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O QUE É UMA LIGAÇÃO QUÍMICA?

O QUE É?
A ligação química é a união de dois ou mais átomos de elementos iguais ou diferentes, que
buscam perder, ganhar ou compartilhar elétrons para ficarem estáveis.

“Ligação química” foi um termo usado pela primeira vez por Gilbert
Newton Lewis no ano de 1920 em um artigo para explicar por que os átomos
se mantêm unidos para formar as substâncias e também por que eles
permanecem unidos ao longo de milhares de anos.
Os átomos da maioria dos elementos químicos até então conhecidos e enunciados
na Tabela Periódica não aparecem na forma isolada na natureza. A maioria dos
materiais presentes em nosso cotidiano são substâncias que podem ser simples
(constituídas de átomos de somente um tipo de elemento químico) ou compostas
(possuem átomos de dois ou mais elementos químicos diferentes).

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Isso ocorre porque os átomos têm a capacidade de realizar ligações químicas com
outros átomos, que podem ser do mesmo elemento ou de elementos diferentes.
Essas ligações são tão fortes que se não sofrer nenhuma influência externa, na
maioria dos casos, os átomos permanecerão unidos como estão.
Mapa Mental: Ligações Químicas

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Por exemplo, não é comum encontrarmos um átomo de oxigênio livre na
natureza; entretanto, encontramos várias substâncias em que ele aparece ligado a
outros átomos. Um exemplo de substância simples é o gás oxigênio em que cada
molécula é formada por dois átomos de oxigênios ligados (O 2); enquanto um
exemplo de substância composta é a água, onde cada molécula possui dois
átomos de hidrogênios ligados a um átomo de oxigênio (H2O).
Os únicos elementos que são encontrados isolados na natureza de forma estável
são os gases nobres, isto é, os elementos da família 18 da Tabela Periódica (He,
Ne, Ar, Kr, Xe e Rn). Todos esses elementos têm em comum o fato de terem oito
elétrons na última camada eletrônica (camada de valência), com exceção do hélio
(He), que possui apenas uma camada eletrônica (camada K) e, portanto, detém
dois elétrons, que é a quantidade máxima possível de elétrons nessa camada.
Assim, Gilbert N. Lewis e também o cientista Water Kossel chegaram à
conclusão de que os átomos dos outros elementos ligam-se para ficarem com
oito elétrons (ou dois, no caso de possuir somente a camada K) e, dessa
forma, estabilizarem-se. Criou-se, então, a teoria eletrônica da valência, que
indica quantas ligações químicas o átomo de um elemento realiza, tendo como
base a ideia explicada.
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Sendo assim, os átomos realizam ligações químicas, procurando perder,


ganhar ou compartilhar elétrons da camada de valência até atingirem a
configuração do próximo gás nobre. Essa teoria passou também a ser chamada
de regra do octeto.
Por exemplo, o oxigênio é bivalente, porque ele possui seis elétrons na sua
camada de valência. Por isso, ele precisa receber mais dois elétrons para ficar
com configuração do gás nobre neônio (Ne), isto é, com oito elétrons na camada
de valência, que nesse caso é a camada L. No caso do gás oxigênio e da água
mencionados, temos o seguinte:

Moléculas de oxigênio e de água formadas por ligações covalentes

Observe que, no primeiro caso (gás oxigênio - O 2), cada átomo de oxigênio
compartilha dois elétrons, sendo que ambos ficam com oito elétrons na camada
de valência. Isso significa que é realizada uma ligação dupla (duas ligações ao
mesmo tempo entre dois átomos).
Já no caso da água, cada um dos dois átomos de hidrogênio compartilha um
elétron com o átomo central de oxigênio e todos ficam estáveis (o oxigênio fica
com oito elétrons na camada de valência e cada hidrogênio fica com dois
elétrons). Aqui também são realizadas duas ligações simples.

Esse tipo de ligação química, em que todos os átomos precisam receber elétrons
(hidrogênio, ametais e semimetais) e em que há o compartilhamento de elétrons
em pares, é chamado de ligação covalente.
Mas existem mais dois tipos de ligações químicas:

(1) Ligação iônica → há a transferência definitiva de elétrons de um átomo para


outro. Esse tipo de ligação ocorre entre átomos de metais (que têm a tendência de
perder elétrons para ficarem estáveis) e átomos de hidrogênio, ametais e
semimetais (que têm a tendência de ganhar elétrons para ficarem estáveis).
Um exemplo é o cloreto de sódio (NaCl - sal de cozinha) em que o sódio é um
metal que tem a tendência de perder um elétron, enquanto o cloro é um ametal
que tem a tendência de ganhar um elétron. Dessa forma, o sódio doa (seta
vermelha) um elétron para o cloro, formando o sal, uma substância muito
estável. Visto que se formam (seta preta) íons, que são espécies químicas com
cargas opostas (+ e -), um íon atrai outro próximo e são formados aglomerados
iônicos com um número enorme de íons, como são os cristais do sal de cozinha.
Formação de cloreto de sódio por meio de ligação iônica

(2) Ligação metálica → É uma teoria que diz que os metais (tais como alumínio,
ouro, prata, cobre etc.) são formados por um aglomerado de átomos nêutrons e
cátions que se mantêm unidos por uma espécie de “nuvem” de elétrons livres
(elétrons que foram perdidos na formação dos cátions citados). Essa nuvem (ou
mar) de elétrons funcionaria como uma ligação metálica que manteria os átomos
unidos.
Para mais detalhes sobre esses tipos de ligações químicas, bem como a regra do
octeto, leia os artigos relacionados mais abaixo.
Ligações químicas são conjunções estabelecidas entre átomos para
formarem moléculas ou, no caso de ligações iônicas ou metálicas, agregados
atômicos (superátomos) organizados de forma a constituírem a estrutura básica
de uma substância ou composto. Na natureza existem por volta de uma centena
de elementos químicos. Os átomos destes elementos, ao se unirem, formam a
grande diversidade de substâncias.
As ligações químicas podem ocorrer através da doação e recepção
de elétrons entre os átomos, que se transformam em íons que se mantêm
unidos via a denominada ligação iônica. Como exemplo tem-se o cloreto de
sódio (NaCl). Compostos iônicos conduzem eletricidade no estado
líquido ou dissolvidos, mas não quando sólidos. Eles normalmente têm um
alto ponto de fusão e alto ponto de ebulição. Uma analogia seria comparar
os elementos químicos ao alfabeto que, uma vez organizado seguindo uma dada
regra ou ordem, leva as letras a formarem palavras imbuídas de significado
distinto e bem mais amplo daquele disponível quando separadas.
Os átomos, comparando, seriam as letras, e organizando-as seriam as palavras.
Na escrita não podemos simplesmente ir juntando as letras para a formação de
palavras: aasc em português não tem significado (salvo se corresponder a uma
sigla); porém se organizarmos essas mesmas letras teremos a palavra casa,
que certamente tem significado "físico". Assim como na escrita, há regras
físico-químicas a serem obedecidas, e a união estabelecida entre átomos não
ocorre de qualquer forma, devendo haver condições apropriadas para que a
ligação entre os átomos ocorra, tais como: afinidade, contato, energia, etc.
Outro tipo de ligações químicas ocorre através do compartilhamento de
elétrons: a ligação covalente. Como exemplo tem-se a água (H2O). Dá-se o nome
de molécula apenas à estrutura em que todos os seus átomos conectam-se uns
aos outros de forma exclusiva via ligação covalente. Existe também a ligação
metálica onde os elétrons das últimas camadas dos átomos do metal soltam-se
dos respectivos íons formados e passam a se movimentar livremente entre
todos os íons de forma a mantê-los unidos. Um átomo encontra-se assim
ligado não apenas ao seu vizinho imediato, como na ligação covalente, mas
sim a todos os demais átomos do objeto metálico via uma nuvem de elétrons
de longo alcance que se distribui entorno dos mesmos.
Regra do octeto
Um certo número de elementos adquire estabilidade eletrônica quando seus átomos
apresentam oito elétrons na sua camada mais externa, e usualmente esses se ligam de
forma a buscarem completar esses oito elétrons, especificamente ao completar suas
camadas externas. Dadas as variações na distribuição eletrônica, existem muitas
exceções para essa regra, a exemplo do Hidrogênio (H) que se estabiliza com dois
elétrons na última camada.[1] Como exemplo da regra do octeto, válida contudo de
forma bem regular para os principais elementos representativos da tabela periódica,
temos o caso do átomo de carbono, que é tetravalente (pode realizar quatro ligações), e
além dele todos os átomos que pertencem a família de número 14 da tabela periódica
que, também tetravalentes, encontram-se no eixo central dessa regra (Octeto). De fato, a
regra do octeto vale somente para os elementos representativos do nível dois, como o
carbono, o nitrogênio e o oxigênio (que são alguns dos elementos mais utilizados no
ensino de química). Ao descer para o nível três, porém, os átomos já tendem a adquirir
uma configuração estável com 18 elétrons, e para outro níveis já se torna difícil
estabelecer um padrão para as distribuições eletrônicas, devidos às variações citadas
anteriormente. A regra é, contudo, uma ótima aproximação para o ensino a nível médio,
porém se torna obsoleta para campos de engenharia química, e nuclear, por exemplo.
A regra do octeto termina com 8 elétrons em sua ultima camada para todos os gases
nobres,exceto o hélio que termina com 2 elétrons na camada de valência.[2]
Ligações Iônicas ou Eletrovalentes
Ver artigo principal: Ligação iônica
Configuração eletrônica de lítio e flúor.

O lítio tem um elétron em sua camada de valência, mantido com pouca dificuldade
porque sua energia de ionização é baixa. O flúor possui 7 elétrons em sua camada de
valência. Quando um elétron se move do lítio para o flúor, cada íon adquire a
configuração de gás nobre. A energia de ligação proveniente da atração eletrostática dos
dois íons de cargas opostas tem valor negativo suficiente para que a ligação se torne
estável.
Ligações iônicas são um tipo de ligação química baseada na atração eletrostática entre
dois íons carregados com cargas opostas.[3][4] Na formação da ligação iônica, um metal
tem uma grande tendência a perder elétron(s), formando um íon positivo ou cátion. Isso
ocorre devido à baixa energia de ionização de um metal, isto é, é necessária pouca
energia para remover um elétron de um metal.
Simultaneamente, o átomo de um ametal (não-metal) possui uma grande tendência a
ganhar elétron(s), formando um íon de carga negativa ou ânion. Isso ocorre devido à sua
grande afinidade eletrônica. Sendo assim, os dois íons formados, cátion e ânion, se
atraem devido a forças eletrostáticas e formam a ligação iônica.
Se estes processos estão interligados, ou seja, o(s) elétron(s) perdido(s) pelo metal
é(são) ganho(s) pelo ametal, então, seria "como se fosse" que, na ligação iônica,
houvesse a formação de íons devido à "transferência" de elétrons do metal para o
ametal.[5] Esta analogia simplista é muito utilizada no Ensino Médio, que destaca que a
ligação iônica é a única em que ocorre a transferência de elétrons. A regra do
octeto pode ser utilizada para explicar de forma simples o que ocorre na ligação iônica.
Exemplo: Antes da formação da ligação iônica entre um átomo de sódio e cloro, as
camadas eletrônicas se encontram da seguinte forma:
11Na - K = 2; L = 8; M = 1
17Cl - K = 2; L = 8; M = 7

O sódio possui 1 elétron na última camada (camada M). Bastaria perder este elétron
para que ele fique "estável" com 8 elétrons na 2ª camada (camada L). O cloro possui 7
elétrons na sua última camada (camada M). É bem mais fácil ele receber 1 elétron e
ficar estável do que perder 7 elétrons para ficar estável, sendo isto o que acontece.

Sendo assim, é interessante ao sódio doar 1 elétron e ao cloro receber 1 elétron. No


esquema abaixo, está representado este processo, onde é mostrado apenas a camada de
valência de cada átomo. Seria como se fosse que os átomos se aproximam e ocorre a
transferência de elétron do sódio para o cloro:

O resultado final da força de atração entre cátions e ânions é a formação de uma


substância sólida, em condições ambientes (25 °C, 1 atm). Não existem moléculas nos
sólidos iônicos. Em nível microscópico, a atração entre os íons acaba produzindo
aglomerados com formas geométricas bem definidas, denominadas retículos cristalinos.
No retículo cristalino cada cátion atrai simultaneamente vários ânions e vice-versa.
Características dos compostos iônicos
 Apresentam forma definida, são sólidos nas condições ambientes;
 Possuem altos ponto de fusão e ponto de ebulição;
 Conduzem corrente elétrica quando dissolvidos em água ou fundidos;

OBS.: O hidrogênio faz ligação iônica com metais também. Embora possua um elétron,
não é metal, logo, não tende a perder esse elétron. Na verdade, o hidrogênio tende a
receber um elétron ficando com configuração eletrônica igual à do gás hélio.

Ligações Covalentes ou Moleculares


Ligação covalente ou molecular é aquela onde os átomos possuem a tendência de
compartilhar os elétrons de sua camada de valência, ou seja, de sua camada mais
instável. Neste tipo de ligação não há a formação de íons, pois as estruturas formadas
são eletronicamente neutras, como o exemplo abaixo, da água. O átomo de oxigênio (O)
necessita de dois elétrons para ficar estável e o H irá compartilhar seu elétron com o O.
Sendo assim o O ainda necessita de um elétron para se estabilizar, então é preciso de
mais um H e esse H compartilha seu elétron com o O, estabilizando-o. Sendo assim é
formado uma molécula o H2O.

OBS.: Ao compartilharem elétrons, os átomos podem originar uma ou mais substâncias


simples diferentes. Esse fenômeno é denominado alotropia. Essa substâncias são
chamadas de variedades alotrópicas. As variedades podem diferir entre si pelo número
de átomos no retículo cristalino. Ex.: Carbono, Oxigênio, Enxofre, Fósforo.
A Formação de uma ligação covalente diminui a energia potencial
Para ocorrer uma ligação iônica, o efeito do abaixamento de energia da energia reticular
precisa ser maior que o resultado liquido da combinação do efeito de elevação da
energia de ionização (EI) e da afinidade eletrônica (AE). Muitas vezes, isto não é
possível, em especial quando as energias de ionização de todos os átomos envolvidos
são grandes. Isto acontece, por exemplo, quando não-metais se combinam para formar
moléculas. Nesses casos, a natureza utiliza um caminho diferente para diminuir a
energia - o compartilhamento de elétrons.

Assim que os dois átomos se aproximam, o elétron de cada átomo começa a sentir a
atração de ambos os núcleos. Isto provoca um deslocamento da densidade eletrônica em
torno de cada átomo para a região entre os dois átomos. Portanto assim que a distância
entre os dois núcleos diminui, ocorre um aumento na probabilidade de encontrarmos
ambos elétrons nas proximidades de ambos os núcleos. De fato, quando a molécula é
formada, cada um dos átomos de hidrogênio na molécula de H2 realiza o
compartilhamento dos dois elétrons.
Na molécula de H2, o acúmulo da densidade eletrônica entre os dois átomos atrai ambos
os núcleos e faz com que eles se mantenham juntos. Entretanto, como possuem a mesma
carga, os dois núcleos se repelem, assim como os dois elétrons. Portanto, na molécula
formada, os átomos são mantidos a uma distância na qual todas essas atrações e
repulsões estão balanceadas.
De maneira geral, os núcleos são mantidos separados e a força liquida de atração
produzida pelo compartilhamento do par de elétrons é chamada de ligação covalente.
Cada ligação covalente é caracterizada por duas grandezas, a distância média entre dois
núcleos, mantidos juntos pela ligação, e a energia necessária para separar os dois
átomos para produzir, novamente, os átomos neutros. Na molécula de hidrogênio, as
forças atrativas puxam os núcleos para uma distância de 75 pm, e essa distância é
chamada comprimento de ligação (ou, as vezes, distância de ligação). Pelo fato de
uma ligação covalente manter os átomos unidos, é necessário realizar trabalho (energia
precisa ser fornecida) para separá-los. A quantidade de energia necessária para
"quebrar" a ligação (ou a energia liberada quando a ligação é formada) é
chamada energia de ligação.
Características dos compostos moleculares
 Podem ser encontrados nos três estados físicos;
 Apresentam ponto de fusão e ponto de ebulição menores que os compostos iônicos;
 Quando puros, não conduzem eletricidade;
 Quando no estado sólido, podem apresentar dois tipos de retículos cristalinos.

Ligações covalentes coordenadas

Este tipo de ligação ocorre quando os átomos envolvidos já atingiram a estabilidade


com os oito ou dois elétrons na camada de valência. Sendo assim eles compartilham
seus elétrons disponíveis, como se fosse um empréstimo para satisfazer a necessidade
de oito elétrons do elemento com o qual está se ligando.

Ligação metálica

A ligação metálica ocorre entre metais, isto é, átomos de alta eletropositividade


(tendência a doar elétrons).

Num sólido, os átomos estão dispostos de maneira variada, mas sempre próximos uns
aos outros, compondo um retículo cristalino. Enquanto certos corpos apresentam os
elétrons bem presos aos átomos, em outros, algumas dessas partículas permanecem com
certa liberdade de se movimentarem no cristal. É o que diferencia, em termos de
condutibilidade elétrica, os corpos condutores dos isolantes. Nos corpos condutores,
muitos dos elétrons se movimentam livremente no cristal, de forma desordenada, isto é,
em todas as direções. E, justamente por ser caótico, esse movimento não resulta em
qualquer deslocamento de carga de um lado a outro do cristal.

Aquecendo-se a ponta de uma barra de metal, coloca-se em agitação os átomos que a


formam e os que lhe estão próximos. Os elétrons aumentam suas oscilações e a energia
se propaga aos átomos mais internos. Neste tipo de cristal os elétrons livres servem de
meio de propagação do calor - chocam-se com os átomos mais velozes, aceleram-se e
vão aumentar a oscilação dos mais lentos. A possibilidade de melhor condutividade
térmica, portanto, depende da presença de elétrons livres no cristal. Estudando-se o
fenômeno da condutibilidade elétrica, nota-se que, quando é aplicada uma diferença de
potencial, por meio de uma fonte elétrica às paredes de um cristal metálico, os elétrons
livres adquirem um movimento ordenado: passam a mover-se do polo negativo para o
polo positivo, formando um fluxo eletrônico orientado na superfície do metal, pois
como se trabalha com cargas de mesmo sinal, estas procuram a maior distância possível
entre elas. Quanto mais elétrons livres no condutor, melhor a condução se dá.

Os átomos de um metal têm grande tendência a perder elétrons da última camada e


transformar-se em cátions. Esses elétrons, entretanto, são simultaneamente atraídos por
outros íons, que então o perdem novamente e assim por diante. Por isso, apesar de
predominarem íons positivos e elétrons livres, diz-se que os átomos de um metal são
eletricamente neutros.

Os átomos mantêm-se no interior da rede não só por implicações geométricas, mas


também por apresentarem um tipo peculiar de ligação química, denominada ligação
metálica. A união dos átomos que ocupam os "nós" de uma rede cristalina dá-se por
meio dos elétrons de valência que compartilham (os situados em camadas eletrônicas
não são completamente cheias). A disposição resultante é a de uma malha formada por
íons positivos e uma nuvem eletrônica.

Teoria da nuvem eletrônica


Segundo essa teoria, alguns átomos do metal "perdem" ou "soltam" elétrons de suas
últimas camadas; esses elétrons ficam "passeando" entre os átomos dos metais e
funcionam como uma "cola" que os mantém unidos. Existe uma força de atração entre
os elétrons livres que se movimentam pelo metal e os cátions fixos.

Propriedade dos metais


 Brilho metálico característico;
 Resistência à tração;
 Condutibilidade elétrica e térmica elevadas;
 Alta densidade;
 Maleabilidade (facilidade em serem reduzidos a chapas e lâminas finas, processo conhecido
como laminação);
 Ductilidade (facilidade em serem conformados em fios, processo conhecido como trefilagem);
 Ponto de fusão elevado;
 Ponto de ebulição elevado;

Ligações Químicas
Ao nosso redor vemos uma grande diversidade de substâncias. Elas se
diferenciam por muitos aspectos, como cor, estado físico (sólido, líquido e
gasoso), cheiro, sabor, capacidade de entrar em combustão, pontos de fusão e
ebulição, densidade etc.

Isso se deve à capacidade que o átomo tem de combinar com outros átomos, seja
de um mesmo elemento, seja de um elemento diferente, com a finalidade de
realizar ligações químicas.
Em 1920, Gilbert Newton Lewis chamou essa propriedade de chemical bond, que
em português significa ligação química. Assim, a ligação química se estabelece
quando átomos combinam (reagem) entre si.

No entanto, surgem algumas questões:

Por que o átomo possui essa tendência de realizar ligações químicas?

E por que determinados átomos se sentem mais atraídos em realizar ligações


com átomos de certos elementos do que com outros?

Bom, a ligação química se estabelece entre os elétrons da camada mais


externa da eletrosfera (camada de valência). Para tanto, duas características
são essenciais:

1. A força de atração eletrostática que existe entre as cargas elétricas de


sinais opostos;
2. A tendência que os elétrons têm de formar pares.

Em 1916, Gilbert N. Lewis e Walter Kossel observaram que, na natureza, apenas


os gases nobres (elementos da família 18, VIIIA ou 0 da tabela periódica) eram
encontrados isolados na natureza. Isso acontecia porque eles tinham uma
característica que os outros átomos não tinham: todos os elementos dessa família
(com exceção do hélio, que tem apenas uma camada eletrônica) possuem a
camada de valência de seus átomos preenchida com oito elétrons. 

Associando essa observação com as ligações realizadas pelos átomos dos


elementos das outras famílias da Tabela Periódica, eles criaram uma hipótese
chamada de regra ou teoria do octeto, que está enunciada a seguir:

Assim, para ficar estável, o átomo troca elétrons (compartilhando ou recebendo e


doando), com a finalidade de possuir oito elétrons na camada de valência. As
principais ligações químicas são três:
Ligação Iônica
Ligação iônica é uma interação entre átomos na qual ocorre a perda e o ganho de elétrons, resultando
em compostos com características e fórmulas bem particulares.

Ligação iônica é o nome dado a uma das três formas como os átomos podem
interagir entre si. As outras formas de interação entre átomos são a ligação
covalente, que ocorre entre átomos de ametais, hidrogênios, ou ametal e
hidrogênio, e a ligação metálica, a qual acontece somente entre átomos de um
mesmo metal.

Os átomos dos elementos químicos que participam da ligação iônica devem


apresentar, obrigatoriamente, a natureza de ganhar ou perder elétrons, assim, a
ligação iônica pode ocorrer entre:

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um metal e um ametal;

 um metal e o hidrogênio.

As fórmulas dos compostos formados a partir de ligação iônica sempre


apresentam um padrão YX, em que o Y sempre será o elemento metálico. Dessa
forma, para identificar um composto iônico, basta verificar se a fórmula inicia
com um elemento metálico.

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Princípio da ligação iônica


Para um melhor entendimento de como ocorre uma ligação iônica, vamos
utilizar a substância iônica mais conhecida entre nós, o cloreto de sódio (NaCl).
Nesse composto iônico, estão os elementos:

 Sódio: elemento metálico, pois possui característica de perder elétron;


pertencente à família IA, de número atômico 11, com um elétron
na camada de valência, como podemos observar na distribuição
eletrônica abaixo:

Distribuição eletrônica do elemento sódio

A perda de elétron ocorre com relação aos elétrons que estão na camada de
valência, logo, o átomo de sódio perde apenas um elétron. Com isso, ele passa a
ter uma nova camada de valência, a segunda, que contém oito elétrons
(obedecendo, assim, a regra do octeto).

Nova camada de valência do elemento sódio

 Cloro: elemento ametálico, pois possui característica de ganhar elétron;


pertencente à família VIIA, de número atômico 17, com sete elétrons na
camada de valência, como podemos observar na distribuição eletrônica
abaixo:
Distribuição eletrônica do elemento cloro

O ganho de elétron ocorre na camada de valência, dessa forma, o átomo de cloro


ganha um elétron, pois falta apenas um para atingir a regra do octeto. Com isso,
ele passa a ter oito elétrons na sua camada de valência.

Nova camada de valência do elemento cloro

Obs.: Assim, de uma forma geral, seguindo a regra do octeto, na ligação iônica,


o metal, ao perder seus elétrons na camada de valência, torna-se estável, pois
passará a ter uma nova camada de valência com dois (desde que seja no primeiro
nível) ou oito elétrons. Com os ametais ou o hidrogênio não é diferente, pois, ao
ganhar elétrons, passarão a ter dois ou oito elétrons na camada de valência.

Construção das fórmulas químicas dos compostos formados por


ligação iônica
Para construir a fórmula de uma substância formada a partir da ligação iônica,
devemos obedecer o seguinte padrão:

 Determinar a carga do cátion;


 Determinar a carga do ânion;
 Cruzar as cargas, de forma que a carga do cátion seja o índice atômico
(número à direita da sigla) do ânion, e vice-versa.

1º Exemplo: Fórmula com os elementos alumínio e bromo.


 Alumínio: é um metal, por isso, tem a tendência de perder elétron; da
família IIIA, pois possui três elétrons na camada de valência, logo, sua
carga é +3;
 Bromo: é um ametal, por isso, tem a tendência de ganhar elétron; da
família VIIA, pois possui sete elétrons na camada de valência, logo, sua
carga é -1;
 O número 3, referente à carga do alumínio, será o índice do bromo, e o
número 1, referente à carga do bromo, será o índice do alumínio.

Como a carga do alumínio é +3 e a do bromo é -1, assim, a fórmula do composto


iônico será AlBr3.

2º Exemplo: Fórmula com os elementos magnésio e hidrogênio.

 Magnésio é um metal, por isso, tem a tendência de perder elétron; da


família IIA, pois possui dois elétrons na camada de valência, portanto, sua
carga é +2;
 Hidrogênio: não é ametal, porém, quando próximo a um metal, apresenta a
tendência de ganhar elétron; não pertence a nenhuma família, pois possui
um elétron na camada de valência. Assim, sua carga é -1;
 O número 2, referente à carga do magnésio, será o índice do hidrogênio, e
o número 1, referente à carga do hidrogênio, será o índice do magnésio.

Como a carga do magnésio é +2 e a do hidrogênio é -1, logo, a fórmula do


composto iônico será MgH2.

Características dos compostos químicos formados por ligação


iônica
De uma forma geral, os compostos iônicos, isto é, substâncias formadas mediante
ligação iônica, apresentam as seguintes características:

 São sólidos à temperatura ambiente;


 Seus átomos organizam-se de uma maneira a produzir um retículo
cristalino (um cristal).

Obs.: Nos compostos iônicos, os átomos aglomeram-se de forma a ocupar os


vértices de estruturas cristalinas. No cloreto de sódio, por exemplo, um ânion
cloreto (esfera roxa) interage ao mesmo tempo com seis cátions sódio (esferas
verdes):

Representação da estrutura cristalina do cloreto de sódio

 São solúveis em água;


 São capazes de realizar o fenômeno da dissociação (liberação de íons)
quando sofrem fusão, ou seja, quando passam do estado sólido para o
estado líquido, ou quando estão dissolvidos em água;
 Apresentam elevados pontos de fusão e de ebulição;
 Possuem brilho;
 Conduzem corrente quando dissolvidos em água ou após sofrerem o
processo de fusão.
O cloreto de sódio é um exemplo de composto formado a partir de ligação iônica entre os átomos

Regra do Octeto
A Regra do Octeto estabelece que os átomos dos elementos ligam-se uns aos
outros na tentativa de completar a sua camada de valência (última camada da
eletrosfera). A denominação “regra do octeto” surgiu em razão da quantidade
estabelecida de elétrons para a estabilidade de um elemento, ou seja, o átomo fica
estável quando apresentar em sua camada de valência 8 elétrons.
Para atingir tal estabilidade sugerida pela Regra do Octeto, cada elemento precisa
ganhar ou perder (compartilhar) elétrons nas ligações químicas, dessa forma eles
adquirem oito elétrons na camada de valência. Exemplo:

Repare que os átomos de Oxigênio se ligam para atingirem a estabilidade


sugerida pela Regra do Octeto. As diferentes cores de eletrosfera mostradas na
figura nos ajudam a interpretar o seguinte:

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1. Átomos de Oxigênio possuem seis elétrons na camada de valência (anel


externo na figura).
2. Para se tornarem estáveis precisam contar com 8 elétrons, o que fazem então?
Compartilham dois elétrons (indicado na junção dos dois anéis), formando uma
molécula de gás Oxigênio (O2).

A justificativa para essa regra é que as moléculas ou íons tendem a ser mais
estáveis quando a camada de elétrons externa de cada um dos seus átomos está
preenchida com oito elétrons (configuração de um gás nobre). É por isso que os
elementos tendem sempre a formar ligações na busca de tal estabilidade.

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Existem exceções para a Regra do Octeto, alguns compostos não precisam ter
oito elétrons na camada de valência para atingir a estabilidade, vejamos quais:

Berílio (Be)

Átomo capaz de formar compostos com duas ligações simples, sendo assim,
estabiliza-se com apenas quatro elétrons na camada de valência.

Boro (B)

Forma substâncias moleculares com três ligações simples, ficando estável com
seis elétrons na última camada.

Alumínio (Al)

É uma exceção à Regra do Octeto pelos mesmos motivos que o Boro, atinge a
estabilidade com seis elétrons na camada de valência.
Composto estável: camada de valência completa.

Ligação Covalente
A ligação covalente é um tipo de ligação química realizada entre os átomos de hidrogênio, ametais e
semimetais que compartilham entre si pares de elétrons.

A ligação covalente é um tipo de ligação química que ocorre com


o compartilhamento de pares de elétrons entre átomos que podem ser
o hidrogênio, ametais ou semimetais.

Segundo a teoria ou regra do octeto, os átomos dos elementos ficam estáveis


quando atingem a configuração eletrônica de um gás nobre, ou seja, quando eles
possuem oito elétrons em sua camada de valência (camada mais externa) ou dois
elétrons — no caso de possuírem somente a camada eletrônica K.

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Assim, seguindo essa regra, os átomos dos elementos mencionados possuem a


tendência de ganhar elétrons para alcançarem a estabilidade. Por exemplo, o
hidrogênio no estado fundamental possui somente um elétron na sua camada
eletrônica; assim, para ficar estável, ele precisar receber mais um elétron de outro
átomo.

Se tivermos dois átomos de hidrogênio, ambos precisarão receber um elétron


cada. Por isso, em vez de transferirem elétrons (como ocorre na ligação iônica),
eles farão uma ligação covalente em que compartilharão um par de elétrons.
Desse modo, ambos ficarão com dois elétrons, adquirindo a estabilidade:

Ligação covalente de formação do gás hidrogênio


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Essa forma de representar as ligações químicas, em que os elétrons da camada de


valência são colocados ao redor do símbolo do elemento como “pontinhos”, é
chamada de fórmula eletrônica de Lewis. Nela, cada par de elétrons
compartilhado em uma ligação covalente é representado por um “enlaçamento”
entre os dois pontinhos.

Existe outra forma de representar as ligações covalentes, que é por meio


da fórmula estrutural. Nessa fórmula, cada par compartilhado é representado
por um traço. Veja:

Representação das ligações covalentes em fórmulas estruturais

Assim, a ligação que forma o gás hidrogênio é representada da seguinte


forma: H─H. E sua fórmula molecular é H2.

Visto que o hidrogênio é capaz de realizar somente uma ligação covalente,


dizemos que ele é monovalente. Veja na tabela a seguir a quantidade de ligações
covalentes que os principais ametais e semimetais podem realizar:
Possibilidades de realização de ligação covalente dos ametais e semimetais principais da Tabela Periódica

Com base nisso, consideremos agora a molécula de dióxido de carbono (CO 2). O
carbono, que pertence à família 14, possui quatro elétrons na última camada,
como mostrado na tabela, e precisa fazer quatro ligações covalentes para ficar
estável. Já o oxigênio é da família 16, possui seis elétrons na camada de valência
e precisa realizar duas ligações. Desse modo, o carbono compartilha dois pares
de elétrons ou faz duas ligações duplas com cada átomo de oxigênio. Veja como
ficam as fórmulas eletrônica e estrutural, respectivamente, do dióxido de
carbono:

Fórmula eletrônica e estrutural do dióxido de carbono

Veja mais exemplos a seguir:


Exemplos de ligações covalentes (fórmulas eletrônicas)

Mas existe um tipo especial de ligação covalente. Estude sobre ela no


texto Ligação Covalente Dativa.

O dióxido de carbono é formado por ligações covalentes entre o carbono e dois átomos de oxigênio

Ligação covalente dativa


A ligação covalente dativa ocorre quando um átomo transfere elétrons, essa transferência é indicada
pelo vetor (seta).

Ligação covalente dativa ocorre quando um átomo compartilha seus elétrons.


Essa ligação obedece à Teoria do Octeto, onde os átomos se unem tentando
adquirir oito elétrons na camada de valência para atingir a estabilidade eletrônica.

Exemplo: formação de dióxido de enxofre (SO2).


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O átomo de enxofre (S) adquire seu octeto através da ligação com o oxigênio
localizado à esquerda (ligação dupla coordenada). O oxigênio à direita necessita
de elétrons para completar a camada de valência, e então o enxofre doa um par de
elétrons para esse oxigênio. Essa transferência de elétrons é indicada pelo vetor
(seta) e corresponde à ligação covalente dativa.
Vejamos o compartilhamento de elétrons na formação do composto Sulfato, onde
um átomo central de enxofre estabelece ligações covalentes com quatro átomos
de oxigênio.

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As setas vermelhas indicam as ligações dativas e os traços indicam o


compartilhamento de elétrons. Na ligação dativa, o átomo de enxofre "doa" um
par de elétrons para cada átomo de oxigênio, estes, por sua vez, atingem a
estabilidade eletrônica.

Veja mais!
Ligação metálica 
Ligação iônica

Compartilhar elétrons: ligação covalente dativa.

Ligação Metálica
As propriedades de uma ligação são diferentes das propriedades dos seus
elementos constituintes. Os metais quando analisados separadamente possuem
características únicas que os diferem das demais substâncias: eles são sólidos à
temperatura ambiente (25°C) e apresentam cor prateada.
A estrutura atômica dos metais é a Cristalina, que se constitui por cátions do
metal envolvidos por uma nuvem de elétrons. A capacidade que os metais têm de
conduzir eletricidade se explica pela presença dessa nuvem de elétrons, que
conduz corrente elétrica nos fios de eletricidade, não só neles, mas em qualquer
objeto metálico.
As ligas metálicas possuem algumas particularidades que os metais puros não
apresentam. Justamente por isso, são produzidas e utilizadas em abundância.
Vejamos as propriedades das ligações metálicas:
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Aumento da dureza: se pegarmos, por exemplo, o elemento Ouro (Au) da forma


como é encontrado na natureza não conseguiríamos fabricar nenhum objeto
consistente, pois ele é mais maleável que a grande maioria dos metais. Mas se
adicionarmos a ele a prata (Ag) e o cobre (Cu) formaremos uma ligação metálica,
aumentando a dureza e permitindo sua utilização para fabricar joias, como anéis,
pulseiras, relógios, etc.
Essa liga metálica é também conhecida por Ouro 18 quilates e apresenta 75% em
massa de ouro e os outros 25% correspondem à prata e ao cobre.

Aumento da resistência mecânica: para fabricar materiais que tenham maior


resistência ao manuseio, é preciso recorrer à ligação entre os metais. O aço, por
exemplo, é formado por ferro (Fe) e carbono (C). Essa liga fica tão resistente que
é usada na fabricação de peças metálicas que sofrem tração elevada. Exemplos:
Aço cirúrgico: é usado para a obtenção de instrumentos cirúrgicos, por apresentar
alta resistência à oxidação.
Aço inox: é uma liga dos metais ferro (Fe), carbono (C), cromo (Cr) e níquel
(Ni); é usada para fabricar talheres para cozinha, peças de carro, etc.

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O aço cirúrgico é usado para fabricar piercings

Notação de Lewis é uma forma de representar ligações químicas. Foi proposta


em 1916 pelo físico e químico norte-americano Gilbert Newton Lewis.[1]

Notação de Lewis do Carbono , ilustrando a camada de valência.

Esta notação consiste numa representação esquemática da camada de


valência de cada átomo, isto é, representa-se o símbolo do elemento rodeado
dos eléctrões de valência (representados por pontos num átomo e por cruzes
no outro). Cada ponto ou cada cruz representa um eléctrão (português
europeu) ou elétron (português brasileiro) de valência ou eléctrão celibatário.
A notação de Lewis baseia-se na teoria de que certos átomos podem alcançar
a estabilidade por compartilha de eléctrões (português europeu) ou elétrons (português
brasileiro) ficando com uma estrutura estável, igual à de um gás nobre, ou seja, oito
eléctrões na última camada. Esta representação permite prever a formação de
ligações químicas entre os átomos.[2]
No caso mais simples da molécula de hidrogénio, os dois eléctrões,
provenientes um de cada átomo, deixam de ser pertença exclusiva de cada um,
passando a ser compartilhados igualmente pelos núcleos dos dois átomos. É
como se cada átomo de hidrogénio tivesse dois eléctrões em comum com o
outro.[3]
Estruturas de Lewis
A estrutura de Lewis mostra a formação das ligações em uma molécula, bem
como os átomos envolvidos e os elétrons da camada de valência de cada um
deles.

Os átomos realizam ligações químicas entre si a fim de alcançar a estabilidade


eletrônica. Para isso, compartilham, recebem ou doam elétrons até que alcancem
a configuração eletrônica semelhante à de um gás nobre (elemento estável que
não tem a necessidade de se ligar a outros átomos). Para representar essas
ligações, usamos as estruturas de Lewis.

Leia também: Distribuição eletrônica e a Tabela Periódica

A estrutura de Lewis é usada para representar as ligações químicas estabelecidas


entre os átomos.

Regra do octeto

A regra do octeto diz que, para um átomo alcançar a estabilidade eletrônica, eles


devem adquirir a configuração de um gás nobre, ou seja, possuir oito elétrons
na sua última camada, a camada de valência — com exceção do hélio, que possui
apenas dois elétrons na sua única camada.

Para alcançar a estabilidade eletrônica, os átomos estabelecem ligações


químicas entre si, doando ou compartilhando elétrons da sua camada de valência
até que fiquem com oito elétrons (ou dois elétrons, para alguns átomos). Por
exemplo, o carbono possui quatro elétrons na camada de valência e, por isso,
precisa fazer quatro ligações com outros átomos para ficar estável.
Estrutura de Lewis e estabilidade

Para facilitar e demonstrar as ligações que ocorrem entre os átomos, o físico-


químico norte-americano Gilbert Newton Lewis elaborou um modelo que
explicava as ligações estabelecidas entre os ametais (ligação covalente). Nesse
modelo, são representados os elétrons de valência de cada átomo e como se dá a
ligação entre eles, afinal a estabilidade do átomo está em sua camada de valência.

Leia também: Ligação iônica — interação em que há perda e ganho de


elétrons

Elaboração das estruturas de Lewis

Para determinar a estrutura de Lewis de cada molécula, devemos realizar os


seguintes passos.

1. Determinar o número de elétrons de valência de cada átomo.


2. Determinar a posição dos átomos na estrutura: o átomo central é sempre o
de menor eletronegatividade, e átomos monovalentes (que fazem apenas
uma ligação) posicionam-se na extremidade.
3. Compartilhar os pares de elétrons dos átomos ao redor do átomo central,
completando o octeto.
4. Se faltarem elétrons para completar o octeto, deve-se fazer duplas ou
triplas ligações.

Como desenhar estruturas de Lewis

Para desenhar as estruturas de Lewis, é preciso conhecer os símbolos propostos


por esse físico-químico. Ele representou cada elétron na camada de valência
como um ponto ao redor do símbolo do átomo em questão. Alguns exemplos:
Os símbolos são uma representação da distribuição dos elétrons de valência para
cada átomo. Usando o passo a passo descrito anteriormente e os símbolos, vamos
representar a estruturas de Lewis para o metano, de fórmula molecular CH 4.

1. Determinar o número de elétrons de valência de cada átomo.

2. Determinar a posição dos átomos na estrutura: o hidrogênio fica na


extremidade por ser monovalente.
3. Compartilhar os pares de elétrons dos átomos ao redor do átomo central,
completando o octeto.

Leia também: Descoberta da primeira partícula subatômica: o elétron


Exercícios resolvidos

Questão 1 - (Unirg) Os elementos químicos genéricos, X e Y, apresentam as


seguintes distribuições eletrônicas:

X = 1s2 2s2 2p6 3s1

Y = 1s2 2s2 2p6 3s2 3p1

Suponha que os dois elementos reajam com o cloro. De acordo com as


distribuições eletrônicas e as respectivas estruturas de Lewis, as fórmulas
moleculares desses compostos serão:

a)  XCl e YCl

b)  XCl2 e YCl2

c)  XCl e YCl3

d)  XCl3 e YCl3

Resolução:

Letra C. O elemento X possui apenas um elétron na camada de valência (3s 1) e


deve realizar uma ligação para alcançar a estabilidade. Já o elemento Y possui
três elétrons (3s2 3p1). O cloro, por possuir sete elétrons de valência, precisa fazer
apenas uma ligação para alcançar a estabilidade. Portanto, as fórmulas
moleculares dos dois compostos serão: XCl e YCl3, com as respectivas estruturas
de Lewis:
Questão 02 - (Udesc) Muitas bebidas alcoólicas, como a cerveja e o vinho, são
obtidas através da fermentação (oxidação da glicose em álcool etílico). O álcool
etílico acima de concentrações de 0,46 g/litro de sangue provoca alterações no
organismo humano e o risco de acidentes automobilísticos é duas vezes maior.
Nas estradas, a Polícia Rodoviária possui o bafômetro para utilizar em motoristas
com suspeita de embriaguez. Quando o motorista sopra no bafômetro, o álcool
presente no “bafo” é oxidado a ácido acético, conforme mostra a reação não
balanceada abaixo.

Em relação a isso, desenhe a estrutura de Lewis para a molécula CH 3COOH.

Resolução:

A estrutura de Lewis para o CH3COOH é a seguinte:

O carbono está no centro, pois é o elemento menos eletronegativo (entre C e O).


Já o hidrogênio está nas extremidades por ser monovalente.

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