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1. Introdução
Na natureza, dificilmente os átomos ficam isolados. Eles tendem a se unir uns aos outros para
formarem novas substâncias.
Alguns átomos são estáveis, ou seja, pouco reactivos. Já outros não podem ficar isolados.
Precisam se ligar a outros elementos. As forças que mantêm os átomos unidos são
fundamentalmente de natureza eléctrica e são chamados de Ligações Químicas.
Toda ligação envolve o movimento de electrões nas camadas mais externas dos átomos, mas
nunca atinge o núcleo.
2. Teoria do Octeto
A Teoria do Octeto é baseada na estabilidade dos gases nobres. De todos os elementos que
existem na natureza, apenas os gases nobres podem ser encontrados livres, na forma de átomo
isolado. Os demais se encontram ligados uns aos outros, de diversas maneiras e nas mais
diversas combinações.
Os gases nobres estão isolados porque obedecem à regra do octeto, ou seja, contém oito electrões
na sua camada de valência, ou camada mais externa, mais afastada do núcleo, com excepção do
Hélio, que possui dois electrões e é estável.
Regras do Octeto - Nos elementos químicos devem sempre conter 8 electrões na última camada
electrónica ou camada de valência. Na camada K pode haver no máximo 2 electrões. Desta
forma os átomos ficam estáveis, com a configuração idêntica à dos gases nobres.
A estabilidade dos gases nobres deve-se ao fato de que possuem a última camada completa, ou
seja, com o número máximo de electrões que essa camada pode conter, enquanto última.
As ligações intramoleculares são aquelas que acontecem dentro da mesma molécula. Dentre elas
destacam-se: ligações iónicas, covalentes e metálicas.
A ligação iónica é resultado da alteração entre iões de cargas eléctricas contrárias (aniões e
catiões). Esta ligação acontece, geralmente, entre os metais e não-metais.
Na + ½ Cl2 NaCl
As ligações iónicas formam compostos iónicos que são constituídos de catiões e aniões. Tais
compostos iónicos formam-se de acordo com a capacidade de cada átomo de ganhar ou perder
electrões. Essa capacidade é a valência.
H + H H2
Electronicamente:
Abreviadamente:
O traço representa o par de electrões compartilhados. Nessa situação, tudo se passa como se cada
átomo tivesse 2 electrões em sua electrosfera. Os electrões pertencem ao mesmo tempo, aos dois
átomos, ou seja, os dois átomos compartilham os 2 electrões. A menor porção de uma substância
resultante de ligação covalente é chamada de molécula. Então o H2 é uma molécula ou um
composto molecular. Um composto é considerado composto molecular ou molécula quando
possui apenas ligações covalentes.
A ligação covalente pode ocorrer também, entre átomos de diferentes elementos, por exemplo, a
água.
- Formam moléculas;
A ligação covalente normal é a união entre átomos estabelecida por pares de electrões de modo
que cada par seja formado por um electrão de cada um dos átomos.
Exemplo:
Para HCl:
A ligação covalente dativa é a ligação onde o par de electrões é cedido por apenas um dos
átomos da ligação.
Nesta ligação, o enxofre cede o seu par de electrões para o átomo de oxigénio. Não há
compartilha.
A ligação covalente dativa é representada por uma seta, que vai do átomo doador até o átomo
que recebeu o par de electrões. Assim como a ligação covalente normal, a dativa também
continua com o octeto ao redor de cada átomo, mantendo então, a estabilidade.
Outro exemplo é o monóxido de carbono (CO), que apresenta duas ligações covalentes normais e
uma covalente dativa entre o carbono e o oxigénio.
Uma substância pode ter ligações iónicas e também covalentes. Se tiver pelo menos uma ligação
iónica, então será considerada um composto iónico.
Se a substância é formada apenas por ligações iónicas, então chamamos de agregado iónico.
Num composto iónico, não há moléculas.
- Em outros casos, as ligações perfazem mais do que 8 electrões. Ocorre geralmente com o
fósforo (P) e o enxofre (S), que, em certas moléculas, aparecem com 10 e 12 electrões na camada
de valência. Exemplos:
Ligação metálica é a ligação entre metais. Formam as chamadas ligas metálicas que são cada
vez mais importantes para o nosso dia-a-dia.
Uma amostra de metal é constituída por um grande número de células unitárias formadas por
catiões desse metal.
Na ligação entre átomos de um elemento metálico ocorre liberação parcial dos electrões mais
externos, com a consequente formação de catiões, que formam as células unitárias.
Esses catiões têm suas cargas estabilizadas pelos electrões que foram liberados e que ficam
envolvendo a estrutura como uma nuvem electrónica. São dotados de um certo movimento e, por
Pode-se dizer que o metal seria um aglomerado de átomos neutros e catiões, mergulhados numa
nuvem ou “mar” de electrões livres. Esta nuvem de electrões funcionaria como a ligação
metálica, que mantém os átomos unidos.
São estas ligações e suas estruturas que os metais apresentam uma série de propriedades bem
características, como por exemplo, o brilho metálico, a condutividade eléctrica, o alto ponto de
fusão e ebulição, a maleabilidade, a ductilidade, a alta densidade e a resistência á tracção.
As ligas metálicas são as uniões de dois ou mais metais. Às vezes com não-metais e metais. As
ligas têm mais aplicação do que os metais puros.
Algumas ligas:
- Aço comum (ferro + 0,1 a 0,8% de carbono) – com maior resistência à tracção, é usado em
construção, pontes, fogões, geladeiras.
- Aço inoxidável (ferro + 0,1 de carbono + 18% de cromo + 8% de níquel) – não enferruja
(diferente do ferro e do aço comum), é usado em vagões de comboio, fogões, pias e talheres.
- Ouro / em jóias (75% de ouro ou prata + 25% de cobre) – usado para fabricação de jóias.
Utiliza-se 25% de cobre para o ouro 18 quilates. E o ouro 24 quilates é considerado ouro puro.
Os sólidos iónicos estão unidos por causa da forte atracção entre seus iões (catiões e aniões). A
maioria dos metais são sólidos a temperatura ambiente por causa da ligação metálica.
As substâncias que tem ligações covalentes podem ser, em temperatura ambiente, sólida, liquida
ou gasosa. Isto mostra que as interacções entre estas moléculas podem ser maiores ou menores.
Existem três tipos de interacções intermoleculares. Elas servem somente para as substâncias que
possuem ligações covalentes. São elas:
Quando uma molécula é polar, como, por exemplo, HCl, ela apresenta uma extremidade mais
electropositiva e outra mais electronegativa:
Sendo assim, a molécula é um dípolo eléctrico permanente, que pode ser representado da
seguinte forma:
Um caso extremo de atracção dípolo-dípolo ocorre quando temos o hidrogénio ligado a átomos
pequenos e fortemente electronegativos, especialmente o flúor, o oxigénio e o nitrogénio. A
forte atracção que se estabelece entre o hidrogénio e esses elementos chama-se ligação de
hidrogénio, e existe fundamentalmente em substâncias nos estados sólido e líquido.
Ex: moléculas de água no estado líquido, na qual as ligações de hidrogénio estão indicadas por
linhas pontilhadas. Por esse motivo, alguns químicos sugerem que a água deveria ser
representada por (H2O)n, o que indica um agrupamento de n moléculas de água.
Apesar de ser aproximadamente dez vezes menos intensa do que uma ligação covalente, uma
ligação de hidrogénio pode, em circunstâncias especiais, romper uma ligação covalente.
Ex:
O oxigénio da água atrai mais o hidrogénio ligado ao cloro que o próprio cloro dando origem aos
iões H3O+ (hidrónio ou hidroxónio) e Cl- (cloreto). Esse fenómeno é, em particular, muito
importante, pois corresponde à ionização dos ácidos, quando são dissolvidos em água.
Logicamente, o que foi abordado anteriormente não se aplica às moléculas apolares, como H2,
F2, Cl2, O2, CO2, CCl4 etc. (nem aos gases nobres, que são formados por átomos isolados). Não
havendo atracção eléctrica entre essas moléculas, elas deveriam permanecer sempre afastadas, o
que equivale a dizer no estado gasoso. No entanto, muitas substâncias apolares são líquidas e,
mesmo quando gasosas (como H2, F2, Cl2 etc.), elas podem ser liquefeitas e solidificadas em
temperaturas muito baixas. Surge, então, a pergunta: que forças mantêm unidas as moléculas
apolares? São as chamadas forças de Van der Waals, ou forças de dispersão de London, que são
cerca de dez vezes mais fracas do que as forças dípolo-dípolo e resultam do seguinte: mesmo
sendo apolar, a molécula contém muitos electrões, que se movimentam rapidamente. Pode
acontecer, num dado instante, de uma molécula estar com mais electrões de um lado que do
outro; essa molécula estará, então, momentaneamente polarizada e, por indução eléctrica, irá
provocar a polarização de uma molécula vizinha (dípolo induzido), resultando uma atracção
fraca entre ambas. Essa atracção deve-se às forças de Van der Waals ou de London.
Resumindo:
- Iónica
- Metálica