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UNIDADE DIDÁCTICA 4ª : Ligação química

LIGAÇÃO QUÍMICA

Desde os séculos passados os cientistas sabem que os átomos da maioria dos elementos não se
apresentam como átomo isolado. Os átomos unem se entre si ou com átomos de outros elementos.
Assim, moléculas dos elementos como H 2, O2, N2 e halogénios, existem como uniões de dois
átomos (elementos diatómicos). A molécula de H 2O é o resultado da união entre átomos de
oxigénio e hidrogénio.

Ainda como observação preliminar, devemos salientar que os átomos quando se unem estão
seguindo uma tendência geral da natureza segundo a qual todas as coisas procuram atingir uma
situação ou estado de maior equilíbrio ou estabilidade.

Ligação quimica: é a união estabelecida entre átomos para formarem as moléculas que constituem
a estrutura básica de uma substância ou composto.

Teoria ou regra de octeto

Um átomo adquire estabilidade quando ganha, perde ou compartilha electrões de tal forma que a
sua camada de valência fique com oito electrões ou dois electrões quando possuem apenas a
camada K.

Excepções da regra de octeto

1. Se átomos com menos de quatro electrões de valências formarem ligações covalentes, não terão
um octeto de electrões.

Ex: 2B + 3F2 2BF3

Neste composto o B só tem 5 electrões.

Na formação do cloreto berílio teremos:

Be + Cl2 BeCl2

Neste composto o Be só tem 4 electrões.

2. Também alguns não apresentam oito electrões na última camada de valência.

Ex: 26 Fe 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6

Retirando os últimos 2 electrões teremos Fe2+

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MsC Avelino Simati
Fe2+ 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d6

Veremos que este ião tem 14 electrões na última camada.

Retirando 3 electrões teremos Fe3+

Fe3+ 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d5

O iao Fe3+ também não segue a regra de octeto porque tem 13 electrões na última camada.

Estrutura de Lewis

É a representação dos pares de electrões com um tracinhos (–). Esta representação foi proposta pelo
professor Gilbert N. Lewis. Assim, um tracinho entre dois átomos representa um par de electrões
compartilhados (que ao mesmo tempo pertence aos dois átomos). Ex: H2 = H – H

Determinação da estrutura de Lewis (para substâncias covalentes)

1º Passo: Determinar número de electrões existente na partícula (PD); para tal deve conhecer-se os
electrões na última camada de cada átomo constituinte da substancia.

2º Passo: determinar o número de electrões necessário para cada átomo se tornar estável (PN).

3º Passo: determinar o número de electrões compartilhados (PL) (PN – PD).

4º Passo; determinar o número de eletrões não compartilhados (PnL) (PD – PL).

Ex: NH3

PD = 1 x 5e- +3x1e- =8e- (4pares)


PN=1 x 8e- +3x2e- =14e- (7pares)
PL= 7 -3 = 3pares
PnL= 4 -3 = 1par

Exercícios

1. Escreva as fórmulas de Lewis para os seguintes átomos: 1H, 17Cl, 8 O, 9F, 16S, 35Br, 33As.

2. Escreva as fórmulas de Lewis para as seguintes substâncias: HF, F2, AsCl3, SnCl2, H2O2 e H2S.

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3. Sabendo que os átomos de fosforo, iodo e hidrogénio apresentam respectivamente as
configurações electrónicas: P (ns2np3), I (ns2np5), e H (1s1). Escreva a fórmula electronica de
Lewis e a fórmula estrutural dos compostos formados P e H, e de H e I?

LIGAÇÃO COVALENTE
Uma ligação covalente resulta quando um ou mais electrões (geralmente 2) são compartilhados
entre dois átomos de não metais, ou semi-metais.
a) Ligação covalente polar: quando existe diferença de electronegatividade (∆En) entre os átomos
ligantes.
Ex. H - C l → ∆En = En(Cl) - En(H) = 3,19 - 2,20 = 0,99eV , como ∆En ≠ 0 , a ligação é covalente
polar.
b) Ligação covalente Apolar: quando não existe diferença de electronegatividade entre os átomos.
Ex. F - F → ∆En = En(F) - En(F) = 3,98 - 3,98 = 0,0eV, como ∆En = 0 , a ligação é covalente
apolar

Exemplos:
Considere a tabela abaixo que representa a fila de electronegatividade segundo Linus Pauling,
Átomo En (eV) Átomo En (eV)
F 3,98 S 2,58
O 3,44 C 2,55
Cl 3,19 H 2,20
N 3,04 P 2,19
Br 2,96 Mg 1,31
I 2,66 Na 0,93
.
Ligação covalente coordenada ou dativa
Na ligação covalente normal, o par de electrão compartilhado é proveniente de um de cada átomo.
Mas, para explicar certas estruturas das substâncias, foi necessário admitir a formação de Peres de
electrões proveniente de um só átomo; Assim, temos a chamada ligação covalente dativa ou
ligação coordenada.
Ex: SO2
16 S 1s22s22p63s23p4 → S 8O 1s22s22p4 → O

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Ligação iónica

Esta ocorre entre um metal e não-metal, é caracterizada pela perda e ganho de electrões em um dos
átomos que participam na ligação (geralmente o ametal é que ganha). Exemplo: NaCl

Rede molecular ou rede covalente

É constituído por moléculas. Dentro delas os átomos estão fortemente unidos por ligações
covalentes.

As substâncias com rede molecular, são caracterizadas pelo baixo pontos de fusão e ebulição, são
relativamente moles, não conduzem a corrente eléctrica, os átomos são unidos por forças
intramoleculares.

Exemplo: Gelo, Iodo sólido, açúcar, Cânfora, as substâncias que são gases a temperatura normal
(H2, O2, Cl2, N2).

Rede atómica

É constituída por átomos que estão ligados entre si por ligações covalentes. São caracterizados
pelos baixos pontos de fusão e de ebulição. São duros e também isoladores de corrente eléctrica
com excepção da grafite.

Exemplo: Fósforo (vermelho e branco), Carbono (diamante e grafite).

Rede iónica

É constituída por iões que estão ligados entre si por ligações covalentes. São caracterizados pelos
elevados pontos de fusão e de ebulição. São bons condutores da corrente eléctrica

Exemplo: NaCl, KCl.

Dipolo e momento dipolar

Ao conjunto de cargas eléctricas iguais e de sinais opostos, a determinada distância uma da outra
denomina-se dipolo eléctrico.

Momento dipolar

É o produto da carga num dos extremos do dipolo, pela distância entre as cargas. µ = q . d

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Na molécula, o momento dipolar pode ser mais bem representado pelo chamado vector momento
dipolar, em que: a direcção é a recta que une os núcleos dos átomos, o sentido é o do átomo menos
electronegativo para o mais electronegativo e o módulo é igual ao valor do momento dipolar.

Polaridade das substâncias

A polaridade de uma molécula depende do tipo de ligação (polar ou apolar) que ocorre entre os
átomos e também de geometria da molécula.

Molécula apolar

Ocorre quando todas as ligações entre os átomos formadores da molécula forem apolares. E
também a soma total dos momentos dipolares se for igual a zero.

Exemplo: H―H Tem a ligação apolar e a molécula é apolar.

O=C=O Tem ligações polar e a molécula é apolar porque o seu momento dipolar é igual a zero
(µ=0).

Molécula polar

Ocorre quando tivermos ligações polares e a soma total dos momentos dipolares for diferente de
zero (µ#0).

Exemplo: H― Cl µ#0; H2O µ#0

FORÇAS INTERMOLECULARES

São forças de atracção que ocorrem entre as moléculas, mantendo-as unidas e são mais fracas
quando comparadas às forças intramoleculares (ligação iónica e covalente). Elas dividem-se em:

 Forças ou ligações dipolo-dipolo: são forças de atracção de natureza eléctrica que ocorrem
entre as moléculas polares.

As moléculas, por apresentarem um dipolo permanente, ou seja, um Pólo de carga positiva e outro
de carga negativa, atraem-se mutuamente, de modo que o Pólo positivo de uma molécula atrai o
Pólo negativo de outra molécula e assim sucessivamente.

Exemplo: H―Cl……H―Cl

As forças de dipolo- dipolo são bem mais intensas do que as forças de Van Der Waals.

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 Ligação de pontes de Hidrogénio: são forças de atracção de natureza eléctrica que também
ocorrem entre as moléculas polares, sendo porém, de maior intensidade.

Ocorrem quando um átomo de Hidrogénio ligado a um átomo muito electronegativo (F, O e N) de


uma molécula é atraído por um par de electrões não compartilhado no átomo de F, O ou N, de outra
molécula.

Exemplo: HF → H― F….H― F……H― F; H2O → H― O―H….H― O―H….

 Ligação de van der waals: ocorre entre moléculas apolares e é basicamente de natureza
eléctrica. Numa molécula apolar como, por exemplo, H2, os electrões estão equidistantes dos
núcleos, mas num determinado instante, a nuvem electrónica pode se aproximar mais em
relação a um dos núcleos, estabelecendo um dipolo instantâneo, o qual por sua vez, induz as
demais moléculas a formar dipolos, originando uma força de atracção eléctrica, de pequena
intensidade, entre elas.

As moléculas, unidas por essas forças, formam, os cristais moleculares na fase sólida, cristais de
gelo seco (CO2), ou cristais de I2, que por estarem unidos por estas forças, de pequena intensidade
passam facilmente da fase sólida para gasosa, sofrendo o que chamamos de sublimação.

ESTRUTURAS ESPACIAIS DE MOLÉCULAS

As moléculas têm formas características. Cada forma tem influência nas propriedades físicas e
químicas.

Moléculas diatómicas, tem estrutura espacial linear.

Moléculas triatómicas, tem estrutura linear ou angular.

Quando a molécula é formada por quatro átomos situados no mesmo plano, diz-se que é triangular
plana.

Quando os quatro átomos não estão no mesmo plano tendo três no plano base e um átomo no
vértice, chama-se piramidal triangular.

Quando um átomo se encontra no centro do tetraedro e quatro átomos no vértice, a sua estrutura é
tetraédrica
.

No de Exemplo Polaridade da Geometria da Modelo da molécula

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átomos molécula molécula

2 LiH Polar Linear Li H

H Be H
3 BeH2 Apolar Linear

Polar Angular
O
3 H2O
H H
Polar Piramidal H
4 NH3
H N
H
Polar Triangular plana
4 BH3

H H
5 CH4 Apolar Tetraédrica
H
H

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