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Universidade Federal da Santa Catarina

Centro de Ciências Físicas e Matemáticas


Departamento de Química
QMC 5151 – Química Básica para Oceanografia

Ligações Químicas

Prof. Dr. Luis Henrique Silveira Lacerda


luis.lacerda@ufsc.br

Florianópolis, 2022
Objetivos

Conhecer os aspectos principais a respeito da estrutura


eletrônica, compreendendo porque compostos químicos existem se
formam e a energia envolvida durante a quebra ou formação de uma
ligação química.

2
Recapitulando...
Átomos e matéria

2
Ligações Químicas

Ligações químicas

LIGAÇÃO IÔNICA:
É a força atrativa que mantém refere-se às forças eletrostáticas
dois ou mais átomos unidos. que existem entre íons de cargas de
sinais contrários.

LIGAÇÃO METÁLICA:
LIGAÇÃO COVALENTE: são encontradas em metais como Cu,
resulta do compartilhamento de Fe e Al. Cada átomo está ligado a
elétrons entre dois átomos. vários átomos vizinhos.

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Ligações Químicas

Conceitos importantes

Elétrons de Valência Regra do octeto


Os elétrons de um átomo que participam das
Todos os gases nobres, com exceção do He, têm
ligações químicas são chamados de elétrons de
uma configuração s2p6.
valência.
Segundo a regra do octeto os átomos tendem a
Uma representação comum para esses elétrons é
ganhar, perder ou compartilhar elétrons até que
feita por meio de símbolos de Lewis, e cada
eles estejam com 8 elétrons de valência (4 pares
elétron de valência em um átomo é representado
de elétrons).
por pontos ao redor do símbolo do elemento.
Levando em conta a regra do octeto, cada Existem muitas exceções a regra do octeto.
elemento pode acomodar dois elétrons em cada
lado do símbolo, sendo que todos os lados são
equivalentes.

6 elétrons
de valência

O número de elétrons de valência de qualquer


elemento é o mesmo do número do grupo do
elemento da tabela periódica.
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Metal de baixa energia de ionização
Ligações Químicas
NaCl

Ligações iônicas Não-metal com alta afinidade por elétrons

Considere a reação entre o sódio e o cloro

Na(s) + 𝟏Τ𝟐Cl2(g)  NaCl(s) ΔHof = -410,9 kJ

Ocorre a transferência de um elétron do átomo


de Na para um átomo de Cl.

Cada átomo tem um octeto de elétrons

Na+ tem configuração eletrônica o Ne e o


Cl- tem a configuração do Ar.

Na (Z = 11): 1s22s22p63s1  Na+: 1s22s22p6


8 elétrons
Cl (Z = 17): 1s22s22p63s23p5  Cl-: 1s22s22p63s23p6
8 elétrons
6
Energia em detalhes
Ligações Químicas A formação de Na+(g) a partir de Na(g) é endotérmica.
A remoção de um elétron de Na(g) para
Ligações iônicas formar Na+(g) requer 496 kJ/mol.
A formação de Cl-(g) a partir do Cl(g) é exotérmica.
Ligação química e energia
Adição de um elétron a Cl(g) libera 349
Inferimos que o NaCl é mais estável do que os kJ/mol.
elementos que o constituem e, por isso, muita energia é
Energia de formação dos íons: 496 – 349 = 147 kJ/mol
liberada na formação desse composto. Logo, a reação é
violentamente exotérmica. Esse valor considera a formação dos íons
quando os átomos de Na e Cl estão infinitamente
O NaCl é encontrado em forma sólida, o que distantes um do outro. A partir do valor, não há
chamamos de retículo cristalino, onde cada íon Na+ é razão para que o NaCl seja formado.
circundado por 6 íons Cl−. Similarmente, cada íon Cl−
é circundado por 6 íons Na+. Para se compreender o porque da formação do NaCl,
Na estrutura formada, os é preciso então considerar a influência da forte atração
íons são empacotados o mais eletrostática, sendo essa responsável por fornecer a
próximo possível. Além disso, a maior parcela da energia necessária para a formação da
estrutura se mostra ligação química.
completamente regular, Na+(g) + Cl-(g) → NaCl(s) ∆Hrede = -788 kJ/mol
podendo ser representada por
A formação do reticulo cristalino do NaCl leva a uma
uma unidade mínima chamada de
liberação de energia.
célula unitária.
A energia necessária para separar completamente um
mol de sólido iônico em íons gasosos é chamada de
energia de rede. 7
Ligações Químicas

Ligações iônicas
Energia de Rede
A energia de ligação aumenta à medida que:

As cargas nos íons aumentam;

A distância entre os íons diminui.

Valores elevados de Energia de rede indicam íons


fortemente atraídos uns pelos outros em um
sólido.

A energia de rede é também responsável pela


dureza e elevados pontos de fusão dos sólidos
iônicos .

A energia liberada pela atração entre os íons de


cargas contrárias mais do que compensa a natureza
endotérmica das energias de ionização, tornando a
formação de compostos iônicos um processo exotérmico.
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Ligações Químicas

Ligações iônicas
Cálculo de energia de rede
Ciclo de Born-Haber

9
Regras gerais
Ligações Químicas Metais representativos dos grupos 1A, 2A e 3A
formam cátions com cargas 1+, 2+ e 3+,
Ligações iônicas respectivamente.

íons Não-Metais dos grupos 5A, 6A e 7A formam


As configurações eletrônicas podem prever a ânions com cargas 3-, 2- e 1-, respectivamente.
formação de um íon mais estável
Compostos iônicos de não-metais do grupo 4A (C,
Mg+: [Ne]3s1 não estável
Si e Ge) são raros. Os elementos mais
pesados do grupo 4A, Sn e
Mg: [Ne]3s2 Pb, considerados metálicos
são comumente encontrados
com carga 2+.
Mg2+: [Ne] estável

Cl: [Ne}3s23p5 Cl−: [Ne]3s23p6 = [Ar]


estável Íons de metais de transição
Formam cátions com carga 1+, 2+ e 3+.

Metais do grupo 1B (Cu, Ag, Au) geralmente são


encontrados como íons 1+ (CuBr, AgCl).

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A ligação covalente na molécula de H2 (H-H) se
Ligações Químicas forma devido à sobreposição espacial (ou seja
coalescência) de dois orbitais 1s dos átomos de H.

Ligações Covalentes
os elementos conhecidos como não-metais não
formam cátions monoatômicos e, por isso, a natureza
da ligação entre os átomos desses elementos
desconcertou os cientistas até em 1916, quando Lewis
encontrou a explicação. Com intuição brilhante e antes
dos conhecimentos da Química Quântica para o átomo
ou do conceito dos orbitais, Lewis propôs que uma
ligação covalente é um par de elétrons compartilhados
por dois átomos.

A ligação covalente é observada na maioria das


substâncias conhecidas.

Tendem a ser gases, líquidos ou sólidos, mas no caso


do último, com baixos pontos de fusão.
Atrações entre os núcleos e os elétrons fazem com que
a densidade eletrônica se concentre entre os núcleos.

Os dois núcleos são atraídos eletrostaticamente pela


concentração de cargas negativas entre eles.
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Ligações Químicas Ligações múltiplas
É possível que mais de um par de elétrons seja
Ligações Covalentes
compartilhado entre dois átomos (ligações
Estrutura de Lewis múltiplas).
As ligações covalentes podem ser representadas
Um par de elétrons compartilhado  ligação
pelos símbolos de Lewis dos elementos.
simples (H2).

Dois pares de elétrons compartilhados  ligação


dupla (O2).
Nas estruturas de Lewis, cada par de elétrons
entre os átomos é uma ligação e é representado Três pares de elétrons compartilhados  ligação

por uma única linha. tripla (N2).

A distância entre os átomos ligados diminui à


medida que o número de pares de elétrons
compartilhados aumenta.

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Ligações Químicas
Ligações Covalentes
Estrutura de Lewis
Polaridade de ligação e eletronegatividade
Em uma ligação covalente, os elétrons estão
compartilhados.

O compartilhamento de elétrons para formar uma


ligação covalente não significa compartilhamento
igual daqueles elétrons.

Existem algumas ligações covalentes nas quais os


elétrons estão localizados mais próximos a um
átomo do que a outro.

O compartilhamento desigual de elétrons resulta em


ligações polares.

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Ligações Químicas
Ligações Covalentes
A eletronegatividade aumenta da esquerda para
Estrutura de Lewis a direita em um período e ao subirmos por um
Eletronegatividade grupo.

Eletronegatividade é a habilidade de um átomo de


atrair elétrons para si em certa molécula. Essa
propriedade se relaciona com a afinidade eletrônica
(energia quando um átomo gasoso, isolado e em seu
estado fundamental ganha um elétron) e a energia
de ionização.

A eletronegatividade pode ser avaliada por


diferentes escalas, sendo a mais comum a proposta
por Pauling. Nessa escala, os elementos são
classificados de 0,7 (Cs) a 4,0 (F).

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Ligações Químicas
Ligações Covalentes
Estrutura de Lewis
Polaridade de ligação e eletronegatividade
A diferença na eletronegatividade entre dois átomos é
uma medida da polaridade de ligação.

As diferenças de eletronegatividade próximas a 0


resultam em ligações covalentes apolares
(compartilhamento de elétrons igual ou quase
igual).

As diferenças de eletronegatividade próximas a 2


resultam em ligações covalentes polares
(compartilhamento de elétrons desigual).

As diferenças de eletronegatividade próximas a 3


resultam em ligações iônicas (transferência de
elétrons). 15
Ligações Químicas
o momento de dipolo é medido em debyes (D)
Ligações Covalentes
Estrutura de Lewis
Momentos de dipolo
A diferença de eletronegatividade gera uma
concentração de “carga negativa” no átomo mais
eletronegativo deixando o átomo menos eletronegativo
“positivo” na molécula. A extremidade positiva (ou polo)
em uma ligação polar é representada por δ+ e o polo
O caso do HF
negativo por δ-. (δ = cargas parciais)
A diferença de eletronegatividade leva a uma ligação
O momento de dipolo, m, é a ordem de grandeza de um
polar, de modo que há mais densidade eletrônica no F
dipolo, relacionando a carga do átomo (Q) com o raio
do que no H. Uma vez que há duas ‘extremidades’
atômico.
diferentes da molécula, chamamos o HF de um dipolo.

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Ligações Químicas
Ligações Covalentes
Estrutura de Lewis
Tipos de ligação e nomenclatura
O nome do elemento mais eletronegativo termina em
“–eto” e, em geral, vem antes no nome, seguido do
prefixo ‘de’.

O elemento menos eletronegativo recebe o nome em


seguida.

Os compostos iônicos recebem seus nomes de acordo


com seus íons, inclusive a carga no cátion de sua
variável.

Os compostos moleculares recebem seus nomes com


prefixos.

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Exemplo 1
Ligações Químicas Desenhe a estrutura de Lewis para o tricloreto de
fósforo, PCl3.
1. Somar os elétrons de valência de todos os
Ligações Covalentes átomos.
P (grupo 5A)  5 e-
Estrutura de Lewis 5 + (3 x 7) = 26 e-
Cl (grupo 7A)  7 e-
1. Some os elétrons de valência de todos os átomos.
2. Mostrar quais átomos estão ligados entre si e
Para um ânion, Para um cátion, unindo-os com uma ligação simples.
adicione um elétron retire um elétrons
Cl ― P — Cl
para cada carga (-) para cada carga (+)
l
2. Escreva os símbolos para os átomos a fim mostrar Cl
quais átomos estão ligados entre si e una-os com
uma ligação simples. 3. Completar o octeto dos átomos ligados ao átomo
Átomo central com central.
Escritas na ordem grupo de átomos
em que os átomos ligados a ele é escrito 24 elétrons
estão ligados (HCN). 1o (CO32- e SF4).
3. Complete o octeto dos átomos ligados ao átomo
central (H tem 2e-). 4. Colocar os elétrons que sobrarem no átomo
central.
4. Coloque os elétrons que sobraram no átomo
central. 26 elétrons
5. Se não existirem elétrons suficientes para dar ao
átomo central um octeto, tente ligações múltiplas. 5. Cada átomo possui o octeto, NÃO há necessidade
Use os elétrons não compartilhados dos átomos adjacentes. de fazer ligações múltiplas
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Ligações Químicas
Ligações Covalentes
Estrutura de Lewis
Exemplo 1
3 e 4. Completar o octeto dos átomos ligados ao
Desenhe a estrutura de Lewis para o ácido átomo central, do átomo central.
cianídrico, HCN.

: :
Completa o N, mas
1. Somar os elétrons de valência de todos os H—C—N: não completa o C
átomos.
H  1 e- 5. Se não existem elétrons suficientes para dar ao
C (grupo 4A)  4 e- 1 + 4 + 5 = 10 e- átomo central um octeto, tente ligações múltiplas.
N (grupo 5A)  5 e-

2. Mostrar quais átomos estão ligados entre si e


unindo-os com uma ligação simples. Octeto
C continua
Improvável com o octeto completo
C—H—N
(H é apenas 1e-) incompleto C e N

3 hipóteses H—N—C Provável

Encontrado
H—C—N Provável experimentalmente
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Ligações Químicas
Ligações Covalentes
Estrutura de Lewis
Carga Formal Cálculo de carga Formal
É possível desenhar mais de uma estrutura de Lewis 1. Todos os elétrons não compartilhados (não-
obedecendo-se a regra do octeto para todos os ligantes) são atribuídos ao átomo no qual estão
átomos. localizados.

Para determinar qual estrutura é mais razoável, 2. Metade dos elétrons ligantes é atribuída a cada
usamos a carga formal. átomo em uma ligação.

A carga formal é a carga que um átomo teria em Carga formal =


no de e- de valência – no de e- atribuídos ao
uma molécula se todos os átomos tivessem a mesma átomo na estrutura de Lewis
eletronegatividade.

Todos os pares de elétrons


ligantes estivessem igualmente
compartilhados entre os átomos

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Ligações Químicas
Ligações Covalentes
Estrutura de Lewis
Exemplo 1
Considere o íon Cianeto.
Para o C. Assim, as cargas formais na estrutura de Lewis do
Existem 4 elétrons de valência (pela tabela CN-:
periódica).
Na estrutura de Lewis, existem 2 elétrons não-
ligantes e 3 da ligação tripla. Há 5 elétrons pela
estrutura de Lewis.

Carga formal (C) = 4 - 5 = -1.

Para o N
Existem 5 elétrons de valência.
Na estrutura de Lewis, existem 2 elétrons não-
ligantes e 3 da ligação tripla. Há 5 elétrons pela
estrutura de Lewis.

Carga formal (N) = 5 - 5 = 0.


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Ligações Químicas
Ligações Covalentes
Como a carga formal pode ajudar a
Estrutura de Lewis
distinguir entre as estruturas de Lewis?
Exemplo 2
Considere a molécula de CO2.
Para o C.
Portanto, a estrutura O=C=O é a mais
É possível desenhar duas estruturas de Lewis para
o CO2
provável, pois nela todos os átomos
possuem carga formal zero.
O—
— C—

: :
: :
: :

—O :O—CΞO:
E- de valência 6 4 6 6 4 6 As cargas formais não representa
E- (atribuídos Lewis) 6 4 6 7 4 5 as cargas reais nos átomos.
Carga Formal 0 0 0 -1 0 +1

A estrutura mais estável tem:


A carga formal mais baixa em cada átomo.
A carga formal mais negativa nos átomos mais
eletronegativos. 22
Estruturas de ressonância são tentativas
Ligações Químicas de representar uma estrutura real, que é
uma mistura entre as várias possibilidades
de colocação dos elétrons.
Ligações Covalentes
No O3 a estrutura de ressonância tem duas
Estrutura de ressonância ligações idênticas de caráter intermediário.
Algumas moléculas não são bem representadas pelas
estruturas de Lewis. Considere a molécula de Ozônio,
O3.
A estrutura de Lewis fornece uma ligação simples
(mais longa) e uma ligação dupla (mais curta).

Experimentalmente, o ozônio tem 2 ligações idênticas.

Exemplos comuns de compostos com estruturas de


ressonância são o NO3-, SO42-, NO2 e benzeno.
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Ligações Químicas
Ligações Covalentes

Estrutura de ressonância
O benzeno consiste de 6 átomos de C em um anel As estruturas de ressonância para o BZ é
hexagonal, onde Cada átomo de C está ligado a 2 escrita de tal forma que haja ligações simples
outros átomos de C e 1 átomo de H. entre cada par de átomos de C e os 6 elétrons
Existem ligações simples e duplas alternadas entre adicionais estejam deslocalizados por todo o
os átomos de C. anel.

A estrutura experimental do Benzeno mostra que


todas as ligações C-C têm o mesmo comprimento. Da O benzeno pertence a uma categoria de
mesma forma, sua estrutura mostra que o Benzeno
é plano. moléculas orgânicas chamada de compostos
aromáticos (devido ao seu cheiro).

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Ligações Químicas
Ligações Covalentes
Exceções à regra do octeto 1. Moléculas com número impar de elétrons
Moléculas como ClO2, NO e NO2 têm um número
Existem três classes de exceções à regra do octeto
ímpar de elétrons sendo impossível emparelhamento
para as ligações covalentes. dos e-.
Por Exemplo, o NO têm 5(N) + 6(O) = 11 e- de
1. Moléculas com número ímpar de elétrons. valência, fornecendo 2 estruturas de Lewis.

2. Moléculas nas quais um átomo tem menos de um

octeto, ou seja, moléculas deficientes em elétrons. A estrutura experimental do Benzeno mostra que
todas as ligações C-C têm o mesmo comprimento. Da
3. Moléculas nas quais um átomo tem mais do que um mesma forma, sua estrutura mostra que o Benzeno
é plano.
octeto, ou seja, moléculas com expansão de octeto.

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As estruturas de Lewis nas quais existe uma
ligação dupla B—F são menos importantes que
Ligações Químicas aquela na qual existe deficiência de elétrons.

Ligações Covalentes
2. Moléculas deficientes em elétrons
Relativamente raro.
As moléculas com menos de um octeto são típicas
para compostos dos Grupos 1A, 2A e 3A.
O exemplo mais típico é o trifluoreto de boro,
BF3.

6 e- envolta do B e Cargas
formais iguais a zero.
A estrutura de Lewis somente com ligações
simples é geralmente representada unicamente.
Pode-se completar o octeto no B fazendo
ligações múltiplas.

Comportamento químico é mais consistente


com essa representação. 26
Exemplo 1
Ligações Químicas Na estrutura de Lewis do PCl5, o fósforo sofre
expansão no nível de valência.

Ligações Covalentes
3. Expansão do octeto
Esta é a maior classe de exceções.
Os átomos do 3o período em diante podem
acomodar mais elétrons (expandindo o octeto).
Além do 3o período, os orbitais d são baixos o
Exemplo 2
suficiente em energia para participarem de Considere o íon fosfato, PO43-.
Dica: Se for
ligações e receberem a densidade eletrônica
necessário
extra.
escolher, escolha
A expansão de níveis de valência aumentam com a opção que
o tamanho do átomo. complete o
Expansão dos níveis ocorrem normalmente octeto.
quando o átomo central está ligado a átomos
menores e mais eletronegativos (F, Cl, O). Distribuição Expandido
comum Menores Cargas formais,
Elementos do 2o período têm apenas orbitais melhor e única estrutura mais Plausível1
2s e 2p disponíveis para ligações.
Acomodam no máximo 8e-
A melhor representação para a
Elementos a partir do 3o período possuem molécula é dada pelas estruturas
orbitais ns, np e nd vazios que podem fazer de ressonância.
ligações 27
Ligações Químicas
Em moléculas poliatômicas a E é uma fração
Ligações Covalentes do ∆Horeação. Por exemplo, na reação de
Força das ligações covalentes atomização do metano, o calor de atomização é
igual à soma das energias de ligação das
A estabilidade de uma molécula está
quatro ligações C-H equivalentes.
relacionada com a força das ligações
covalentes.
Reações químicas envolvem quebra de ligações
nas moléculas de reagentes e formação de
novas ligações para se obter os produtos
O ∆Horeação pode ser calculado comparando o
custo energético para quebrar as ligações com Entalpia média da ligação C-H para o CH4:
o saldo em criar novas ligações. E(C-H) = 𝟏Τ𝟒 ∆H = (1660/4) = 415 kJ/mol
A energia necessária para a quebra de 1
ligação covalente em 1 mol de substância
gasosa é chamado de energia de dissociação, E.
Homolítica: cada átomo fica com um dos Exemplo
elétrons da ligação.
Energia de dissociação (E) é sempre positiva,
pois para se romper um ligação é sempre
necessário fornecer energia.
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Ligações Químicas
Ligações Covalentes
Entalpias de
Força das ligações covalentes
ligação Entalpias de ligação e comprimentos de ligação
Sabe-se que as ligações múltiplas são mais
curtas do que as ligações simples.
Quando o número de ligações entre os átomos
aumenta, os átomos são mantidos mais
próximos e mais firmemente unidos.
Quanto mais elétrons os átomos
compartilharem, mais forte é a ligação
covalente.

CΞC (120 pm) < C=C (134 pm) < C―C (154 pm)
(837 kJ) > (611 kJ) > (347 kJ)

CΞN (116 pm) < C=N (128 pm) < C―N (147 pm)
(891 kJ) > (615 kJ) > (305 kJ)

29
Ligações Químicas
Ligações Covalentes

Entalpias de ligação e entalpias de reação Exemplo


Podemos usar as entalpias de ligação para Considere a reação entre metano e cloro.

calcularmos a entalpia para uma reação CH4 (g) + Cl2 (g) → CH3Cl(g) + HCl(g) ∆Hr = ?
química. Nessa reação 1 ligação C-H e 1 ligação Cl-Cl
Admite-se que em qualquer reação química as são quebradas enquanto 1 ligação C-Cl e 1
ligações precisam ser quebradas para que ligação H-Cl são formadas.
novas ligações sejam formadas. ∆Hr = {[E(C-H) + E(Cl-Cl)] – [E(C-Cl) + E(H-Cl)]} = -104 kJ

A entalpia da reação é dada pela soma das A reação como um todo é exotérmica, o que
entalpias de ligações rompidas menos a soma significa que as ligações formadas são mais
das entalpias das ligações formadas. fortes do que as ligações quebradas. O

∆𝑯𝒓𝒆𝒂çã𝒐 = ෍(∆𝑯 𝒍𝒊𝒈𝒂çõ𝒆𝒔 𝒓𝒐𝒎𝒑𝒊𝒅𝒂𝒔 − ෍(∆𝑯 𝒍𝒊𝒈𝒂çõ𝒆𝒔 𝒇𝒐𝒓𝒎𝒂𝒅𝒂𝒔 ) resultado é consistente com a lei de Hess.

30
Ligações Químicas
Ligações Covalentes
Exemplo

Logo, para a reação entre metano e cloro.


CH4 (g) + Cl2 (g) → CH3Cl(g) + HCl(g) ∆Hr = 104 kJ

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Recapitulando...

Porque as ligações químicas se formam?

Ligações iônicas

Ligações covalentes

Estrutura de lewis

Forças de ligação

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