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Profa: Natália E. C.

de Almeida
e-mail: natalia.almeida@ifsp.edu.br

Disciplina: Química

Ligação covalente;
Geometrias moleculares;
Arranjos eletrônicos;
Polaridade de moléculas.
Química

Ligação Covalente

Em 1916 Gilbert N. Lewis propôs que uma ligação covalente


consiste no compartilhamento de um par elétrons por dois
átomos.

Na formação da ligação covalente, os átomos tendem a

G. N. Lewis completar seus octetos pelo compartilhamento de seus pares


de elétrons.

Par de
elétrons
isolados
Química

Ligação Covalente

➢ Ligação simples: um par de elétrons compartilhado por dois átomos.


Ex.: H2, F2, CH4

F F

➢ Ligação dupla: dois pares de elétrons compartilhados por dois átomos.


Ex.: O2

O O

➢ Ligação tripla: três pares de elétrons compartilhados por dois átomos.


Ex.: N2

N N
Química

Ligação Covalente
➢ As estruturas de Lewis e a ressonância:

Comprimento de ligação:
- Ligação simples N-O: 140 pm
- Ligação dupla N=O: 120 pm,
- Ligação no NO3-: 124 pm

Comprimento de ligação:
- Ligação simples C-C: 154 pm,
- Ligação dupla C=C: 134 pm,
- Ligação no benzeno: 139 pm
Química

Ligação Covalente
➢ Carga Formal:
Carga que um átomo teria se as ligações fossem perfeitamente
covalentes, ou seja, se todos os pares de elétrons ligantes estivessem
igualmente compartilhados por todos os átomos.
Carga Formal = V – (L + ½ B)
V = número de elétrons de valência (C.V.)
L = número de elétrons presentes em pares isolados
B = número de elétrons compartilhados

Exemplo: CH4
H0 - Carga formal do C: 4 – 0 – 8/2 = 0
0
0
H C H0
H0 - Carga formal dos H: 1 – 0 – 2/2 = 0
Química

Ligação Covalente

Estruturas de Lewis dos híbridos de ressonância do sulfato (SO42-).

Estruturas com
menores cargas
formais são as
mais prováveis de
terem a menor
energia
Química

Ligação Covalente

Exceções a regra do octeto:

➢ Deficiência em elétrons:

Situação comumente encontrada em compostos de boro e berílio.


Ex: BeH2 e BF3

BeH2: BF3:
6 elétrons na C.V.
4 elétrons na C.V.
Química

Ligação Covalente
Exceções a regra do octeto:
➢ Camada de valência expandidas:
✓ Regra do octeto: 8 elétrons preenchem uma camada, resultando na camada de
valência de um gás nobre ns2 np6.

✓ Se o átomo central de uma molécula possuir orbitais d vazios, este pode


acomodar 10, 12 e mais elétrons. Estes elétrons podem estar presentes como
pares isolados ou formando ligações.

✓ Fatores para ocorrer a expansão do octeto:


• Orbital d vazio na camada de valência;
• Tamanho do átomo.
Química

Ligação Covalente

Exceções a regra do octeto:

Camada de valência expandidas:


0

0 0 0
P4(g) + 6 Cl2(g) → 4 PCl3(l)

0
0 0

PCl3(l) + Cl2(g) → 4 PCl5(g) 0


0 0

10 elétrons na C.V.
Química

Ligação Covalente
➢ Eletronegatividade e Polaridade da Ligação

Eletronegatividade:
• Linus Pauling: é o poder de atração dos elétrons por um átomo quando este é
parte de uma ligação química.

• Robert Mulliken: a eletronegatividade é a medida da energia de ionização e da


afinidade eletrônica do elemento.

- I elevado: tendência de doar elétron é muito


(𝐼+𝐴𝐸) pequena.
= - AE elevado: elétron facilmente adicionado a um
2
átomo.
- Elementos com ambas as propriedades são
altamente eletronegativos.
Química

Ligação Covalente

➢ Eletronegatividade e Polaridade da Ligação

• Em compostos iônicos, não existe compartilhamento de elétrons, e sim


transferência de elétrons entre os átomos.

Polo +

Polo -
Química

Ligação Covalente

➢ Eletronegatividade e Polaridade da Ligação

• Em uma ligação covalente, os elétrons estão compartilhados entre dois


átomos.

• As ligações que ocorrem nas substâncias covalentes podem ser


classificadas:

- Ligação covalente apolar ou não polar

- Ligação covalente polar


Química

Ligação Covalente

➢ Eletronegatividade e Polaridade da Ligação

Ligação covalente apolar → elétrons compartilhados


igualmente entre os átomos.

F2

Ligação covalente polar → um dos átomos exerce maior


atração pelos elétrons ligantes que o outro.

+ -

HF
Química

Ligação Covalente

➢ Eletronegatividade e Polaridade da Ligação

Momento de Dipolo ():


- Sempre que duas cargas elétrica de mesma magnitude mas de sinais
contrários são separadas por uma distância, estabelece-se um dipolo.
- A medida quantitativa da magnitude do dipolo é denominada momento de
dipolo elétrico ().

Deslocamento da
densidade
eletrônica para o F

+ -

∆ = 4,0 – 2,2 = 1,8


Química

Ligação Covalente
➢ Polaridade de moléculas
Uma molécula é polar se possui momento de dipolo () resultante diferente
de zero.

Exemplo: HCl →  = 1,08 D


Química

Ligação Covalente
➢ Polaridade de moléculas
Ligações covalentes polares não necessariamente implicam em moléculas
polares.

A forma de uma molécula irá definir se esta é polar ou não

Apolar

CO2

Polar

H2O
Química

Ligação Covalente
➢ Polaridade de moléculas
- Ligações covalentes polares não necessariamente implicam em
moléculas polares.

- A forma de uma molécula irá definir se esta é polar ou não.


Química

Ligação Covalente
➢ As forças e comprimentos das ligações

Forças de ligação:

A força de uma ligação química é medida pela sua energia de dissociação,


a qual é definida como a energia requerida para separar dois átomos
ligados em uma quebra homolítica.

∆H = 419 kJ/mol

- Ligação mais forte conhecida: CO (∆H = 1062 kJ/mol)

- Ligação mais fraca conhecida: I2 (∆H = 139 kJ/mol)


Química

Ligação Covalente
➢ As forças e comprimentos das ligações
Forças de ligação:

N N O O F F
Química

Ligação Covalente
➢ As forças e comprimentos das ligações
Forças de ligação:

C-C: ∆H = 348 kJ/mol


C=C: ∆H = 612 kJ/mol
C≡C: ∆H = 837 kJ/mol
Química

Ligação Covalente
➢ As forças e comprimentos das ligações
Forças de ligação:

Variação nos raios atômicos também contribui para a


tendência nas forças de ligação.

Energia de dissociação (kJ/mol) de


moléculas de halogenetos de hidrogênio.
Química

Ligação Covalente
➢ As forças e comprimentos das ligações
Comprimento da ligação:
Distância entre os centros de dois átomos ligados através da ligação
covalente.

Nota-se o acentuado aumento no


comprimento da ligação a medida
que se desce nos grupos.

Comprimento de ligação (pm) de


moléculas diatômicas de halogênio.
Química

Ligação Covalente
➢ As forças e comprimentos das ligações
Comprimento da ligação:
Química

Ligação Covalente
A forma da molécula e a sua estrutura
Estrutura de Lewis Modelo de Repulsão dos Elétrons
da Camada de Valência

Não representa a geometria da Conjuntos de elétrons (par não


molécula, simplesmente indica ligante, ligação ou multipla) se
como os átomo são mantidos juntos repelem e, deste modo, distribuem-
e quais possuem pares de elétrons se em torno do átomo central de
isolados. forma a minimizar as repulsões.

CH4 PCl5 SF6


Química

Ligação Covalente

A forma da molécula e a sua estrutura

Modelo de repulsão dos elétrons da camada de valência:

O modelo de repulsão dos elétrons da camada de valência amplia


a teoria de ligação química de Lewis, com regras que permitem
prever as geometrias e os ângulos das ligações
Química

Ligação Covalente
A forma da molécula e a sua estrutura

Geometrias de moléculas simples e seus ângulos de ligação:


Química

Ligação Covalente
A forma da molécula e a sua estrutura
Modelo de repulsão dos elétrons da camada de valência:
1. Pares de elétrons (ligantes e isolados) posicionam-se o mais distante
possível um do outro para minimizar a repulsão, ou seja, regiões de alta
concentração eletrônica repelem-se. Para reduzir a repulsão, elas
tendem a manterem-se afastadas o máximo possível, mantendo a
mesma distância do átomo central.
Exemplo:

BeCl2
Estrutura de Lewis:

Linear (ângulo de 180º)


Química

Ligação Covalente
A forma da molécula e a sua estrutura
Modelo de repulsão dos elétrons da camada de valência:

Exemplo:

BF3

Estrutura de Lewis:

Trigonal Plana
Química

Ligação Covalente
A forma da molécula e a sua estrutura
Modelo de repulsão dos elétrons da camada de valência:
Exemplo:

CH4

Estrutura de Lewis:

Tetraédrica
Química

Ligação Covalente
A forma da molécula e a sua estrutura
Modelo de repulsão dos elétrons da camada de valência:

2. Não se faz distinção entre ligação simples e ligações múltiplas.


Exemplos:

CO2 CO32-

Geometria Trigonal Plana


Geometria Linear
Química

Ligação Covalente
A forma da molécula e a sua estrutura
Modelo de repulsão dos elétrons da camada de valência:

AX2 AX3 AX4 AX5 AX6 AX7


Química

Ligação Covalente
A forma da molécula e a sua estrutura
Modelo de repulsão dos elétrons da camada de valência:

3. Pares de elétrons no átomo central de uma molécula afetam a


geometria da molécula.

AXnEm
átomo central par de elétrons isolado
átomo ligado

- O arranjo eletrônico de uma espécie química é a geometria tridimensional de


um arranjo de ligações e pares de elétrons isolados ao redor do átomo central.

- Somente as posições dos átomos são consideradas quando descrevemos


geometria de uma espécie química.
Química

Ligação Covalente
A forma da molécula e a sua estrutura
Modelo de repulsão dos elétrons da camada de valência:

Exemplo:

NH3

Estrutura de Lewis: Geometria: Arranjo eletrônico:

Arranjo eletrônico: TETRAÉDRICA


Geometria da molécula: PIRÂMIDE TRIGONAL
Química

Ligação Covalente
A forma da molécula e a sua estrutura
Modelo de repulsão dos elétrons da camada de valência:

Exemplo:

H2O

Estrutura de Lewis: Geometria: Arranjo eletrônico:

Arranjo eletrônico: TETRAÉDRICA


Geometria da molécula: ANGULAR
Química

Ligação Covalente
A forma da molécula e a sua estrutura
Modelo de repulsão dos elétrons da camada de valência:
4. No modelo de repulsão dos elétrons da camanda de valência considera-
se as forças de repulsão na seguinte ordem:
par isolado – par isolado  par isolado – par ligante  par ligante – par ligante

H C H H N H O
H H H H
109.5O 107O 104.5O
AX4 AX3E AX2E2
Ar. eletrônico: TETRAÉDRICA Ar. eletrônico: TETRAÉDRICA Ar. eletrônico: TETRAÉDRICA
Geometria: TETRAÉDRICA Geometria: PIRÂMIDE TRIGONAL Geometria: ANGULAR
Química

Ligação Covalente
A forma da molécula e a sua estrutura
Modelo de repulsão dos elétrons da camada de valência:

Exemplo:

IF4+
AX4E – possibilidades
+
a) Posição axial: par isolado
próximo a três átomos
equatoriais.

b) Posição equatorial: par


isolado próximo a dois
átomos axiais

AX4E
Qual a posição mais
energeticamente
favorável?
Química

Ligação Covalente
A forma da molécula e a sua estrutura
Modelo de repulsão dos elétrons da camada de valência:

Exemplo:

IF4+

Arranjo eletrônico: BIPIRÂMIDE TRIGONAL


Geometria: GANGORRA
Química

Ligação Covalente
A forma da molécula e a sua estrutura
Modelo de repulsão dos elétrons da camada de valência:

AX5 → arranjo eletrônico BIPIRÂMIDE TRIGONAL


AX4E → arranjo eletrônico BIPIRÂMIDE TRIGONAL
AX3E2 → arranjo eletrônico BIPIRÂMIDE TRIGONAL

AX3E2
Geometria da
molécula:

FORMA T
Química

Ligação Covalente
A forma da molécula e a sua estrutura
Modelo de repulsão dos elétrons da camada de valência:

AX6 → arranjo eletrônico OCTAÉDRICA


AX5E → arranjo eletrônico OCTAÉDRICA
AX4E2 → arranjo eletrônico OCTAÉDRICA

QUADRADO
PLANAR
AX2
Linear

AX3

Trigonal plana

AX4
Tetraédrica

AX5

Bipirâmide trigonal

AX6
Octaédrica
AX2
Linear Linear

AX3

Trigonal plana
Trigonal plana
AX2E

Angular

AX4

Tetraédrica
Tetraédrica
AX3E

Pirâmide trigonal
(piramidal)

AX2E2
Angular
AX5

Bipirâmide trigonal
Bipirâmide trigonal
AX4E

Gangorra

AX3E2

Forma T

AX2E3

Linear
AX6

Octaédrica
Octaédrica

AX5E

Pirâmide
quadrada

AX4E2

Quadrado planar

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