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Estruturas de Lewis

Cargas formais

Modelo VSEPR

(revisão)
Estruturas de Lewis, cargas formais, modelo VSEPR

Símbolos de Lewis

São representações dos elétrons da camada de valência no símbolo


químico do elemento através de pontos ou cruzes:
Estruturas de Lewis, cargas formais, modelo VSEPR

Elementos do mesmo grupo têm configuração eletrônica na camada de valência


semelhante *

Têm símbolos de Lewis semelhantes.

Segundo Lewis, os átomos combinam-se de forma a obterem uma configuração


eletrônica mais estável.

Estabilidade máxima ocorre quando os átomos adquirem uma configuração


eletrônica de gás nobre.
Quando um átomo interatua com outro para formar uma ligação química, apenas as regiões
eletrônicas mais externas estão em contacto. Por esta razão, o estudo das ligações químicas é
feito, numa primeira abordagem com os elétrons de valência.

* Metais de transição e metais de transição internos têm camadas internas


Estruturas de Lewis, cargas formais, modelo VSEPR

Estruturas de Lewis
São representações da ligação covalente, na qual pares de elétrons são apresentados como
linhas ou pares de pontos entre os dois átomos, e os pares não-compartilhados como
pares de pontos , ou traços, nos átomos individuais.
Apenas os elétrons de valência são representados nas estruturas de Lewis.

Nas moléculas de F2 e H2O, os átomos de F e O ficam com a configuração eletrônica


do gás nobre pela partilha dos elétrons:

Regra do octeto: Um átomo tende a formar ligações até ficar com oito elétrons de valência
(um octeto).
Para o hidrogênio, a condição é que este atinja a configuração eletrônica do hélio (2
elétrons).
A regra do octeto funciona bem para os elementos do segundo período, que têm apenas as
orbitais 2s e 2p, podendo acomodar oito elétrons.
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Regras para desenhar as estruturas de Lewis

decidir o átomo central


átomos centrais normalmente são os de menor eletronegatividade já que tendem
a compartilhar um maior número de elétrons (CO2, PCl5, SO42-).* Átomos de
carbono são sempre átomos centrais. Hidrogênios estão sempre em posições
terminais.

calcular o número total de e− de valência


molécula neutra: soma dos e− de valência de cada átomo
ânion: adicionar tantos e− quanto for a carga
cátion: subtrair tantos e− quanto for a carga

formar ligações simples


um par de e− entre cada par de átomos que estiverem ligados.

distribuir e− restantes
completar o octeto dos átomos terminais (exceto H). Se o átomo central ficou com
menos de 8 e−, mover pares isolados que foram localizados nos átomos terminais
para uma posição intermediária entre o átomo central e o átomo terminal, de
modo a formar ligações duplas ou triplas.
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Exemplo: Estrutura do íon BF4-


-

no de átomos de valência: 3 + (4x7) = 31


carga do íon: -1

no de elétrons total = 32 (16 pares)

Nota: as estruturas de Lewis não dão a geometria molecular,


apenas informa o número e tipo de ligações.
No caso do íon BF4- , a sua geometia é tetraédrica e não
quadrática plana.
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Ressonância

Molécula de ozônio, O3:

Nenhuma das estruturas justifica os comprimentos de ligação observados, em


que ambas as ligações têm o mesmo comprimento (128 pm). Então usamos as
duas para representar a molécula de O3:

Estrutura mista: Estrutura de ressonância ou híbrido de ressonância

Outros exemplos:

As características das ligações são a média de todas elas.


Existe uma redução de energia do híbrido relativamente a cada uma das estruturas
contribuintes: maior estabilidade!
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Carga formal e estruturas de Lewis

Carga formal: é a diferença na carga elétrica entre o número de elétrons na camada de


valência no átomo isolado e o número de elétrons no átomo na estrutura de Lewis.

Cálculo do número de elétrons num átomo na estrutura de Lewis:

1. Todos os elétrons não partilhados são atribuídos a esse átomo.


2. Metade dos elétrons que formam a ligação química são contabilizados a esse átomo.

Exemplo:

octeto incompleto octeto completo

Cargas formais (diferença)


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Na escrita das cargas formais ter em conta:

1. Para moléculas neutras a soma das cargas deve ser zero.

2. Para cátions e ânions, a soma deve ser igual à carga.


3. Na possibilidade de existência de várias estruturas de Lewis a escolha da
estrutura mais plausível baseia-se nas seguintes regras:

• a não existência de cargas formais é preferível à estrutura que tem;


• a estrutura de menor energia será aquela com as menores cargas formais
(geralmente 0, -1, +1);
• estruturas de Lewis com distribuição semelhante de cargas formais, a
estrutura mais plausísel é aquela que tiver a carga formal negativa no
átomo mais eletronegativo.
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Exemplo:

Carga formal representa o no de e- que um átomo perde ou ganha quando


forma uma ligação covalente “pura”!
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Exceções à regra do octeto

1. Octeto incompleto
• H-Be-H Be: 1s2 2s2
• Elementos do grupo 13 (3A), Al e B tendem a formar compostos em que seus
átomos não obdecem à regra do octeto.
• Caso do boro: B: 1s2 2s2 2p1. Reage com halogênios para formar
compostos to tipo BX3 (X = halogênio):

O comprimento da ligação B-F (130.9 pm) é mais curta que uma ligação simples (137.3 pm), o
que suporta as estruturas de ressonância, mesmo com uma carga formal negativa no átomo
de boro e uma carga formal positiva no átomo mais eletronegativo de F.
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BF3, embora sendo estável reage rapidamente com o NH3:

Ligação covalente dativa ou coordenada


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2. Moléculas com número ímpar de elétrons

NO, NO2

são moléculas com um elétron desemparelhado: radicais. A grande maioria são


altamente reativas. Exemplo:

3. Moléculas com o octeto expandido

• Elementos a partir do 30 período podem formar compostos que ficam com mais
de 8 elétrons: hipervalência.
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Exemplos: SF6 S: [Ne]3s23p4

Amarelo: obedecem* à regra do octeto.

Azul: podem ter um octeto expandido.

Verde: gases nobres que formam


octeto expandido (Kr, Xe).
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Modelo VSEPR e geometria molecular


(VSEPR: valence shell electron pair repulsion model ou modelo da repulsão dos pares
eletrônicos da camada de valência: RPECV)

Este modelo prevê a geometria da molécula pela disposição dos elétrons da camada de
valência. Uma molécula optará por uma geometria à qual corresponda uma energia
mínima. Pressupostos:

Os pares de elétrons da camada de valência dispõem-se em torno do átomo central


de modo a que as repulsões eletrônicas entre eles sejam mínimas.

Os pares eletrônicos não compartilhados são mais volumosos.

As forças de repulsão decrescem rapidamente com o aumento do ângulo entre os


pares de e-.

ENERGIA MÍNIMA
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Etapas para a determinação da geometria usando o VSEPR:

1. Desenhar a estrutura de Lewis (saber quantos pares de e- estão ao redor do átomo


central. Para AsCl3: 4 pares

2. Dispôr os pares de e- ao redor do átomo central de modo a que haja minimização da


repulsão eletrônica.

Tanto os pares de e- compartilhados e não compartilhados são responsáveis pela


geometria da molécula. Neste caso, piramidal trigonal .

A geometria da molécula é dada pela posição dos núcleos dos átomos que a constituem e
não pelo arranjo dos e-.
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Tabela: Arranjo dos pares de elétrons em redor do átomo central (A) e


geometria molecular para moléculas cujo átomo central não tem pares não
partilhados.
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Tabela: Arranjo dos pares de elétrons em redor do átomo central (A) e
geometria molecular para moléculas cujo átomo central não tem pares
não partilhados (cont.).
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Tabela: Geometria de algumas moléculas e íons, cujo átomo central tem pares de
elétrons não partilhados.

Número total de pares de elétrons é também chamado de número estéreo.


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Tabela: Geometria de algumas moléculas e íons, cujo átomo central tem pares de
elétrons não partilhados.
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A grande aplicação do VSEPR é a previsão da geometria da molécula, mas poderá também ser
utilizada para fazer previsões sobre variações relativas de ângulos e distâncias internucleares.
Para isso recorre-se a vários postulados:

1. Repulsão eletrônica: Exemplo:

par não compartilhado - par não compartilhado > CH4


1090 28’
par não compartilhado - par compartilhado >
par compartilhado - par compartilhado NH3 1070 28’

H2O 1040 30’

2. O aumento da eletronegatividade dos átomos ou grupos de átomos ligados ao átomo


central, diminui as repulsões exercidas pelos pares eletrônicos partilhados.

Exemplo: H2O 1040 30’ XO = 3.44


XF = 3.98
XH = 2.20
OF2 1030 12’
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3. Pares partilhados com 4 elétrons (ligação dupla) e de 6 elétrons (ligação tripla) repelem
mais fortemente outros pares eletrônicos do que os pares partilhados com 2 elétrons
(ligação simples).

Repulsão : ligação tripla > ligação dupla > ligação simples

Exemplo: OĈF = 1230 12’ FĈF = 1120 30’

4. Numa camada de valência contendo cinco ou sete pares eletrônicos, na qual nem
todos os pares têm o mesmo número de vizinhos próximos, aos pares de elétrons com
maior número de vizinhos próximos corresponde uma maior distância internuclear
média.

Exemplo:
P - Cl (axial) = 2.13 Å

P - Cl (equatorial) = 2.02 Å
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Limitações do Modelo VSEPR

1. falha em espécies isoeletrônicas (íons e moléculas com o mesmo número de elétrons)


que deviam ter a mesma forma geométrica mas não têm. IF7 : bipiramidalpentagonal
[TeF7]- : 5 átomos de F equatoriais que não são coplanares.

2. falha em compostos com metais de transição

– pois não tem em conta o tamanho relativo dos substituintes


– porque os elétrons dos elementos do bloco-d são tipicamente elétrons não ligantes.

3. Variação na geometria esperada. Exemplos: [SeCl6]2-, [TeCl6]2- e [BrF6]- deveriam ter


geometria piramidal pentagonal (7 pares de elétrons) mas são octaédricos (um par
estereoquimicamente inativo).

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Estes modelos não permitem o cálculo dos ângulos e dos comprimentos de ligação.

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