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Conteudista
Prof.ª M.ª Thaís Brienza
Revisão Textual
Prof.ª Dra. Selma Aparecida Cesarin
OBJETIVO DA UNIDADE
• Conhecimentos relacionados à Química e à Cosmetologia dos produtos
cosméticos e como esses fatores interferem na permeação cutânea.
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Princípios da Química
Inorgânica e Orgânica
Aplicadas à Cosmetologia
Para entendermos melhor a Cosmetologia, precisamos conhecer alguns concei-
tos relacionados à Química Inorgânica e Orgânica (REBELLO, 2016), que estão
apresentados a seguir.
Matéria
Matéria é tudo aquilo que ocupa lugar no espaço, tem massa e é formado por
átomos, como a água, a madeira, o petróleo etc. (REBELLO, 2016; COSTA, 2012).
Átomo
O átomo é uma unidade básica da matéria, partícula divisível, composta por um
núcleo central e uma eletrosfera. O núcleo contém prótons e nêutrons, sendo
o primeiro com carga positiva e o segundo com carga neutra. Já a eletrosfera é
composta por elétrons, partículas com carga negativa, que giram ao redor do nú-
cleo, como exemplificado na Figura 1. Os átomos diferem entre si pelo número
de prótons, nêutrons e elétrons que têm (COSTA, 2012; REBELLO, 2016).
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Os elementos químicos, moléculas, substâncias e materiais orgânicos ou inorgâ-
nicos são formados por átomos:
Elemento Químico
É formado por átomos que apresentam o mesmo número atômico, as mesmas
propriedades, como valência, afinidade química e potencial de ionização.
Número Atômico
É o número de prótons existentes no núcleo do átomo. Em um átomo cuja car-
ga elétrica é zero, o número de prótons é igual ao número de elétrons, ou seja,
quando se diz que o número atômico do sódio (Na) é 11, significa que no núcleo
desse átomo existem 11 prótons e, consequentemente, existem 11 elétrons na
eletrosfera (REBELLO, 2016).
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Nessa Tabela, os elementos estão organizados em ordem crescente de núme-
ros atômicos, organizados por colunas, denominadas grupos, e linhas horizon-
tais, denominadas períodos. Os grupos correspondem a conjuntos de elementos
cujos átomos formam substâncias com propriedades físicas e/ou químicas se-
melhantes (COSTA, 2012).
Por exemplo: NaCl (cloreto de sódio, também conhecido como sal de cozinha):
PM: 23 + 35,5 = 58,5.
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Saiba Mais
É necessário observar que as substâncias com alto peso molecular
(peso molecular de 800 a 1000), como, por exemplo, as proteínas,
não permeiam pela pele, devido ao tamanho de suas moléculas
(REBELLO, 2016).
Camada de Valência
As camadas eletrônicas de um elemento químico são denominadas K, L, M e N, e
seus subníveis s, p, d, f. A camada de valência é a camada eletrônica mais externa
da eletrosfera e que participa das reações químicas, sendo essa camada impor-
tante quando nos lembramos da ação dos radicais livres (REBELLO, 2016).
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A perda da estabilidade depende de diversos fatores externos (exógenos), como
radiação ultravioleta e fumo, e de fatores internos (endógenos) como falha imu-
nológica (Quadro 1).
Endógenas Exógenas
Respiração aeróbica Ozônio
Inflamação Radiação gama e ultravioleta
Peroxissomos Medicamentos
Enzimas do citocromo P450 Dieta
Cigarro
Contudo, deve-se saber que os radicais livres são espécies químicas neutras e
não devem ser comparados aos íons, que são átomos carregados eletricamente.
Importante
A Natureza demonstra que os átomos ficam mais estáveis quan-
do a sua última camada eletrônica está completa. Esse fato acon-
tece, na maioria das vezes, quando a última camada contém oito
elétrons. É a famosa “Regra do octeto”.
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Assim, entram em ação os antioxidantes, que combatem a ação danosa dos radi-
cais livres. O radical livre se liga ao antioxidante, preservando a célula.
Saiba Mais
Os radicais livres são também tóxicos e indesejáveis para algu-
mas células sadias do nosso corpo, pois, conforme dito, eles são
instáveis e podem reagir com proteínas, outros lipídios, o próprio
DNA, que carrega as nossas informações genéticas, e açúcares.
A desestabilização desses compostos leva ao aparecimento de
várias doenças degenerativas, como o Mal de Alzheimer e o en-
velhecimento precoce.
Nosso corpo tem algumas enzimas protetoras que combatem a produção exces-
siva dos radicais livres.
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Temos antioxidantes enzimáticos (Quadro 2), como glutationa redutase (GR), su-
peróxido-dismutase (SOD), catalase (CAT), glutationa peroxidase (GPx), glutatio-
na oxidase (GO) e peroxirredoxinas (Prxs) e também por antioxidantes não enzi-
máticos, muitos encontrados na nossa dieta.
Betacaroteno Catalase
Proteínas do plasma
Selênio
Glutationa
Clorofilina
L-cisteína
Curcumina
Leitura
Estresse oxidativo e sistemas antioxidantes:
conceitos fundamentais sob os aspectos da
nutrição e da ciência dos alimentos. Leia o
artigo disponível no QR Code ao lado.
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Quadro 3 – Eventos relacionados aos efeitos danosos do
radical livre no organismo humano
Envelhecimento
Mutações
Câncer
Aterosclerose
Lesão por toxicidade de oxigênio em pulmão e retina
Lesão pós-isquemia e reperfusão de cérebro, coração, pele, intestino,
pâncreas, fígado, músculo, rins e pulmões
Lesão pós concussão cerebral e pós hipertensão intracraniana
Síndrome demencial
Disfunção renal pós-transplante
Artrite reumatoide
Hemocromatose transfusional
Doenças auto-imunes
Toxicidade decorrente da exposição a xenobióticos
Molécula
A molécula é a menor partícula de uma substância na qual existe certo número
de átomos ligados entre si, buscando sua estabilidade química.
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Reação de Oxidação e de Redução
Essas reações ocorrem em nosso organismo e são:
Reação de oxidação
Reação de redução
Ligação Química
A ligação química pode ser compreendida como uma busca pela estabilidade,
em que os átomos dos gases nobres, que já se encontram estáveis (apresentam
8 elétrons na última camada eletrônica, com exceção do hélio, que possui 2 elé-
trons), funcionam como padrão a ser imitado (COSTA, 2012).
Trocando Ideias
Como materiais tão diferentes como a gasolina, a naftalina e o
gás de cozinha podem ser constituídos por átomos de apenas
dois tipos: carbono e hidrogênio? A resposta está na forma de
união entre os átomos. Sabe-se que os átomos podem se ligar
uns aos outros de diversas maneiras, dando assim, diferentes
compostos com os mesmos elementos químicos.
Os átomos, ao se ligarem, fazem-no por meio dos elétrons da última camada, po-
dendo perder, ganhar ou compartilhar os elétrons, até atingirem a configuração
estável (COSTA, 2012).
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Há três tipos de ligações químicas:
• Ligação metálica: é a ligação química que ocorre nos metais e nas ligas
metálicas. A teoria do octeto não explica a ligação metálica (COSTA, 2012).
Potencial Hidrogeniônico – pH
O pH é o valor que representa a acidez ou alcalinidade de uma solução aquosa,
que é representada em uma escala, que se chama escala de pH, que vai de 0 a
14, sendo 7 considerado o pH neutro.
Em Síntese
• Quanto menor o pH das substâncias (ácidos), maior a concen-
tração de íons H+ e menor a concentração de íons OH–;
• Quanto maior o pH das substâncias (alcalino), menor a concen-
tração de íons H+ e maior a concentração de íons OH;
• Numa solução neutra (por exemplo, a água), haverá o mesmo
–
número de íons H+ e íons OH (GONÇALVES, 2006).
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Trocando Ideias
E se alteramos o pH da pele com o uso de substâncias alcalinas?
Sendo o pH da pele em torno de 5,0, ao utilizarmos substâncias
com pH alcalino, aumentamos a permeabilidade cutânea. Mas,
para cosméticos de uso diário, o ideal é utilizar produtos com pH
próximo ao pH fisiológico, ou seja, pH 5,0 (ácido) para manter-
mos a integridade da pele e para ter a efetividade de sua função
bactericida e fungicida exercida por esse pH (REBELLO, 2016).
Podemos medir o pH pelo pHmetro (Figura 5) ou fita com escala de pH (Figura 6).
Figura 5 – pHmetro
Fonte: Getty Images
#ParaTodosVerem: fotografia do aparelho pHmetro. Sobre fundo cinza claro, há o aparelho pHmetro de ban-
cada. Fim da descrição.
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Figura 6 – Fita de medida de pH
Fonte: Getty Images
#ParaTodosVerem: fotografia da fita com escala de pH sobre o fundo de uma bancada de laboratório. Ao cen-
tro da imagem, há duas mãos com luvas azuis, segurando a fita medidora de pH. Fim da descrição.
pKa
O pKa é usado para descrever a força dos ácidos. Cada função orgânica tem seu
pKa específico.
O valor do pKa do ácido glicólico é 3,83. Assim, existe uma relação com o pH da
solução e seu valor de pKa.
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Estrutura Química – Funções
Inorgânicas
Ácidos
Os ácidos são caracterizados pelo pH acima de 7,0. Segundo Arrhenius, podemos
defini-los como toda substância que, em solução aquosa, sofre ionização, produ-
zindo, como cátion, apenas o íon H+ (Figura 7) (COSTA, 2012).
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Base
Substância que, quando colocada em presença de água, ioniza, fornecendo íons
hidroxila ou oxidrila (OH–) (Figura 8) (REBELLO, 2016; COSTA, 2012).
Sal
Podemos definir como todo composto que em solução aquosa tem pelo menos
um cátion diferente do H+ e, pelo menos, um ânion diferente do OH– e que, na
presença de água, sofre dissociação iônica.
Óxido
Composto binário em que o oxigênio é o elemento mais eletronegativo
(COSTA, 2012).
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Química Orgânica
É a parte da Química que estuda os compostos de carbono. O átomo de carbono
é tetravalente, ou seja, precisa estabelecer quatro ligações para obter sua estabi-
lidade (REBELLO, 2016; COSTA, 2010).
Trocando Ideias
Hidrocarbonetos, Ácido carboxílico, Éster, Álcool, Éter, Aldeídos,
Fenol, Cetona, Amina e Amida são exemplos de funções orgâni-
cas. Compostos que têm átomo de carbono em sua molécula.
Um exemplo é a ureia, composto amplamente utilizado na Esté-
tica (REBELLO, 2016).
Elementos Anatomofisiológicos
da Pele e seus Anexos Cutâneos
e sua Correlação com a
Permeação Cutânea
A pele é o maior órgão do corpo humano, representando cerca de 10 a 20% do
peso corporal.
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Na derme, que fica na camada abaixo da epiderme, encontramos vasos sanguí-
neos e linfáticos, nervos, folículos pilossebáceos, glândulas sudoríparas, músculo
eretor do pelo e fibroblastos (HARRIS, 2017).
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Saiba Mais
A derme masculina é mais espessa e apresenta, também, vas-
cularização mais abundante do que a feminina. A espessura da
derme depende dos androgênios (DHEA), que aumentam a sín-
tese de pró-colágeno e inibe a metaloproteinase1 (MMP-1) da
matriz, uma enzima que degrada as proteínas da matriz extra-
celular. A DHEA também aumenta as concentrações do inibidor
tecidual da metaloproteinase 1 (TIMP-1) e da estromelisina-1.
A ação combinada dessas enzimas resulta no maior depósito
de colágeno observado na pele masculina. Os homens também
apresentam produção maior de sebo, apresentando também,
óstios mais dilatados, informações extremamente importantes
para os protocolos cosméticos (COSTA, 2012).
Permeação Cutânea
A função de barreira da pele para agentes agressores externos funciona também
para os ativos cosméticos utilizados terapeuticamente que tentam permeá-la,
mas acabam sendo retidos em camadas mais externas, sem alcançar seu local
alvo de ação.
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O que é Permeação Cutânea?
É a passagem de uma substância através do estrato córneo, e que se difunde entre
as demais camadas celulares de acordo com sua afinidade pelo tecido aplicado.
• Estrato córneo;
• Cimento intercelular.
• Pele hidratada;
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Tecnologia Cosmética:
Lipossomas, Nanosferas,
Nanocápsulas etc.
Para favorecer a permeação, podemos fazer uso de veículos, também chamados
de veículos vetoriais, que podem levar o princípio ativo hidrossolúvel ou liposso-
lúvel para dentro da epiderme (Figura 9):
Lipossomas
Thalasphere®
Silanóis
Esses veículos são compostos à base de silício orgânico que, por ter grande
afinidade com a pele, tem alta capacidade de penetração e permeação cutânea;
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Nanoesferas
Nanocápsulas
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MATERIAL COMPLEMENTAR
Leituras
Vídeos
O Átomo
https://youtu.be/TKEOWch5kXE