Você está na página 1de 66

Ligações Químicas

Profª . M. Sc Kamylla Cavalcante

1
Ligações químicas

Desde o final século 19 os químicos perceberam que os átomos não são encontrados
de forma isolada na Natureza. Isso os levou a concluírem que os átomos se ligam
para adquirir estabilidade, seguindo a tendência natural do Universo de caminhar no
sentido de se ter menor energia.
Teoria do octeto

▪ Os átomos se ligam para adquirir estabilidade.

▪ A grande maioria dos átomos se tornam estáveis


ao adquirir configuração eletrônica igual à dos
gases nobres.

▪ Essa teoria, baseada no estudo dos gases nobres,


foi proposta por G.N.Lewis em 1916.

“G.N.Lewis”
Teoria do octeto

▪ Gilbert Newton Lewis foi um dos maiores químicos do


século XX.
▪ Lewis foi o cientista que mais vezes foi indicado para
receber o Prêmio Nobel, mas que nunca lhe foi
concedido. Foram 35 indicações. 😞
▪ Lewis morreu no laboratório no decurso de uma
experiência com HCN (1946). Suicídio ou “causa
natural”?
▪ O estado de Massachusetts tem um dia especialmente
dedicado a Lewis - 23 de outubro.
Teoria do octeto

“Os átomos tendem a ganhar, perder ou compartilhar


elétrons até que tenham oito elétrons(octeto) no último
nível de energia, ou dois elétrons quando possuem apenas
o primeiro nível de energia”

“Existem muitas exceções a regra do octeto”


Ligação iônica

A ligação iônica resulta da transferência de elétrons da camada de valência


de um átomo para a camada de valência de outro átomo.
Ligação iônica
Formação NaCl

11Na 17Cl

1s2 1s2
2s2 2p6 2s2 2p6
3s1 3s2 3p5

“Símbolos de Lewis”
Formação CaF 2

20Ca 9F
1s2
1s2 2s2 2p5
2s2 2p6
9F
3s2 3p6 1s2
4s2 2s2 2p5
Ligação iônica
Ligação iônica

Os compostos iônicos geralmente são


formados pela combinação de metais
(perdem elétrons) com ametais (ganham
elétrons). O processo de formação de um
composto iônico é exotérmico.
Ciclo de Born-Haber

Energia de rede é a energia


necessária para separar
completamente os íons da rede
cristalina de um sólido iônico.

• ∆H1 =107,7 kJ (calor de sublimação) ∆H2 = 496 kJ (energia de ionização)


• ∆H3 =121,7 kJ (energia de ligação) ∆H4 = -349 kJ (eletroafinidade)
• ∆H5 = -788 kJ (energia de rede) ∆H1+ ∆H2 + ∆H3 + ∆H4 + ∆H5 = ∆Hf = - 410,9 kJ
(calor de formação)
Retículo cristalino

Os compostos iônicos não possuem moléculas. Os cátions e ânions se


agrupam formando um retículo cristalino. O retículo é a unidade de
repetição do cristal iônico.
Retículo cristalino
Retículo cristalino cúbico de face centrada (CFC)
Retículo cristalino cúbico de face centrada (CFC)

•Na + •
Cl-
Retículo cristalino cúbico de face centrada (CFC)
Número de coordenação

O número de coordenação (NC) de um íon em um retículo cristalino


corresponde ao número de íons de carga oposta que o circundam
imediatamente, ou seja, número de íons vizinhos. No NaCl o número de
coordenação é 6.
Retiículo cristalino cúbico de corpo centrado (CCC)
Retiículo cristalino cúbico de corpo centrado (CCC)

•Cs + • Cl-

NC=8
Ligação iônica

Toda ligação iônica forma um sistema eletricamente neutro.


O número total de elétrons cedidos é igual ao número total
de elétrons recebidos.
Exemplos DE FÓRMULAS MINÍMAS OU EMPÍRICAS
PROPRIEDADES DOS COMPOSTOS IÔNICOS

• Todo composto iônico é sólido nas CNTP.


• São duros e quebradiços. Por isso, os compostos iônicos possuem baixa
tenacidade, propriedade que mede a resistência que um material
apresenta a choques mecânicos.
PROPRIEDADES DOS COMPOSTOS IÔNICOS

Possuem elevados pontos de fusão e ebulição. Essa característica pode ser


explicada pelo fato de as ligações iônicas serem fortes e não direcionadas,
ou seja, cada íon do retículo interage eletrostaticamente em todas as
direções com os demais íons do retículo.
PROPRIEDADES DOS COMPOSTOS IÔNICOS

São isolantes elétricos no estado sólido, pois os íons ocupam posições fixas
no retículo cristalino. Porém, são condutores nos estados líquido e gasoso.
PROPRIEDADES DOS COMPOSTOS IÔNICOS

Os compostos iônicos são maus condutores de calor.


Soluções de compostos iônicos conduzem corrente elétrica, ou seja, são
soluções eletrolíticas. Os compostos iônicos solúveis sofrem dissociação
em meio aquoso, liberando os íons que são responsáveis pela condução da
corrente elétrica.

“Íons solvatados”
OBSERVAÇÕES

Os metais de transição formam compostos iônicos que não obedecem


obrigatoriamente a regra do octeto. Ex: FeF3.

Fe+3
26
1s2
2s2 2p6
3s2 3p6 3d5 13 e- CV
OBSERVAÇÕES

Os metais de transição formam compostos iônicos que não obedecem


obrigatoriamente a regra do octeto. Ex: FeF3.

Fe+3
26
1s2
2s2 2p6
3s2 3p6 3d5 13 e- CV
OBSERVAÇÕES

• Os compostos iônicos de hidrogênio são denominados hidretos (H-1).


Ex: CaH2 , NaH.
• NaCl = sal de cozinha
• CaO = óxido de cálcio (cal virgem ou viva)
• Al2O3 = óxido de alumínio (Bauxita)
• Fe2O3= óxido de ferro III (hematita)

Cal viva

Bauxita Hematita
Ponto de fusão e ebulição

O PF/PE dos compostos iônicos é diretamente proporcional a carga dos


íons e inversamente proporcional aos seus raios.

CaO NaCl CsCl

Ca+2 O-2 Na+ Cl-


Cs+ Cl-
d
PF = 25720C
PF = 8010C d

PF = 6450C
Energia de rede

A energia de rede é a energia necessária para separar completamente um


mol de um composto iônico no estado sólido, transformando-o em íons
gasosos.
Quanto maior for o ponto de fusão de um composto iônico, maior será a
sua energia de rede. Observe a tabela a seguir:
Caráter iônico

CsF NaF CaF2 FeF3


Aumenta o caráter iônico

Elemento Eletronegatividade Quanto maior for a


F 4 diferença de
Fe 1,83 eletronegatividade entre
Ca 1,00 os átomos, maior será o
Na 0,93
caráter iônico do
composto.
Cs 0,7
Ligações covalentes

33
Ligação Covalente

As ligações covalentes são baseadas no compartilhamento de


elétrons entre dois átomos.
A força condutora por trás da formação da ligação deve ser a
diminuição da energia global.
▪ A ligação iônica reduz a energia ao transferir elétrons entre um
metal e um ametal.
▪ A ligação covalente reduz a energia ao compartilhar elétrons
entre dois ametais.
Ligações químicas e energia

Os núcleos dos átomos de ligação se repelem, assim como os elétrons.


Uma ligação covalente é formada quando as forças de atração e
repulsão se equilibram e a energia está no nível mínimo.
Ligações químicas e energia

O ponto de energia mínima corresponde à formação de uma ligação


covalente. A energia liberada quando átomos isolados formam
ligação covalente é chamada energia de ligação.
A distância entre os núcleos dos átomos ligados é denominada
comprimento de ligação.
A densidade eletrônica de átomos isolados e átomos com ligações
covalentes é diferente.
• Átomos isolados têm densidade eletrônica esférica ao redor do
núcleo.
• Em uma molécula ligada covalentemente, existe um acúmulo de
densidade eletrônica na região entre os dois átomos ligados.
Ligações químicas e energia

A formação de uma ligação química sempre libera energia.


• Uma vez que a ligação é formada, essa mesma quantidade de
energia (a energia de ligação) deve ser fornecida para separar a
ligação.
• A grandeza dessa energia de ligação depende dos átomos
envolvidos.
As reações químicas envolvem rearranjo de ligações, assim os
reagentes são transformados em produtos.
Uma reação será energeticamente favorecida se a energia necessária
para quebrar as ligações for menor que a energia liberada na
formação de novas ligações.
Ligações químicas e energia

Agora veja alguns exemplos de ligação covalente, em que ocorre o


compartilhamento de mais de um par de elétrons.

O número de ligações covalentes entre os átomos é chamado de ordem


de ligação. Temos o seguinte:
Ligações Ordem de ligação
C–C 1
C=C 2
C≡C 3
Ligações químicas e energia

O comprimento de ligação está relacionado com outros parâmetros


referentes à ligação química, nomeadamente:
Ordem de ligação: quanto maior for a ordem de ligação, isto é, quanto
maior for a densidade electrónica na região situada entre dois átomos
ligados quimicamente, que se traduz num aumento do carácter duplo
ou triplo da ligação, menor é o seu comprimento;
Energia de ligação: quanto maior for a energia de uma ligação química
entre dois átomos, menor é o comprimento dessa mesma ligação.

À medida que a ordem da ligação C–C aumenta, aumenta a sua energia


e diminui o seu comprimento.
Ligações químicas e energia
É a atração pelo átomo dos elétrons compartilhados em uma ligação covalente.
A eletronegatividade não é uma quantidade medida.
Os valores de eletronegatividade são estabelecidos considerando uma série de fatores, como
tamanho atômico, afinidade eletrônica e energia de ionização.
Quanto maior o valor da eletronegatividade, mais provável será um elemento atrair densidade
eletrônica extra quando formar compostos químicos.
É a capacidade que um átomo possui de atrair elétrons em uma ligação.
F > O > N > Cl > Br > I > S >C > P >H
Estrutura de Lewis ou Fórmula Eletrônica
Elaboração das estruturas de Lewis:

Para determinar a estrutura de Lewis de cada molécula, devemos


realizar os seguintes passos.
1º) Determinar o número de elétrons de valência de cada átomo.
2º) Determinar a posição dos átomos na estrutura: o átomo central é
sempre o de menor eletronegatividade, e átomos monovalentes (que
fazem apenas uma ligação) posicionam-se na extremidade.
3º) Compartilhar os pares de elétrons dos átomos ao redor do átomo
central, completando o octeto.
4º) Se faltarem elétrons para completar o octeto, deve-se fazer duplas
ou triplas ligações.
Estrutura de Lewis ou Fórmula Eletrônica
Carga Formal

Carga formal que estiver mais próxima de zero será a que possui
maior probabilidade de existência real. Note que é “mais próximo de
zero”, portanto, não precisa ser igual a zero.

V = quantidade de elétrons de valência do átomo livre;


L = quantidade de elétrons presentes nos pares isolados (não
ligantes) do átomo na estrutura;
S = quantidade de elétrons compartilhados pelo átomo na estrutura
Carga Formal

Com base nos resultados obtidos, podemos notar que a 1ª


estrutura é a que tem maior probabilidade de existência
real. Assim, sabemos que ela não segue a regra do octeto,
mas que o enxofre expandiu sua camada de valência,
ficando estável com 10 elétrons.
Carga formal

Com base nos resultados obtidos, podemos notar que a 1ª


estrutura é a que tem maior probabilidade de existência
real. Assim, sabemos que ela não segue a regra do octeto,
mas que o enxofre expandiu sua camada de valência,
ficando estável com 10 elétrons.
Exceções à regra do Octeto
Alguns compostos não precisam ter oito elétrons na camada de
valência para atingir a estabilidade, são por isso considerados exceções
à Regra do Octeto. Aprenda agora por que alguns elementos escapam
da obrigação de ter um octeto de elétrons na última camada.
Berílio (Be)
É uma exceção à Regra do Octeto porque é capaz de formar compostos
com duas ligações simples, sendo assim, estabiliza-se com apenas
quatro elétrons na camada de valência.
Exceções à regra do Octeto
Boro (B)
Forma substâncias moleculares com três ligações simples.

Repare que o Boro (B) tem a tendência de doar seus elétrons para os
átomos de Flúor (F), este sim obedece à Regra do Octeto, necessitando
de oito elétrons na camada de valência. Como o Boro cede seus
elétrons, o flúor se estabiliza com o Octeto formado.
Exceções à regra do Octeto
Expansão da regra do octeto – Ter mais de 8 elétrons.

Apenas os elementos do 3º período em diante podem sofrer


expansão da regra do octeto, devido acomodarem mais elétrons na
sua camada de valência!
Exceções à regra do Octeto
Expansão da regra do octeto – Ter mais de 8 elétrons.

Apenas os elementos do 3º período em diante podem sofrer


expansão da regra do octeto, devido acomodarem mais elétrons na
sua camada de valência!
Ligações Metálicas

50
Teoria do “mar de elétrons” ou “nuvem eletrônica”
Em um pedaço de metal, os átomos liberam os seus elétrons de valência, que
ficam livres para percorrer toda a estrutura (elétrons deslocalizados). O
resultado é um arranjo ordenado de íons positivos mergulhados em uma
nuvem eletrônica, como mostra a figura a seguir:
Teoria do “mar de elétrons” ou “nuvem eletrônica”
Teoria do “mar de elétrons” ou “nuvem eletrônica”
• A força da ligação metálica resulta da atração entre a nuvem de
elétrons deslocalizados (livres) e os cátions. Os elétrons livres
funcionam como uma “cola eletrostática”, unindo os cátions
metálicos.
• Na formação do cristal metálico os orbitais se interpenetram em todas
as direções , formando uma nuvem eletrônica que se estende por todo
o cristal.
• Os elétrons de valência são , assim, compartilhados por todos os íons
do cristal.
Teoria do “mar de elétrons” ou “nuvem eletrônica”
A força da ligação metálica resulta da atração entre a nuvem de elétrons
deslocalizados (livres) e os cátions. Os elétrons livres funcionam como
uma “cola eletrostática”, unindo os cátions metálicos.
Na formação do cristal metálico os orbitais se interpenetram em todas
as direções , formando uma nuvem eletrônica que se estende por todo o
cristal.
Os elétrons de valência são , assim, compartilhados por todos os íons do
cristal.
Observações

➢A ligação metálica não é direcionada existem forças de


atração e repulsão eletrostáticas em todas as direções.
➢A ligação metálica só ocorre nos estados sólido e líquido.
Os átomos do metal precisam estar próximos para
ocorrer à formação da nuvem eletrônica, e no estado de
vapor a distância entre os átomos é muito grande. O
vapor de um metal é constituído por átomos isolados.
➢O modelo do “mar de elétrons” não explica totalmente
todas as propriedades dos metais. A teoria mais moderna
sobre ligação metálica é a “teoria das bandas
eletrônicas”, que foi desenvolvida pela mecânica
quântica.
Propriedades dos metais
• São sólidos nas CNTP ,com exceção do mercúrio (Hg).
• Geralmente possuem altos pontos de fusão e ebulição. Isso indica que a força
de atração entre os átomos é muito forte.
• Possuem brilho característico. Os elétrons livres na superfície do metal
absorvem e emitem a luz incidente. A luz incidente e a refletida pelos elétrons
livres possuem a mesma frequência, ou seja, ocorre basicamente uma
reflexão.

“mercúrio”
Propriedades dos metais
• São maleáveis (facilidade de forma lâminas)
e dúcteis (facilidade formar fios).

Como a ligação metálica não tem orientação


espacial,o mar de elétrons rapidamente se
ajusta para assegurar que os átomos não sejam
simplesmente desgarrados nos processos de
laminação e fiação.
Propriedades dos metais
• São bons condutores de eletricidade e calor. A mobilidade dos elétrons
livres também explica essas propriedades. O fluxo de elétrons pela
estrutura transfere rapidamente a eletricidade e o calor de uma
extremidade a outra do metal.
Retículos
No estado sólido, os átomos dos metais se agrupam de forma
geometricamente ordenada, dando origem ás células ou reticulados
cristalinos. Os retículos mais comuns são: cúbico de corpo centrado
(CCC), cúbico de face centrada (CFC) e hexagonal compacto (HC).
Cúbico de face centrada-CFC
Cúbico de corpo centrado-CCC
Hexagonal compacto - HC
aplicações
aplicações

O átomo possui 102 m de altura. Suas nove


esferas revestidas de aço inoxidável de 18
m de diâmetro são conectadas, de modo que
o todo forma a forma de uma célula
unitária de um cristal de ferro ampliada 165
bilhões de vezes. Tubos de 3 m de diâmetro
conectam as esferas ao longo das 12 arestas
do cubo e todos os oito vértices ao
centro. Eles incluem escadas, escadas
rolantes e um elevador (no tubo vertical
central) para permitir o acesso às cinco
esferas habitáveis, que contêm salas de
exposições e outros espaços públicos. A
esfera superior inclui um restaurante
com vista panorâmica de Bruxelas.
Ligas metálicas

• Ligas são materiais metálicos que são misturas de


dois ou mais metais ou de metais com ametais.
• As ligas podem ser misturas homogêneas ou
heterogêneas.
• As ligas tendem a ser duras e ter menor
condutividade elétrica que o metal puro.
Ligas metálicas
• Latão = Cu + Zn
• Bronze = Cu + Sn
• Aço = Fe + C
• Aço inoxidável = Fe + C + Ni + Cr
• Ouro 18 = Au + Cu + Ag
• Amálgamas = ligas que contêm mercúrio. Ex: Ag + Hg , Au + Hg
• Liga leve = Al + Mg

Bronze Latão Aço inox

Você também pode gostar