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INSTRUMENTAÇÃO QUÍMICA

ÁTOMOS, MOLÉCULAS E ÍONS


INTERAÇÕES QUÍMICAS

BASES MOLECULARES DA VIDA

Profa. Adriana dos Passos Lemos


Prof. Renan Fernandes Loureiro

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Plano de Ensino
Conteúdo: Biologia Celular e Molecular – Instrumentação de Química
Objetivo: Introduzir os fundamentos teóricos sobre as propriedades átomos, moléculas e íons, bem
como apresentar as interações químicas como ferramenta para o entendimentos dos processos
bioquímicos celulares.

Ao final desta aula você deverá


 Conhecer a estrutura da átomos, moléculas e íons
 Entender as interações químicas entre átomos moléculas e íons
 Compreender as implicações e funções relacionadas com a bioquímica da célula.

Leitura Recomendada:

MURRAY, Robert K.; GRANNER, Darryl. K.; RODOWELL, Victor. W. Harper – Bioquímica Ilustrada. Rio de Janeiro,
RJ: Mc Graw Hill Lange, 2014.

USBERCO, João. Química. 9.ed. ref. e ampl. São Paulo: Saraiva S/A Livreiros Editores, 2002. v.1.

JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchoa; CARNEIRO, José. Biologia celular e molecular. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2015. 364 p.

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ÁTOMO

Por definição, é o que denominamos unidade básica de matéria, ou seja, unidade fundamental da MATÉRIA.

Entendemos por matéria, tudo o que ocupa lugar no espaço e possui massa.

Podemos dizer ainda que átomos são as menores frações capazes de representar os diferentes ELEMENTOS
QUÍMICOS.

Átomos são formados basicamente pelo que chamamos “núcleo”, esse uma “nuvem elétrica” ou “eletrosfera”
que o envolve.

Tanto o núcleo quanto a eletrosfera são formados por partículas de diferentes cargas elétricas, e nesse
sentido, o núcleo atômico é formado por partículas carregadas positivamente, além de partículas neutras. A
eletrosfera e constituída de partículas carregadas negativamente.

Dessa maneira...

✓ PRÓTONS (p) = partículas subatômicas positivas.

✓ NÊUTRONS (n) = partículas subatômicas neutras.

✓ ELÉTRONS (e) = partículas subatômicas negativas.

O núcleo atômico concentra a maior porcentagem da massa do átomo, ao passo que a eletrosfera a menor
porcentagem, entretanto, confere maior volume ao átomo.

Importante ressaltar que um átomo dito estabilizado apresenta o número de prótons igual ao número de
elétrons.
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As figuras abaixo ilustram a estrutura de um átomo típico. O modelo atômico considerado é o de
Rutheford – Bohr.

Niels Henry David Bohr (1885 -1962) aperfeiçoou o modelo atômico de Ernest Rutheford (1871 - 1937).

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CAMADAS ELETRÔNICAS

Átomos apresentam sete camadas eletrônicas: K, L, M, N, O, P e Q.

Essas camadas formam a eletrosfera que envolve o núcleo atômico.

Cada camada constitui um nível energético, sendo a mais externa a que possui maior energia, e
nesse sentido a menos externa a de menor energia.

É importante ressaltar que cada uma das camadas pode suportar até 8 elétrons.

HIBRIDAÇÃO

Também conhecida como hibridização, é a denominação dada para a união de orbitais atômicos
incompletos que permitem a formação de um maior número de ligações covalentes possíveis.

Ocorre nos diferentes subníveis energéticos de um átomo e são em número de 4: s, p, d e f.

Para cada subnível existirá uma quantidade máxima de elétrons suportados.

s = 2 elétrons;
p = 6 elétrons;
d = 10 elétrons;
f = 14 elétrons.

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ÁTOMO x ELEMENTO QUÍMICO

Elemento químico é o termo utilizado ao grupo de átomos que apresentam o mesmo número de prótons (p) ou
atômico (Z).
Nesse sentido, são átomos isótopos.

Conceitos importantes...

✓ Isótopos = átomos com o mesmo número de prótons (p) ou atômico (Z).


✓ Isótonos = átomos com o mesmo número de nêutrons (n).
✓ Isóbaros = átomos com o mesmo número de massa atômica (A).

A massa atômica de um átomo é determinado pela soma do número de prótons e nêutrons presentes no
núcleo.
Logo temos a equação A = p + n, ou ainda A = Z + n.

REPRESENTAÇÃO DE UM ÁTOMO

Um átomo é representado por uma ou duas letras, normalmente com a inicial do próprio nome, com o valor de
seu número atômico (Z) representado na parte inferior, enquanto seu número de massa atômica é
representado na parte superior.

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ÁTOMO x ÍON

Átomos eventualmente, ao reagir com outros átomos ou moléculas, podem perder ou ganhar elétrons em
relação à sua condição normal, estabilizada. Nesse sentido tornam-se íons, ou seja, átomos ou moléculas
desestabilizadas e de carga predominante positiva ou negativa.

Dessa maneira...

Se entendemos átomo estabilizado, como um átomo onde o número de prótons é igual ao número de elétrons
(p = e), temos:

CÁTION = ÍON DE CARGA PREDOMINANTE POSITIVA (p > e)  PERDEU ELÉTRONS.

ÂNION = ÍON DE CARGA PREDOMINANTE NEGATIVA (p < e)  GANHOU ELÉTRONS.

A perda ou ganho de elétrons é comum em reações de oxidação e redução. Essas reações ocorrem de forma
constante nos processos bioquímicos do organismo.

OXIDAÇÃO = PERDA de elétrons devido a ENTRADA de oxigênio e SAÍDA de hidrogênio.

REDUÇÃO = GANHO de elétrons devido a SAÍDA de oxigênio e ENTRADA de hidrogênio.

A formação de íons é muito importante para a manutenção da homeostasia corporal.

Podemos enumerar vários mecanismos que necessitam a presença de certos íons, considerados vitais para o
organismo, como os íons sódio (Na+), potássio (K+) e cloro (Cl-).

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REPRESENTAÇÃO DOS DIFERENTES ÁTOMOS

Todos os átomos naturais conhecidos e mesmo artificiais, criados em laboratório estão representados no
que denominamos
Tabela Periódica.

A Tabela Periódica consiste no sequenciamento ordenado dos átomos basicamente de acordo com o seu
número atômico (Z) e outras propriedades. Dessa maneira, combina propriedades muitas vezes similares
em elementos próximos.

Composta por 118 elementos conhecidos até o momento, distribuídos em 18 colunas verticais, denominadas
Famílias ou Grupos e 7 colunas (linhas) horizontais denominadas Períodos.

As 18 colunas foram no passado divididas em Famílias A e B de acordo com suas propriedades químicas.
Cada uma das famílias carrega suas características.

Dessa maneira, para a antiga Família A, temos:

IA = família dos metais alcalinos (GRUPO 1)


IIA = família dos metais alcalinoterrosos (GRUPO 2)
IIIA = família do boro (GRUPO 3)
IVA = família do carbono (GRUPO 4)
VA = família do nitrogênio (GRUPO 5)
VI = família dos calcogênios (GRUPO 6)
VIIA = família dos halogênios (GRUPO 7)
VIIIA = família dos gases nobres (GRUPO 8)

No caso da antiga Família B, os elementos podem ser denominados elementos de transição interna ou de
transição externa de acordo com sua distribuição eletrônica.
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TABELA PERIÓDICA DOS ELEMENTOS

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QUÍMICA ORGÂNICA – CARBONO

A maioria das moléculas consideradas essenciais para a manutenção da homeostasia corporal são moléculas
orgânicas, ou seja, que apresentam o elemento carbono (C) em sua composição. Outra característica é a
presença de ligações do tipo covalentes na estrutura da molécula.

Tal como nas moléculas de substâncias inorgânicas, moléculas orgânicas são constituídas a partir de ligações
químicas.

LIGAÇÕES QUÍMICAS

Por definição, são interações que ocorrem entre átomos para que se tornem MOLÉCULAS.

Essas interações ocorrem na busca da estabilidade eletrônica, ou seja, no pareamento máximo de elétrons.

Nesse sentido, ocorrem quando elementos doam, recebem ou compartilham elétrons da sua camada
energética mais externa.

IMPORTANTE – REGRA DO OCTETO

“define que, para o átomo ficar estável, ele deve ter em sua camada de valência oito elétrons.”

A regra do octeto é importante para entender a necessidade de ligações químicas, uma vez que visam a
estabilidade dos átomos que buscam interação.

Existem três tipos de ligações químicas: COVALENTES – METÁLICAS – IÔNICAS


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LIGAÇÕES COVALENTES

Ocorrem através do compartilhamento de elétrons. São consideradas ligações fracas pela baixa diferença de
eletronegatividade entre os átomos que interagem. Nesse sentido não são capazes de doar ou receber
elétrons.

Consiste em um tipo de ligação muito comum entre elementos “simples” como Cl2, H2 e O2, bem como em
cadeias carbônicas. Podem ser de natureza apolar ou polar de acordo com a diferença de eletronegatividade
entre os átomos que interagem.

LIGAÇÃO COVALENTE DATIVA

Ligação de natureza ‘semipolar’ e muito semelhante a ligação covalente. A diferença é que UM dos átomos
que interagem, compartilha DOIS elétrons ao invés de um elétron.

Esse tipo de ligação ocorre de maneira artificial, ou seja, não espontânea, diferente da covalente que é
espontânea.

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LIGAÇÕES METÁLICAS

Ligação que ocorre somente entre metais. Características pela movimentação dos elétrons, permitindo a
combinação de diferentes metais. São as ligações que formam as chamadas ligas metálicas.

Como exemplos de ligas metálicas, temos...

✓ Aço = ferro (Fe) e carbono (C)


✓ Bronze = cobre (Cu) + estanho (Sn)
✓ Latão = cobre (Cu) + zinco (Zn)
✓ Ouro = ouro (Au) + cobre (Cu) ou prata (Ag)

LIGAÇÕES IÔNICAS

Ocorrem entre metais e elementos muito eletronegativos como os ametais e o hidrogênio.

Nesse tipo de ligação, os metais PERDEM elétrons tornando-se cátions e os ametais e o hidrogênio GANHAM
elétrons, tornando-se ÂNIONS. Constituem substâncias iônicas como o bicarbonato (HCO3-). São também
conhecidas como ligações eletropolares.

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FÓRMULAS QUÍMICAS

As diferentes moléculas formadas a partir das interações entre diferentes elementos por intermédio das
ligações químicas, assim como os elementos que interagem nessas ligações podem ser expressas através das
chamadas fórmulas químicas.

Existem três tipos de fórmulas químicas...

✓ MOLECULAR = representação mais simples, que informa os tipos a quantidade de átomos presentes na
molécula.

Como exemplos utilizaremos as fórmulas da água e do dióxido de carbono (gás carbônico)

H2O CO2

✓ ELETRÔNICA = também conhecida como Fórmula de Lewis. Sua representação exibe os elétrons
compartilhados formando pares na camada de valência.

VALÊNCIA

“A valência de um elemento químico indica a quantidade de ligações químicas que ele realiza para ficar
estável.”

CAMADA DE VALÊNCIA

“É a última camada do núcleo do átomo, a qual é a primeira tanto para perder quanto para ganhar elétrons.”

✓ ESTRUTURAL PLANA = também conhecida como Fórmula Estrutural de Couper, representa as ligações que
formam pares entre os átomos.
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A figura abaixo ilustra a representação das diferentes fórmulas químicas para diferentes moléculas.

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FÓRMULA DE BASTÃO ou TRAÇO

Muito utilizada para moléculas orgânicas. Representa os carbonos presentes na cadeia principal da molécula,
bem como as ligações que formam pares através de traços.

Fórmula fechada da glicose Fórmula aberta da glicose

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE

Outras fórmulas podem ser utilizadas, como a fórmula condensada e mesmo a fórmula geométrica, entretanto
as fórmulas químicas aqui estudadas representam as mais utilizadas para ilustrar as diferentes moléculas.

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CARBONO – PROPRIEDADES

O carbono (C), é um dos elementos químicos mais abundantes no planeta e presente na constituição de nosso
corpo.

Como propriedades, possui capacidade alotrópica, ou seja, é capaz de se unir a outros carbonos e constituir
inúmeras substâncias, como por exemplo o diamante e o grafite.

Da mesma maneira, liga-se facilmente a outros elementos químicos formando diferentes compostos.

Nesse sentido é o elemento fundamental no estudo da química orgânica, com as diversas moléculas, sejam de
origem natural ou artificial, criadas em laboratório.

O carbono é denominado TETRAVALENTE, ou seja, é capaz de se ligar de maneira covalente a QUATRO átomos
simultaneamente. Essa particularidade somada ao seu baixo raio atômico, permitem a formação de grandes
moléculas de diferente compostos.

RAIO ATÔMICO = distância do núcleo atômico até a camada mais externa da eletrosfera. Determina o
tamanho do átomo.

A ilustração abaixo, representa as diferentes maneiras pelas quais um átomo de carbono pode se ligar a
outros átomos. É importante ressaltar que as ligações covalentes podem ser simples, duplas ou triplas, de
acordo com o arranjo molecular.

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SIMPLES DUPLAS TRIPLAS
FIM
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