em uma continuidade de
cores).
A luz branca poderia ser a luz do sol ou a luz de uma lâmpada incandescente. As cores da
tela formam uma banda contínua que vai do violeta para o vermelho.
Nem todas as fontes de radiação produzem um espectro contínuo.

Quando diferentes gases são colocados sob pressão em um tubo e uma alta
voltagem é aplicada:

✓ Os gases emitem diferentes cores de luz.

Quando a luz vinda de tais tubos passa através de um prisma:

✓ Apenas linhas de poucos comprimentos de onda estão presentes nos


espectros resultantes.

As linhas coloridas são separadas por regiões pretas:

✓ Que correspondem a comprimentos de onda ausentes de luz.


Um espectro contendo apenas radiações de comprimentos de onda específicos é
chamado espectro de linhas.

Quando os cientistas detectaram pela primeira vez o espectro de linhas do


hidrogênio na metade do século XIX, ficaram fascinados pela sua simplicidade.

O átomo de H emite frequências particulares da radiação eletromagnética, pois ele


perde energia em somente certas quantidades discretas.
O espectro de linhas do átomo H.
As cores de gases excitados surgem devido ao movimento dos elétrons entre os
estados de energia no átomo.

O espectro de linhas do Na e do H.
Em 1885 um professor suíço chamado Johann Jakob
Balmer (1825-1898):

Observou que os comprimentos de onda das quatro linhas do hidrogênio


se encaixa de maneira intrigante em uma fórmula simples.

Descobriu-se que linhas adicionais ocorriam nas regiões do ultravioleta e do


infravermelho.
Rapidamente a equação de Balmer foi estendida para uma equação mais geral,
chamada equação de Rydberg:

✓ Proposta em 1888, (Johann Rydberg, 1854-1919).


✓ Permitiu calcular os comprimentos de onda de todas as linhas espectrais
do hidrogênio:

 1 1  1  1 1 
v = R 2 − 2  ou = R 2 − 2  eq. 1
 n1 n2    n1 n2 

n1 = 1,2,... n2 = n1 + 1, n1 + 2,...

R é a constante de Rydberg (3,29 x 1015 Hz ou 1,097 x 107 m-1);

e n1 e n2 são números inteiros e positivos, sendo que n2 é maior que n1.


Os comprimentos de onda das linhas nas três séries são:

Série Lyman n1 = 1 n2 = 2, 3, 4, 5,...

Série Balmer n1 = 2 n2 = 3, 4, 5, 6,...

Série Paschen n1 = 3 n2 = 4, 5, 6, 7,...

O espectro completo do átomo de hidrogênio. As linhas espectrais foram distribuídas em


vários grupos chamados séries, duas das quais são mostradas com seus nomes.
Como a extraordinária simplicidade dessa equação poderia ser explicada?

Passaram-se mais de 30 anos para que essa pergunta fosse respondida, como
veremos a seguir.
O MODELO DE BOHR

Depois que Rutherford descobriu a natureza nuclear do átomo:

✓ Os cientistas pensavam no átomo como um “sistema solar microscópico”.

✓ Os elétrons descreviam uma órbita ao redor do núcleo.

Para explicar o espectro de linhas do hidrogênio:

✓ Bohr começou supondo que os elétrons moviam-se em órbitas circulares


ao redor do núcleo.

Entretanto, de acordo com a física clássica:

✓ Uma partícula carregada (como um elétron) que se move em uma


trajetória circular perderia energia continuamente pela emissão de radiação
eletromagnética.
À medida que o elétron perde energia:

✓ Deveria se mover em forma de espiral em direção ao núcleo.

✓ A matéria eventualmente acabaria por se autodestruir.

Bohr abordou esse problema quase da mesma forma que Planck tinha abordado o
problema da natureza da radiação emitida por objetos quentes:

✓ Assumiu que as leis predominantes da física eram inadequadas para


descrever todos os aspectos dos átomos.

✓ Ele adotou a idéia de Planck de que as energias eram quantizadas.


Bohr baseou seu modelo em três postulados:

1. Somente órbitas de certos raios, correspondendo a certas energias definidas,


são permitidas para os elétrons em um átomo.

✓ Bohr introduziu a quantização na descrição da estrutura eletrônica.

2. Um elétron em certa órbita permitida tem certa energia específica e está em um


estado de energia “permitido”.

✓ Assim, o elétron não irradiará energia e, portanto, não se moverá em


forma de espiral em direção ao núcleo.

3. A energia só é emitida ou absorvida por um elétron quando ele muda de um


estado de energia permitido para outro.

✓ Essa energia é emitida ou absorvida como fóton, E = h.


Começando com seus três postulados e usando as equações clássicas de
movimento e para interação entre cargas elétricas:

✓ Bohr calculou as energias correspondentes a cada órbita permitida.

✓ Essas energias encaixavam-se na seguinte fórmula:

-18  1 
E = (-2,18 x 10 J)  2  eq. 2
n 

O número inteiro n, que pode assumir valores de 1 a infinito:

✓ É chamado número quântico.

Cada órbita corresponde a um valor diferente de n.

O raio da órbita aumenta à medida que n aumenta.


As orbitas de Bohr.
A primeira órbita permitida (a órbita mais próxima ao núcleo) tem n = 1,

A segunda mais próxima ao núcleo tem n = 2, e assim por diante.

As energias do elétron de um átomo de hidrogênio dadas pela eq. 2 são negativas


para todos os valores de n.

✓ Quanto mais baixa (mais negativa) for a energia, mais estável será o
átomo.

A energia é mais baixa (mais negativa) para n = 1.

À medida que n aumenta:

A energia torna-se sucessivamente menos negativa e aumenta.


O estado de energia mais baixa (n = 1):

✓ É chamado estado fundamental do átomo.

Quando o elétron está em órbita de energia mais alta (menos negativa; n = 2 ou


mais alta):

✓ O átomo está em seu estado excitado.

A figura a seguir mostra a energia do elétron em um átomo de hidrogênio para


vários valores de n .
O que acontece ao raio da órbita e à energia na medida em que n se torna
infinitamente grande?

O raio aumenta com n2 .

✓ Atingimos um ponto no qual o elétron está completamente separado de


seu núcleo.

✓ Quando n = , a energia é zero.

 1 
E = (-2,18 x 10 -18
J)  2  = 0
n 

O estado no qual o elétron é removido do núcleo é o estado de referência:

✓ É a energia zero do átomo de hidrogênio.

Esse estado de energia zero é mais alto em energia que os estados com energias
negativas.
No seu terceiro postulado:

✓ Bohr supôs que o elétron poderia “pular” de um estado de energia


permitido para outro.

✓ Deveria absorver ou emitir fótons cuja energia radiante corresponda


exatamente à diferença entre os dois estados.

Um elétron deve absorver energia para que ele mude para um estado de mais alta
energia (um estado com um valor mais alto de n).

A energia radiante é emitida quando o elétron vá para um estado de energia mais


baixa (um estado com menor valor de n).
E = h

E = h

A emissão de luz.
Quando um átomo faz uma transição de um estado de energia mais alta para um nível de
energia menor, ele perde energia que é emitida como um fóton.
Quanto maior a energia perdida, maior a frequência (e menor o comprimento de onda) da
radiação emitida.
Se o elétron pula de um estado inicial, com energia Ei para um estado final, com
energia Ef, a variação de energia é:

E = E f − Ei = E fóton = h eq. 3

O modelo de Bohr para o átomo de hidrogênio afirma que:

✓ Apenas frequências específicas de luz que satisfazem a eq. 2 podem ser


absorvidas ou emitidas pelo átomo.
Substituindo a expressão e energia da eq. 2 na eq. 3 e recalculando  = c/:

 1 1 
= ( −2.18 10 J)  2 − 2 
hc
E = h = −18 eq. 4
 n n 
 f i 

ni e nf são os números quânticos principais dos estados inicial e final do átomo,


respectivamente.

Se nf é menor que ni, o elétron move-se para mais perto do núcleo e E é um


número negativo, indicando que o átomo libera energia.

Assim:

✓ Quando ni > nf, a energia é emitida.

✓ Quando nf > ni, a energia é absorvida.


▪ n1 = 1; série de Lyman (ultravioleta)

▪ n1 = 2; série de Balmer (visível e ultravioleta)

▪ n1 = 3; série de Paschen (infravermelho)

▪ n1 = 4; série de Brackett (infravermelho)

Níveis de energia no átomo de hidrogênio a partir do modelo de Bohr.


As setas referem-se às transições do elétron de um estado de energia permitido para outro.
Os estados mostrados são aqueles para os quais n = 1 a n = 6, e o estado para n = , para o
qual a energia, E, é igual a zero
Exercício: se o elétron move-se de ni = 3 para nf = 1, qual o seu comprimento de
onda emitido:

1 1 8
E = (- 2,18 x 10-18 J)  2 − 2  = (- 2,18 x 10 -18 J)   = - 1,94 x 10-18 J
1 3  9

Sabendo a energia para o fóton emitido, podemos calcular sua freqüência ou


seu comprimento de onda. Para o comprimento de onda, temos:

c
hc (6,63 x 10-34 Js)(3,00 x 108 m/s)
= = = = 1,03 x 10 -7
m
 E 1,94 x 10 J-18

Não incluímos o sinal negativo da energia nesse cálculo porque o comprimento de


onda e a frequência são sempre fornecidos como grandezas positivas.

O sentido do fluxo de energia é indicado quando se diz que o fóton de


comprimento de onda 1,03 x 10-7 m foi emitido.
Se resolvermos a eq. 3 para 1/ e excluirmos o sinal negativo, teremos que essa
equação derivada da teoria de Bohr corresponde à equação de Rydberg, eq. 1,
obtida com dados experimentais:

1 (- 2,18 x 10-18 J)  1 1 
=  2 − 2  eq. 5
 hc  n f ni 

De fato, a combinação das constantes, (2,18 x 10-18 J) / hc é igual à constante de


Rydberg (R = 1,10 x 107 m-1).

A existência de linhas espectrais pode ser atribuída aos pulos quantizados de


elétrons entre os níveis de energia.
Limitações do modelo de Bohr

Enquanto o modelo de Bohr oferece uma explicação para o espectro de linhas do


átomo de hidrogênio:

✓ Ele não pode explicar o espectro de outros átomos, a não ser de uma
maneira muito incipiente.

Além disso, existe um problema em descrever um elétron meramente como uma


partícula circulando ao redor do núcleo:

✓ Veremos, o elétron exibe propriedades de ondas, fato que nosso modelo de


estrutura eletrônica deve contemplar.

O modelo de Bohr é apenas um importante passo em direção ao desenvolvimento


de um modelo mais abrangente.
O mais importante sobre a teoria de Bohr é que ela apresenta suas idéias
principais que também são incorporadas por nosso modelo atual:

✓ (1) os elétrons existem apenas em níveis de energia distintos, que são


descritos pelos números quânticos.

✓ (2) A energia está envolvida na movimentação de um elétron de um nível


para outro.

✓ Além disso, parte do vocabulário associado com o novo modelo remonta ao


modelo de Bohr.

✓ Por exemplo, ainda usamos a idéia de estados fundamentais e excitados para


descrever as estruturas eletrônicas dos átomos.
DUALIDADE PARTÍCULA-ONDA DA MATÉRIA (PRINCÍPIO DE DE BROGLIE)

Nos anos posteriores ao desenvolvimento do modelo de Bohr para o átomo de


hidrogênio:

✓ A natureza dual da energia radiante tornou-se um conceito familiar.

✓ O efeito fotoelétrico suporta fortemente a visão de que a radiação


eletromagnética consiste de fótons que se comportam como partículas.

✓ Já a difração, mostra que a radiação eletromagnética comporta-se como


onda.

Experimentos obrigam-nos a aceitar a dualidade onda-partícula da radiação


eletromagnética:

✓ Que combina o conceito de ondas com o de partículas.


A difração da luz – fenômeno típico ondulatório.
Em 1924, O cientista francês Louis-Victor-Pierre-Raymond, 7.º duque de Broglie,
geralmente conhecido por Louis de Broglie (1892-1987) sugeriu:

✓ Que todas as partículas podiam ser entendidas como tendo propriedades


de onda.

✓ O comprimento de onda associado à “onda da partícula” seria


inversamente proporcional a sua massa, m, e velocidade, v, e propôs que:

 = h / mv eq. 6

O produto da massa pela velocidade é chamado de momentum linear, p, de uma


partícula.

Então essa expressão é escrita de forma mais simples como a relação de


Broglie:

=h/p eq. 7
De Broglie usou o termo ondas da matéria para descrever as características
ondulatórias das partículas materiais.

Como hipótese de De Broglie é aplicável a toda matéria:

✓ Qualquer objeto de massa m e velocidade v daria origem a uma onda de


matéria característica.

Entretanto, e eq. 6 indica que o comprimento de onda associado a um objeto de


tamanho comum:

✓ É minúsculo que estará fora da faixa de qualquer observação possível.

Esse não é o caso de um elétron porque sua massa é muito pequena.


Poucos anos após De Broglie publicar sua teoria:

✓ As propriedades ondulatórias do elétron foram demonstradas


experimentalmente.

Os elétrons eram difratados pelos cristais, do mesmo modo que os raios X sofriam
difração.

Assim, o fluxo de elétrons em movimento exibe os mesmos tipos de


comportamento ondulatório que a radiação eletromagnética.

Louis de Broglie recebeu o prêmio Nobel de 1929.


Em 1927, no Bell Labs, Clinton Davisson e Lester Germer lançaram elétrons lentos
em um alvo de níquel cristalino.

A dependência angular da intensidade dos elétrons refletidos foi medida:

✓ E foi verificada que há algum padrão de difração semelhante àqueles


previstos por Bragg para os raios X.

Clinton Davisson recebeu em 1937 o Nobel de Física, pela verificação


experimental da difração do elétron por cristais.

Clinton Joseph Davisson Clinton Davisson (esquerda) e Lester Germer


Davisson e Germer mostraram que elétrons apresentam um padrão de difração quando
refletidos em um cristal. Ref: Clinton J. Davisson e Lester H. Germer, "Diffraction of Electrons
by a Crystal of Nickel", Physical Review, V30, pp. 705 (1927).
Também: G. P. Thomson, trabalhando em Aberdeen, Escócia, mostrou que eles também
fornecem um padrão de difração quando atravessam uma folha muito fina de ouro. Este
último resultado é mostrado aqui. G. P. Thomson era filho de J. J. Thomson, que identificou o
elétron. Ambos receberam o Prêmio Nobel em 1937: J. J. Thomson por mostra que o elétron
é uma partícula, e G. P. Thomson por mostrar que o elétron é uma onda.
Exercício: Utilize a relação de Louis de Broglie para determinar os comprimentos
de onda dos seguintes objetos:

(a) Uma cachorro de 15 kg correndo a 25 km/h;

(b) uma bala de revólver de 10,0 g detonada a 250 m/s;

(c) Um elétron se movendo a uma velocidade média de aproximadamente 5 x 106


m s-1 em um átomo de hidrogênio.
PRINCÍPIO DA INCERTEZA DE HEISENBERG

A descoberta das propriedades ondulatórias da matéria:

✓ Levantou algumas questões novas e interessantes sobre a física clássica.

Por exemplo, uma bola descendo uma rampa e usando a física clássica:

✓ Calculamos sua posição, direção de movimento e velocidade a qualquer


momento, com grande exatidão.

Podemos fazer o mesmo para um elétron que exibe propriedades


ondulatórias?

✓ Uma onda se estende no espaço e sua localização não é definida de


maneira precisa.
É impossível determinar exatamente onde um elétron está localizado em um
tempo determinado:

✓ A dualidade onda-partícula elimina a possibilidade de descrever a


localização se o momentum linear é conhecido.

✓ Não podemos especificar a trajetória das partículas.

A impossibilidade de conhecer a posição mesmo com precisão arbitrariamente


grande, se o momentum linear é conhecido com precisão:

✓ É um aspecto da complementaridade da posição e momento.


Em 1927, o físico alemão Werner Karl Heisenberg (1901-
1976) concluiu que a natureza dual da matéria limita em como
podemos determinar precisamente a posição e o momento de
qualquer objeto.

✓ A limitação torna-se importante apenas quanto trabalhamos com matéria


em nível subatômico.

✓ Isto é, com massas tão pequenas quanto a de um elétron: princípio da


incerteza de Heisenberg.

Quando aplicado aos elétrons em um átomo:

✓ Não podemos determinar seu momento e sua posição simultaneamente.


Heisenberg relacionou matematicamente.

✓ Se x é a incerteza da posição e mv é a incerteza do momento, então:

h
x . mv  eq. 8
4
Por exemplo: elétron tem massa de 9,11 x 10-31 Kg e move-se a uma velocidade
média de aproximadamente 5 x 106 m/s em um átomo de hidrogênio.
Vamos supor que conhecemos a velocidade para uma incerteza de 1% (isto é, uma
incerteza de (0,01)(5 x 106 m/s) = 5 x 104 m/s) e que essa é a única fonte
importante de incerteza no momento para que mv = mv.

h 6, 63 x 10-34 J s
x  = = 1 x 10 -9
m
4 mv 4 (9,11 x 10 Kg)(5 x 10 m/s)
-31 4

O diâmetro de um átomo de hidrogênio é apenas 2 x 10-10 m, a incerteza é muito


maior do que o tamanho do átomo.

✓ Não temos idéia de onde o elétron esta localizado no átomo.


A hipótese de De Broglie e o princípio da incerteza de Heisenberg:

✓ Estabeleceram a base para um nova teoria de estrutura atômica e mais


largamente aplicável.

✓ Qualquer tentativa de definir precisamente a localização e o momento


instantâneos do elétron é abandonada.

✓ O resultado é um modelo que descreve precisamente a energia do


elétron enquanto define sua localização em termos de probabilidades.

Werner Karl Heisenberg recebeu o Nobel de Física de 1932, pela criação da


mecânica quântica, cujas aplicações levaram à descoberta, entre outras, das
formas alotrópicas do hidrogênio.
MODELO ATÔMICO DE SCHRÖDINGER

Como as partículas têm propriedades de onda:

✓ Não podemos esperar que se comportem como objetos pontuais se


movendo por trajetórias precisas.

Em 1926, o físico Austríaco Erwin Rudolf Josef


Alexander Schrödinger (1887-1961) propôs uma
equação:

✓ Conhecida atualmente como equação de onda de Schrödinger.

✓ Incorpora tanto o comportamento ondulatório como o de partícula do


elétron.
Seu trabalho abriu uma nova maneira de lidar com partículas subatômicas
conhecida como mecânica quântica ou mecânica ondulatória.

A aplicação da equação de Schrödinger requer cálculos avançados, e não nos


preocuparemos com os detalhes de sua abordagem.

A abordagem de Schrödinger foi substituir a trajetória precisa da partícula por uma


função de onda, representada pela letra grega  (psi):

✓ Diz qual é a probabilidade da partícula ser encontrada em uma posição


particular.

Quando calculamos :

✓ Predizemos a probabilidade da partícula (elétron) ser encontrada em uma


dada região do espaço.
Equação de Schrödinger independente do tempo para uma partícula de massa m,
movendo-se um uma dimensão com a energia E.

V (x) = é a energia potencial da partícula no ponto x.

− 2 d 2 h
+ V ( x) = E =
2m dx 2 2
Na interpretação de Max Born (1882-1970) da função de onda:

✓ A probabilidade de encontrar a partícula em uma região


é proporcional ao quadrado de .

2 é uma densidade de probabilidade:

Para obtermos a probabilidade de que a partícula esteja em uma pequena região


do espaço:

✓ Multiplicamos 2 pelo volume da região.


De acordo com a interpretação de Born:

✓ Desde que 2 seja grande, há uma alta densidade de probabilidade para


a partícula.

✓ Se 2 é pequena, há somente uma baixa densidade de probabilidade para


a partícula.

Se , e conseqüentemente 2 for 0:

✓ Há densidade de probabilidade zero para a partícula.

Uma posição  que passa por 0 é chamada nó:

✓ A partícula tem densidade de probabilidade zero quando a função de onda


tem nós.

A interpretação de Born da função de onda.


A densidade de probabilidade é dada pelo quadrado da função de onda (a linha azul), como
desenhada na densidade do sombreado na banda.
Veja que a densidade de probabilidade é 0 em um nó. Um nó é um ponto onde a função de
onda passa pelo 0, não meramente aproxima-se de 0.
A equação de Schrödinger é uma equação para calcular a função de onda.

✓ Ela contém os termos onda e partícula.

✓ A resolução da equação leva às funções de onda.

✓ A função de onda fornece o contorno do orbital eletrônico.

O quadrado da função de onda fornece a probabilidade de se encontrar o elétron:

✓ Dá a densidade eletrônica para o átomo.


As funções de onda em geral possuem regiões de amplitude positiva e negativa.

✓ Este sinal não tem nenhum significado físico direto.

Quando desejamos interpretar uma função de onda:

✓ Devemos focar na sua magnitude, e não se ela é positiva ou negativa.

O sinal da função de onda é de importância crucial quando duas funções de onda


propagam na mesma região do espaço.

✓ Uma região positiva de uma função de onda pode se juntar a uma região
positiva de outra função de onda para originar uma região de amplitude acentuada.
As funções de onda interferem onde elas se propagam na mesma região do espaço.
(a) Se elas possuem o mesmo sinal na região, elas interferem construtivamente e a função
de onda total tem uma amplitude intensificada na região.
(b) Se as funções de onda possuem sinais opostos, então elas interferem destrutivamente, e
a superposição resultante tem uma amplitude reduzida. OBS: A interferência de funções de
onda é de grande importância na explicação da ligação química.
Esta intensificação é chamada interferência construtiva.

✓ Duas funções de onda propagam na mesma região do espaço.

✓ Ocorre quando dois átomos estão próximos o suficiente para formar uma
ligação.

✓ Há um significativo aumento da probabilidade de encontrar as partículas


naquela região.

Uma região positiva de uma função de onda pode ser cancelada por uma região
negativa de uma segunda função de onda.

✓ A interferência destrutiva entre funções de onda, reduz muito a


probabilidade de uma partícula ser encontrada naquela região.
Uma maneira de representar a probabilidade de encontrar o elétron em várias
regiões de um átomo é mostrada na figura a seguir.

✓ A densidade de pontos representa a probabilidade de encontrar o elétron.

As regiões com densidade alta de pontos:

Correspondem a valores relativamente altos para 2.

A densidade eletrônica é outra maneira de expressar a probabilidade:

✓ Regiões onde existe alta probabilidade de encontrar o elétron são regiões


de alta densidade eletrônica.
Distribuição da densidade eletrônica no estado fundamental do átomo de hidrogênio.
NÚMEROS QUÂNTICOS E OS ORBITAIS ATÔMICOS

Se resolvermos a equação de Schrödinger para o átomo de hidrogênio:

✓ Teremos as funções de onda e as energias para as funções de onda.

Chamamos as funções de onda de orbitais.

✓ Cada orbital descreve uma distribuição específica de densidade eletrônica


no espaço, como determinado pela probabilidade de densidade.

Cada orbital, consequentemente, tem energia e formas características.


Por exemplo, o orbital de mais baixa energia no átomo de hidrogênio tem energia
de -2,18 x 10-18 J e formato ilustrado anteriormente.

Observe que um orbital (modelo da mecânica quântica) não é o mesmo que órbita
(modelo de Bohr).

O modelo da mecânica quântica não se refere a órbitas porque o movimento do


elétron em um átomo não pode ser medido ou localizado com precisão:

✓ Princípio da incerteza de Heisenberg.

O modelo de Bohr introduziu um único número quântico, n, para descrever certa


órbita.

O modelo da mecânica quântica usa três números quânticos, n, l, e ml, para


descrever um orbital.
1) O número quântico principal, n, pode ter valores positivos e inteiros de 1, 2, 3,
....
✓ Este é o mesmo n de Bohr.

✓ À medida que n aumenta, o orbital torna-se maior e o elétron passa mais


tempo mais distante do núcleo.

✓ Um aumento em n significa também que o elétron tem energia mais alta e,


por isso, está menos fortemente preso ao núcleo.

2) O segundo número quântico, o número quântico do momento angular do orbital,


l, pode ter valores inteiros de 0 a n -1.

✓ Esse número quântico define o formato do orbital.

✓ Normalmente utilizamos letras para l (s, p, d e f para l = 0, 1, 2, e 3).


Geralmente nos referimos aos orbitais s, p, d e f.

✓ 3) O número quântico magnético, ml, depende de l.

✓ O número quântico magnético tem valores inteiros entre -l e +l.

✓ Fornecem a orientação do orbital no espaço.


Relação entre os valores de n, l e ml até n = 4

n = indica o tamanho e a energia do orbital; l = indica a forma do orbital; ml = a direção.


Os orbitais podem ser classificados em termos de energia para produzir um
diagrama de Aufbau.

Observe que o seguinte diagrama de Aufbau é para um sistema de um só elétron.

À medida que n aumenta, o espaçamento entre os níveis de energia torna-se


menor.
O conjunto de orbitais com o mesmo valor de n é chamado nível eletrônico.

Por exemplo, todos os orbitais que têm n = 3 chamados terceiro nível

✓ O conjunto de orbitais que têm os mesmos valores de n e l é chamado


subnível.

✓ Por exemplo, os orbitais que têm n = 3 e l = 2 são chamados orbitais 3d e


estão no subnível 3d.

A figura a seguir mostra as energias relativas dos orbitais do átomo de hidrogênio


até n = 3.

Cada quadrícula representa um orbital.

✓ Os orbitais de mesmo subnível, como os do 2p, estão agrupados juntos.


Níveis de energia dos orbitais para o átomo de hidrogênio. Cada quadrícula representa um
orbital. Observe que todos os orbitais com o mesmo valor para o número quântico principal,
n, têm a mesma energia. Isso se aplica apenas a sistemas de um elétron.
Quando o elétron está em qualquer outro orbital além do 1s:

✓ O átomo está em estado excitado.

✓ A temperaturas ordinárias praticamente todos os átomos de hidrogênio


estão em seus estados fundamentais.

O elétron pode ser excitado para um orbital de mais alta energia pela absorção de
um fóton de energia apropriada.

Na discussão sobre orbitais enfatizamos até agora suas energias.

No entanto a função de onda também fornece informações sobre a localização do


elétron no espaço quando ele está em estado específico de energia permitido.

Vamos examinar as maneiras pelas quais podemos visualizar os orbitais:


a) Os orbitais s

O orbital de mais baixa energia, o 1s, é esférico.

Essa figura indica que a probabilidade de encontrar o elétron:

✓ Diminui à medida que nos afastamos do núcleo em qualquer direção


específica.

Quando a função de probabilidade, 2, para o orbital 1s é colocado em um gráfico


como função da distância a partir do núcleo, r:

✓ Ela se aproxima de zero rapidamente.

Esse efeito indica que o elétron, puxado em direção ao núcleo por forças
eletrostáticas:

✓ É improvável de ser encontrado longe do núcleo.


Distribuição da densidade eletrônica no estado fundamental do átomo de hidrogênio.
Se considerarmos analogamente os orbitais 2s e 3s do hidrogênio:

✓ Descobriremos que eles são também esfericamente simétricos.

✓ Todos os orbitais s são esfericamente simétricos.

Observe que para o orbital 2s, 2 vai para zero e depois aumenta de novo em
valor antes de finalmente se aproximar de zero a um maior valor de r.

As regiões intermediárias onde 2 é zero são chamadas nós.

O número de nós aumenta com a elevação do valor do número quântico principal,


n.
Distribuição de densidade eletrônica nos orbitais 1s, 2s 3s. A parte inferior da figura mostra
como a densidade eletrônica, representada por 2, varia como função da distância r ao
núcleo. As superfícies ao redor do núcleo nas quais 2 é zero são chamadas nós.
Observe também que à medida que n aumenta:

✓ O elétron será encontrado mais distante do núcleo.

✓ O tamanho do orbital aumenta com o aumento de n.

Um método muito utilizado para representar orbitais é mostrar a superfície limite


ou de fronteira que inclui alguma porção substancial:

✓ 90% a 95% da densidade eletrônica total para o orbital.

Elas têm o mesmo formato, mas diferem no tamanho.

Apesar de os detalhes de como a densidade eletrônica varia dentro da superfície


se perderem nessas representações, essa não é uma desvantagem séria.
Distribuição da densidade eletrônica no estado fundamental do átomo de
hidrogênio e representações de superfícies limite para os orbitais 1s, 2s e 3s. Os
raios relativos das esferas correspondem à probabilidade de até 90% de se
encontrar o elétron dentro de cada esfera.
Elas têm o mesmo formato, mas diferem no tamanho.

Apesar de os detalhes de como a densidade eletrônica varia dentro da superfície


se perderem nessas representações:

✓ Essa não é uma desvantagem séria.

Para a maioria das abordagens qualitativas:

✓ As características dos orbitais são os tamanhos relativos e os formatos.

✓ Essas características são representadas pelas superfícies limite.


RESUMINDO:

Todos os orbitais s são esféricos.

À medida que n aumenta, os orbitais s ficam maiores.

À medida que n aumenta, aumenta o número de nós.

Um nó é uma região no espaço onde a probabilidade de se encontrar um elétron é


zero.

Em um nó, 2 = 0.

Para um orbital s, o número de nós é n-1.


b) Os orbitais p

A distribuição da densidade eletrônica para um orbital 2p:

A densidade eletrônica não está distribuída de forma esférica como em


um orbital 1s.

A densidade eletrônica está concentrada em duas regiões em ambos os lados do


núcleo:

Separadas por um nó no núcleo.

Representamos as amplitudes positivas e negativas da função de onda


sombreando de maneira diferente:

✓ Amplitude positiva será mostrado como amarelo (claro) e a negativa como


laranja (escuro).

Dizemos que esse orbital na forma de halteres tem dois lóbulos.


(a) Distribuição de densidade eletrônica de um orbital 2p. (b) Representações dos três
orbitais p. Observe que o índice inferior nos símbolos dos orbitais indica o eixo ao longo do
qual o orbital se encontra.
É útil lembrar que não estamos fazendo afirmações de como o elétron está se
movendo dentro do orbital:

✓ A figura retrata a distribuição média da densidade eletrônica em um orbital


2p.

Cada nível começando com n = 2 tem três orbitais:

✓ Portanto, existem três orbitais 2p, três orbitais 3p, e assim por diante.

Os orbitais de determinado valor de n (isto é, de determinado subnível):

✓ Têm o mesmo tamanho e forma.

✓ Mas diferem entre eles na orientação espacial.


Geralmente representamos os orbitais p:

✓ Desenhando o formato e a orientação de suas funções de onda.

É conveniente rotulá-los como orbitais px, py e pz.

Os índices inferiores de letras indicam o eixo ao longo do qual o orbital está


orientado.

Os orbitais p aumentam de tamanho quando passamos de 2p para 3p, e assim por


diante.
RESUMINDO:

Existem três orbitais p, px, py, e pz.

Os três orbitais p localizam-se ao longo dos eixos x-, y- e z- de um sistema


cartesiano.

As letras correspondem aos valores permitidos de ml, -1, 0, e +1.

Os orbitais têm a forma de halteres.

À medida que n aumenta, os orbitais p ficam maiores.

Todos os orbitais p têm um nó no núcleo.


c) Os orbitais d e f

Quando n é igual ou maior que 3, encontramos os orbitais d (para o qual l = 2).

Existem cinco orbitais 3d, cinco orbitais 4d, et...

Os diferentes orbitais d em determinado nível têm diferentes formatos e


orientações no espaço.

Quatro das superfícies limite dos orbitais d têm formato “trevo de quatro folhas”.

✓ Se encontra principalmente em um plano.

Os orbitais dxy, dxz e dyz situam-se nos planos xy, xz e yz:

✓ Os lóbulos orientados entre os eixos.


A superfície limite de um orbital d é mais complicada que as dos orbitais s e p. Há, de fato,
cinco orbitais d de uma dada energia; quatro deles têm quatro lóbos, um é ligeiramente
diferente. Em nenhum caso, um elétron que ocupa um orbital d será encontrado no núcleo.
Os lóbulos do orbital dx2-y2 também se situam no plano xy:

✓ Mas os lóbulos localizam-se ao longo dos eixos x e y.

O orbital dz2 tem aspecto muito diferente dos outros quatro:

✓ Dois lóbulos ao longo do eixo z e uma “rosquinha” no plano xy.

✓ Mesmo que ele pareça diferente, ele tem a mesma energia que os outros
quatro orbitais d.

As representações são normalmente utilizadas independentemente do número


quântico principal.
Quando n é maior ou igual a 4:

✓ Existem sete orbitais f equivalentes (para os quais l = 3).

As formas dos orbitais f são ainda mais complicadas do que as dos orbitais d.

Devemos estar informados sobre os orbitais f à medida que consideramos a


estrutura eletrônica dos átomos da parte de baixo da tabela periódica.
Uma representação das superfícies-limite dos orbitais f. Outras representações (com formas
diferentes) também são encontradas.
RESUMINDO:

Existem cinco orbitais d e sete orbitais f.

Três dos orbitais d encontram-se em um plano bissecante aos eixos x-, y- e z.

Dois dos orbitais d se encontram em um plano alinhado ao longo dos eixos x-, y- e
z.

Quatro dos orbitais d têm quatro lóbulos cada.

Um orbital d tem dois lóbulos e um anel.


Uma representação das superfícies-limite dos 9 orbitais g.
ORBITAIS E SUAS ENERGIAS

Vimos que a mecânica quântica conduz a uma descrição muito elegante do


átomo de hidrogênio.

✓ Entretanto, ele tem apenas um elétron.

Como nossa descrição da estrutura eletrônica mudaria para átomos com


dois ou mais elétrons (átomo polieletrônico)?

Para descrever esses átomos:

✓ Devemos considerar a natureza dos orbitais e suas energias.

✓ Também como os elétrons ocupam os orbitais disponíveis.


O modelo da mecânica quântica não seria muito útil se não pudéssemos estender
aos outros átomos o que aprendemos sobre hidrogênio.

Os orbitais atômicos em um átomo polieletrônico:

✓ São semelhantes ao do átomo de hidrogênio.

Apesar de as formas dos orbitais dos átomos polieletrônicos serem as mesmas


daquelas para o hidrogênio:

✓ A presença de mais de um elétron muda bastante as energias dos


orbitais.

Em um átomo polieletrônico, entretanto, a repulsão elétron-elétron:

✓ Os diferentes subníveis estejam em diferentes níveis de energia.


Penetração e blindagem

A configuração eletrônica do estado fundamental:

✓ É uma especificação da ocupação dos orbitais de um átomo no seu


estado de menor energia.

O princípio da exclusão proíbe que mais do que dois elétrons ocupem em único
orbital.

A carga nuclear sentida por um elétron é reduzida pela blindagem dos outros
elétrons.
Cargas nucleares efetivas, Zef.
Como resultado da penetração e da blindagem.

✓ A ordem de energia em átomos multieletrônicos é normalmente:

ns < np < nd < nf

Os orbitais s são os mais penetrantes e os orbitais f são os menos penetrantes.


O efeito total da penetração e da blindagem:

• É demonstrado no diagrama de níveis de energia para um átomo neutro.

As energias dos orbitais ao longo da tabela periódica é vista a seguir.

Os efeitos são discretos e a ordem dos orbitais depende fortemente dos número
de elétrons presentes no átomo.
Diagrama esquemático dos níveis de energia de um átomo multieletrônico com Z <
21 (até o cálcio). Há uma mudança na ordem para Z  21 (do escândio em diante).
Este é o diagrama que justifica o princípio do preenchimento, sendo permitido que
até dois elétrons ocupem cada orbital.
Uma representação mais detalhada dos níveis de energia dos átomos
multieletrônicos na tabela periódica. A inserção mostra uma vista ampliada próximo
a Z = 20, onde começam os elementos de série 3d.
SPIN ELETRÔNICO E O PRINCÍPIO DE EXCLUSÃO DE PAULI

O que determina quais os orbitais que os elétrons se situam?

Como os elétrons de um átomo polieletrônico preenchem os orbitais disponíveis?

✓ Devemos considerar uma propriedade adicional do elétron.

Quando os cientistas estudaram os espectros de linhas de átomos polieletrônicos


mais detalhadamente.

Observaram uma característica muito intrigante:

✓ As linhas que originalmente eram tidas como únicas, na realidade eram


pares pouco espaçados.

✓ Havia duas vezes mais níveis de energia do que se “supunha”.


Em 1925, os físicos holandeses George Eugene Uhlenbeck (1900-1988) e Samuel
Abraham Goudsmit (1902-1978):

✓ Postularam que os elétrons tinham uma propriedade intrínseca, chamada


spin eletrônico.

O elétron se comporta como uma esfera minúscula rodando em torno de seu


próprio eixo.

O spin eletrônico é quantizado.

Essa observação levou à atribuição de um novo número quântico para o elétron,


além do n, l e ml.

Esse novo número quântico, o número quântico de spin:

✓ É simbolizado por ms (o índice inferior s significa spin).


Da esquerda para a direita, George Uhlenbeck, Hendrik Anthony Kramers e
Samuel Abraham Goudsmit ca. 1928 em Ann Arbor.
Apenas dois valores possíveis são permitidos para ms, +1/2 ou -1/2.

✓ Indicando os dois sentidos opostos nos quais o elétron pode girar.

Um carga giratória produz um campo magnético.

Os dois sentidos opostos de rotação produzem campos magnéticos diretamente


opostos.

Esses dois campos magnéticos opostos levam à separação de linhas espectrais


em pares muito próximos.

O spin eletrônico é crucial para o entendimento das estruturas eletrônicas dos


átomos.
(a) Dois elétrons são ditos emparelhados se eles têm spins opostos (um horário, o outro anti-
horário). (b) Dois elétrons são classificados como paralelos se seus spins estão na mesma
direção; no caso, ambos .
A tabela resume os significados de cada número quântico e os valores que
eles podem assumir.
A tabela a seguir mostra a relação entre os números quânticos e os
orbitais.
Em 1925, o físico austríaco Wolfgang Ernst Pauli (1900-
1958) descobriu o princípio que governa a distribuição dos
elétrons em átomos polieletrônicos.

O princípio da exclusão de Pauli afirma que:

Dois elétrons em um átomo não podem ter o conjunto de quatro números


quânticos n, l, ml e ms iguais.

Para um dado orbital (1s e 2pz etc.), os valores de n, l e m são fixos.

Se quisermos colocar mais de um elétron em um orbital e satisfazer o princípio de


exclusão de Pauli:

✓ A única escolha é assinalar diferentes valores de ms para os elétrons.


Como existem apenas dois valores para ms:

Um orbital pode receber o máximo de dois elétrons, e eles devem ter


spins opostos.

Essa restrição relaciona os elétrons em um átomo, dando seus números quânticos


e definindo a região no espaço onde cada elétron é mais provável de ser
encontrado.

Entendemos a estrutura dos elementos da tabela periódica.


REGRA DE HUND

Friedrich Hermann Hund (1896-1997) foi um físico alemão.

Desenvolveu o Princípio da Máxima Multiplicidade,


conhecido como Regra de Hund (1927).

As configurações eletrônicas nos dizem em quais orbitais os elétrons de um


elemento estão localizados.
Três regras:

• Os orbitais são preenchidos em ordem crescente de n.

• Dois elétrons com o mesmo spin não podem ocupar o mesmo orbital (Pauli).

• Para os orbitais degenerados, os elétrons preenchem cada orbital


isoladamente antes de qualquer orbital receber um segundo elétron (regra de
Hund).

A regra de Hund diz que os elétrons ocuparão individualmente os orbitais até a


máxima extensão possível, com o mesmo número quântico magnético de spin.

✓ Os elétrons distribuídos dessa forma têm spins paralelos.


Diagrama esquemático dos níveis de energia de um átomo multieletrônico com Z <
21 (até o cálcio). Há uma mudança na ordem para Z  21 (do escândio em diante).
Este é o diagrama que justifica o princípio do preenchimento, sendo permitido que
até dois elétrons ocupem cada orbital.
POPULAÇÃO DAS CAMADAS E CONFIGURAÇÃO ELETRÔNICA

A maneira na qual os elétrons são distribuídos entre os vários orbitais de um


átomo é chamada:

Configuração eletrônica.

Se não existirem restrições nos possíveis valores para os números quânticos dos
elétrons:

✓ Todos os elétrons se aglomerariam no orbital 1s porque é o mais baixo em


energia.

O princípio da exclusão de Pauli nos diz que pode haver no máximo dois elétrons
em um único orbital.

Assim os orbitais são preenchidos em ordem crescente de energia, com não mais
que dois elétrons por orbital.
Nesse tipo de representação, que chamaremos configuração de quadrículas, cada
orbital é representado por uma quadrícula e cada elétron, por um meia-seta.

O hidrogênio tem um elétron, que ocupa o orbital 1s em seu estado fundamental.

Aqui, a escolha de um elétron de spin +½ é arbitrária.

Poderíamos igualmente mostrar o estado fundamental com um elétron de spin -½


no orbital 1s.

É habitual mostrar os elétrons desemparelhados com seus spins para cima.


CONFIGURAÇÕES ELETRÔNICAS CONDENSADAS

O neônio tem o subnível 2p completo.

O sódio marca o início de um novo período.

Logo, escrevemos a configuração eletrônica condensada para o sódio como:

11Na: [Ne] 3s1

[Ne] representa a configuração eletrônica do neônio.

Elétrons mais internos: os elétrons no [Gás Nobre].

Elétrons de valência: os elétrons fora do [Gás Nobre].


METAIS DE TRANSIÇÃO

Depois de Ar, os orbitais d começam a ser preenchidos.

Depois que os orbitais 3d estiverem preenchidos, os orbitais 4p começam a ser


preenchidos.

Metais de transição: são os elementos nos quais os elétrons d são os elétrons de


valência.
LANTANÍDEOS E ACTINÍDEOS

Do Ce em diante, os orbitais 4f começam a ser preenchidos.

Observe: La: [Kr]6s25d14f1

Os elementos Ce-Lu têm os orbitais 4f preenchidos e são chamados lantanídeos


ou elementos terras raras.

Os elementos Th-Lr têm os orbitais 5f preenchidos e são chamados actinídeos.

A maior parte dos actinídeos não é encontrada na natureza.


CONFIGURAÇÕES ELETRÔNICAS E A TABELA PERIÓDICA

A tabela periódica pode ser utilizada como um guia para as configurações


eletrônicas.

O número do período é o valor de n.

Os grupos 1 e 2 têm o orbital s preenchido.

Os grupos 13-18 têm o orbital p preenchido.

Os grupos 3-12 têm o orbital d preenchido.

Os lantanídeos e os actinídeos têm o orbital f preenchido.


Digrama de bloco da tabela periódica mostrando a disposição dos elementos de acordo com
o tipo de orbital sendo preenchido pelos elétrons.
DIAMAGNETISMO E PARAMAGNETISMO

O comportamento de uma substância em certo campo magnético fornece uma


compreensão clara da distribuição de seus elétrons.

Diamagnética (substância):

✓ Que se afasta do campo magnético; que consiste de átomos, íons ou


moléculas sem elétrons desemparelhados.

Exemplo: as substâncias mais comuns.

Paramagnético:

✓ Que tem a tendência a se alinhar em um campo magnético.

✓ Uma substância paramagnética é composta de átomos ou moléculas com


elétrons desemparelhados.

Exemplo: O2; [Fe(CN)6]3-.


As moléculas com um ou mais elétrons desemparelhados são atraídas pra um
campo magnético.

Quanto mais elétrons desemparelhados em uma espécie:

✓ Mais forte serão as forças de atração.

O diamagnetismo é um efeito muito mais fraco que o paramagnetismo.

Um método direto para medir as propriedades magnéticas de uma sustância,


envolve pesar a substância na presença e na ausência de campo magnético,
usando a balança de Gouy.
Se a substância for paramagnética, ela parecerá pesar mais no campo
magnético; se ela for diamagnética, parecerá pesar menos.

Experimentos para determinar as propriedades magnéticas de uma amostra. (a) A amostra é


primeiro pesada na ausência de campo magnético. (b) Quando se aplica um campo, uma
amostra diamagnética tende a mover-se para fora do campo e, portanto, parece ter massa
menor. (c) Uma amostra paramagnética é puxada para o interior do campo e, portanto,
parece ganhar massa. O paramagnetismo é um efeito muito maior que o diamagnetismo.

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