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Estrutura Molecular

ou
Ligação Química

REFERÊNCIAS:

Princípios de Química - Questionando a Vida Moderna e o Meio Ambiente; Peter Atkins, Loretta Jones, Leroy
Laverman; 2018, Traduzido, 7a Edição, Bookman.

Química Geral - Conceitos Essenciais; Raymond Chang; 2007, Traduzido, 4a Edição, Bookman Editora.

Química – A Ciência Central; Theodore L. Brown, H. Eugene Lemay, Bruce E. Bursten, Julia R. Burdge; 2005, Traduzido,
13a Edição, Pearson Universidades.
CONCEITO DE MOLÉCULA

Átomos se ligam para formar moléculas, ou eles podem estar em compostos


como íons.

Uma molécula é um grupo discreto de átomos ligados em um arranjo específico e


eletricamente neutro.

Ex: H2; NH3; CH3COOH.

Ou seja: é a menor porção de um composto que possui as propriedades químicas


do composto.

Um íon é um átomo ou um grupo de átomos positivamente carregado (cátion) ou


negativamente carregado (ânion).
No interior de uma molécula:

Os átomos componentes permanecem juntos por forças chamadas


ligações químicas.

Classificamos um composto como molecular se ele consiste de moléculas e de


iônico se consiste de íons.

Ex:
H2O (composto molecular);

NaCl (composto iônico),

NH4Cl (composto iônico).


DEFINIÇÃO DE LIGAÇÃO QUÍMICA

Um dos aspectos mais intrigantes da química é o estudo das forças que agem
entre os átomos.

As mais fortes destas forças, denominadas de ligações químicas:

São a parte fundamental da química e das reações químicas.

Uma ligação química é uma união entre átomos:

São as forças que unem átomos formando moléculas, agrupamento de


átomos ou sólidos iônicos.

Uma ligação química forma-se entre dois átomos se o arranjo resultante de seus
dois núcleos e seus elétrons tem energia mais baixa que a energia total dos
átomos separados.

É importante salientar que a maioria das ligações não é 100% covalente ou iônica.
Elétrons no átomo: elétrons de caroço e elétrons de valência.

Elétrons de caroço: elétrons mais internos e não estão envolvidos em ligações


químicas.

Elétrons de valência: conceito introduzido no início do século XX por Gilbert


Newton Lewis (1875-1946).

O químico norte-americano
Gilbert Newton Lewis (1875-1946)
São aqueles da camada mais externa de um átomo  determinam as
propriedades químicas dos elementos.

Para o grupo principal: elétrons s e p na camada mais externa.

Para metais de transição: elétrons em ns e (n-1)d.

Ex:
TIPOS DE LIGAÇÃO QUÍMICA

Se a energia mais baixa pode ser atingida pela transferência completa de um ou


mais elétrons de um átomo para outro, formam-se íons e o composto é mantido
pela atração entre esses íons.

Esta atração é chamada de ligação iônica.

Se o abaixamento de energia pode ser atingido pelo compartilhamento de


elétrons.

Temos a ligação covalente, formando-se moléculas discretas.

Na ligação metálica os átomos de um único elemento perdem um ou mais


elétrons.

A força da ligação surge da atração desses elétrons com os cátions


resultantes.
REGRA DO OCTETO E A REPRESENTAÇÃO DE LEWIS

O químico norte-americano G. N. Lewis julgou que justificaria a existência de um


grande número de moléculas propondo a regra do octeto.

Onde: cada átomo compartilha elétrons com seus átomos vizinhos para
atingir um total de oito elétrons de valência.

 CONFIGURAÇÃO ESTÁVEL. OBS: existem exceções.

Gases nobres: com exceção do He (1s2), eles tem 8 e-  estáveis  por isso são
pouco reativos.

Em 1916, G. N. Lewis desenvolveu um método de colocar os elétrons em átomos,


íons e moléculas.

Este método faz uso de diagramas, agora chamados de estruturas de Lewis.


Para um entendimento através de figuras sobre a localização dos elétrons em um
átomo.

Representamos os elétrons como pontos ao redor do símbolo do elemento.

O número de elétrons disponíveis para a ligação é indicado por pontos


desemparelhados.

Geralmente colocamos os elétrons nos quatro lados de um quadrado ao redor do


símbolo do elemento.

Ou seja, os diagramas mostram como os pares de elétrons são compartilhados


entre os átomos de uma molécula.

As estruturas de Lewis obedecem a regra do octeto.

A estrutura de Lewis de uma molécula mostra os átomos pelos símbolos químicos,


as ligações covalentes por linhas e os pares isolados pelos pares de pontos.

No decorrer do curso, as estruturas de Lewis ainda serão discutidas.


Símbolos de Lewis para átomos.

A estrutura de Lewis de uma molécula mostra os átomos pelos símbolos


químicos, as ligações covalentes por linhas e os pares isolados pelos pares de
pontos.

H
H O H N H
Cl Cl H F H C H
H H
H

No decorrer do curso, as estruturas de Lewis ainda serão discutidas.


DETERMINAÇÃO DA CARGA FORMAL E NOX DOS ELEMENTOS EM UM
COMPOSTO (balanço de cargas)

A determinação exata das cargas elétricas de átomos ligados é muito difícil.

Existem dois métodos: carga formal e número de oxidação.


A carga formal

A carga formal é a carga que um átomo teria se todos os pares de elétrons fossem
compartilhados por igual (átomos com mesma eletronegatividade);

Isto é, se todas as ligações fossem apolares.

A primeira etapa na atribuição da carga formal a átomos ligados consiste em


escrever a estrutura de Lewis para a molécula ou íon poliatômico.

Para calcular a carga formal:

• Todos os elétrons não compartilhados (não-ligantes) são atribuídos ao átomo


no qual estão localizados.

• Metade dos elétrons ligantes é atribuída a cada átomo em uma ligação.


Carga formal = (e- de valência) – (número de ligações) – (e- não ligados no átomo)

Considere:
C N
Para o C:
• Existem 4 elétrons de valência (pela tabela periódica).
• Na estrutura de Lewis, existem 2 elétrons não-ligantes e 3 da ligação tripla.
Há 5 elétrons pela estrutura de Lewis.
• Carga formal: 4 - 5 = -1.

Para o N:
• Existem 5 elétrons de valência.
• Na estrutura de Lewis, existem 2 elétrons não-ligantes e 3 da ligação tripla.
Há 5 elétrons pela estrutura de Lewis.
• Carga formal = 5 - 5 = 0.

Escrevemos:
C N
A estrutura mais estável tem:
• A carga formal mais baixa em cada átomo,
• A carga formal mais negativa nos átomos mais eletronegativos.
Número de oxidação

a) Método 1

Nesse método ambos os elétrons de uma ligação são designados para o átomo
mais eletronegativo dos átomos que fazem parte de uma ligação.

⚫ Ex: HClO4 (ácido perclórico)

Números de oxidação do HClO4.


Vemos que cada átomo de O tem dois elétrons de valência extra, o átomo de Cl é
deficiente de sete elétrons e o átomo de H é deficiente de um elétron.

Os números de oxidação encontrados para estes átomos são: -2 para cada átomo
de O, +7 para o átomo de Cl e +1 para o átomo de H.

O número de oxidação representa a carga que o átomo carregaria se tivesse


ganho ou perdido completamente o número específico de elétrons.

Número de oxidação para o ácido perclórico.


Tabela 3 – Número de oxidação para o ácido perclórico.
Átomo Número de elétrons de Número contabilizado de Número
valência, átomo isolado elétrons de valência, átomo de
ligado oxidação
H 1 0 +1
O (2 ligações) 6 8 -2
O (1 ligação) 6 8 -2 (cada)
Cl 7 0 +7
Soma dos números de oxidação = H O O O O Cl
+1 –2 –2 –2 –2 +7 = 0
b) Método 2

Um conjunto de regras foi desenvolvido para designar os números de oxidação.

REGRAS PARA ATRIBUIR NÚMEROS DE OXIDAÇÃO:

1) Nos compostos, sempre é atribuído ao flúor um NOX -1.

2) Nos compostos, é atribuído ao oxigênio um NOX -2.

Exceções:
◼ Peróxido e superóxido: Estes compostos contêm ligações O-O. O número
de oxidação de cada átomo de O em um peróxido é -1 e um superóxido -1/2.

◼ Fluoreto de oxigênio. Devido à regra 1, o número de oxidação do átomo de


oxigênio em OF2 é +2 e cada oxigênio em O2F2 é +1.

3) Nos compostos, é atribuído ao hidrogênio um número de oxidação de +1.

Exceções:
◼ Hidretos metálicos. Nestes compostos, ao hidrogênio é atribuído um número
de oxidação -1.
4) Elementos combinados do grupo IA (metais alcalinos) e grupo IIA (metais
alcalino-terrosos) quase sempre exibem NOX +1 e +2, respectivamente.
Elementos combinados do grupo IIIA usualmente exibem NOX +3.

5) Na fórmula de uma substância ou de uma espécie individual (íon, átomo,


molécula), a soma dos números de oxidação de todos os átomos é igual à carga
elétrica mostrada como parte da fórmula.

Isto significa que:


a) Um átomo de um elemento em estado livre (não-combinado) tem um
número de oxidação igual a zero.

b) Um íon monoatômico tem um número de oxidação igual a sua carga.

c) A soma dos números de oxidação de todos os átomos pertencentes à


fórmula de um composto igual a zero.

d) A soma dos números de oxidação de todos os átomos pertencentes a uma


fórmula de um íon poliatômico é igual a carga do íon.
Número de oxidação para alguns compostos.
A LIGAÇÃO IÔNICA E O CICLO DE BORN-HABER

Uma ligação iônica resulta da atração eletrostática de íons com cargas opostas.

Conhecendo quais os íons um elemento pode formar:

Predizemos as fórmulas de seus compostos e explicar algumas de suas


propriedades.
A formação das ligações iônicas

Porque um cristal de cloreto de sódio tem uma energia mais baixa que um gás de
átomos de sódio e cloro totalmente separados?

Descrevemos a formação do sólido NaCl como acontecendo em três etapas:

• Átomos de sódio perdem elétrons,

• Estes elétrons ligam-se aos átomos de cloro,

• Os íons resultantes agrupam-se como um cristal.


O elétron de valência é fortemente atraído pela carga nuclear efetiva, que não o
deixa desprender-se.

A energia de ionização do sódio é + 494 kJ mol-1, então devemos garantir que esta
energia seja disponível para formar cátions no processo:

Na (g) → Na+ (g) + e- (g) energia requerida = + 494 kJ mol-1

A afinidade eletrônica dos átomos de cloro é + 349 kJ mol-1.

Cl (g) + e- (g) → Cl- (g) energia liberada = + 349 kJ mol-1

Neste estágio, o balanço de energia (energia requerida – energia liberada) é:

494 – 349 = + 145 kJ mol-1 (um aumento de energia).


Concluímos que um gás de íons sódio e cloro totalmente separados tem energia
mais alta que um gás de átomos de sódio e cloro.

Dessa forma, não há razão para que se forme NaCl.

A contribuição que falta é a forte atração Coulômbica (eletrostática) entre os íons


de carga opostas no sólido.

A atração mútua de íons sódio e cloro libera uma grande quantidade de energia.

Para a reação, temos:

Na+ (g) + Cl- → NaCl (s) energia liberada = 787 kJ mol-1

Então a mudança de energia líquida no processo global:

Na (g) + Cl (g) → NaCl (s) é 145 – 787 = - 642 kJ mol-1


Energia = - 642 kJ mol-1

Uma energia considerável é necessária para produzir cátions e ânions a partir de átomos
neutros: a energia de ionização de átomos de metal deve ser fornecida, e é somente
parcialmente recuperada pela afinidade eletrônica dos átomos não-metálicos. O abaixamento
de energia global que leva à formação do sólido iônico deve-se à forte atração entre os cátions
e ânions que ocorre no estado sólido.
2 Na(s) + Cl2(g) → 2 NaCl(s)

Reação entre sódio metálico e gás cloro para formar cloreto de sódio. (a) Um recipiente de
gás cloro (à esquerda) e um recipiente de sódio metálico (à direita). (b) A formação do NaCl
começa quando o sódio é adicionado ao cloro. (c) A reação alguns minutos mais tarde. Essa
reação é fortemente exotérmica, liberando tanto calor quanto luz.
Exibindo desta forma um enorme decréscimo de energia.

Assim, um sólido composto de íons Na+ e Cl- tem energia mais baixa que um gás
de átomos de Na e Cl.

IMPORTANTE: A principal contribuição para a energia requerida é a energia de


ionização do elemento que fornece o cátion:

Somente elementos metálicos têm energias de ionização que são baixas


o suficiente para que a formação de cátions monoatômicos possa ser
energeticamente favorável.
Elementos metálicos podem perder seus elétrons de valência para formar cátions
e elementos não-metálicos acomodam esses elétrons em suas camadas de
valência e tornam-se ânions.

O modelo iônico é apropriado para descrever elementos binários entre elementos


não-metálicos e elementos metálicos, especialmente aqueles do Bloco s.

Um sólido iônico é um conjunto de cátions e ânions empacotados em um arranjo


regular; são sólidos cristalinos.

Sólidos que consistem de átomos, moléculas ou íons empacotados em


um padrão regular.
(a) A transferência de um elétron de um átomo neutro de Na para um átomo neutro de Cl
leva à formação de um íon Na+ e um íon Cl-. (b) O arranjo desses íons no cloreto de sódio
sólido é mostrado a direita.
As interações entre íons

Sabemos qualitativamente que a energia dos íons é abaixada pela interação entre
eles.

Podemos construir o conceito quantitativo e relacionar a força da interação com as


cargas dos íons e seus raios.

Nosso ponto de partida é a expressão da energia potencial de Coulomb, 12:

Onde:
e é a carga elementar,
z1 e z2 são as cargas sobre os dois íons (positiva para o cátion e negativa para o
ânion),
r12 é a distância entre os centros dos íons, e
0 é a permissividade do vácuo.
Podemos calcular a energia de rede do sólido:

É a diferença em energia potencial entre os íons no sólido e a de um gás


de íons totalmente separados (assim a energia de rede é positiva).

Uma energia de rede grande indica que os íons interagem fortemente entre si para
dar um sólido fortemente ligado.

Cada íon em um sólido sofre a atração de todos os outros íons de carga oposta e
a repulsão de todos os outros de mesma carga.

A energia potencial é a soma de todas as contribuições.


Cada cátion é rodeado por ânions, e há uma grande contribuição negativa
(atrativa, abaixamento de energia) dessa atração.

Além desse vizinhos mais próximos, existem cátions que contribuem como termos
positivos (repulsiva, aumento de energia) para a energia potencial total do cátion
central.

Há também uma contribuição dos ânions além da dos cátions, e dos cátions além
deles, e assim por diante até o fim do sólido.

Essas repulsões e atrações ficam progressivamente mais fracas à medida que a


distância do íon central aumenta, mas o balanço que resulta dessas contribuições
é uma diminuição de energia.
Podemos calcular o quanto essa energia é diminuída pelo uso de expressão da
energia potencial de Coulomb.

Para um arranjo tridimensional de íons com cargas diferentes:

O fator A é uma constante numérica positiva chamada constante de Madelung.

O valor depende de como os íons estão arranjados.

Para íons arranjados da mesma forma que no NaCl, A = 1,748.


A constante de Madelung reflete o efeito da geometria da rede na força da interação
coulômbica global.
A equação mostra que a energia potencial é muito negativa:

Quando os íons têm carga alta (altos valores de Z);

E a separação entre eles é pequena (valores pequenos de d – distância


entre os centros).

Por isso o MgO resiste a altas temperatura e pode ser usado para revestimento de
fornos.

Pois há uma forte interação entre os íons.


Energias de rede para alguns compostos iônicos. Obs..: Valores calculados.
Propriedades dos compostos iônicos

A forte atração entre íons de cargas opostas responde pelas propriedades típicas
dos sólidos iônicos, tais como seus altos pontos de fusão e sua fragilidade.

Como as ligações iônicas são fortes, os sólidos iônicos possuem altos pontos de
fusão. Quando o calor é fornecido, suas partículas ganham energia cinética, e
portanto vibram com intensidade cada vez maior nas suas posições médias do
retículo cristalino; até que tornam-se tão violentas que as forças que atuam entre
as partículas não são mais tão fortes para mantê-las unidas e o retículo cristalino
começa a desintegrar (o sólido funde). Ex: NaCl funde a 808 0C.

Sólidos iônicos são quebradiços por causa das idênticas atrações e repulsões
fortes.
Uma conclusão que pode ser obtida do fato de que as ligações iônicas dependem
das cargas opostas dos íons é que as ligações são não-direcionais.

Devemos considerar que um íon liga-se a todos o seus vizinhos pelas atrações
coulômbicas mútuas; não podemos identificar nenhuma ligação íon-íon para um
par particular de íons.

Sólidos iônicos são maus condutores de eletricidade, pois os íons são partículas
carregadas, mas não estão livres para se movimentar num sólido iônico.
(a) O sólido original consiste de um arranjo ordenado de cátions e ânions. (b) Um golpe de
martelo pode empurrar os íons para posições onde os cátions estarão próximo de outros
cátions e ânions de outros ânions; há agora fortes forças repulsivas agindo. (c) Assim, o
sólido quebra-se em fragmentos. (d) Esta rocha constitui-se de muitos cristais grandes
crescido juntos. (e) O golpe de um martelo fragmentou o cristal, resultando em superfícies
chatas e regulares que são planos de íons.
As configurações eletrônicas dos íons

Quais as mais prováveis fórmulas binárias dos compostos iônicos que podem ser
formados por metais e não-metais, está nas estruturas eletrônicas dos íons.

Um átomo torna-se um cátion quando perde um ou mais elétrons.

Quando um átomo de um elemento metálico do bloco s forma um cátion, essa


perda de elétrons deixa-o com seu core de gás nobre.

Em geral, este core tem configuração de camada mais externa igual a ns2 np6,
que é conhecida como um octeto de elétrons.

Ex: O sódio ([Ne] 3 s1) forma Na+, que tem a mesma configuração que o neônio
([He] 2 s2 2 p6).

Os íons sódio Na+ não podem perder mais elétrons em uma reação química
porque as energias de ionização dos elétrons do core são altas demais para ser
fornecida pela atração íon-íon.

Dubleto para o lítio e berílio, e próton exposto paro o Hidrogênio.


Quando um metal de um grupo principal forma um cátion, ele perde seus elétrons de valência
s e p e adquire a configuração eletrônica do átomo de gás nobre que o precede. Os átomos
pesados do Grupo 13 e 14 comportam-se similarmente, mas o core resultante tem
configuração do gás nobre acrescida de uma subcamada completa de elétrons d.
Os não-metais raramente perdem elétrons em reações químicas, porque suas
energias de ionização são muito altas.

Eles podem adquirir elétrons em quantidade suficiente para completar sua camada
de valência e formar o octeto correspondente à configuração do gás nobre
posterior.

Eles não podem ganhar mais elétrons, porque isto envolveria a acomodação de
elétrons em uma camada de energia mais alta.

Agora podemos encontrar a fórmula de compostos iônicos formados entre íons


monoatômicos de dois elementos dos grupos principais, um metal e o outro um
não-metal.

No geral, o átomo do metal perde todos os seus elétrons de valência, e o não-


metal ganha elétrons suficientes para completar sua camada de valência.
Quando os não-metais adquirem elétrons e formam ânions, eles o fazem até que seja
atingida a configuração eletrônica de gás nobre seguinte.
Exemplos:

a)
3Li (1s22s1) > -1e- > Li+ (1s2)
9F (1s22s22p5) > +1e- > F- (1s22s22p6)

Então, íons Li+ e íons F- se atraem formando o sólido iônico LiF.

b)
20Ca (1s22s22p63s23p64s2) > -2e- > Ca2+
17Cl (1s22s22p63s23p5) > +1e- > Cl-

Estrutura de Lewis:

Então forma-se o sólido iônico, CaCl2.


Ciclo de Born-Haber

Vimos que no modelo iônico, a principal contribuição para a energia provinha da


interação coulombiana entre íons.

No entanto, necessitamos de um caminho confiável para medir a variação de


energia também.

Se as energias medidas e calculadas são similares, podemos concluir que o


modelo iônico é confiável para uma substância particular.

Se as duas energias são acentuadamente diferentes, sabemos que o modelo


iônico deve ser melhorado ou descartado.

A diferença na entalpia molar entre um sólido e um gás extremamente separados


é chamada de entalpia de rede do sólido, HL ( L = lattice ou rede):

HL = Hm (íons, g) – Hm (s)

A entalpia de rede pode ser identificada como o calor necessário para vaporizar o
sólido a Pcte; e quanto maior a entalpia de rede, mais calor é exigido.
Uma quantidade de calor, igual à entalpia de rede, é liberada quando o sólido se
forma a partir dos íons gasosos.

A entalpia de rede não pode ser medida diretamente. Podemos obtê-la por um
caminho que combina várias medidas.

Este caminho, aproveita-se da primeira lei da termodinâmica (a energia interna de


um sistema isolado é constante) e, em particular, do fato que a entalpia é uma
função de estado (uma propriedade de uma substância que é independente de
como a amostra foi preparada: Exs: pressão, entalpia, entropia, cor.)

O procedimento usa o ciclo de Born-Haber, um caminho fechado de passos, um


dos quais é a formação de uma rede sólida a partir dos íons gasosos.

O ciclo segue as variações de entalpia que ocorrem quando começamos com


elementos puros, os atomizamos a átomos gasosos, os ionizamos a íons gasosos,
permitimos que os íons formem um sólido iônico, e convertemos o sólido
novamente a elementos puros.

A única entalpia desconhecida é aquela do passo em que o sólido iônico se forma


a partir dos íons gasosos. O ciclo de Born-Haber permite-nos calcular este valor,
que é o negativo da entalpia de rede.
O ciclo de Born-Haber tem os nomes dos
cientistas alemães Max Born, que contribuiu
para o desenvolvimento da física quântica, e de
Fritz Haber, que desenvolveu um processo para
a síntese da amônia que revolucionou a
indústria química global.

Em um ciclo de Born-Haber, selecionamos uma seqüência de passos que começa e termina


nos mesmo ponto (os elementos por exemplo). Um dos passos é a formação do sólido a
partir de um gás de íons. A soma das variações da entalpia para o ciclo completo é 0 porque
a entalpia é uma função de estado.
Como a entalpia é uma função de estado, a soma das variações de entalpia no
ciclo é 0: a entalpia final deve ser a mesma que a entalpia inicial, porque o sistema
está no mesmo estado.

Portanto, se conhecemos todas as variações de entalpia exceto a de rede,


podemos determiná-la a partir dos outros passos.

O ciclo de Born-Haber para o KCl é mostrado na figura a seguir.

A soma das variações de entalpia para o ciclo completo é 0, e podemos então


escrever

89 + 122 + 418 – 349 – (-437)} kJ mol-1 - HL = 0

Então:

HL = (89 + 122 + 418 – 349 + 437) kJ mol-1 = +717 kJ mol-1

Portanto, a entalpia de rede do KCl é 717 kJ mol-1.

A próxima tabela mostra as entalpias de rede de outros compostos obtidas deste


modo.
O ciclo de Born-Haber usado para determinar a entalpia de rede do cloreto de potássio.
Entalpias de rede a 25 oC, kJ mol-1.
Energias de rede para alguns compostos iônicos. Obs..: Valores calculados.
1
EXCEÇÕES A REGRA DO OCTETO

Existem três classes de exceções à regra do octeto:

• moléculas com número ímpar de elétrons;

• moléculas nas quais um átomo tem menos de um octeto, ou seja, moléculas


deficientes em elétrons;

• moléculas nas quais um átomo tem mais do que um octeto, ou seja,


moléculas com expansão de octeto.

Número ímpar de elétrons

Poucos exemplos. Geralmente, moléculas como ClO2, NO e NO2 têm um número


ímpar de elétrons.

N O N O
Deficiência em elétrons

Relativamente raro.

As moléculas com menos de um octeto são típicas para compostos dos Grupos
1A, 2A, e 3A.

O exemplo mais típico é o BF3, onde B = [He] 2s2 2p1.

As estruturas de Lewis nas quais existe uma ligação dupla B—F são menos
importantes que aquela na qual existe deficiência de elétrons.

Expansão do octeto

Esta é a maior classe de exceções.

Os átomos do 3º período em diante podem acomodar mais de um octeto.

Além do terceiro período, os orbitais d são baixos o suficiente em energia para


participarem de ligações e receberem a densidade eletrônica extra.
A LIGAÇÃO COVALENTE

Sabemos que, os elementos não-metálicos não formam cátions monoatômicos


caracteristicamente, porque sua energias de ionização são muito altas.

Com intuição brilhante, em 1916, Lewis sem utilizar a mecânica quântica ou os


orbitais, propôs que uma ligação covalente é um par de elétrons compartilhado por
dois átomos.

A natureza da ligação covalente

Lewis propôs que cada par de átomos em uma molécula é ligado por um par de
elétrons compartilhado.

Lewis imaginou o par de elétrons compartilhado situado entre os dois átomos e


interagindo com ambos os núcleos, pois os dois átomos têm a mesma tendência
de ganhar e perder elétrons.

Os dois átomos seriam mantidos juntos como resultado da interação coulômbica


entre os dois elétrons e os núcleos.

Nenhum átomo teria que perder um elétron totalmente, então nenhum átomo
precisa receber sua energia de ionização completa.
(a)

(b)

(a) A formação de uma ligação covalente entre dois átomos de hidrogênio. (b) Distribuição
eletrônica na molécula de H2. A concentração de densidade eletrônica entre os núcleos leva a
uma força de atração líquida que constitui a ligação covalente que mantém a molécula unida.
A variação na energia potencial durante a formação da molécula de H2. A energia mínima, a
0,74 Å, representa o equilíbrio na distância da ligação. A energia naquele ponto, -436 kJ
-1
mol , corresponde à variação de energia para a formação da ligação H-H.
As estruturas de Lewis

Quando uma ligação covalente se forma, os átomos compartilham elétrons até


que também atingem a configuração de gás nobre.

Lewis chamou esse princípio de regra do octeto: na formação de uma ligação


covalente, os átomos caminham na direção de completar seus octetos pelo
compartilhamento de elétrons.

Em geral, a valência de um átomo é o número de ligações que ele pode formar.

Cl + Cl Cl Cl

A estrutura de Lewis de uma molécula mostra os átomos pelos símbolos químicos,


as ligações covalentes por linhas e os pares isolados pelos pares de pontos.

H
H O H N H
Cl Cl H F H C H
H H
H
Método de Clark para representar as estruturas de Lewis

É um método mais sistemático e útil para estruturas complexas. Etapas:

1) Efetuar uma contagem de elétrons (elétrons de valência de cada átomo).

2) Avaliar a quantidade de 6y + 2, onde y é o número total de átomos, sem


considerar o hidrogênio na molécula ou íon.

3) Comparar o número de elétrons obtidos da contagem de elétrons (da 1ª regra)


com o valor de 6y + 2 (da 2ª regra) .

a) Se os dois são iguais, todos os átomos no agregado obedecem a regra


do octeto, e não há ligação múltiplas.

b) Se o número de elétrons (da 1ª regra) for maior que 6y + 2 (da 2ª


regra) , então o átomo central tem uma camada de valência expandida.
c) Se o número de elétrons (da 1ª regra) for menor que 6y + 2 (da 2ª
regra) , então:

(i) Há ligações múltiplas na estrutura (uma deficiência de 2


indica a presença de uma ligação dupla;

Uma deficiência de 4 indica a presença de uma ligação tripla


ou duas ligações duplas;

(ii) Um átomo do grupo IA, IIA, ou (mais provavelmente) IIIA tem


menos que um octeto de elétrons de valência.
(A falta em elétrons é dada pela diferença.)

4) Escolher o átomo central e então esquematizar o esqueleto da estrutura para o


agregado, omitindo temporariamente qualquer átomo de hidrogênio.
5) Adicionar os elétrons da etapa 1 para o esqueleto da estrutura.

Começar com os elétrons para alguma ligação múltipla prevista na etapa


3c(i), localizá-los entre o átomo central e um átomo periférico.

Em seguida completar os octetos para os átomos periféricos. Finalmente,


some os elétrons que permanecem no átomo central.

Nota: Neste evento, esta etapa conduz a mais uma estrutura além
daquela esquematizada, assim, uma comparação pode ser feita
posteriormente.

6) Adicionar os átomos de H na estrutura.

Nota: Novamente, se isto puder ser feito por mais de uma maneira,
escreva abaixo cada estrutura possível.

7) Se duas ou mais estruturas foram esquematizadas neste ponto, indicar as


cargas formais para todos os átomos em cada estrutura, e então selecionar a
estrutura que tem o menor número de átomos com qualquer carga formal
(diferente de zero) e que minimiza as intensidades destas cargas formais.
Também, tente evitar selecionar uma estrutura com cargas formais que sejam
inconsistentes com a eletronegatividade.
Exemplo: Esboce a estrutura de Lewis para o COCl2 (cloreto de carbonilo),
também chamado fosgênio.

1) O número total de elétrons de valência mostrados como pontos é 4 + 6 + 2(7),


ou 24.

2) 6y + 2 = 6(1+1+2) + 2 = 26.

3) 24 < 26 e assim, espera-se uma ligação múltipla; desde que 26 - 24 = 2, haverá


uma ligação dupla.

4) Escolhemos o átomo de carbono como átomo central devido a apenas um


C estar presente e também devido o C pertencer ao grupo IVA.
5) A ligação dupla poderia localizar-se entre o átomo de carbono e oxigênio ou
entre o carbono e o cloro. Esboçamos a estrutura de Lewis para cada
possibilidade.

6) Não há hidrogênio a serem adicionados.

7) Em seguida escolhe-se a estrutura I ou II, indicando as cargas formais, como


segue.
As estrutura de Lewis para espécies poliatômica

Cada átomo em uma molécula poliatômica completa seu octeto (ou dubleto para o
hidrogênio) pelo compartilhamento de pares de elétrons com seus vizinhos mais
próximos.

Cada par compartilhado conta como uma ligação covalente e é representado por
uma linha entre os dois átomos.

A estrutura de Lewis não é um retrato da forma da molécula: ela simplesmente


indica como os átomos são mantidos juntos e quais átomos têm pares isolados.

No metano, CH4, o carbono é ligado por quatro ligações aos quatro átomos de H,
dizemos que o carbono é tetravalente: tem valência 4.
É possível que mais de um par de elétrons seja compartilhado entre dois átomos
(ligações múltiplas):

• Um par de elétrons compartilhado = ligação simples (H2);

• Dois pares de elétrons compartilhados = ligação dupla (O2);

• Três pares de elétrons compartilhados = ligação tripla (N2).

H H O O N N
Em geral, a distância entre os átomos ligados diminui à medida que o número de
pares de elétrons compartilhados aumenta.

A ordem de ligação é o número de ligações que une um par específico de átomos;


para H2 é 1; O2 é 2, etc.

A estrutura geral da molécula e a identidade do átomo central é conhecida de


antemão, mas, se há dúvida, uma boa regra é escolher como átomo central o
elemento com a mais baixa energia de ionização.

Íons poliatômicos, tais como o íon amônio, NH4+, ou o íon sulfato, SO42-, consistem
de átomos ligados por ligações covalentes.

Para um cátion, subtraímos um ponto para cada carga positiva; e para um ânion,
adicionamos um ponto para cada carga negativa.
Ordem de ligação e comprimento da ligação

Ordem de Ligação (OL):

É o número de pares de elétrons compartilhados por dois átomos em uma


molécula.

Número de pares de e− compartilhados por X e Y


𝐎𝐋 =
Número de interações X e Y

Em estruturas ressonantes podemos ter ordem fracionária:

Ozônio, O3: OL = 3/2

Íon carbonato, CO32-: OL = 4/3


A ressonância

Algumas moléculas não são bem representadas pelas estruturas de Lewis.

Normalmente, as estruturas com ligações múltiplas podem ter estruturas similares


às ligações múltiplas entre diferentes pares de átomos.

• Exemplo: experimentalmente, o ozônio tem duas ligações idênticas, ao passo que


a estrutura de Lewis requer uma simples (mais longa) e uma ligação dupla (mais
curta).

O
O
O

As estruturas de ressonância são tentativas de representar uma estrutura real, que


é uma mistura entre várias possibilidades extremas.
O-O = 1,475 Å

O=O = 1,207 Å

Estrutura molecular (esquerda) e diagrama de distribuição eletrônica (direita) para o ozônio.


• Exemplo: no ozônio, as possibilidades extremas têm uma ligação dupla e uma
simples. A estrutura de ressonância tem duas ligações idênticas de caráter
intermediário.

O O
O O
O O

• Exemplos comuns: O3, NO3-, SO42-, NO2 e benzeno.

Escrevemos as estruturas de ressonância para o benzeno de tal forma que haja


ligações simples entre cada par de átomos de C e os seis elétrons adicionais
estejam deslocalizados por todo o anel:

O benzeno pertence a uma categoria de moléculas orgânicas chamada de


compostos aromáticos (devido ao seu cheiro).
Descrever uma molécula como uma mistura de diferentes estruturas de ressonância é o
mesmo que descrever uma cor de tinta com uma mistura de cores primárias. (esquerda) A
tinta verde é uma mistura de azul e amarelo. (direita) A molécula de ozônio é uma mistura
de duas estruturas de ressonância. Não podemos descrever a molécula de ozônio como
apenas uma estrutura de Lewis.
O MÉTODO DA REPULSÃO DOS PARES DE ELÉTRONS DA CAMADA DE
VALÊNCIA: RPECV

Uma estrutura de Lewis representa uma localização aproximada dos elétrons


ligantes e dos pares isolados em uma molécula.

No entanto, por se tratar de um diagrama em duas dimensões da ligação entre os


átomos, com exceção dos casos mais simples, não pode descrever corretamente o
arranjo espacial dos átomos.

Muitas moléculas simples têm a forma das figuras geométricas apresentadas


abaixo. Por exemplo, CH4 (1) é tetraédrica, SF6 (2) é octaédrica e PCl5 (3) é uma
bipirâmide trigonal.

1 metano, CH4 2 Hexafluoreto de enxofre, SF6 3 Pentacloreto de fósforo, PCl5


(a) Um tetraedro é um objeto com quatro vértices. Cada face é um triângulo eqüilátero. (b) A
geometria da molécula do CCl4. Cada ligação C-Cl na molécula aponta em direção ao vértice
de um tetraedro. Todas as ligações C-Cl têm o mesmo comprimento e todos os ângulos de
ligação Cl-C-Cl são iguais. (c) Uma representação do CCl4 chamada modelo de
preenchimento do espaço.
Para descrever as formas das moléculas menos simétricas, fornecemos o ângulos
das ligações, que são os ângulos entre as linhas que ligam o centro dos átomos.

O ângulo de ligação de uma molécula é o ângulo entre duas linhas retas ligadas à parte
central de um átomo com os centros de seus dois vizinhos.
Nomes das formas de moléculas simples e seus ângulos de ligação. Pares isolados não são
apresentados, pois não são considerados na identificação das formas moleculares.
A forma molecular, assim como os ângulos e comprimentos de ligação, podem
assim ser previstos a partir de cálculos baseados na equação de Schrödinger.

Cálculos que baseiam-se parcialmente em informações experimentais, são


denominados métodos semi-empíricos.

Quando as previsões são puramente teóricas, são denominados métodos ab início


(ab início: “de primeiros princípios” ).

Para podermos explicar os ângulos das ligações e as formas das moléculas é


necessário apenas a adição de um item ao modelo de ligação de Lewis: regiões de
alta concentração eletrônica se repelem; ou seja, elétrons ligantes e pares isolados
se posicionam tão longe quanto possível um do outro, para minimizar a repulsão.

No modelo da repulsão por pares de elétrons da camada de valência (RPECV) ,


ou modelo VSEPR (valence-shell electron-pair repulsion model) iremos nos
concentrar no átomo central da molécula.

Imaginemos que todos os elétrons envolvidos em ligações com o átomo central,


assim como os elétrons dos pares isolados pertencentes a este átomo, estão
localizados na superfície de uma esfera invisível que os recobre.
Posições ocupadas por regiões de altas concentrações eletrônicas (átomos e pares isolados)
ao redor de um átomo central em três casos simples. Essas posições sãs as de menor
energia, pois minimizam as repulsões entre as regiões.

Esse elétrons ligantes e pares isolados são regiões com altas concentrações
eletrônicas, e se repelem.

Para minimizar essas repulsões, essas regiões movem-se tão longe quanto
possível na superfície da esfera.

Identificando a localização “mais distante” de localização dos pares de elétrons,


identificamos a forma da molécula a partir da provável localização dos átomos e
nomeamos de acordo com a forma correspondente.
Um resumo das posições ocupadas por regiões com altas concentrações eletrônicas (átomos
e pares isolados) ao redor do átomo central. As regiões são caracterizadas por linhas retas
partindo do átomo central. Use esses desenhos para identificar o arranjo eletrônico de uma
molécula e a Figura 15 para identificar a forma de uma molécula a partir da localização de
seus átomos.
Por exemplo, o BeCl2 é uma molécula com somente dois átomos ligados ao átomo
central.

Sua estrutura de Lewis mostra que não há pares isolados de elétrons no átomo
central.

Para se posicionar tão longe quanto possível, os pares ligantes, e


conseqüentemente os átomos de Cl, encontram-se em lados opostos ao átomo de
Be.

É esperado então que a molécula BeCl2 seja linear, com um ângulo de ligação de
180º, que é confirmado experimentalmente.

Cl Be Cl
A estrutura de Lewis para o trifluoreto de Boro, BF3, mostra que existem três pares
ligantes presos ao átomo central e não há a presença de pares isolados.

De acordo com o modelo RPECV, os três pares ligantes e os átomos de flúor a


eles ligados encontram-se nos cantos de um triângulo eqüilátero.

Esta estrutura é considerada trigonal planar e os três ângulos de F-B-F são de


120º.

F
F B F
O metano, CH4, tem quatro pares ligantes no átomo central, cada um conectando
o átomo de hidrogênio ao átomo de carbono.

Pode-se esperar que os quatros átomos de H se posicionem nos cantos de um


tetraedro com o átomo de C no centro.

A molécula será tetraédrica, com ângulos de ligação de 109,5º; forma encontrada


experimentalmente.
Existem cinco pares ligantes no átomo central da molécula de pentacloreto de
fósforo, PCl5, e nenhum para isolado.

Conforme o modelo RPECV, os cinco pares e os átomos que eles carregam estão
afastados entre si em um arranjo bipirâmide trigonal.

Neste arranjo, três átomos se encontram nos cantos de um triângulo eqüilátero e


os outros dois se encontram acima e abaixo do plano formado pelo triângulo.

Essa estrutura possui dois diferentes ângulos de ligação. Ao redor do “equador”,


formado pelo triângulo, os ângulos de ligação são de 120º. O ângulo entre os eixos
e os átomos equatoriais é de 90º. Esta estrutura é confirmada experimentalmente.

Cl
Cl Cl
P
Cl Cl
Uma molécula de hexafluoreto de enxofre, SF6, tem seis átomos ligados ao átomo
central de S e não possui pares isolados.

Conforme o modelo RPECV, os átomos de fluoreto estarão mais afastados entre si


quando quatro átomos se encontrarem em um quadrado localizado no equador e
os dois remanescentes se encontrarem acima e abaixo do plano.

Podemos classificar a molécula como octaédrica.

Todos os seus ângulos de ligação são iguais a 90º ou a 180º e todos os átomos de
F são equivalentes.

F F F
S
F F F
Quando utilizamos o modelo RPECV, na previsão da forma das moléculas, não
distinguimos entre ligações simples ou múltiplas.

Uma ligação múltipla é tratada como uma região simples de alta concentração
eletrônica.

Os dois pares eletrônicos eu uma ligação dupla, ou os três pares eletrônicos em


uma ligação tripla permanecem juntos e repelem outras ligações ou pares isolados
como se fossem um unidade.

Por exemplo, a molécula de dióxido de carbono, CO2, tem estrutura similar ao


BeCl2, exceto pelas ligações duplas. E o íon carbonato, CO32- igual ao BF3.

O C O
-
2
O
O C O
Quando há mais de um átomo central, as ligações de cada átomo são
consideradas independentemente.

Para o eteno, a arranjo ao redor de cada átomo de carbono é trigonal planar.

Podemos prever que os ângulos HCH e HCC serão ambos iguais a 120º e a nossa
previsão é confirmada experimentalmente.

H H
C C
H H
Moléculas com pares isolados sobre o átomo central

Pares isolados no átomo central de uma molécula também afetam a sua forma.

Uma fórmula “RPECV” genérica, AXnEm, é empregada, possibilitando a


identificação das diferentes combinações de átomos e pares isolados ligados ao
átomo central.

A representa um átomo central, X um átomo ligado e E um par isolado.

Ex: BF3 é uma espécie AX3; o íon SO32- é uma espécie AX3E.

O arranjo eletrônico de uma molécula é a geometria tridimensional de um arranjo


de ligações e pares isolados ao redor do átomo central.

Quando decidimos sobre o arranjo eletrônico em regiões com alta concentração


de elétrons sobre o átomo central, não distinguimos entre pares ligantes e pares
isolados: todas, tanto regiões com ligantes como as regiões com pares isolados,
são regiões onde os elétrons estão concentrados.
Quatro regiões de alta concentração eletrônica no SO32- estarão bastante
afastadas se adotarmos o arranjo tetraédrico.

Todavia, a forma do íon é descrita somente pela localização dos átomos.

Três das localizações tetraédricas estão ocupadas pelos átomos e uma é ocupada
pelo para isolado. Assim a forma é uma pirâmide trigonal.

Em resumo, todos os pares eletrônicos, sejam ligantes ou não, estão inclusos na


descrição de um arranjo de elétrons. Todavia, somente a posição dos átomos são
consideradas quando descrevemos a forma de uma molécula.

Um único elétron é tratado como um par isolado na determinação da forma


molecular.

-
2
..
O S O O N O
O
De acordo com o modelo RPECV, pares isolados devem ser tratados com tendo
um maior efeito de repulsão que os pares ligantes. Ninguém sabe realmente
porque isto ocorre.

Uma possível explicação é que a nuvem eletrônica de um par ligante não poderia
cobrir um volume tão grande, pois sabemos que o par ligante é atraído
simultaneamente por dois átomos, não por um só. Assim temos, as repulsões :

par isolado-par isolado > > par isolado-par ligante > par ligante – par ligante

90o > > 120o > 180o

Uma possível explicação sobre o maior efeito de


repulsão dos pares isolados em comparação aos
átomos. Um par isolado é menos afetado que os
pares ligantes e então ocupam um espaço maior; os
pares ligantes e seus átomos se afastam dos pares
isolados em uma tentativa de diminuir a repulsão
que estão sentindo.
É melhor que um par isolado ocupe uma posição o mais afastada possível de
outro.

Também é melhor para os átomos que estão ligados ao átomo central estarem
afastados dos pares isolados ainda que isto os aproxime de outros átomos.

É importante observar que, embora o modelo RPECV possa prever a direção da


distorção, ele não pode prever sua extensão.
Arranjos e formas espaciais para moléculas com dois, três e quatro
domínios de elétrons ao redor do átomo central.
O arranjo eletrônico em uma molécula ou íon AX4E, como o IF4+, é de bipirâmide
trigonal, incluindo um par isolado.

Existem duas diferentes localizações possíveis para um par isolado.

Um par isolado axial encontra-se no eixo da molécula.

Um par isolado equatorial encontra-se no equador da molécula, em um plano


perpendicular ao eixo axial.

Um par isolado axial repele fortemente três pares de elétrons, mas um par isolado
equatorial repele fortemente somente dois pares de elétrons.

Desta forma, é melhor para um par isolado ser equatorial, produzindo uma
molécula em formato de balanço.
(a) Um par isolado em posição axial está próximo a três átomos equatoriais, enquanto (b) em
posição equatorial, ele está próximo somente a dois átomos. Desta forma, o último arranjo é
mais favorável.
Uma molécula AX3E2, tal como ClF3, também tem um arranjo de bipirâmide trigonal
dos pares de elétrons, mas dois dos pares são pares isolados.

Estes dois pares estarão o mais distante possível entre si se estiverem ocupando
duas das três posições equatoriais, mas um pouco afastado um do outro.

O resultado é uma molécula em forma de T.

Dois pares isolados presentes em uma molécula AX3E2 adotam posições equatoriais e se
afastam um do outro. Como resultado, a molécula apresenta-se na forma aproximada de um
T.
Para uma molécula AX4E2 que tem um arranjo octaédrico dos pares eletrônicos,
dois dos quais são pares isolados.

Os dois pares estarão o mais afastados possível um do outro quando se


encontrarem em posições opostas.

Desta forma, os átomos ligados aos pares remanescentes se encontrarão em um


plano apontando para os cantos de um quadrado, resultando em uma molécula
quadrado planar.

Dois pares isolados presentes em uma molécula AX4E2 adotam posições axiais e se afastam
um do outro. Como resultado, a molécula apresenta-se na forma quadrática plana.
Arranjos e formas espaciais para moléculas com cinco e seis domínios de
elétrons ao redor do átomo central.
Arranjos e formas espaciais para moléculas com cinco e seis domínios de
elétrons ao redor do átomo central.
TEORIA DA LIGAÇÃO DE VALÊNCIA (PAULING) E ORBITAIS HÍBRIDOS

O modelo de Lewis para ligações químicas assume que cada par de elétrons
ligantes está localizado entre dois átomos ligados.

No entanto sabemos, a partir da dualidade onda-partícula do elétron, que a


localização de um elétron em um átomo não pode ser descrita em termos de uma
posição precisa, mas sim em termos da probabilidade de o encontrarmos em
algum lugar do espaço definido pelo seu orbital.

O mesmo princípio se aplica aos elétrons nas moléculas, exceto que o volume
sobre o qual os elétrons estão distribuídos é maior.

A primeira descrição de ligação covalente desenvolvida em termos de orbitais


atômicos é chamada teoria da ligação de valência (TLV), um modelo mecânico-
quântico da distribuição dos elétrons em ligações que vai além da teoria de Lewis e
do modelo RPECV

A TLV fornece uma maneira de calcular numericamente os ângulos e


comprimentos das ligações.
As ligações sigma e pi

Vamos começar com H2, que é a molécula mais simples de todas.

Imagine os dois átomos de hidrogênio que formam a molécula.

Um único átomo de hidrogênio em seu estado fundamental consiste de um elétron


no orbital 1s ao redor do núcleo.

Na teoria da ligação de valência supomos que, como dois átomos de H se


acercam, o par de elétrons 1s (descritos como ), e os orbitais atômicos se
fundem em uma coisa só.

A distribuição eletrônica resultante em formato de salsicha é denominada orbital


molecular .

Como visto, dois orbitais atômicos se fundem para formar um orbital molecular.

Uma molécula de hidrogênio é mantida por uma ligação .

A fusão de dois orbitais atômicos é chamada sobreposição de orbitais; e quanto


maior for a sobreposição entre os orbitais, mais forte é a ligação.
A variação na energia potencial durante a
formação da molécula de H2. A energia
mínima, a 0,74 Å, representa o equilíbrio na
distância da ligação. A energia naquele ponto,
-436 kJ mol-1, corresponde à variação de
energia para a formação da ligação H-H.
Quando os elétrons (representados como  e )
de dois hidrogênios se emparelham e os
orbitais s se sobrepõem, formam uma ligação ,
que é aqui representada pela superfície
limitante da nuvem eletrônica. A nuvem tem
simetria cilíndrica ao redor do eixo internuclear,
espalhando-se sobre os dois núcleos.
Ligação do tipo  ocorrem nos haletos de hidrogênio.

Por exemplo, as configurações eletrônicas do hidrogênio e do flúor são


apresentadas na figura a seguir.

Um elétron desemparelhado do átomo do flúor ocupa um orbital 2pz, e o elétron


desemparelhado do átomo de hidrogênio ocupa um orbital 1s.

Esses dois elétrons são os que emparelharão para formar a ligação.

Eles se emparelharão quando os orbitais por eles ocupados se sobrepuserem,


fundindo-se em uma nuvem que se espalha sobre os dois átomos.

Quando vista de lado, a ligação resultante tem um formato mais complicado que a
ligação  do H2; no entanto, a ligação parece ser a mesma, formalmente, ela não
tem plano nodal. Quando observada através do eixo internuclear (z); assim,
também se vê como uma ligação .

Todas as ligações covalentes simples são ligações .


Uma ligação  também pode ser formada pelo emparelhamento de elétrons de orbitais 1s e
2pz (onde z é a direção ao longo do eixo internuclear). Os dois elétrons da ligação se
espalham sobre toda a região ou espaço ao redor da superfície limitante.
Encontramos um tipo diferente de ligação quando consideramos a estrutura de
uma molécula de nitrogênio, N2.

Primeiro, escrevemos as configurações atômicas .

Existe um único elétron em cada um dos três orbitais 2p de cada átomo.

Todavia, quando tentamos formar pares com eles para formar três ligações,
somente um dos três orbitais de cada átomo pode sobrepor final-final para formar
uma ligação .

Dois dos orbitais 2p de cada átomo (2px e 2py) são perpendiculares ao eixo
internuclear, e cada um contém um elétron desemparelhado.

Quando os elétrons 2p remanescentes (que sobraram) se emparelham, seus


orbitais podem se sobrepor somente lado-a-lado.

Esta sobreposição resulta em uma ligação , uma ligação onde os dois elétrons se
encontram nos dois lóbulos, um de cada lado do eixo internuclear.
Uma ligação  é formada pelo emparelhamento de spins de elétrons em dois orbitais
2pz de dois átomos vizinhos. Até o momento, estamos ignorando as interações de qualquer
orbital 2px e 2py que também contêm elétrons desemparelhados mas que não podem formar
ligações . O par eletrônico pode se encontrar em algum lugar da superfície
mostrada no diagrama anterior.
Uma ligação  se forma quando elétrons de dois orbitais 2p se emparelham e a sobreposição
se dá lateralmente. O diagrama do meio representa a densidade da nuvem eletrônica
resultante, e o diagrama inferior representa a superfície limitante correspondente. Apesar de
a ligação ter um formato complicado, com dois lóbulos, é ocupado por somente um par de
elétrons e se considera como uma ligação.
Embora uma ligação  apresente densidade eletrônica em cada lado do eixo
internuclear, há somente uma ligação, com a nuvem de elétrons se apresentando
em forma de dois lóbulos.

Em uma ligação com duas ligações , tal como N2, as densidades eletrônicas das
duas ligações  se fundem e os dois átomos aparecem rodeados por um cilindro
de densidade eletrônica.

Podemos generalizar a partir destes exemplos a descrição de uma espécie de


ligações múltiplas de acordo com a teoria da ligação de valência:

Uma ligação simples é uma ligação .

Uma ligação dupla é uma ligação  mais uma ligação .

Uma ligação tripla é uma ligação  mais duas ligações .


Padrão da ligação para o N2. (a) Os dois átomos estão ligados por uma ligação  (azul) e
duas ligações  perpendiculares (amarelo). (b) Quando as três ligações são colocadas juntas,
elas se transformam de forma que as duas ligações  , em forma de “rosquinha”, resultam
em uma longa nuvem ao redor da nuvem da ligação , formando uma estrutura final cilíndrica
que lembra um cachorro-quente.
A hibridização dos orbitais

A teoria da ligação de valência, como descrita até agora, não pode interpretar
ligações de moléculas poliatômicas como metano, CH4, nem predizer seus ângulos
de ligação.

Por exemplo, se tentarmos aplicar a teoria ao metano, iremos notar que o átomo
de carbono tem quatro elétrons de valência. No entanto, dois elétrons já se
encontram emparelhados.

Somente os dois orbitais 2p incompletos do átomo de carbono se encontram


disponíveis para a ligação.

Aparentemente pensamos que o átomo de carbono faça apenas 2 ligações tendo


valência 2, no entanto, o átomo de carbono poderá ter quatro elétrons
desemparelhados se promovermos um elétron, isto é, se adicionarmos energia
suficiente para excitar o elétron para um orbital de energia mais alto.

Quando promovemos um elétron 2s para um orbital 2p vazio, obtemos a


configuração representada na figura a seguir.

Sem a promoção, um átomo de carbono pode formar somente duas ligações; após
a promoção, poderá formar quatro.
Distribuição eletrônica do carbono. (a) antes, (b) após a hidridização.
Cada ligação desprende energia quando se forma. Desta forma, apesar da
energia gasta para a promoção do elétron, a energia total da molécula CH4 é
menor que a que teria se o carbono formasse somente duas ligações C-H.

A promoção de um elétron é possível se a mudança total, levando-se em conta o


maior número de ligações que poderão ser formadas, resulta em um sistema de
menor energia.

Embora a promoção de um elétron envolva um orbital de maior energia, ele


experimenta menor energia de repulsão com relação aos outros elétrons.

Como resultado, somente uma pequena quantidade de energia é necessária para


promover o elétron.

Esta energia é mais do que recuperada pela capacidade dos átomos formarem
quatro ligações.

O nitrogênio, vizinho do carbono, não pode utilizar a promoção para elevar o


número de ligações que pode formar, porque essa promoção não aumenta seu
número de elétrons desemparelhados.

O mesmo ocorre com oxigênio e flúor.


Ainda não explicamos a forma tetraédrica do metano e suas quatro ligações
idênticas.

Neste ponto, aceitamos como verdadeiro o fato de que a promoção do elétron


pode resultar em dois tipos de ligação, uma ligação resultante da sobreposição
entre um orbital 1s do H e um orbital 2s do C e três ligações a mais resultante da
sobreposição dos orbitais 1s do H com cada um dos três orbitais 2p do C.

A sobreposição com os orbitais 2p deveria resultar em três ligações  ortogonais


(a 90º) entre si.

Devemos visualizar os orbitais s e p como ondas de densidade eletrônica centrada


no núcleo do átomo.

Como ondas na água, os quatro orbitais interferem entre si produzindo novos


arranjos nos pontos de interseção.

Esses novos arranjos são chamados orbitais híbridos.

Os quatro orbitais híbridos são idênticos entre si, exceto que eles estão apontados
para os quatro vértices de um tetraedro.
Cada orbital tem um nó perto do núcleo e um pequeno “rabo” do outro lado onde
os orbitais s e p não se cancelam completamente.

Esses quatro orbitais híbridos são chamados híbridos sp3 porque são formados a
partir de um orbital s e três orbitais p.

Em um diagrama de energia de orbitais, representamos a hibridização como a


formação de quatro orbitais de igual energia, intermediária entre as energias dos
orbitais s e p, a partir dos quais são construídos.

Orbitais híbridos sp3.


Um orbital s e três orbitais p misturados formando quatro híbridos sp3 dirigidos para os
vértices do tetraedro. Esta vista “expandida” mostra a forma dos orbitais. As setas indicam
suas orientações.
Agora temos condições de explicar as ligações que ocorrem em uma molécula de
metano.

Um elétron desemparelhado ocupa cada orbital híbrido sp3 do carbono.

Cada um destes quatro elétrons pode se ligar a um elétron do orbital 1s de


hidrogênio.

As sobreposições entre os orbitais formam quatro ligações .

Como os orbitais híbridos apontam para os cantos de um quadrado, as ligações 


que eles formam também apontam na direção dos cantos de um tetraedro.

Todas as quatro ligações são idênticas porque são formadas da mistura dos
mesmos orbitais atômicos.

É importante entendermos que o metano não é tetraédrico porque o carbono tem


orbitais sp3.

A hibridização é somente um modelo, uma maneira teórica de descrever as


ligações que são necessárias para uma dada estrutura molecular. A hibridização é
uma interpretação da forma molecular; a forma não é uma conseqüência da
hibridização.
A hibridização em moléculas mais complexas

Podemos utilizar a hibridização na descrição de ligações em moléculas onde não


há apenas um átomo central estudando um átomo de cada vez.

Por exemplo, o etano (CH3CH3) tem dois átomos “centrais”.

De acordo com o modelo RPECV, os quatro pares de elétrons ao redor de cada


átomo de carbono assumem um arranjo tetraédrico.

Esse arranjo sugere hibridização sp3 dos átomos de carbono, então utilizaremos
os mesmos orbitais híbridos mostrados na figura a seguir.

Cada átomo de carbono tem um elétron desemparelhado em cada um de seus


quatro orbitais híbridos sp3, podendo então formar quatro ligações  dirigidas aos
cantos de um tetraedro regular.

A ligação C-C é formada pelo emparelhamento dos spins dos elétrons, um de cada
orbital híbrido sp3 de cada átomo de carbono.

Chamamos esta ligação de (C2sp3, C2sp3) para representar sua composição:


C2sp3 representa um orbital híbrido sp3, composto de orbitais 2s e 2p de um átomo
de carbono, e os parênteses mostram quais orbitais que se sobrepõem.
A descrição da molécula de etano, C2H6, utilizando a teoria de ligação de valência. Somente
duas das ligações estão representadas em termos dos limites de suas superfícies. Cada par
de átomos vizinhos está ligado por uma ligação  formada pelo emparelhamento tanto de
elétrons orbitais 1s quanto de orbitais híbridos C2p3. Todos os ângulos de ligação são
próximos a 109,5o (ângulo tetraédrico).
Cada ligação C-H é formada pelo emparelhamento de spins de um elétron em um
orbital híbrido sp3 remanescente, com um elétron presente no orbital 1s de um
átomo de H (representado como H1s).

Essas ligações são representadas como (C2sp3, H1s).

Algumas moléculas, como amônia, têm um par isolado no átomo central. Esse par
de elétrons ocupa um orbital confinado ao átomo central.

De acordo com o modelo RPECV, os quatro pares de elétrons presentes na


molécula de NH3 assumem um arranjo tetraédrico, então descrevemos o átomo de
nitrogênio em termos de quatro orbitais sp3.

Como o nitrogênio tem cinco elétrons de valência, um destes orbitais híbridos


estará duplamente ocupado.

Orbitais híbridos sp3 para a NH3.


Os elétrons 1s dos três átomos de hidrogênio se emparelham com os três elétrons
desemparelhados nos orbitais híbridos sp3 remanescentes.

Estes emparelhamentos e sobreposições resultam na formação de três ligações 


N-H.

Utilizamos diferentes esquemas de hibridização para descrever diferentes arranjos


de par de elétrons.

Por exemplo, para explicar um arranjo trigonal planar, misturamos um orbital s


com dois orbitais p e então produzimos três orbitais híbridos sp2. Eles apontam em
direção dos cantos de um triângulo eqüilátero (ângulos de 120o).

Um arranjo linear requer dois orbitais híbridos, então misturamos um orbital s com
um orbital p para obtermos dois orbitais híbridos sp (ângulo de 1800).

A a seguir apresenta resumidamente a relação entre o arranjo de elétrons e o tipo


de hibridização.

Não importa quantos orbitais atômicos são misturados, o número de orbitais


híbridos é sempre o mesmo que o número de orbitais atômicos iniciais.

Então N orbitais atômicos produzem N orbitais híbridos.


Outros dois esquemas comuns de hibridização. (a) Um orbital s e dois orbitais p podem se
juntar para formar três orbitais híbridos sp2 que apontam para os cantos de um triângulo
eqüilátero. (b) Hibridização entre um orbital s e um orbital p, formando dois orbitais híbridos
sp que apontam em direções opostas. Em cada caso, o orbital s híbrido está representado
pelas setas, que indicam sua localização e direção.
Esquemas
Tabela 13 –comuns de hibridização.
Esquemas comuns de hibridização.
Número de Arranjo eletrônico Tipo de Número de
orbitais atômicos hibridização orbitais híbridos
combinados ao redor do átomo
central
2 Linear sp 2
3 Trigonal planar sp2 3
4 Tetraédrica sp3 4
5 Bipirâmide trigonal sp3d 5
6 octaédrica sp3d2 6
Um dos cinco orbitais híbridos sp3d, e suas cinco direções, que podem se formar quando os
orbitais d estão disponíveis e necessitamos reproduzir um arranjo de bipirâmide trigonal de
pares de elétrons.
Um dos seis orbitais híbridos sp3d2, e as seis direções que podem se formar quando orbitais
d estão disponíveis e necessitamos reproduzir um arranjo octaédrico de pares de elétrons.
Esquemas comuns de hibridização.
Alguns dos esquemas de hibridização fazem uso de um orbital d.

Utilizamos orbitais d quando um átomo central tem que acomodar cinco ou mais
pares de elétrons, tal como no PCl5.

Para explicar um arranjo de bipirâmide trigonal de cinco pares de elétrons,


podemos utilizar tanto um orbital d com os orbitais s e p do átomo.

Os cinco orbitais resultantes são chamados orbitais híbridos sp3d.

São necessários seis orbitais para acomodar os seis pares de elétrons ao redor do
átomo em um arranjo octaédrico, como no SF6 e XeF4.

São utilizados dois orbitais d em adição aos orbitais s e p, originando seis orbitais
híbridos sp3d2 .

Somente elementos pertencentes ao período 3 da Tabela Periódica ou períodos


superiores têm orbitais d que podem ser utilizados para formar híbridos.
As ligações dos hidrocarbonetos

Embora o carbono não seja o único elemento a formar ligações múltiplas, é único
no sentido das múltiplas formas em que pode se ligar com ele mesmo, formando
cadeias e anéis de átomos de carbono, que se constituem a espinha dorsal dos
compostos orgânicos.

Os átomos de carbono podem formar quatro ligações fortes, denominadas


ligações covalentes.

A característica tetravalente do carbono baseia-se em parte na pequena energia


requerida para a conversão de um de seus elétrons 2s em um elétron 2p.

Os outros elementos do Grupo 14 (Si, Ge, Sn e Pb) da Tabela Periódica também


podem formar quatro ligações, mas seus átomos não podem formar ligações
múltiplas entre si tão facilmente quanto os átomos de carbono, pois seus raios
atômicos são muito grandes para que a sobreposição  seja significativa.

As mesmas ligações  que ocorrem nos alcanos ocorrem nos hidrocarbonetos


poliméricos como o polietileno. Os ângulos de ligação dos alcanos são bastantes
próximos do ângulo tetraédrico 109,5o, que corresponde à hibridização sp3.
Como as ligações  são formadas pela sobreposição final-final, dois átomos
ligados por uma ligação , junto com seus grupos a eles unidos, podem rodar um
em relação ao outro, com os grupos metila (grupos –CH3), rodando como
pequenas hélices.

Para descrever as ligações duplas carbono-carbono dos alcenos, utilizamos o


modelo fornecido pelo eteno, CH2=CH2.

Sabe-se, a partir de dados experimentais, que todos os seis átomos de eteno


estão localizados no mesmo plano, com ângulos de ligação de 120o para as
ligações H-C-H e C-C-H.

Este ângulo sugere um arranjo eletrônico trigonal planar e hibridização sp2 para
cada átomo de C.

Orbitais híbridos sp2 para o C.


Um elétron em cada um dos orbitais híbridos do átomo de C está disponível para
ligação; o quarto elétron de valência de cada átomo de C ocupa o orbital 2p não-
hibridizado, posicionando perpendicularmente ao plano formado pelos híbridos.

Os dois átomos de carbono formam uma ligação  por sobreposição entre um


orbital híbrido sp2 de cada átomo.

Os átomos de H formam ligações  com os lóbulos remanescentes dos híbridos


sp2.

Este arranjo dos orbitais deixa os elétrons dos dois orbitais 2p não-hibridizados
livres para se ligar e formar uma ligação  por sobreposição lateral.

É Importante se observar que a densidade de elétrons da ligação  encontra-se


acima e abaixo do eixo C-C da ligações .

Na molécula de benzeno, os átomos de C e os átomos de H a eles ligados, estão


todos posicionados no mesmo plano, com os átomos de C formando um anel
hexagonal.

Para descrever as ligações das estruturas de Kekulé do benzeno, necessitamos


orbitais híbridos que formem ângulos de ligação de 120º entre si no anel
hexagonal.
(a)
(c)

(b)

(a) A hibridização de orbitais do carbono no etileno. A estrutura da ligação  é formada a partir


dos orbitais híbridos sp2 nos átomos de carbono. Os orbitais não-hibridizados 2p nos átomos
de C são usados para fazer uma ligação . (b) A ligação  no etileno é formada pela
superposição de orbitais 2p não-hibridizados em cada átomo de C. A densidade eletrônica na
ligação  está acima e abaixo dos eixos da ligação, enquanto nas ligações  a densidade
eletrônica localiza-se diretamente ao longo dos eixos de ligação. Os dois lóbulos constituem
uma ligação . (c) Uma vista do modelo de. A ligação dupla é resistente a dobramentos
porque estes cruzamentos poderiam reduzir a sobreposição entre dois orbitais C2p e uma
ligação .
Portanto, consideramos cada átomo sp2 hibridizado, como no eteno.

Existe um elétron em cada um dos três orbitais híbridos e um elétron em um orbital


2p não-hibridizado, perpendicular ao plano dos híbridos.

O anel formado pela sobreposição dos orbitais híbridos Csp2 resulta em orbitais 2p
de carbono não-hibridizados próximos entre si.

Se somente uma das estruturas de Kekulé estivesse correta, o orbital 2p em cada


átomo de C se sobreporia lateralmente com um de seus vizinhos para formar uma
ligação  com este átomo, com somente uma ligação  com o outro átomo de
carbono vizinho.

No entanto, a estrutura real da molécula do benzeno é um híbrido de ressonância


dos dois padrões alternativos de ligação nas duas estruturas de Kekulé.

As seis ligações C-C que compõem o anel são idênticas e os elétrons das ligações
 estão espalhadas por todo o anel.
A estrutura das ligações  do benzeno: cada átomo de carbono apresenta hibridização sp2,
apresentando-se com estrutura hexagonal e ângulos de ligação de 120º entre as ligações. A
representação mostra as ligações ao redor de apenas um dos átomos de carbono; todas as
outras ligações são iguais.
Os orbitais 2p não-hibridizados do carbono podem formar ligações  com qualquer um de
seus vizinhos. Dois arranjos são possíveis, cada um correspondendo a diferentes estruturas
de Kekulé. Aqui está representada uma estrutura de Kekulé e as ligações químicas 
correspondentes.
Como resultado da ressonância entre duas estruturas como a apresentada na anterior
(correspondente à ressonância entre duas estruturas de Kekulé), os elétrons  formam uma
dupla nuvem, em forma de rosquinha, em cima e em baixo do plano do anel.
Agora consideremos os alcinos, hidrocarbonetos com ligações triplas.

A estrutura de Lewis da molécula linear etino (acetileno) é: H C C H

Para descrever as ligações em uma molécula com 180º entre si: esta é a
hibridização sp.

Cada átomo de C tem um elétron em cada um de seus orbitais híbridos sp e um


elétron em cada um de seus dois orbitais perpendiculares 2p não-hibridizados.

Os elétrons de um orbital híbrido sp de cada C se emparelham e formam uma


ligação  carbono-carbono.

Os elétrons remanescentes dos orbitais híbridos sp se ligam aos elétrons 1s do


hidrogênio para formar duas ligações  carbono-hidrogênio.

Os elétrons nos orbitais perpendiculares 2p se emparelham com uma


sobreposição lateral, formando duas ligações  a 90º.

Como na molécula de N2, a densidade eletrônica nas ligações  formam um


cilindro ao redor do eixo de ligação C-C.
(a)

(b)

(a) A formação de duas ligações  no acetileno (etino), C2H2, a partir da superposição de dois
conjuntos de orbitais 2p não-hibridizados do carbono. (b) O padrão de ligação do etino. Os
átomos de carbono apresentam hibridização sp, e os dois orbitais p remanescentes em cada
átomo de C formam duas ligações .
As características das ligações duplas

Uma ligação dupla carbono-carbono é mais forte que uma ligação simples
carbono-carbono, porém mais fraca que a soma de duas ligações simples.

Uma ligação tripla carbono-carbono também é mais fraca que a soma de três
ligações simples carbono-carbono.

Uma explicação é que, enquanto uma ligação simples é uma ligação , as


ligações adicionais presentes nas ligações múltiplas são ligações .

As ligações  carbono-carbono são aproximadamente 84 kJ mol-1 mais fracas que


as ligações  carbono-carbono, pois a sobreposição lado-a-lado no primeiro caso
coloca seus elétrons em posições menos favoráveis para a manutenção da
ligação.

Átomos dos elementos do Período 2 da Tabela Periódica, C, N, O formam ligações


duplas entre si, com eles próprios e (especialmente o oxigênio) com átomos dos
últimos períodos.

No entanto, ligações duplas raramente são encontradas entre os elementos do


Período 3 ou períodos superiores, porque os átomos são tão grandes que a
interação lateral entre os orbitais p é difícil.
Apesar dos átomos de silício poderem formar longas cadeias, sua incapacidade
para formar ligações duplas entre eles (exceto em circunstâncias especiais) reduz
a variedade de compostos que podem formar.

A presença de ligações duplas tem uma forte influência na forma da molécula, pois
impede a rotação de uma parte da molécula em relação a outra.

A mostra que os dois orbitais p se sobrepõem melhor se os dois grupos CH2


estiverem posicionados no mesmo plano.

A ligação  não se formaria se os grupos CH2 estivessem rotacionados ao longo


da ligação C-C.
AS ESCALAS DE ELETRONEGATIVIDADE DE PAULING E MULLIKEN

Em uma ligação covalente, os elétrons estão compartilhados.

O compartilhamento de elétrons para formar uma ligação covalente não significa


compartilhamento igual daqueles elétrons.

Existem algumas ligações covalentes nas quais os elétrons estão localizados mais
próximos a um átomo do que a outro.
Em uma molécula composta de diferentes elementos, tal como o HCl, a
ressonância tem contribuições diferentes das duas estruturas iônicas:

- + + -
HCl H Cl H Cl

Como o cloro tem afinidade eletrônica maior que o hidrogênio, a estrutura com
uma carga negativa sobre o átomo de Cl tem uma contribuição maior.

Então, a estrutura iônica de menor energia é

+ -
H Cl
Como resultado, há uma pequena carga negativa residual no átomo de Cl, e uma
pequena carga positiva residual no átomo de H.
As cargas nos átomos são chamados de cargas parciais.

Mostramos as cargas parciais sobre os átomos escrevendo +H-Cl-.

Então, o compartilhamento desigual de elétrons resulta em ligações polares.

Os dois átomos em uma ligação covalente polar formam um dipolo elétrico.

O momento de dipolo, , é a ordem de grandeza do dipolo:  = Qr


onde Q é a grandeza das cargas e r a distância entre eles.

Os momentos de dipolo são medidos em debyes (D).


Em 1932, o químico norte-americano Linus Pauling (1901-1994) propôs uma
medida quantitativa da distribuição dos elétrons nas ligações.

Eletronegatividade (, qui): é a habilidade de um átomo de atrair elétrons para si


em certa molécula.

Pauling estabeleceu as eletronegatividades em uma escala de 0,79 (Cs) a 4,0 (F).

Pauling derivou valores de eletronegatividade a partir da consideração das


energias de ligação.
Ele percebeu que a energia de ligação entre dois átomos diferentes é
freqüentemente maior do que se esperaria se os elétrons de ligação fossem
compartilhados igualmente.

Ele postulou que a “energia extra” origina-se do fato de que os átomos não
compartilham os elétrons igualmente.

Um átomo é ligeiramente positivo e o outro, ligeiramente negativo. Isso significa


que uma pequena força coulômbica de atração ocorre além da força de atração
que resulta do compartilhamento dos elétrons.

Essa força coulômbica realça a força de atração total.

A eletronegatividade tende a ser alta no canto direito superior da Tabela Periódica


e baixa no canto esquerdo inferior.
A variação da eletronegatividade dos elementos dos grupos principais (com exceção dos
gases nobres). Elementos com baixas eletronegatividades (tais como, os metais do bloco s)
são freqüentemente chamados de eletropositivos. Os valores são de Pauling.
Robert Sanderson Mulliken (1896-1986), outro químico norte-americano,
estabeleceu uma escala simples de eletronegatividade.

Obs.: Não confundir com Robert Millikan do experimento da gota de óleo.

Em sua abordagem, a eletronegatividade é a média da energia de ionização e da


afinidade eletrônica do elemento:

 = 1/2 (I + Ea)

Um átomo doa um elétron de forma relutante se a energia de ionização é alta.

Se a afinidade eletrônica é alta, é energeticamente favorável que um elétron seja


ligado a um átomo.
Elemento com ambas as propriedades são relutantes em perder os elétrons e
tendem a ganhá-los, então são classificados como altamente eletronegativos.

Se a energia de ionização e a afinidade eletrônica são ambas baixas:

É necessária pouca energia para que o elemento doe seus elétrons e ele
tem pouca tendência para recebê-los; conseqüentemente, a eletronegatividade é
baixa.

Como as energias de ionização e afinidades eletrônicas são maiores no topo a


direita da Tabela Periódica, N, O, Br, Cl e F são os mais eletronegativos.
Escalas de Eletronegatividades:
Pauling, P; Mulliken, M e Allred-Rochow, AR.
Escalas de eletronegatividade
Principais Autores Método de cálculo ou descrição
Pauling Energias das ligações
Mulliken Média da afinidade eletrônica e energia
de ionização
Allred-Rochow Atração eletrostática proporcional a Z/r2
Sanderson Densidades de elétrons dos átomos
Pearson Média da afinidade eletrônica e energia
de ionização
Allen Energia média dos elétrons de valência,
energias das configurações
Jaffé Eletronegatividade do orbital
TRIÂNGULO DE KETELAAR

Ou triângulo de van Arkel-Ketelaar foi aperfeiçoado por Gordon Sproul, que


construiu um triângulo baseado na diferença de eletronegatividade () dos
elementos em compostos binários e sua eletronegatividade média (médio).

A ligação iônica é caracterizada pela grande diferença de eletronegatividade.

A ligação covalente é caracterizada por uma pequena diferença de


eletronegatividade.

A ligação metálica também é caracterizada por uma pequena diferença de


eletronegatividade. Entretanto, as eletronegatividades são baixas, possuindo um
valor médio baixo.
 =  a −  b  média =
(  a + b )
2

O triângulo de Ketelaar mostrando como um gráfico de eletronegatividade média contra a


diferença de eletronegatividade pode ser usado para classificar o tipo de ligação em
compostos binários. Onde: diferença de eletronegatividade () dos elementos em
compostos binários e sua eletronegatividade média (médio).
Uma liga é uma mistura de elementos metálicos preparada por meio da
mistura dos componentes fundidos, resfriando-se depois a mistura para produzir
um sólido que exibe propriedades metálicas.

Iônica

Metálica Covalente

(a) O triângulo de Ketelaar e a localização aproximada das ligas. (b) O triângulo de Ketelaar
para a série do Li ao F.
Média EN

O triângulo de Ketelaar para outros compostos.


MOMENTO DIPOLAR E POLARIDADE

Átomos idênticos possuem a mesma eletronegatividade.

Na molécula de H2, H:H, os dois núcleos atraem igualmente o par de elétrons,


portanto a distribuição de carga na molécula é simétrica.

Cada lado da molécula é eletrostaticamente igual ao outro, então é denominada


não-polar.

Uma ligação formada entre dois átomos com eletronegatividades iguais é não-
polar.

Átomos de elementos diferentes possuem diferentes eletronegatividades.


Na molécula de fluoreto de hidrogênio, H F , o par de elétrons não é igualmente
compartilhado porque o flúor é mais eletronegativo que o hidrogênio.

A nuvem eletrônica do par compartilhado é atraída para o átomo de F, afastando-


se do átomo de H.

Na ligação HF resultante, a quantidade de carga negativa aumentou do lado do F


enquanto do lado do H aparece uma carga positiva.

Uma ligação covalente onde o par de elétrons não é compartilhado igualmente é


dita ligação covalente polar.

A polaridade de uma ligação, depende da diferença de eletronegatividades dos


átomos ligados: quanto maior a diferença de eletronegatividade, mais polar a
ligação.
(a) A ligação não-polar no hidrogênio. (b) A ligação polar no fluoreto de hidrogênio. É
mostrada apenas a nuvem de carga do par compartilhado.
Quando a diferença de eletronegatividade de dois átomos ligados é muito grande,
a ligação é melhor descrita como iônica.

Nesse caso, para uma molécula AB, onde B é muito mais eletronegativo, a
probabilidade de encontrar o par de elétrons em B é tão grande que podemos
considerar o par como “pertencente”apenas a B.

B realmente ganhou um elétron de A, e a ligação tornou-se iônica: A+[:B]-

Assim, podemos considerar uma ligação iônica como sendo uma ligação covalente
extremamente polar, ou seja, com pouco compartilhamento de elétrons.
Como a diferença na eletronegatividade entre dois átomos é uma medida da
polaridade de ligação :

• as diferenças de eletronegatividade próximas a 0 resultam em ligações


covalentes apolares (compartilhamento de elétrons igual ou quase igual);

• as diferenças de eletronegatividade menores que 1,50 resultam em ligações


covalentes polares (compartilhamento de elétrons desigual);

• as diferenças de eletronegatividade próximas a 2 resultam em ligações


iônicas (transferência de elétrons).

Não há distinção acentuada entre os tipos de ligação.


lig. covalente apolar lig. covalente polar lig. iônica

Distribuições de densidade eletrônica calculadas para F2, HF e LiF.

Diferença
Tabela de eletronegatividade,
2 – Diferença tipo etipo
de eletronegatividade, caráter da ligação.
e caráter da ligação.
Diferença de Ligação (exemplo) Tipo de ligação Grau de caráter Grau de caráter
eletronegatividade covalente iônico
zero Cl-Cl covalente não-polar

decresce cresce
+
P-Cl
-
intermediário covalente polar

+ -
grande Na Cl iônica
Polaridade em compostos covalentes

O modelo RPECV de ligação trata todos os átomos da mesma maneira.

No entanto, o tipo de átomos em um molécula afeta a forma de como os elétrons


se distribuem, pois a distribuição eletrônica afeta as propriedades das substâncias.

A molécula polar é uma molécula com momento de dipolo diferente de zero.

Todas as moléculas diatômicas são polares se suas ligações forem polares.

Uma molécula de HCl, com sua ligação polar covalente (+H-Cl-) é uma molécula
polar e seu momento de dipolo é 1,1 D.
Uma molécula não-polar é uma molécula que tem momento de dipolo elétrico igual
a zero.

Todas as moléculas diatômicas homonucleares, tais como O2, N2 e Cl2, são não
polares devido às suas ligações não polares.

Quando se considera moléculas poliatômicas, é importante fazer a distinção entre


uma molécula polar e uma ligação polar.
Momentos de dipolo de algumas moléculas.

HF, Ka = 3,5 x 10-4, fraco

HCl, Ka = 1,0 x 106, forte

HBr, Ka = 1,0 x 109, forte

HI, Ka = 3,26 x 109, forte


Por exemplo, os dois dipolos +C-O- do dióxido de carbono, uma molécula linear,
se encontram em direções opostas, então se cancelam.

Como resultado, CO2 é uma molécula não-polar, apesar de suas ligações serem
polares.

O momento de dipolo total de uma molécula é a soma de seus dipolos de ligação. No CO2 os
dipolos de ligação possuem módulos iguais, porém os sentidos são contrários. O momento
de dipolo total é zero, conseqüentemente tornando a molécula apolar. (direita) O modelo de
densidade eletrônica mostra que as regiões de densidade eletrônica mais alta estão nos
lados externos da molécula, enquanto a região de mais baixa densidade eletrônica está no
centro.
Ao contrário, os dois dipolos -O-H+ da água estão a 104,5º entre si e não se
cancelam. Desta forma, H2O é uma molécula polar.

Esta polaridade é parte da razão pela qual a água é um solvente tão bom para
compostos iônicos.

Em H2O os dipolos de ligação são iguais em magnitude, mas não exatamente opostos entre si. A
molécula tem dipolo total diferente de zero, tornando-a polar. (direita) O modelo de densidade
eletrônica mostra que um lado da molécula tem mais densidade eletrônica (lado do oxigênio),
enquanto o outro tem menos densidade eletrônica (os hidrogênios).
A polaridade como um todo de uma molécula depende de sua geometria
molecular.

Exemplos de moléculas com ligações polares. Duas dessas moléculas têm momento de dipolo
igual a zero porque seus dipolos de ligação cancelam-se.
Cis-Dicloroeteno, C2H2Cl2 trans-Dicloroeteno, C2H2Cl2

Tetraclorometano, CCl4 Triclorometano, CHCl3

Outros exemplos.
Os arranjos de átomos que originam moléculas polares e não polares. Na figura, A refere-se
ao átomo central, X a um átomo ligado e E a um par isolado. Átomos da mesma cor são
idênticos; átomos X coloridos diferentemente pertencem a elementos diferentes.
LIGAÇÕES IÔNICAS versus LIGAÇÕES COVALENTES

As ligações iônica e covalente são dois modelos extremos da ligação química.

A maioria das ligações reais fica em algum lugar entre puramente iônica e
puramente covalente.

Quando descrevemos as ligações entre não-metais, a ligação covalente é um bom


modelo.

Quando um metal e um não-metal estão presentes, a ligação iônica é um bom


modelo para a maioria dos compostos simples.

Corrigindo o modelo covalente: eletronegatividade

Já discutimos eletronegatividade.
Corrigindo o modelo covalente: eletronegatividade

Já discutimos eletronegatividade.

Diferença de eletronegatividade entre dois átomos ligados.


Corrigindo o modelo iônico: polarizabilidade

Todas as ligações iônicas têm algum caráter covalente.

Para o ânion monoatômico Cl- próximo a um cátion Na+; as cargas positivas do


cátion puxam os elétrons do ânion, a nuvem eletrônica esférica do ânion distorce-
se na direção do cátion.

A ligação iônica adquire maior caráter covalente quando a distorção da nuvem


eletrônica do ânion aumenta.

Quando um cátion pequeno, e altamente


carregado, está perto de um ânion grande, a
nuvem eletrônica do último é distorcida em um
processo que chamamos de polarização.
Cátions pequenos e altamente carregados são
altamente polarizantes. Ânions, grandes e ricos
em elétrons, são altamente polarizáveis.
Átomos e íons que prontamente sofrem uma grande distorção são altamente
polarizáveis.

Dizemos que íons que podem causar grandes distorções têm alto poder de
polarização.

Nestes íons grandes e altamente polarizáveis (I-, íon iodeto), o núcleo do íon
exerce somente um controle relativamente pequeno sobre seus elétrons mais
externos, porque eles estão muito distantes. Como resultado, a nuvem eletrônica
de um ânion grande é facilmente distorcida.

Compostos constituídos de um cátion, pequeno e altamente carregado, e de um


ânion, grande e polarizável, tendem a ter ligações com considerável caráter
covalente.
Aumento da força polarizante do cátion e polarizabilidade do ânion.
TEORIA DOS ORBITAIS MOLECULARES

A teoria de Lewis sobre ligação química foi brilhante; mas foi um pouco mais do
que um trabalho de suposição inspirada em seus conhecimentos profundos.

Lewis não tinha como saber por que um par de elétrons, parte essencial de seu
enfoque, era tão importante.

A teoria da ligação de valência explica esse ponto, mas não pode explicar as
propriedades de algumas moléculas.

Por exemplo, a descrição de Lewis para O2 é O=O, com todos os elétrons


emparelhados.

No entanto, oxigênio é uma substância paramagnética, e o paramagnetismo é


uma propriedade dos elétrons desemparelhados.

Paramagnético: Que tem a tendência a se alinhar em um campo magnético. Uma


substância paramagnética é composta de átomos ou moléculas com elétrons
desemparelhados. Exemplos: O2; [Fe(CN)6]3-
Desta forma, o magnetismo do O2 contradiz as duas descrições de uma molécula,
tanto a estrutura de Lewis quanto a descrição de ligação por valência.

O enfoque de Lewis também falha na descrição do composto diborano, B2H6, um


gás incolor que, em contato com o ar, se inflama.

O problema é que o diborano tem somente 12 elétrons de valência (3 de cada


átomo de B e 1 de cada átomo de H), mas para uma estrutura de Leis seriam
necessárias 7 ligações, ou seja, 14 elétrons, para ligar os 8 átomos.

O diborano é um exemplo de um composto deficiente em elétrons, um composto


com muito poucos elétrons de valência para ser representado por uma estrutura de
Lewis válida.

A teoria de ligação de valência pode ser utilizada em estruturas com compostos


deficientes em elétrons em termos de ressonância, mas a explicação não é correta.

O desenvolvimento da TEORIA DO ORBITAL MOLECULAR, no final dos anos 20,


permitiu que todas essas dificuldades fossem superadas.

Ela explica por que o par eletrônico é tão importante e prevê que o oxigênio é
paramagnético.
Ela também explica compostos deficientes em elétrons, tais como os hidretos de
boro, de maneira tão natural quanto lida com metano e água.

A teoria do orbital molecular também pode ser estendida para explicar as


estruturas e as propriedades dos metais e semicondutores.

O desenvolvimento de outras teorias de ligação, além da proposta por Lewis, não


significa que suas idéias estejam erradas.

Na realidade, as modernas teorias de ligação mostram como Lewis se aproximou


da verdade e confirmam que seus conceitos ainda podem ser utilizados,
necessitando apenas de poucos ajustes.

As teorias da ligação de valência e do orbital molecular são propostas diferentes


para descrever a estrutura molecular utilizando a teoria quântica.

No entanto, a teoria do orbital molecular tem se desenvolvido mais extensamente


do que a teoria da ligação de valência e é o procedimento universalmente
empregado no cálculo das estruturas moleculares.
Os orbitais moleculares

A principal diferença entre a teoria de ligação de valência da ligação química e a


teoria do orbital molecular é que a primeira assume, como a proposta de Lewis,
que os elétrons, em uma ligação, estão localizados entre os dois átomos ligados,
enquanto a teoria do orbital molecular assume que os elétrons pertencem à
molécula como um todo.

Pela teoria do orbital molecular, os elétrons ocupam orbitais chamados orbitais


moleculares que se espalham por toda a molécula.

Orbitais moleculares são construídos a partir da adição conjunta (“superposição”)


de orbitais atômicos pertencentes à camada de valência dos átomos presentes na
molécula.

Por exemplo, um orbital molecular para H2 é:

 = A1s + B1s eq. 1

onde A1s é um orbital 1s centrado em um átomo A e B1s é um orbital 1s centrado


em outro átomo B.
Este orbital molecular é chamado de combinação linear de orbitais atômicos
(LCAO – linear combination of atomic orbitals).

Qualquer orbital molecular formado a partir da superposição dos orbitais atômicos


é chamado um LCAO-MO.

O LCAO-MO da eq. 1 tem uma energia menor do que qualquer um dos orbitais
atômicos empregados em sua construção.

Os dois orbitais atômicos são como ondas centradas em núcleos diferentes.

Então os núcleos, as ondas interferem positivamente entre si no sentido que a


amplitude total da função de onda aumenta no local onde ocorre a sobreposição.

O aumento da amplitude na região internuclear indica que existe uma grande


probabilidade de encontrarmos o elétron no orbital em regiões onde possa interagir
com os dois núcleos.

Como um elétron que ocupa um orbital molecular é atraído por ambos os núcleos,
possui uma energia menor do que quando está confinado ao orbital atômico de um
átomo.
Quando dois orbitais 1s se sobrepõem na mesma região do espaço de modo tal que
possuem o mesmo sinal na mesma região do espaço, suas funções de onda (linhas verdes)
interferem construtivamente dando origem a regiões com maiores amplitudes entre os dois
núcleos (linha vermelha).
A combinação de orbitais atômicos que resulta em uma diminuição da energia total
é chamada orbital ligante.

Quando N orbitais atômicos se sobrepõem, formam N orbitais moleculares.

Para o hidrogênio molecular, onde os orbitais moleculares são construídos a partir


da combinação linear entre dois orbitais atômicos, são esperados dois orbitais
moleculares.

No segundo orbital molecular, os dois orbitais atômicos interferem de maneira


destrutiva no local onde se sobrepõem. Este orbital tem a forma:

 = A1s - B1s eq. 2

O sinal negativo indica que a amplitude B1s é subtraída da amplitude A1s, na


região onde ocorre a sobreposição.

A superfície nodal surge onde os orbitais atômicos se cancelam completamente.


Neste caso, a superfície nodal é um plano que está entre os dois núcleos.

A densidade de probabilidade de um elétron que se encontra na superfície nodal é


0.
Quando ocorre a sobreposição de dois orbitais 1s na mesma região do espaço com sinais
opostos, suas funções de onda (linhas verdes) interferem destrutivamente, originando uma
região de menor amplitude e um nó entre os dois núcleos (linha vermelha)
Formação de orbitais moleculares ligantes e antiligantes pela adição e subtração de orbitais
atômicos.
Como o elétron é excluído da região onde deve possuir uma forte interação com
os dois núcleos, a energia da combinação linear na eq. 2 é superior a dos orbitais
atômicos sozinhos.

A combinação de orbitais atômicos que resulta em um aumento da energia total é


chamado orbital antiligante.

A energia relativa entre o orbital atômico original e os orbitais moleculares ligante e


antiligante são representados na forma de diagramas de níveis de energia do
orbital molecular.

O acréscimo de energia que ocorre quando um orbital antiligante é ocupado é


aproximadamente igual ou um pouco maior que a diminuição de energia que
ocorre quando o orbital ligante correspondente é ocupado.

As configurações eletrônicas de moléculas diatômicas

Para a descrição do orbital molecular de moléculas diatômicas homonucleares,


primeiro devemos considerar todos os orbitais moleculares possíveis de serem
formados a partir das bandas de valência dos orbitais atômicos disponíveis.
Um diagrama de níveis de energia de orbitais moleculares para orbitais moleculares ligantes
e antiligantes que podem ser obtidos a partir de dois orbitais s.
Então, acomodamos os elétrons nos orbitais moleculares usando o mesmo
princípio aplicado no preenchimento dos orbitais atômicos. Isto é:

Passo 1: Os elétrons são acomodados inicialmente no orbital molecular


de mais baixa energia, e depois em níveis de energia maior.

Passo 2: De acordo com o princípio de exclusão de Pauli, cada orbital


pode acomodar no máximo dois elétrons. Se dois elétrons estão presentes em um
orbital, estarão necessariamente emparelhados.

Passo 3: Se mais de um orbital de mesma energia estiver disponível, os


elétrons os ocupam um a um, adotando spins paralelos (regra de Hund).

No H2, dois orbitais atômicos 1s (um em cada átomo) se fundem para formar dois
orbitais moleculares.

Nós os denominamos orbital ligante 1s e orbital antiligante 1s*, o 1s da


denominação mostra o orbital atômico a partir do qual os orbitais atômicos são
formados.

O  indica que construímos orbital , um orbital em formato de “salsicha” sem a


presença de plano nodal quando observado ao longo de seu eixo internuclear.
a b
(a) A combinação de dois orbitais atômicos 1s de H forma dois orbitais moleculares (OMs) de
H2. No OM ligante (1s ou 1s) os orbitais combinam-se positivamente, levando ao aumento
da densidade eletrônica entre os núcleos. No OM antiligante (1s* ou 1s*) os orbitais
combinam-se negativamente na região da ligação. Observe que o OM antiligante tem um nó
entre os dois núcleos. (b) Os dois elétrons da molécula H2 ocupam o orbital molecular de
menor nível de energia (ligante) resultando em uma molécula estável.
Dois elétrons, um proveniente de cada átomo de H. estão disponíveis.

Ambos ocupam o orbital ligante (de menor energia), resultando na configuração


1s2.

Como sempre o orbital ligante está ocupado, a energia da molécula é menor que a
dos átomos separados, e o hidrogênio é encontrado na forma molecular H2.

Dois elétrons em um orbital  formam uma ligação .

Agora, podemos explicar algo que intrigou Lewis – o fato de que ligações
normalmente consistem em um par de elétrons.

O princípio de exclusão de Pauli prevê que somente dois elétrons (com spins
emparelhados) ocupam qualquer orbital molecular.

Portanto, uma ligação simples entre dois átomos consiste na presença de dois
elétrons emparelhados em um orbital ligante.

Para o Período 2 da tabela periódica, os átomos do Período 2 têm orbitais 2s e 2p


em suas camadas de valência, construímos os orbitais moleculares a partir dos
orbitais atômicos da camada de valência fornecidos pelos átomos.
Existe um total de oito orbitais atômicos (um orbital 2s e três orbitais 2p em cada
átomo), então, esperamos poder construir oito orbitais moleculares.

Os dois orbitais 2s se sobrepõem para formar dois orbitais moleculares em


formato de “salsicha”, um ligante (orbital 2s*) e outro antiligante (orbital 2s*):
esses orbitais assemelham-se aos orbitais 1s e 1s* do H2.

Os três orbitais 2p de cada átomo vizinho podem sobrepor-se de duas maneiras


distintas.

Os dois orbitais 2p que estão diretamente direcionados ao longo do eixo


internuclear forma um orbital ligante  (2p) e um orbital antiligante * (2p*) onde
se sobrepõem.

Os dois orbitais 2p que são perpendiculares ao eixo internuclear se sobrepõem


lado-a-lado de maneira a formar orbitais  ligante e antiligante.

Como existem dois orbitais perpendiculares 2p em cada átomo, dois orbitais


ligantes 2p e dois antiligantes 2p* são formados a partir de sua sobreposição.

Cálculos detalhados resultam no diagrama de níveis de energia apresentados a


seguir .
Representações de superfície limite dos orbitais moleculares formados pelos orbitais 2p dos
dois átomos. Cada vez que combinamos dois orbitais atômicos, obtemos dois OMs: um
ligante e um antiligante. Em (a) os orbitais p superpõem-se frontalmente para formar OMs 
e *. Em (b) e (c) eles superpõem-se lateralmente para formar OMs  e *.
Diagrama típico de níveis de energia dos orbitais moleculares para as moléculas diatômicas
homonucleares do Li2 ao N2. Cada linha representa um orbital molecular e pode acomodar
até dois elétrons.
Existem algumas pequenas diferenças na distribuição dos níveis de energia de
molécula para molécula.

Por exemplo, as posições relativas dos orbitais ligantes 2p e 2p estão trocados
para o O2 e F2, quando suas posições são comparadas com as dos outros
elementos do Período 2 da Tabela Periódica.

A ordem dos níveis de energia é fácil de ser entendida para estas duas moléculas
(O2 e F2), pela sobreposição mais efetiva final-final entre os orbitais 2p (para formar
os orbitais 2p e 2p*) quando comparada com a sobreposição lado-a-lado (2p e
2p*).

As diferenças de ordenamento entre os níveis de energia dos orbitais são


conseqüência das diferenças na energia dos orbitais atômicos 2s e 2p empregados
na construção dos orbitais moleculares e no quanto eles se sobrepõem.

Uma vez conhecidos quais orbitais moleculares estão disponíveis, podemos


construir a configuração do estado fundamental das moléculas usando o princípio
da construção.
Diagrama típico de níveis de energia dos orbitais moleculares para as moléculas diatômicas
homonucleares para o O2 e F2 (à direita do Período 2 da Tabela Periódica).
Ver vídeo do Paramagnetismo do Oxigênio

O2 = -182,97 0C / 90,18 K

N2 = -195,79 0C / 77,36 K

He = -268,93 0C / 4,22 K
Li2 ao N2 O2 e F2

Diagrama típico de níveis de energia dos orbitais moleculares para as moléculas diatômicas
homonucleares do Período 2 da Tabela Periódica).
Diagrama típico de níveis de energia dos orbitais moleculares para as moléculas diatômicas
homonucleares do Período 2 da Tabela Periódica.
Por exemplo, para o N2: Como nitrogênio pertence ao grupo 15, cada átomo
fornece cinco elétrons de valência.

Um total de 10 elétrons devem então ser colocados nos orbitais moleculares.

A configuração do estado fundamental para o N2 é a seguinte:

N2: (2s)2 (2s*)2 (2px)2 (2py)2 (2p)2

A ordem de ligação na teoria dos orbitais moleculares é o número líquido de


ligações, obtidas a partir do cancelamento que ocorre entre ligantes e antiligantes:

Ordem de ligação = ½ (L – A)

Onde, L é o número de elétrons presentes nos orbitais moleculares ligantes e A é o


número de elétrons nos orbitais moleculares antiligantes.

Para o N2, existem oito elétrons nos orbitais ligantes e dois nos orbitais
antiligantes. Então a ordem de ligação é ½(8-2) = 3.

Devido à ordem de ligação ser 3, o N2 tem efetivamente três ligações entre os


átomos de N, como sugerido pela estrutura de Lewis.
Variação nas energias dos orbitais para moléculas diatômicas homonucleares do Período 2
(do B2 até o Ne2).
Para o F2, a configuração do estado fundamental é:

F2: (2s)2 (2s*)2 (2p)2 (2px)2 (2py)2 (2px*)2 (2py*)2

Sendo que a ordem de ligação para o F2 é 1, estando de acordo com a estrutura


de Lewis.

Para o O2, a configuração do estado fundamental é:

O2: (2s)2 (2s*)2 (2p)2 (2px)2 (2py)2 (2px*)1 (2py*)1

Como visto para o O2, os últimos dois elétrons ocupam os dois orbitais 2p*
separadamente e com spins paralelos.

Esta conclusão é um triunfo menor para a teoria do orbital molecular: como os


últimos dois spins não estão emparelhados, seus campos magnéticos não se
cancelam, e a molécula deve ser paramagnética, como observado
experimentalmente.

A ordem de ligação para o O2 é ½(2+2+2+2)-(2+1+1) = 2.


Para o He2, dizemos "deverá ser" devido ao fato de que o sσ* (antiligante) está
agora preenchido e seu efeito desestabilizador cancela o efeito estabilizador do
orbital sσ.

O resultado é que não há uma força de atração entre os átomos de hélio devido
ao número igual de elétrons ligantes e antiligantes e, assim, He2 não existe.

Diagrama de população do OM para a molécula hipotética He2.


Com uma ordem de ligação igual a 1 para o Li2 é possível prever a existência da
molécula Li2. Moléculas de lítio não existem no estado líquido ou sólido, mas sem
dúvida as moléculas diatômicas são encontradas no lítio gasoso.

A energia de ligação do Li2 é 105 kJ mol-1. Ela é menor do que a do H2 (432 kJ


mol-1) porque há uma blindagem do núcleo pela "camada" K completa de cada
átomo.

Diagrama de população do OM para Li2.


Be2. Indo para a molécula hipotética Be2, encontraremos uma situação
semelhante à do He2.

O número atômico do berílio é 4 e o "sétimo" e o "oitavo" elétrons na molécula irão


para o orbital sσ* (veja Figura 74). A desestabilização efetuada pelo sσ*
preenchido, cancela o efeito de estabilização do orbital sσ, a ordem da ligação é
zero e, portanto, a molécula de Be2 não deve ser estável.

Realmente, Be2 estável no estado fundamental não existe.

Se existir, a configuração eletrônica no estado fundamental seria:

Be2: KK(sσ)2(sσ *)2.


As ligações em moléculas diatômicas heteronucleares

A ligação em uma molécula diatômica heteronuclear é polar, com os elétrons


compartilhados de maneira não-homogênea pelos dois átomos.

Podemos, então reescrever a eq. 1 como:

 = cAA + cBB eq. 3

Onde os coeficientes cA e cB são diferentes.

Como sempre, consideramos os quadrados das funções de onda quando as


interpretamos em termos de probabilidades, de acordo com a teoria do orbital
molecular a proporção de  devida a A é cA2 e a proporção devida a B é cB2.

Em uma ligação apolar, cA = cB e o par de elétrons é dividido igualmente


compartilhado entre os dois átomos.

Em uma ligação iônica, um dos coeficientes é 0, porque um dos íons captura toda
a densidade eletrônica.
Em uma ligação covalente polar, o orbital atômico pertencente ao átomo mais
eletronegativo tem uma menor energia, então fornece a maior contribuição ao
orbital molecular de menor energia.

Inversamente, a contribuição para o maior (mais antiligante) orbital é maior para o


orbital molecular de maior energia, que pertence ao átomo menos eletronegativo.

Para encontrar a configuração eletrônica do estado fundamental das moléculas


diatômicas heteronucleares, utilizamos o mesmo procedimento empregado para as
moléculas diatômicas homonucleares.

Mas, primeiro, devemos modificar os diagramas de níveis de energia.

Por exemplo, consideramos a molécula HF.

A ligação  para o HF consiste de um par de elétrons em um orbital  construído a


partir dos orbitais F2pz e H1s.

Como a eletronegatividade do flúor é 4,0 e a do hidrogênio é 2,2; podemos


assumir que orbital  ligante apresente como maior caráter F2pz e que orbital 
antiligante seja mais H1s em caráter. Estas composições são confirmadas por
cálculos teóricos.
Um diagrama típico de níveis de energia do orbital molecular  para uma molécula diatômica
heteronuclear.
Como os dois elétrons do orbital ligante são mais facilmente encontrados no orbital
F2pz do que no orbital H1s, existe uma carga parcial negativa no átomo de F e uma
carga parcial positiva no átomo de H.

Diagrama esquemático dos orbitais moleculares da molécula HF.


FORÇAS E COMPRIMENTOS DAS LIGAÇÕES COVALENTES

As características de uma ligação covalente formada por dois átomos são devidas
principalmente às propriedades destes átomos e variam somente um pouco com
as identidades de outro átomos presentes na molécula.

O comprimento da ligação e a sua força são aproximadamente os mesmo


independentemente da molécula na qual é encontrada.

As forças das ligações

A força de uma ligação química é medida pela sua energia de dissociação, D, que
é a energia requerida para separar dois átomos ligados.
Exemplo: H-Cl (g) → H (g) + Cl (g)

Uma alta energia de dissociação indica uma ligação forte porque muita energia
teve que ser fornecida para quebrar a ligação.

A ligação mais forte conhecida entre dois átomos não-metálicos é a ligação tripla
no monóxido de carbono: 1.062 kJ mol-1.

Uma das ligações mais fracas é a do iodo molecular: 139 kJ mol-1.

Ligações carbono-hidrogênio, como no metano e etano: 400 kJ mol-1.


A variação da força de ligação

As tabelas 7 e 8 dão uma seleção de energias típicas de dissociação.

Energias médias de
Energias de dissociação de dissociação de ligação, kJ
ligação de moléculas mol-1
diatômicas, kJ mol-1
Os valores das tabelas são a média das energias de dissociação para uma
coletânea de moléculas.

As tendências em forças de ligação mostradas na são em parte explicadas pelas


estruturas de Lewis das moléculas.

Por exemplo, observe o declínio na força de ligação quando a ordem de ligação


decresce – de três para o N2 para um no F2.

Uma ligação múltipla é sem dúvida sempre mais forte que uma ligação simples
porque mais elétrons unem os átomos.

Entretanto, uma ligação dupla entre dois átomos de carbono não é duas vezes
mais forte que uma ligação simples.

A origem destas diferenças está em parte nas repulsões entre os pares de elétrons
em uma ligação múltipla, assim cada par não é totalmente efetivo na ligação como
um par de elétrons em uma ligação simples.

A força de uma ligação carbono-carbono no benzeno é intermediária as das


ligações simples e dupla. A ressonância espalha o caráter da ligação múltipla sobre
todas as ligações entre os átomos: as que eram ligações simples são reforçadas, e
as que eram duplas são enfraquecidas.
A presença de pares isolados pode também influenciar as forças das ligações.

Os pares isolados repelem-se; e se eles estão em átomos vizinhos, esta repulsão


pode enfraquecer a ligação. Por isso, a ligação no F2 é mais fraca que no H2.

Variações nos raios atômicos também contribuem para a tendência nas forças de
ligação.

Por exemplo, as forças de ligação dos haletos de hidrogênio decrescem do HF


para o HI.

Se os núcleos dos átomos ligados não podem manter-se muito perto do par que
fica entre eles, os dois átomos estarão somente fracamente ligados entre si. Ex. as
forças dos haletos de hidrogênio decrescem do HF para o HI.

As forças das ligações ajudam a explicar as estabilidades relativas dentro de


famílias de compostos.

Por exemplo, a força média da ligação entre o hidrogênio e um elemento do Grupo


14 decresce para baixo no grupo. Este enfraquecimento de ligações acompanha
um decréscimo na estabilidade dos hidretos para baixo no grupo.
As energias de dissociação de ligação das moléculas de haletos de hidrogênio em kJ mol-1 de
moléculas. Observe como as ligações enfraquecem com o aumento do átomo de halogênio.
As energias de dissociação para ligações entre o hidrogênio e os elementos do bloco p. As
forças de ligação decrescem para baixo em cada grupo quando os átomos aumentam em
tamanho.
Os comprimentos de ligação

O comprimento de ligação é a distância entre os centros de dois átomos ligados


através de uma ligação covalente.

Os comprimentos de ligação ajudam a determinar o tamanho total e a forma de


uma molécula.

Os comprimentos de ligação são determinados experimentalmente pelo uso de


espectroscopia ou difração.

Ligações entre átomos pesados tendem a ser mais longas que aquelas entre
átomos leves porque os átomos pesados têm raio maior que os leves.

As ligações múltiplas são mais curtas que as ligações simples entre os mesmos
dois elementos porque os elétrons de ligação adicionais atraem os núcleos mais
fortemente, conseqüentemente puxando-os para mais perto.

Para ligações entre o mesmo par de átomos, a ligação mais forte é mais curta.
Comprimentos de ligação (em pm) das moléculas diatômicas de halogênio. Observe como os
comprimentos de ligação aumentam para baixo no grupo com o aumento do raio atômico.
Comprimentos de ligação reais e médios
Cada átomo tem uma contribuição característica, chamada de raio covalente, para
o comprimento de uma ligação.

O comprimento de ligação é aproximadamente a soma dos raios covalentes dos


dois átomos.

Raios covalentes tipicamente decrescem da esquerda para a direita através de um


período.

A razão é a mesma que para os raios atômicos: o aumento da carga nuclear


efetiva puxa os elétrons e tornam o átomo mais compacto.

Como os raios atômicos, os raios covalentes crescem para baixo em um grupo,


em períodos sucessivos, os elétrons de valência ocupam camadas que estão mais
distantes do núcleo e são mais bem-blindados pelo core interno de elétrons. Estes
átomos mais gordos não podem chegar muito perto de seus vizinhos; então, eles
formam ligações longas e fracas.
Raios covalentes para o hidrogênio e os elementos do bloco p (em picômetros). Onde mais
de um valor é dado, eles referem-se a ligações simples, dupla e tripla. Os raios covalentes
tendem a ficar menores na direção do flúor. O comprimento de ligação é aproximadamente
igual à soma dos raios covalentes dos dois átomos envolvidos.
Propriedades dos compostos covalentes ou sólidos covalentes

Sólidos reticulares ou covalentes consistem de átomos ligados aos seus vizinhos


covalentemente através da extensão do sólido.

Exemplos: B, C, P negro, BN, SiO2.

Características:

• duro

• rígido

• quebradiço

• pontos de fusão muito altos

• insolúvel em água
LIGAÇÃO METÁLICA (OS SÓLIDOS METÁLICOS)

Os cátions em um metal estão ligados por sua interação com o mar formados
pelos elétrons que eles perderam.

Consideramos um modelo no qual os cátions são esferas duras que estão


empilhadas.

As estruturas de muitos metais podem ser explicadas se supusermos que as


esferas que representam os cátions adotem uma estrutura de empacotamento
compacto, na qual as esferas empilham-se com a mínima perda de espaço.

Podemos entender algumas das propriedades físicas dos metais em termos


destes modelos.

A mostra como empilhar esferas idênticas juntas para dar uma estrutura compacta.

As esferas na primeira camada (A) tocam seus seis vizinhos. As esferas da


segunda camada (B) encontram-se nas depressões da primeira camada. A terceira
camada de esferas ficará nas depressões da segunda camada, com o padrão
repetindo-se sucessivamente.
A ligação metálica.
Uma camada de empacotamento compacto de esferas rígidas.
Uma estrutura compacta pode ser construída em etapas. A primeira camada (A) é colocada
com a mínima perda de espaço, e a segunda camada (B) fica nos buracos (nas depressões)
entre as esferas da primeira camada (A).
A terceira camada de esferas pode ser adicionada através de duas maneiras.

No primeiro arranjo, as esferas estão nas depressões que estão diretamente sobre
as esferas da primeira camada.

A terceira camada duplica a camada A, a próxima camada duplica a camada B, e


assim por diante.

Esse processo resulta em um padrão ABABAB de camadas chamado de estrutura


hexagonal de empacotamento compacto (hcp – hexagonal close-packed).

Como pode ser visto, cada esfera tem três vizinhos mais próximos no plano abaixo,
seis em seu próprio plano e três no plano acima, totalizando doze ao todo.

Este arranjo é descrito dizendo que o número de coordenação nesse caso é 12;
que é o número de vizinhos mais próximos de cada átomo.

É impossível empacotar esferas idênticas com número de coordenação maior que


12.

Exemplos: magnésio e zinco.


(a) A terceira camada de esferas pode ficar acima dos átomos da primeira camada dando
uma estrutura ABABAB... (b) Ao lado, um fragmento da estrutura formada, mostrando a
simetria hexagonal do arranjo, e a origem do seu nome “empacotamento hexagonal
compacto”.
No segundo arranjo, as esferas da terceira camada encontram-se nas depressões
da segunda camada que não estão diretamente sobre os átomos da primeira
camada.

Se denominarmos esta terceira camada C, a estrutura resultante tem um padrão


ABCABC de camadas para dar uma estrutura cúbica de empacotamento compacto
(ccp – cubic close-packed).

O nome vem do fato de os átomos, em uma estrutura ccp, formarem um padrão


cúbico.

O número de coordenação é também 12: cada esfera tem três vizinhos mais
próximos na camada abaixo, seis em usa própria camada, e três na camada
acima.

Exemplos: alumínio, cobre, prata e ouro.


(a) As esferas da terceira camada podem ficar acima das depressões da primeira camada
dando uma estrutura ABCABC... (b) Ao lado, um fragmento da estrutura cujo nome é
“empacotamento cúbico compacto” ou cúbico de face centrada” para este arranjo.
As propriedades dos metais dependem da estrutura de empacotamento compacto.

Podemos esperar que os metais sejam compactos pois se empacotam tantos


átomos quanto possível no espaço disponível.

A diferença de fragilidade dos metais está relacionada à estruturas dos cristais.

As faces dos cubos que se formam nas estruturas ccp estendem-se através do
cristal. São chamados de planos lisos porque um plano sob pressão pode deslizar
ou escorregar sobre um plano adjacente.

Como resultado, metais com estruturas cúbicas de empacotamento compacto,


como cobre, são maleáveis, podem ser facilmente dobrados, achatados ou
moldados a marteladas.

A estrutura hexagonal compacta não tem esses planos lisos, e metais com
estruturas hexagonais, como o zinco ou o cádmio, tendem a ser quebradiços.

Mesmo uma estrutura compacta, as esferas rígidas não preenchem todo o espaço
no cristal.

Os buracos nos retículos são importantes, porque eles podem ser preenchidos
com átomos menores.
Se uma depressão entre três átomos for diretamente coberta por outro átomo,
obtemos um buraco tetraédrico porque é formado por quatro átomos nos vértices
de um tetraedro regular.

Existem dois buracos tetraédricos por átomo em um retículo de empacotamento


compacto.

Quando uma depressão em uma camada coincide com uma depressão na


próxima camada, obtemos um buraco octaédrico, porque é formado por seis
átomos nos vértices de um octaedro regular.

Existe um buraco octaédrico para cada átomo em um retículo.

Qual das estruturas compactas ou ambas adota um metal, depende de qual dá a


menor energia, e, por sua vez, depende de detalhes de sua estrutura eletrônica.

Alguns elementos alcançam uma energia menos adotando um arranjo totalmente


diferente.

Em uma estrutura cúbica de corpo centrado (bcc – body-centered cubic), por


exemplo, um átomo isolado fica no centro de um cubo formado por outros oito
átomos.
buraco tetraédrico buraco octaédrico

Buraco tetraédrico e octaédrico.


buraco tetraédrico buraco octaédrico
Estrutura cúbica de corpo centrado (bcc). Esta estrutura não é empacotada tão
compactamente como as outras que temos ilustrado. Ela é menos comum entre metais que
as estruturas compactas. Algumas estruturas iônicas são baseadas nela.
Esta estrutura não é de empacotamento compacto, e metais que têm estrutura
cúbica de corpo centrado podem ser freqüentemente forçados sob pressão a uma
forma compacta.

Exemplos: ferro, sódio e potássio são exemplos de metais que cristalizam em


retículos bcc.

A estrutura cúbica primitiva é igual a estrutura bcc mas sem o átomo central.

Esta estrutura é conhecida somente para o metalóide polônio, fato que sugere que
as forças covalentes são tão fortes neste elemento que superam a tendência às
características de empacotamento compacto de ligações metálicas.
Cúbica primitiva. Para contar o número de vizinhos próximos de um átomo, temos que
imaginar a cela de interesse com seus vizinhos empilhados e em torno dela.
AS CELAS UNITÁRIAS

Cada uma das pequenas unidades destacadas nas figuras é chamada de cela
unitária, que é a menor unidade hipotética que, quando empilhada repetidamente
sem lacunas, podem reproduzir o cristal inteiro.

A estrutura completa de um cristal é construída a partir de um único tipo de cela unitária,


colocando-se as celas juntas sem deixar espaços entre elas.
Definição dos eixos, dimensões da célula unitária e ângulos para uma célula unitária geral.
Celas unitárias são construídas representando cada átomo por um ponto que
marca a localização do centro do átomo.

Uma cela unitária cúbica de empacotamento compacto tem um ponto no centro de


cada face; por esta razão, é também chamada de estrutura cúbica de face
centrada (fcc – face-centered cubic).

O número de átomos em uma cela unitária é contado notando-se como estão


divididos entre as celas vizinhas.

Por exemplo, um átomo no centro de uma cela pertence inteiramente a esta cela,
mas um átomo sobre uma face é dividido entre duas celas e conta como uma
metade de um átomo.

Como visto, para uma estrutura fcc, os oito átomos dos vértices contribuem 8 x 1/8
= 1 átomo para a cela. Os seis átomos no centro das faces contribuem 6 x ½ = 3
átomos. O número total de átomos em uma cela unitária fcc é portanto 1+3 =4, e a
massa da cela unitária é quatro vezes a massa de um átomo.
Os sete2sistemas cristalinos.
Tabela
Os sete sistemas cristalinos.
(a) (b) (c)

Pontos de rede que descrevem a simetria translacional de uma célula unitária: (a) cúbica
primitiva – P (simples); (b) cúbica de corpo centrado - I e (c) cúbica de face centrada - F.
Quando empilhamos esses 7 tipos básicos de celas unitárias (7 sistemas
cristalinos), conseguimos os 14 tipos de células unitárias, que foi demonstrado
por Auguste Bravais em 1845.

Ou seja, todas as redes cristalográficas possíveis podem ser geradas por 14 tipos
de células.

Essas células são chamadas de células de Bravais ou redes de Bravais.

Auguste Bravais (23/08/1811 – 30/031863)


Os 14 retículos de Bravais. P significa primitiva; I corpo centrado; F faces centradas; C com
um ponto reticular em duas faces opostas; e R romboédrico (um romboedro é um
paralelepípedo oblíquo de lados iguais).
Visão de preenchimento de espaço de células unitárias cúbicas. Apenas a parte de cada
átomo que pertence à célula unitária é mostrada.
Número de moléculas nos quatro tipos de célula.
Nome Símbolo Número de moléculas
na célula unitária
Primitiva P 1

Corpo centrado I 2

Face centrada A, B ou C 2

Toda face centrada F 4


Estruturas dos elementos metálicos à temperatura ambiente. Elementos com estruturas
mais complexas foram deixados em branco.
As Propriedades do Metais

Em um sólido metálico, cátions jazem em um arranjo regular e estão cercados por


um mar de elétrons.

Esta estrutura dá origem a propriedades únicas.

O brilho característico dos metais é devido à mobilidade de seus elétrons.

Uma luz incidente é um campo eletromagnético oscilante. Quando atinge a


superfície, o campo elétrico da radiação empurra os elétrons para frente e para
trás.

Este elétrons oscilantes emitem luz, e nós a vemos como brilho (essencialmente
um reflexo da luz incidente).

Os elétrons oscilam sincronizados com a luz incidente, então eles liberam luz de
mesma freqüência.

Em outras palavras, luz vermelha refletida por uma superfície metálica é vermelha
e luz azul é refletida como azul.
(a) Quando a luz de uma cor particular atinge a superfície de um metal, os elétrons na
superfície oscilam. Este movimento de oscilação dá origem a uma onda eletromagnética que
nós percebemos como a reflexão da fonte. (b) Cada um dos espelhos solares no Sandia
National Laboratories, na Califórnia, está posicionado no melhor ângulo para refletir a luz
solar em um coletor que usa a energia incidente para gerar eletricidade.
Isto explica porque uma imagem em um espelho (uma cobertura fina e metálica
sobre vidro) é um retrato fiel do objeto refletido.

A mobilidade de seus elétrons explica a maleabilidade e ductibilidade dos metais.

Devido aos cátions estarem cercados por um mar de elétrons, há um caráter


direcional muito pequeno na ligação.

Como resultado, um cátion pode ser empurrado, passando pelo seus vizinhos,
sem muito esforço.

Uma pancada de martelo pode movimentar um grande número de cátions através


de seus vizinhos.

O mar de elétrons rapidamente se ajusta para assegurar que os átomos não


sejam simplesmente desgarrados, mas permaneçam unidos em suas novas
posições.

A ligação metálica é relativamente forte. Como resultado, a maioria dos metais tem
altos pontos de fusão e servem como materiais resistentes, elásticos e fortes para
construção.
Um metal é maleável porque, quando os cátions são deslocados pela batida de um martelo,
os elétrons móveis podem imediatamente responder e seguir o cátion na sua nova posição.
As Ligas

As ligas são materiais metálicos que são misturas de dois ou mais metais.

São usadas para muitos propósitos, tais como construção, transporte e para
indústria eletrônica.

Nas ligas homogêneas, átomos de elementos diferentes estão distribuídos


uniformemente. Exemplos: latão, bronze e ligas de cunhagem.

As ligas heterogêneas, assim como solda estanho-chumbo e amálgama de


mercúrio, são de uma mistura de fases cristalinas com composições diferentes.

As estruturas de ligas são mais complicadas do que aquelas do metal puro,


porque temos que empacotar juntos dois ou mais tipos de átomos metálicos com
raios diferentes.

Devido aos raios metálicos dos elementos do bloco p serem similares, para eles o
problema de empilhamento é facilmente resolvido.

Os elementos formam um grande número de ligas entre si, pois um tipo de átomo
pode tomar o lugar de outro com a mínima distorção na estrutura do cristal original.
Uma liga na qual os átomos de um metal são substituídos por átomos de um outro
metal é chamada de liga substitucional.

Elementos que podem formar ligas substitucionais possuem átomos com raios
atômicos que não diferem em mais que 15%.

Como existem pequenas diferenças nos tamanhos e na estrutura eletrônica, os


átomos do soluto em uma liga substitucional distorcem a forma do retículo e
dificultam o fluxo de elétrons.

Portanto, embora uma mistura substitucional tenha condutividade térmica e


elétrica mais baixa que o elemento puro, é mais forte e dura.

Aço é uma liga de cerca de 2% ou menos de carbono em ferro.

Os átomos de carbono são muito menores que os átomos de ferro e portanto


podem substituí-los no retículo cristalino.

Eles são tão pequenos que podem se ajustar nos interstícios, ou buracos, no
retículo do ferro.

O material resultante é chamado de liga intersticial.


Em uma liga substitucional, a posição de alguns átomos de um metal são ocupadas por
átomos de outro metal. Os dois elementos devem ter raio atômico similar.
Os átomos intersticiais interferem na condutividade elétrica e no movimento dos
átomos que formam o retículo. Este movimento restrito torna a liga mais dura e
forte do que seria a do metal hospedeiro.

Em uma liga intersticial, os átomos de um metal ocupam os espaços entre os átomos do


outro metal. Os dois elementos precisam ter raios atômicos significativamente diferentes.
TEORIA DAS BANDAS

Vimos que um sólido cristalino é um sólido no qual os átomos, íons ou moléculas


encontram-se em um arranjo ordenado chamado de retículo.

Um sólido amorfo é aquele em que os átomos, íons ou moléculas encontram-se


em uma mistura desordenada, como a manteiga, a borracha e o vidro.

Os sólidos cristalinos podem ser classificados segundo as ligações que mantêm


seus átomos, íons ou moléculas no lugar:

Sólidos metálicos, também chamados simplesmente metais, consistem de cátions


mantidos unidos por um mar de elétrons. Ex: ferro, magnésio.

Sólidos iônicos são construídos pela atração mútua de cátions e ânions. Ex: NaCl,
KNO3

Sólidos reticulares consistem de átomos ligados aos seus vizinhos


covalentemente através da extensão do sólido. Ex: B, C, SiO2

Sólidos moleculares são conjuntos de moléculas discretas mantidas por forças


intermoleculares. Ex: S8, I2, gelo, glicose.
A teoria do orbital molecular em moléculas pequenas pode ser utilizada na
explicação das propriedades dos sólidos, os quais são agregações de um número
infinito de átomos.

Pode ser usada para explicar as características de brilho, condutividade elétrica e


térmica e maleabilidade dos metais.

Todas essas propriedades originam-se da habilidade dos átomos em disponibilizar


elétrons.

O brilho e suas condutividades elétricas originam-se da mobilidade desses


elétrons, ou em resposta ao campo elétrico oscilante de um raio de luz incidente ou
a uma diferença de potencial.

A alta condutividade térmica é também uma conseqüência da mobilidade


eletrônica, pois um elétron pode colidir com um átomo vibrante, retirar sua energia,
e transferi-la a outro átomo em algum lugar no sólido.

Os metais são facilmente deformados, porque o conjunto de elétrons pode


rapidamente reajustar-se à deformação do sólido.
A condução eletrônica também é característica de semicondutores.

O critério para distinguir entre um metal e um semicondutor é a dependência de


sua condutividade elétrica com a temperatura.

Um condutor metálico é uma substância com uma condutividade elétrica que


decresce com o aumento da temperatura.

Um semicondutor é uma substância com uma condutividade elétrica que


aumenta com o aumento da temperatura.

No geral, um condutor metálico tem uma condutividade elétrica muito maior que a
de um semicondutor, mas é a dependência da condutividade com a temperatura
que irá distingui-los.

Um sólido isolante é uma substância com uma condutividade elétrica muito baixa.
No geral, a condutividade aumenta com a temperatura com a de um semicondutor.
Também pode ser classificada como semicondutor.

Os supercondutores são uma classe especial de materiais que têm resistência


zero abaixo de uma temperatura crítica.
A variação da condutividade elétrica de uma substância com a temperatura é a base de sua
classificação com um condutor metálico, um semicondutor ou um supercondutor.
Bandas de orbitais moleculares

A idéia central por trás da estrutura eletrônica dos sólidos é que os elétrons de
valência fornecidos pelos átomos são espalhados por todo o cristal.

O sólido é tratado como uma molécula grande indefinida.

A descrição em termos de elétrons deslocalizados pode também ser usada para


descrever sólidos não-metálicos.

Formação de bandas pela sobreposição de orbital

A sobreposição de um número grande de orbitais atômicos produz orbitais


moleculares com energias muito próximas e assim formam uma banda
virtualmente contínua.

As bandas são separadas por band gaps, que são valores de energia para os
quais não há orbitais moleculares.

A formação de bandas pode ser entendida considerando uma linha de átomos, e


supondo que cada átomo tem um orbital s que se sobrepõe ao orbital s de seu
vizinho imediato.
A estrutura eletrônica de um sólido é caracterizada por uma série de bandas de orbitais que
são separadas por gaps (aberturas) em energia, para os quais não há qualquer orbital.
Uma banda é formada pelo posicionamento sucessivo de átomos, constituindo uma linha. N
orbitais atômicos originam N orbitais moleculares.

Quando há N átomos na linha, há N orbitais moleculares.


O orbital de mais baixa energia não tem nós entre os átomos vizinhos. O orbital de
mais alta energia tem um nó entre cada par de vizinhos.

Os orbitais remanescentes têm sucessivamente 1,2,... nós internucleares e um


correspondente intervalo de energia entre os dois extremos.

A largura total da banda, a qual permanece finita mesmo com N aproximando a


infinito, depende da força de interação entre os átomos vizinhos.

Quanto maior a força de interação (quanto maior o grau de sobreposição entre os


vizinhos), maior a energia de separação dos orbitais com nenhum nódulo e os
orbitais que possuem nódulos.

Assim, a separação em energia entre os orbitais vizinhos deve aproximar-se de


zero à medida que N aproxima-se do infinito.

A banda construída a partir de orbitais s é chamada de banda s. Se há orbitais p


disponíveis, uma banda p pode ser construída de sua sobreposição.
As energias dos orbitais que são formados quando N átomos são expostos para formar uma
linha.
Exemplo de uma banda p em um sólido unidimensional.
Pelo fato de os orbitais p encontram-se em maior energia do que os orbitais s da
mesma camada de valência, há freqüentemente um gap de energia entre a banda
s e a banda p.

(a) As bandas s e p de um sólido e o gap ente elas. A existência de um gap depende da


separação dos orbitais s e p dos átomos e da força de interação entre os átomos. (b) Se a
interação é forte, as bandas são largas e podem sobrepor-se.

Se as energias atômica s e p são similares, então as duas bandas se sobrepõem.

A banda d é similarmente construída da sobreposição dos orbitais d.


O nível de Fermi

A T = 0, os elétrons ocupam os orbitais moleculares individuais das bandas de


acordo com o princípio da construção.

Se cada átomo fornece um elétron s, então a T = 0, os ½ N orbitais mais baixos


estão ocupados.

O orbital mais alto ocupado a T = 0 é chamado de nível de Fermi e encontra-se


próximo ao centro da banda.

Se cada um dos N fornece um elétron s, então , a T


= 0, metade dos níveis estão ocupados e o nível de
Fermi encontra-se próximo ao centro da banda.
Acima do nível de Fermi, todos os estados estão vazios.

Quando a banda não está completamente preenchida, os elétrons próximos ao


nível de Fermi podem facilmente ser promovidos para os níveis vazios mais perto.

Os elétrons são móveis, e podem mover-se com uma relativa liberdade através do
sólido. A substância é um condutor de elétrons.

A condutividade elétrica de um metal diminui com o aumento da temperatura. Pois,


um átomo vigorosamente vibrante no sítio é equivalente a uma impureza que
rompe a regularidade dos orbitais.

Este decréscimo na uniformidade reduz a habilidade de o elétron viajar de um


canto do sólido a outro; assim, a condutividade do sólido é menor do que a T = 0.
O elétron é disperso pela impureza (a vibração atômica).

Este portador disperso aumenta com o aumento da temperatura à medida que as


vibrações da rede aumentam; o aumento explica a dependência do inverso da
temperatura observada da condutividade dos metais.
Densidade de estados

O número de níveis de energia em uma região dividida pela largura desta é


chamada de densidade de estados, .

A densidade de estados é o número de níveis de energia em uma região infinitesimal da


banda dividida pela largura da região infinitesimal (dE).
A densidade de estados não é uniforme ao longo de uma banda porque os níveis
de energia podem apresentar-se mais próximos em algumas regiões do que em
outras.

Em três dimensões, ocorre uma maior densidade de estados próximo ao centro da


banda e a menor densidade nas bordas.

Densidade de estados típica de um metal.


A densidade de estados é zero no gap da banda – não há níveis de energia no
gap.

Entretanto, uma banda preenchida e uma banda vazia pode coincidir em energia,
mas com um zero de densidade de estados em sua conjunção. Sólidos com esta
estrutura são chamados de semimetais.

Densidade de estados típica de um semimetal.

Devido ao fato de eles terem somente poucos elétrons que podem atuar como
portadores, os semimetais são caracterizados por uma baixa condutividade
metálica.
Isolantes

Um sólido é considerado um isolante se muitos elétrons estão presentes para


preencher completamente uma banda e há um gap de energia considerável antes
que um orbital vazio torna-se disponível. Ex: NaCl.

Estrutura de um isolante típico: há um gap significativo entre as bandas preenchidas e


vazias
Semicondução

A propriedade física característica de um semicondutor é que sua condutividade


elétrica aumenta com o aumento da temperatura.

O fator determinante da condutividade elétrica será justamente o tamanho do gap,


ou seja, a distância energética entre o topo da banda de valência (preenchida) e o
nível mais baixo da banda seguinte, chamada de banda de condução (vazia).
TABELA 15

Classificação aproximada da condutividade


Tabela 1 – Classificação aproximada da condutividade
Eletrônica de
eletrônica de sólidos
sólidosem
emfunção
funçãododogap.
gap.
Tipo do sólido Faixa aproximada de gap (eV)
Condutor gap = 0
Semicondutor 0 < gap < 3
isolante gap > 3
Semicondutores intrínsecos

Em um semicondutor intrínseco, a band gap é tão pequena que a distribuição de


Fermic-Dirac resulta em alguns elétrons populando a banda vazia.

Em um semicondutor intrínseco, a band gap é tão pequena que a distribuição de Fermi


resulta em alguns elétrons populando a banda superior vazia.
Esta ocupação da banda de condução introduz portadores negativos no nível
superior e buracos positivos no inferior; como resultado, o sólido é condutor.

Um semicondutor a temperatura ambiente geralmente tem muito menor


condutividade do que um condutor metálico, porque apenas poucos elétrons e
buracos podem atuar como portadores de carga.

Semicondutores extrínsecos

O número de transportadores eletrônicos pode ser aumentado se átomos com


mais elétrons do que o elemento original puderem ser introduzidos pelo processo
chamado de dopagem.

Se átomos de arsênio forem introduzidos em cristal de silício, um elétron adicional


estará disponível para cada átomo de dopante que é substituído. A dopagem é
substitucional, no sentido de que o átomo dopante toma lugar de um átomo de Si.
Silício tipo n dopado com fósforo.
Se os átomos doadores, como os átomos de As, estiverem longe um do outro,
seus elétrons serão localizados e a banda doadora será muito estreita.
A banda dopante preenchida normalmente está próxima da banda vazia da rede.

Para T > 0, alguns de seus elétrons serão promovidos termicamente para a banda
de condução vazia, ou seja, a excitação térmica permitirá a transferência de um
elétron do átomo de As para os orbitais vazios na vizinhança do átomo de Si.

Dali ele, será capaz de migrar através da rede nos orbitais moleculares formados
pela sobreposição Si-Si.

Este processo origina a semicondutividade tipo n, onde “n” indica que os


portadores de carga são elétrons negativos.

Um procedimento alternativo substitucional é dopar o silício com átomos de um


elemento com poucos elétrons de valência por átomo, como o gálio.

Um átomo dopante desta espécie efetivamente introduz buracos no sólido. Os


átomos dopantes formam uma banda receptora muito estreita, vazia que encontra-
se acida da banda preenchida de Si.
Silício tipo p dopado com boro.
Estrutura de banda em (a) semicondutor do tipo n e (b) semicondutor do tipo p.
A banda receptora pode aceitar elétrons termicamente excitados da banda de
valência do Si. Introduz buracos na última e permite que os elétrons
remanescentes na banda tornem-se móveis.

Como os portadores de carga agora são buracos positivos na banda inferior, este
tipo de semicondutividade é denominado semicondutividade tipo p.

Transições em semicondutores

Um dos tipos de transição eletrônica estrutural é aquela que ocorre entre as


bandas de valência e condução dos sólidos.

Sendo a faixa do espectro visível entre 1,7 e 3,0 eV, as transições entre bandas
somente poderão resultar em cor em semicondutores cujos valores de band gap
podem ser encontrados nesta mesma faixa.

Sendo a cor dos semicondutores uma função do tamanho do seu band gap, e
sendo o valor do band gap o principal determinante da condutividade dos
semicondutores, a cor dos semicondutores pode ser usada como um indicativo da
condutividade. Assim, os semicondutores pretos apresentam maior condutividade
que os coloridos e os brancos.
Exemplos de sólidos cuja cor é determinada pelo valor de band gap.

Sólido gap (eV) Cor Região de absorção

TiO2 3,2 branco ultravioleta

AgI 2,8 amarelo visível (violeta) e ultravioleta

ZnSe 2,6 amarelo visível (azul) e ultravioleta

GaSe 2,0 vermelho visível (exceto vermelho) e ultravioleta

GaAs 1,4 preto infravermelho, visível e ultravioleta

PbS 0,4 preto infravermelho, visível e ultravioleta

InSb 0,2 preto infravermelho, visível e ultravioleta


Supercondução

Supercondutividade: a capacidade de alguns poucos sólidos frios de conduzir


eletricidade sem qualquer resistência.

O conceito central de supercondução a baixa temperatura é a existência de um


par de Cooper, um par de elétrons que existe por causa da interação indireta de
dois elétrons via núcleo de átomos na rede.

Se um elétron esta numa região particular de um sólido, o núcleo move-se para


originar uma estrutura local distorcida.

Devido ao fato de a distorção local ser rica em carga positiva, é favorável para o
segundo elétron juntar-se ao primeiro. Conseqüentemente, há uma atração virtual
entre dois elétrons e eles unem-se como um par.
Formação de um par de Cooper. Um elétron distorce a rede cristalina, e o segundo elétron
tem uma menor energia se ele vai àquela região. Isto efetivamente une os dois elétrons em
um par.
TEORIAS QUE EXPLICAM AS INTERAÇÕES QUÍMICAS
FORÇAS DE LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS – FORÇAS INTERMOLECULARES

Matéria é qualquer coisa que tem massa e ocupa espaço.

Assim, o ouro, a água e a carne são formas da matéria, mas a radiação


eletromagnética (que inclui a luz) não é.

Substância e uma forma simples e pura da matéria.

Logo, ouro e água são substâncias distintas. A carne é uma mistura de


muitas substâncias diferentes e, no sentido técnico usado em química, não é uma
“substância”
As substâncias e a matéria, em geral, podem assumir diferentes formas, chamadas
de estados da matéria.

Os três estados da matéria mais comuns são sólido, líquido e gás:

Um sólido é uma forma da matéria que retém sua forma e não flui.

Um líquido é uma forma fluída da matéria, que tem superfície bem definida e que
toma a forma do recipiente que o contém.

Um gás é uma forma fluida da matéria que ocupa todo o recipiente que o contem.

O termo vapor é usado para indicar que uma substância, normalmente


sólida ou líquida, esta na forma de gás. Por exemplo, a água existe nos estados
sólido (gelo), líquido e vapor.
Representação molecular dos três estados da matéria. Em cada caso as esferas
representam partículas que podem ser átomos, moléculas ou íons. (a) Em um sólido, as
partículas têm empacotamento compacto, mas continuam a oscilar. (b) Em um líquido, as
partículas têm energia suficiente para se mover umas em relação âs outras. (c) Em um gás,
as partículas estão afastadas, movem-se quase completamente livres e estão em um
movimento aleatório incessante.
Os gases são altamente compressíveis, assumem a forma e o volume do
recipiente:

As moléculas de gás estão separadas e não interagem muito entre si.

Os líquidos são quase incompressíveis, assumem a forma, mas não o volume do


recipiente:

As moléculas de líquidos são mantidas mais próximas do que as moléculas


de gases.

Os sólidos são incompressíveis e têm forma e volume definidos:

As moléculas de sólidos estão mais próximas, e as moléculas não


conseguem deslizar facilmente umas sobre as outras.
Algumas propriedades características dos estados da matéria
A conversão de um gás em um líquido ou sólido requer que as moléculas se
aproximem:

Resfriamento ou compressão.

A conversão de um sólido em um líquido ou gás requer que as moléculas se


distanciem:

Aquecimento ou redução da pressão.

As forças que mantêm os sólidos e líquidos unidos são denominadas forças


intermoleculares.
Comparação de gases, líquidos e sólidos no nível molecular. As partículas podem ser
átomos, íons ou moléculas.
Forças Intermoleculares

As forças que agem entre as moléculas são responsáveis pela existência de


diferentes “fases” da matéria.

Uma fase é uma forma da matéria que é uniforme em composição química e


estado físico.

As fases da matéria incluem os três estados físicos comuns, sólido, líquido e


gasoso.

• Água: pode existir em qualquer dessas três fases.

• Muitas substâncias têm mais de uma fase sólida, exemplo: carbono.


Uma fase condensada significa simplesmente uma fase sólida ou líquida.

A ligação covalente que mantém uma molécula unida é uma força intramolecular.

A atração entre moléculas é uma força intermolecular:

Se a temperatura seja baixa o suficiente, produz uma fase condensada.

Forças intermoleculares:

São responsáveis pela possibilidade de liquefação e solidificação das


moléculas.

Forças intermoleculares são de fraca intensidade:

Agem somente quando as moléculas estão muito próximas - Caem muito


rapidamente com a distância.
São facilmente dominadas pela agitação térmica:

PF baixo dos compostos moleculares.

Possuem caráter não direcional:

Tendem a formar estruturas cristalinas, porém originam sólidos com


baixo grau simetria devido à pequena intensidade das forças.

Em um mesmo composto mais de um tipo de força de van der Waals pode


atuar.

A ligação em compostos iônicos depende das forças eletrostáticas de atração


entre íons com cargas opostas, assim:

As forças intermoleculares são semelhantes as eletrostáticas.


Em conjunto, as forças intermoleculares são chamadas de:

Forças de van der Waals.

Que incluem as forças de atração e repulsão entre:

1) Moléculas com dipolos permanentes:

Forças dipolo-dipolo e ligação de H.

2) Moléculas polares e apolares:

Forças dipolo-dipolo induzido, às vezes chamadas de forças de


Debye.

3) Moléculas apolares:

Forças dipolo induzido-dipolo induzido.


Essas forças são tem menos que até 15% das energias de ligações covalentes.

Tem grande efeito nas propriedades das moléculas:

- Diretamente relacionas ao ponto de fusão, ponto de ebulição.

- Importantes para determinar a solubilidade dos gases, líquidos e sólidos


em vários solventes.

- Determinar as estruturas das moléculas biológicas como o DNA e


proteínas, etc.

Quando uma substância se funde ou entra em ebulição, forças intermoleculares


são quebradas e não as ligações covalentes.
Forças intermoleculares são muito mais fracas do que as forças
intramoleculares.

2 KJ mol-1

432 KJ mol-1

Comparação da ligação covalente (força intramolecular) e atração intermolecular.


Energias típicas das forças interiônicas e intermoleculares

Tipo de interação Energia típica Espécies


kJ/mol
Íon – íon 250 Íons

Íon – dipolo 15 Íons e moléculas


polares
Dipolo - dipolo 2 Moléculas polares
estacionárias
0,3 Moléculas polares
rotando
Dipolo – dipolo 2 Pelo menos uma
induzido molécula polar
London (dispersão) 2 Todos os tipos de
Induzido-induzido moléculas.
Ligação de H 20 H ligado com FON
A força total experimentada por uma espécie é a soma de todas as forças nas quais ela pode participar.
As forças íon-dipolo

É a interação eletrostática entre íons e moléculas que apresentam momento


dipolar permanente (por exemplo, água).

As moléculas polares se orientam em torno do íon formando uma esfera de


coordenação.

Ilustração da orientação preferencial de moléculas polares em direção aos íons. O lado


negativo da molécula polar está orientado em direção a um cátion (a), o lado positivo, em
direção a um ânion (b).
A interação química íon-dipolo pode ser avaliada com base na lei de Coulumb:

A força de atração entre dois objetos carregados depende do produto de


suas cargas dividido pelo quadrado da distância entre elas.

Assim as foças de atração dependem de três fatores:

➢ A distância entre o íon e o dipolo:

Quanto mais próximos eles estiverem, mais forte será a atração.

➢ A carga do íon:

Quanto maior a carga do íon, mais forte será a atração.

➢ A magnitude do dipolo:

Quanto maior a magnitude do dipolo, mais forte será a atração.


A interação química íon-dipolo é também conhecida por solvatação.

A água é uma molécula polar com uma carga parcial negativa no átomo de O e
cargas positivas parciais nos átomos de H.

Um cátion dissolvido em água interage com a carga parcial negativa no átomo


de O.

Ao redor do ânion, os átomos H que têm cargas parciais positivas são atraídos
pela carga negativa do ânion.

Quando a solvatação de íons ocorre em água, a solvatação torna-se


hidratração.

Como a hidratação vem da interação entre o íon e as cargas parciais na


molécula de água, trata-se de um tipo de interação íon-dipolo.
A energia potencial líquida da interação entre a carga máxima de um íon e cada
uma das cargas parciais da molécula polar, é calculada através:

 = - (Z  / r2)

Z  é magnitude da carga do íon (a carga sem o sinal).

 é o momento de dipolo elétrico da molécula polar.

r é a distância íon-molécula.

O sinal negativo significa que a energia potencial do íon é diminuída por sua
interação com o solvente polar.

O fator 1/r2 significa que a interação entre um íon e um dipolo decresce mais
drasticamente com o aumento da distância.
A interação íon-dipolo é muito mais fraca que a interação íon-íon.

Pois a molécula polar tem somente cargas parciais.

A atração do íon para a carga parcial em um lado da molécula é quase


cancelada pela repulsão da carga oposta parcial no outro lado.

O fator 1/r2 mostra que cátions pequenos atraem as moléculas de H2O mais
fortemente que os cátions maiores.

Pequenos cátions são hidratados mais extensamente.

Para íons com carga +2 ou >, a energia de hidratação é muito superior aos
metais alcalinos (M+1), pelo aumento da carga do íon.

Assim, interações íon-dipolo são fortes para íons pequenos altamente


carregados.

Exemplos: Para os cátions Ba2+ (136 pm), a energia de hidratação é maior do


que os cátions K+ (138 pm).
Raios e entalpias de hidratação dos
íons de metais alcalinos.
Cátion Raio do Íon Entalpia de
-1
(pm) Hidratação (kJ mol )
+
Li 78 -515
+
Na 98 -405
+
K 133 -321
+
Rb 149 -296
+
Cs 165 -263
As forças dipolo-dipolo

A interação entre dipolos é chamada de interação dipolo-dipolo e existem entre


moléculas polares neutras.

As moléculas polares necessitam ficar muito unidas.

São mais fracas do que as forças íon-dipolo.

Há uma mistura de forças dipolo-dipolo atrativas e repulsivas quando as


moléculas se viram.

Se duas moléculas têm aproximadamente a mesma massa e o mesmo


tamanho, as forças dipolo-dipolo aumentam com o aumento da polaridade.
(a) Interação eletrostática de duas moléculas polares. (b) Interação de muitos dipolos no
estado condensado.
Para dipolos estacionários em um sólido, como clorometano congelado
(CH3Cl).

A energia potencial resultante leva em consideração a interação entre todas as


quatro cargas parciais – varia como o cubo da separação

 = - (1 2 / r3)
1 e 2 são os momentos dipolares das moléculas interagindo.

Esta expressão mostra que dobrando a distância entre as moléculas reduz a


força de suas interações pelo fator 23 = 8.

A energia potencial cai muito rapidamente com a distância que a energia de


forças íon-íon ou íon-dipolo.

A interação é também relativamente fraca porque somente forças parciais estão


envolvidas.
Para dipolos em rotação (gás, como diclorometano), a rotação aproxima
cargas parciais iguais parte do tempo, em oposição a atração das cargas
parciais diferentes.

Há uma leve atração líquida entre moléculas polares girando na fase gasosa
devido a atrações e repulsões.

Esse tipo de interação dipolo-dipolo diminui fortemente com a separação:

 = - (12 12 / r6)

A energia potencial varia com a sexta potência da distância entre as moléculas.

Dobrando a separação das moléculas polares, a força de interação é reduzida


por um fator de 26 = 64.
Moléculas também rotam em líquidos:

A equação anterior descreve também suas interações dipolo-dipolo.

Como as moléculas estão mais juntos:

A interação é muito maior que em um gás.

Quanto mais forte as forças intermoleculares em um líquido:

Maior é a energia necessária para separar as moléculas.

Quando os dipolos estão próximos as nuvens eletrônicas flutuam


sincronizadamente diminuindo a energia do sistema.

Porém uma aproximação excessiva leva a sobreposição das nuvens


eletrônicas e aumento da repulsão.
Massas moleculares, momentos de dipolo e pontos de ebulição.
As forças de London

É a mais fraça de todas as forças intermoleculares.

As forças de London ocorrem em todos os tipos de moléculas.

É importante para moléculas sem momento de dipolo elétrico permanente ou


apolares, como hidrocarbonetos.

É possível que duas moléculas adjacentes neutras se afetem.

O núcleo de uma molécula (ou átomo) atrai os elétrons da molécula adjacente


(ou átomo):

Os elétrons podem amontoar-se em algum lugar na molécula, deixando


um núcleo parcialmente exposto.

Uma região da molécula terá durante um breve tempo uma carga parcial
negativa e outra região terá uma carga parcial positiva.
Um dipolo instantâneo pode induzir outro dipolo instantâneo em uma molécula
(ou átomo) adjacente.

As forças entre dipolos instantâneos são chamadas forças de dispersão de


London.

Duas representações esquemáticas dos dipolos instantâneos em átomos de hélio


adjacentes, mostrando a atração eletrostática entre eles.

Ela age entre todas as molécula; para moléculas apolares, esta é a única força
que age entre elas.

A força de London é sempre atrativa.


Assim, por um instante, as nuvens eletrônicas ficam distorcidas.

Nesse instante, forma-se um dipolo denominado dipolo instantâneo.

A força de interação de London depende da polarizabilidade,  (alpha):

Facilidade com a qual a nuvem de elétron pode ser deformada por um


campo elétrico externo.

Quanto maior é a molécula (quanto maior o número de elétrons) mais polarizável


ela é:

O núcleo tem apenas um pequeno controle sobre os elétrons


circundantes, podendo haver grande flutuação na densidade de elétrons e
portanto grandes cargas parciais instantâneas.
Existem forças de dispersão de London entre todas as moléculas.

As forças de dispersão de London dependem da forma da molécula.

Quanto maior for a área de superfície disponível para contato, maiores são as
forças de dispersão.

As forças de dispersão de London entre moléculas esféricas são menores do que


entre as moléculas com formato de lingüiça.
A forma molecular afeta a atração intermolecular. As moléculas de n-pentano fazem
mais contato entre si do que as moléculas de neopentano. Portanto, o n-pentano tem
as maiores forças intermoleculares atrativas e, por isso, tem um maior ponte de
ebulição (pe).
A energia potencial da interação de London varia com sexta potência da
separação de duas moléculas:

 = - (1 2 / r6)

A energia potencial da interação de London diminui rapidamente com a distância.

A força da interação cresce com a polarizabilidade das moléculas que interagem.

Como o número de elétrons normalmente aumenta com a massa molar, podemos


também esperar interações de London aumentando com a massa molar.

No entanto, massa molar alta não é diretamente a fonte das interações de


London.
Os halogênios variam de gases (F2 e Cl2) a um líquido (Br2), até um sólido (I2) à
temperatura ambiente:

As moléculas tem um crescente número de elétrons, então suas


interações de London aumentam descendo no grupo.

E também, uma molécula de H2 tem somente dois elétrons, então a interação é


fraca com outras moléculas de H2, condensa em líquido somente se a
temperatura é abaixada a – 253 0C (20 K).

Pontos de ebulição dos halogênios e gases nobres.


As forças dipolo-dipolo induzido

Indução de polaridade por molécula polar ou íon:

Pode induzir polaridade em uma molécula polar, apolar ou em um átomo.

Diminuição da energia potencial:

A força de atração cai fortemente com a distância

 = - ((µ2)/r6)
Depende da polarizabilidade da molécula ou átomo apolar:

Quanto maior o átomo ou molécula mais forte as interações pois a nuvem


eletrônica é mais facilmente deformável.

Aumenta com o tamanho do átomo ou molécula.

Diminui com a complexidade da molécula

Íons com elevado potencial iônico também contribuem para o aumento.


A ligação de hidrogênio

Forças de London são “universais” no sentido em que elas se aplicam a todas as


moléculas independente de sua identidade química.

Interação dipolo-dipolo depende somente da polaridade da molécula.

No entanto, há uma outra interação muito forte entre moléculas que é específica
para certos tipos de moléculas.

É um caso especial de forças dipolo-dipolo.

A partir de experimentos: os pontos de ebulição de compostos com ligações H-F,


H-O e H-N são anomalamente altos.

Forças intermoleculares são anomalamente fortes.


A ligação de H necessita do H ligado a um elemento eletronegativo (mais
importante para compostos de F, O e N).

• Os elétrons na ligação H-X (X = elemento mais eletronegativo) encontram-


se muito mais próximos do X do que do H.

• O H tem apenas um elétron, dessa forma, na ligação H-X, o H+ apresenta


um próton quase descoberto.

• Conseqüentemente, as ligações de H são fortes.

A ligação de hidrogênio, que ocorre quando os átomos de hidrogênio estão


ligados a átomos de oxigênio, nitrogênio e flúor:

É o tipo mais forte de força intermolecular.


Exemplos de ligação de hidrogênio. As linhas sólidas representam ligações covalentes,
os pontilhados vermelhos representam ligações de hidrogênio.
(a) A ligação de hidrogênio entre duas moléculas de água. As distâncias mostradas são as
encontradas no gelo. (b) O arranjo das moléculas de H2O no gelo. Cada átomo de
hidrogênio em uma molécula de H2O está orientado em direção a um par de elétrons não-
ligante em uma molécula de H2O adjacente. Como resultado, o gelo tem arranjo hexagonal
aberto das moléculas de H2O. (c) A forma hexagonal é característica dos flocos de neve. A
água é uma das poucas substâncias que se expandem ao congelar-se. A expansão deve-
se à estrutura aberta do gelo em relação à da água líquida.
Energia das ligações de Hidrogênio

Valores típicos de energia das pontes de H

N ⎯ H ---- N 6 – 17 kJ/mol O ⎯ H ---- N 6 – 21 kJ/mol

C ⎯ H ---- N 6 – 17 kJ/mol F ⎯ H ---- F 29 kJ/mol

O ⎯ H ---- S 17 – 21 kJ/mol F ⎯ H ---- O 46 kJ/mol

HOH ---- F- 98 kJ/mol


[H3O]+ ---- OH2 151 kJ/mol
FH ---- F- 220 kJ/mol
Os pontos de ebulição de compostos de hidrogênio de elementos do bloco p mostram
uma variação suave que aumenta com a massa molar em cada grupo. Entretanto, três
compostos – amônia, água e fluoreto de hidrogênio – estão bastante fora do
comportamento esperado.
Pontos de fusão e ebulição de substâncias.
Fluxograma para reconhecer os principais tipos de forças intermoleculares. As forças de
dispersão de London ocorrem em todas as substâncias. A intensidade das outras forças
geralmente aumenta quando se procede da esquerda para a direita.

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