Você está na página 1de 9

LIGAÇÃO QUÍMICA

É o conjunto de forças que mantém os átomos unidos


entre si, dando origem a moléculas que constituem a
estrutura básica da substância ou composto.

NB:

 Na formação de uma ligação química há sempre


libertação de uma certa quantidade de energia
(energia de ligação);
 Na formação de uma ligação química participam
apenas electrões de valência (última camada);
 Os electrões da última camada são representados
através da estrutura de Lewis. NB: O átomo central será sempre:

 O elemento de menor electronegatividade;


REGRA DE OCTECTO  O átomo que se encontra em menor quantidade;
 O elemento que possuir maior número de valências.
Um átomo só é estável se adquirir uma estrutura
N2
electrónica semelhante a dos gases nobres, isto é, ter 8
electrões na última camada, excepto para o H2, que
adquire com dois electrões, configuração electrónica do
gás nobre He. H2

ESTRUTURA DE LEWIS NH3


As estruturas de Lewis representam estruturalmente uma
ligação química. Usando-se os electrões do último nível
energético (electrões de valência), sendo estes
representados através de pontos ou cruzes junto ao
Cl2
símbolo do átomo. Para desenhar uma estrutura de Lewis
deve-se obedecer a regra de octeto.

O2

1
CO2

CH4

HCN

CARACTERÍSTICAS DOS COMPOSTOS


IÓNICOS

TIPOS DE LIGAÇÃO QUÍMICA  São sólidos a temperatura ambiente;


 Possuem pontos de fusão e ebulição elevados;
Existem três tipos de ligação química:
 Conduzem a corrente eléctrica quando fundidos ou
1. Ligação Covalente; em solução aquosa.
2. Ligação Iónica;
3. Ligação Metálica.
LIGAÇÃO COVALENTE

Caracteriza-se pela diferença de electronegatividade, que


LIGAÇÃO IÓNICA é pequena entre átomos ligantes e pelo compartilhamento

Ocorre entre átomos de metal e ametal. É o resultado da de um ou mais pares de electrões durante a interação entre

atracção mútua entre catiões e aniões resultantes de uma ametais. Nesta ligação a diferença de electronegatividade

força electrostática de grande intensidade que mantém os entre átomos é menor que 1,7.

átomos unidos. Desta atracção resulta a transferência de A ligação covalente pode ser: apolar, polar e dactiva.
electrões do átomo do metal (que perde electrões
transformando-se em catião) para o átomo de ametal (que
recebe electrões, transformando-se em anião). É a) LIGAÇÃO COVALENTE APOLAR
caracterizada pela grande diferença de
Forma-se por partilha de electrões de átomos de ametais
electronegatividade entre átomos ligantes que é maior
do mesmo elemento químico. O par de electrões
que 1,7. As substâncias ou compostos resultantes,
distribui-se simetricamente entre os dois átomos e a
designam-se substâncias ou compostos iónicos.
diferença de electronegatividade é igual a zero.
Ex:
Ex: H2, N2, O2, etc.
NaCl
Cl2

MgCl2
NB: Dependendo da geometria da molécula, mesmo a
ligação de átomos diferentes pode ser apolar:

Ex: CH4, BeH2, etc.

2
b) LIGAÇÃO COVALENTE POLAR
As ligações covalentes podem ser simples, duplas ou
Estabelece-se entre átomos de ametais diferentes e a
triplas.
diferença de electronegatividade é menor que 1,7 e
 Simples – quando a partilha é de um par de electrões:
diferente de zero. Nesta ligação o par de electrões
Cl2 (Cl – Cl), HCl (H – Cl)…
compartilhados desloca-se parcialmente para o elemento
mais electronegativo, formando uma carga positiva no  Duplas – quando a partilha é de dois pares de
elemento menos electronegativo. electrões: O2 (O=O)…

NB:  Triplas – quando a partilha é de três pares de


electrões: N2 (N≡N)…
 Quanto maior for a diferença de electronegatividade,
maior será o carácter polar;
 Os átomos envolvidos na ligação são mantidos unidos PROPRIEDADES DOS COMPOSTOS

porque existe um equilíbrio entre as forças de MOLECULARES OU COM LIGAÇÃO

atracção e repulsão. COVALENTE

Ex: HCl, H2O, etc.  São sólidos, líquidos ou gasosos nas condições
ambientais;
HCl
 Apresentam pontos de fusão e ebulição baixos;
 São maus condutores de electricidade, mas alguns
podem conduzir em solução aquosa;
 A maioria dos compostos é solúvel em solventes
orgânicos.
c) LIGAÇÃO COVALENTE DACTIVA
(COORDENADA DACTIVA)
POLARIDADE DAS LIGAÇÕES
Neste tipo de ligação, um dos átomos com a útima
O que determina o tipo de ligação entre dois átomos é
camada completa, doa os dois electrões que asseguram a
a diferença de electronegatividade (𝝙χ) entre eles.
ligação (átomo doador). Este par de electrões apresenta
𝝙χ = diferença da electronegatividade
as mesmas características da ligação covalente simples,
0 ≤ 𝝙χ ≤ 0,4: a ligação é covalente apolar
sendo a única diferença a origem dos electrões que é
0,4 < 𝝙χ < 1,7:a ligação é covalente polar
somente de um dos átomos participantes da ligação.
𝝙χ ≥ 1,7: a ligação é iónica
NB: Os electrões do par passam a pertencer a ambos
átomos participantes.
LIGAÇÃO METÁLICA
Ex: SO2
Ocorre entre átomos de metais. É caracterizada pela
existência de electrões livres. Os metais têm
electronegatividade baixa, pois a atracção entre o núcleo
3
e a electrosfera é fraca. Quanto maior for o número de a) Linear- o átomo central não apresenta pares
electrões livres, menor será a intensidade da ligação electrónicos livres.
metálica. Ex: CO2, CS2, etc.

Ex: barra de ouro, fio de cobre, anel de ouro, utensílios


b) Angular - formam-se quando o átomo central possui
de Alumínio, etc.
pare (s) electrónico(s) livre(s).
Ex: SO2, H2Se, H2S, etc.
PROPRIEDADES DAS SUBSTÂNCIAS COM
LIGAÇÃO METÁLICA
 São sólidos, com excepção do mercúrio que é um
metal líquido;
 Apresentam um brilho metálico;
 Têm uma densidade relativamente elevada; 3. Substâncias (ou partículas) formadas por quatro
 Têm pontos de fusão e de ebulição relativamente átomos
elevados; Podem ser triangular plana ou piramidal.
 São bons condutores do calor e da electricidade a) Triangular plana- o átomo central (ligado à três
(devido a movimentos de electrões livres); átomos) não apresenta nenhum par de electrões livres.
 São resistentes à força de tração; Ex: NO3-, CO32-, BCl3, BF3, SO3, etc.
 São dúcteis (podem ser transformados em fios);
 São maleáveis (podem se transformar em lâminas);
 Formam ligas metálicas.

ESTRUTURA ESPACIAL (GEOMETRIA


MOLECULAR)
A geometria de uma molécula é a forma como os átomos
b) Piramidal - o átomo central (ligado à três átomos)
que a constituem dispõem-se no espaço. É determinada
apresenta um par de electrões livres.
pelo átomo central e pelo número de pares de electrões
Ex: SO32-, H3O+, PH3, AsH3, etc.
livres que ocorrem à sua volta.

1. Substâncias formadas por dois átomos - São sempre


lineares.
Ex: HBr, NaH, HCl, etc.

4. Substâncias (ou partículas) formadas por cinco


2. Substâncias formadas por três átomos
átomos
Podem ser lineares ou angulares.

4
Tetraédrica - quando o átomo central (ligado à quatro
átomos) não possui pares electrónicos livres.
Ex: CH4, CCl4, SO42-, PO43-, etc.

POLARIDADE DAS MOLÉCULAS Outra maneira de determinar a polaridade da maioria das


moléculas é estabelecer uma relação entre o número de
Teoricamente, pode-se determinar a polaridade de uma
nuvens eletrónicas ao redor do átomo central e o número
molécula pelo vector momento dipolar resultante ( μr ),
de átomos iguais ligados a ele.
isto é, pela soma dos vectores de cada ligação polar da
molécula.

NB:
1. Moléculas diatómicas formadas por átomos iguais são
sempre apolares.
2. Moléculas diatómicas formadas por átomos diferentes
Para determinar o vetor μr, devem-se considerar dois são sempre polares.
factores:
a) A escala de electronegatividade, que nos permite
determinar a orientação dos vectores de cada ligação
polar;
orientada no sentido do polo positivo (átomo menos
electronegativo) para o polo negativo (átomo mais
electronegativo).
b) A geometria da molécula, que nos permite determinar
a disposição espacial desses vectores.

5
FORÇAS (LIGAÇÕES) INTERMOLECULARES Estas forças dependem da polaridade das moléculas:
São as forças atractivas entre as moléculas. Asseguram a quanto maior for a polaridade maior serão as forças
existência dos estados condensados da matéria - estado dipolo- dipolo.
líquido e sólido - mantendo as moléculas unidas entre si.
São os principais responsáveis por algumas das
FORÇAS IÃO- DIPOLO (permanente)
propriedades físicas das substâncias.
Estabelece-se entre um ião (catião ou anião) e a parte de
sinal contrário de uma molécula (solvente) polar.

Quando uma molécula sofre transformações no seu


estado sólido para o líquido, verifica-se um
enfraquecimento progressivo das ligações entre as suas
moléculas mas não há quebra das ligações entre os seus
átomos. Isto prova que as ligações intermoleculares são
fracas em relação as ligações intra-atómicas.

FORÇAS DE VAN DER WAALS OU FORÇAS DE


LONDON
Ocorrem em moléculas apolares. São geralmente muito
fracas e formam-se devido às flutuações momentâneas
que decorrem nas nuvens electrónicas. O movimento dos
electrões pode ser natural criando um dipolo eléctrico
instantâneo ou pode ser criado por uma indução eléctrica
(de uma polaridade instantânea) que provocará a
FORÇAS DIPOLO-DIPOLO polarização da molécula vizinha.
São atracções que decorrem entre moléculas polares.
Nestas moléculas formam-se dipolos eléctricos
permanentes. A posição mais favorável é aquela em que
o polo positivo de uma molécula encontra-se próximo do
polo negativo de outra atraindo-a (isto é, cada polo Estas forças são (cerca de dez vezes) muito mais fracas
positivo atrai o polo negativo de outra molécula e assim que as dipolo-dipolo. As substâncias onde elas ocorrem
sucessivamente). possuem P.E. muito baixos.

6
PONTES DE HIDROGÉNIO  Em moléculas com o mesmo tipo de interacção:
São forças intermoleculares mais fortes em relação às quanto maior o tamanho da molécula, maiores os seus
restantes. Encontram-se nas ligações entre moléculas valores de pontos de fusão e de ebulição.
polares que apresentam o hidrogénio ligado a um
elemento muito EN (F, O ou N) quando apresenta, pelo Ex: As substâncias simples dos halogénios (F2, Cl2, Br2 e
menos, um par de electrões livres. I2) são a polares e apresentam o mesmo tipo de interacção
intermolecular: dipolo induzido. Suas temperaturas de
ebulição e fusão variam em função do aumento do
tamanho da molécula. A H2O e o HF apresentam o
Algumas substâncias não formam pontes de hidrogénio mesmo tipo de interacção intermolecular: pontes de
entre si mas podem formar pontes de hidrogénio com o hidrogénio mas, tem tamanhos aproximadamente iguais,
solvente (água). Suas temperaturas de ebulição e fusão variam em função
da maior intensidade da interacção.

POLARIDADE, FORÇAS INTERMOLECULARES


E SOLUBILIDADE
 Substâncias polares tendem a se dissolver em
FORÇAS INTERMOLECULARES E PONTOS DE
solventes polares.
FUSÃO (PF) E DE EBULIÇÃO (PE)
 Substâncias apolares tendem a se dissolver em
Dois factores influem nos PF e PE:
solventes apolares.
O tipo de força intermolecular – quanto mais intensas
as atracções intermoleculares, maiores os seus PF e PE.

O tamanho da molécula – quanto maior o tamanho de


uma molécula, maior será a sua superfície, o que propicia
um maior número de interacções com outras moléculas
vizinhas, conduzindo a valores de PF e PE mais elevados.

Para comparar os pontos de fusão e de ebulição de


diferentes substâncias, devem considerar-se esses dois
factores da seguinte maneira:
 Em moléculas com tamanhos aproximadamente
iguais: Quanto maior a intensidade de interacção,
maiores os valores dos PF e PE.
Ordem crescente de intensidade de interacção:
dipolo instantâneo – dipolo induzido < dipolo – dipolo
induzido < dipolo – dipolo < pontes de hidrogénio < ião
–dipolo.

7
ESTRUTURAS SÓLIDAS (GIGANTES) E A
LIGAÇÃO QUÍMICA
Sólidos- são estruturas gigantes formadas por unidades
estruturais de partículas que se repetem
tridimensionalmente no espaço. Estas partículas
dispõem-se de forma suficientemente ordenada de
maneira a dar forma e volume constante ao corpo.

Rede molecular
São constituídas por moléculas onde cada polo de
molécula atrai e é atraído por polos de sinal contrário das
moléculas vizinhas, estabelecendo-se uma complexa rede
de forças atractivas, que mantêm as moléculas a
REDES (ESTRUTURAS) CRISTALINAS.
distâncias mais ou menos constantes e em posições
CRISTAIS.
relativamente fixas.
Muitos corpos sólidos são constituídos por partículas
(átomos, moléculas ou iões) que se interligam por acção
de forças recíprocas e dispõem-se regularmente de uma
forma ordenada formando redes cristalinas.
O conceito de rede cristalina é um modelo que descreve
a disposição espacial das partículas nos cristais de uma
forma ordenada e regular. Esses cristais, dependendo do
tipo de partículas que os constituem podem ser:

Rede atómica. Cristal atómico.


Algumas substâncias sólidas não são constituídas por
Rede iónica. Cristal iónico
moléculas nem por iões. Consistem num conjunto
É um agregado regular e ordenado de iões (não se verificam
organizado de átomos ligados entre si por ligações
aglomerados de iões isolados uns dos outros). A estrutura e
covalentes resultando uma rede (cristal) atómica ou
o número de iões que o compõem dependem da dimensão
covalente.
dos iões e da sua carga eléctrica que no seu todo forma um
conjunto neutro.
Na rede, os catiões e os aniões ocupam lugares alternados e
atraiem-se por forças electrostáticas que mantêm cada ião
com a sua posição fixa na rede e rodeado por certo número
de iões de carga contrária (nº de coordenação do ião).

8
Estas duas substâncias são também o exemplo da
alotropia- fenómeno em que certos elementos
apresentam-se, sob a forma de cristais diferentes devido
a diferença na disposição espacial dos seus átomos.

Rede metálica. Cristal metálico


Os cristais metálicos têm uma rede cristalina formada por
catiões e electrões móveis, onde cada ião positivo fica
rodeado por um determinado nº de catiões (idênticos)
formando uma estrutura tridimensional ordenada e
compacta.

ESTRUTURA AMORFA
Entre os corpos sólidos encontram-se aqueles que não
formam cristais porque as suas partículas não se ordenam
de uma forma regular e caracterizam-se pela ausência de
uma forma determinada.
Ex: Carvão, dióxido de silício, resinas, colas, etc.

Você também pode gostar