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14/08/2023

Docente: Luis Abel

DEFORMAÇÕES DE SOLOS
 A resposta da deformação de solos perante os carregamentos
depende da natureza e do estado em que se encontra;
 Esta resposta pode ser expressa através de parâmetros de
deformabilidade.
 Parâmetros de deformabilidade são obtidos a partir de:

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Ensaios para Determinação da Deformabilidade dos Solos:


 Ensaios de compressão axial - um corpo-de-prova cilíndrico é
submetido a um carregamento axial.
 Corpo-de-prova pode ser previamente submetido a um
confinamento, quando, então, é chamado de ensaio de
compressão triaxial.
 Materiais quando solicitados podem apresentar diferentes
comportamentos tensão-deformação anteriores ao colapso:

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Ensaios de compressão axial


 O solo não é um material nem rígido nem elástico, mas sim
elasto-plástico.
 No entanto, é possível utilizar a teoria da elasticidade para
representar o comportamento tensão-deformação de um solo.
 Isto é feito, definindo-se um módulo de deformação E e um
coeficiente de Poisson , para uma certa faixa de tensões.

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 Comportamento típico de um solo

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Para estimar a ordem de grandeza dos recalques por adensamento,


deve-se:
1. Realizar o reconhecimento do subsolo (espessura, posição e
natureza das camadas, localização dos níveis d’água);
2. Conhecer a distribuição de tensões devido o carregamento;
3. Determinar propriedades e características de adensamento dos
tipos de solos existentes no local atráves do Ensaio de
Adensamento.

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ENSAIO DE ADENSAMENTO
O ensaio de adensamento tem por objetivo determinar as
características de compressibilidade e adensamento dos solos
compressíveis.
O ensaio de adensamento convencional é realizado aplicando-se
uma tensão vertical na superfície de uma amostra de solo e
medindo-se a evolução das deformações verticais ao longo do
tempo. Este ensaio reproduz em laboratório a condição de fluxo e
deformação unidimensional, já que a amostra é impedida de se
deformar horizontalmente e a drenagem é imposta no topo e base.

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O equipamento utilizado é denominado oedômetrico ou


consolidômetro e está apresentado esquematicamente na Figura .

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O ensaio é preparado montando-se uma amostra indeformada no


interior do anel confinante. A parte interna do anel é lubrificada
para minimizar o atrito solo-anel. Nas extremidades superior e
inferior são posicionadas pedras porosas, servindo como
elementos de drenagem. No contato entre a pedra porosa e a
amostra é colocada papel filtro para evitar o carreamento de grãos
durante o processo de drenagem. As cargas são aplicadas
estaticamente no topo da amostra e as tensões são transmitidas ao
solo através de uma peça metálica. As deformações resultantes são
medidas durante o ensaio através dos registros no extensômetro.

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PROCEDIMENTO DE ENSAIO
O ensaio é realizado aplicando-se uma seqüência de
carregamentos e/ou descarregamento. Após a aplicação de um
carregamento, os deslocamentos verticais da amostra são
registrados até que os excesso de poro pressão tenham sido
dissipados.

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Em geral, as cargas são aplicadas em estágios, dobrando-se o


valor da carga a cada estágio. Os valores de carga comumente
usados são: 25, 50, 100, 200, 400, 800 kPa. Em cada estágio a
tensão vertical é mantida até que a compressão tenha
praticamente cessado. Em solos argilosos o uso de estágios de
carga de 24 h é muito comum.

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PARÂMETROS OBTIDOS
Para cada incremento de carga traça-se uma curva compressão x
tempo, com base nas leituras do extensômetro, conforme mostra a
Figura.

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Para estágio de carga calcula-se a variação do índice de vazios


devido a compressão da amostra. Assim sendo, ao final do ensaio,
é possível plotar a curva de compressibilidade do solo
representada pela relação entre o índice de vazios e tensão efetiva.
(Figura)

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1.Parâmetros Iniciais
a) Peso específico total (γt)
b) Densidade dos grãos (G)
c) Teor de umidade inicial (wo)
d) Índice de vazios inicial

2.Índice de Vazios Final (ef)

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onde Δh é a variação de altura da amostra, Hs a altura de sólidos e


Ho a espessura inicial da amostra. Observa-se que o índice de
vazios final é determinado em função da altura de sólidos (Hs),
que representa um valor constante, independente da deformação
do solo. A altura de sólidos pode ser determinada a partir do índice
de vazios original e espessura inicial da camada, conforme
demonstração abaixo:

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RESULTADOS DO ENSAIO DE ADENSAMENTO


Pode-se obter pares de valores ('vversuse) correspondentes à
deformação final para cada estágio de carga. Plota-se estes valores
em um gráfico semi-logarítmico e obtém-se a curva de
compressibilidade

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Coeficientes de Compressibilidade
Define-se como Compressibilidade a relação entre a magnitude
das deformações e a variação no estado de tensões imposta. No
caso de solos, estas deformações podem ser estabelecidas através
de variações volumétricas ou em termos de variações no índice de
vazios.

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Dependendo da forma adotada, a compressibilidade do solo fica


então definida a partir de diferentes parâmetros conhecidos como:
módulo confinado (D), coeficiente de variação volumétrica (mv),
coeficiente de compressibilidade (av) e índices de
compressibilidade (Cr, Cc e Cs).

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Coeficiente de Compressibilidade
A Figura mostra as expressões para o cálculo dos diversos
parâmetros.

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Coeficiente de Variação Volumétrica

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Índice de Compressibilidade

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Quando uma amostra é extraída do campo esta sofre um processo


de descarregamento. Assumindo que o solo é homogêneo e
saturado, as tensões verticais total e efetiva a que esta amostra
estava submetida no campo são calculadas.
Após a extração da amostra as tensões totais tornam-se nulas e,
consequentemente, as tensões efetivas são também praticamente
anuladas.

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Com a aplicação de estágios de carregamento, no ensaio de


adensamento, a amostra passa a sofrer recompressão.
Durante esta fase de recompressão a amostra apresenta uma
compressibilidade constante, conforme observada na curva e× log
’v (Figura).

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No instante em que as tensões aplicadas ultrapassam a máxima


tensão efetiva que a amostra já foi solicitada na sua história, a
compressibilidade aumenta e as deformações passam a ser
controladas pela inclinação do trecho de compressão virgem.

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Tensão de Pré-Adensamento (’vm= 'pa )


É a máxima tensão que um elemento de solo já sofreu em toda sua
história. É determinada no ensaio edométrico como o ponto de
mudança de gradiente na curva de adensamento pelo método
proposta por Casagrande e/ou Pacheco Silva.

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Causas do pré-adensamento
 Existência de pré-carregamento (geológico ou antrópico);
 Variação na pressão neutra por rebaixamento do nível d’água;
 Secamento superficial do solo com geração de sucção;
 à ação do homem ou mesmo o recuo das águas do mar;
 Trocas químicas, cimentação e tensões residuais da rocha de
origem.

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Determinação da Tensão de Pré-Adensamento 'Pa


1.Proposta de Casagrande:
i - traça-se, no ponto de maior inflexão da curva de
compressibilidade, uma horizontal e uma tangente a este ponto;
ii - acha-se a bissetriz do ângulo formado por estas duas retas;
iii - prolonga-se o trecho reto da curva até interceptar-se a
bissetriz. Este é o valor da tensão de pré-adensamento de acordo
com Casagrande

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Proposta de Casagrande:

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2.Proposta de Pacheco Silva:


i - traça-se uma horizontal a partir de e0;
ii - prolonga-se o trecho reto da curva até interceptar-se esta
horizontal;
iii - a partir deste ponto traça-se uma vertical até interceptar a
curva;
iv - do ponto de intercessão na curva, traça-se uma horizontal até
encontrar-se o prolongamento do trecho reto. Esta é a tensão de
pré-adensamento de acordo com Pacheco Silva.

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Proposta de Pacheco Silva:

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Estado da camada
Após a determinação da tensão de pré-adensamento, compara-se
com a tensão efetiva do terreno ('vo) do ponto onde foi retirada a
amostra. Dai, pode-se concluir se esta argila já suportou uma
sobrecarga maior ou não ao longo de sua historia, após a
determinaçao da RPA (OCR). Podem ocorrer três situações:
σ’pa
1. 𝑂𝐶𝑅 = = 1 Argila é normalmente adensada (NA)
𝜎𝑣𝑜′
σ’pa
2. 𝑂𝐶𝑅 = > 1 Argila é pré − adensada
𝜎𝑣𝑜′
σ’pa
3. 𝑂𝐶𝑅 = < 1 Argila é sub − adensada
𝜎𝑣𝑜′
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1. OCR=1 Argilas Normalmente Adensadas (NA)


A camada nunca suportou sobrecarga maior que a que actua hoje e
qualquer solicitação provocará recalques por adensamento
primário ao longo do trecho virgem.

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2.OCR>1 Argilas Pré-Adensadas


A camada já suportou sobrecarga maior do que actua hoje e
qualquer solicitação provocará recalques por adensamento no
trecho de recompressão, somente quando ('vo + ') > 'pa é que
se iniciará a deformação ao longo do trecho virgem.

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No Pré-Adensado há duas situações a considerar:


 σ’v0 + Δσ’v < σ’pa
 σ’v0 + Δσ’v > σ’pa

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3. OCR<1. Argila Sub-Adensada

Quando tem se σ’v0 > σ’pa , isto é, a argila ainda não terminou de
adensar, sob efeito de seu próprio peso.

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Coeficiente de Adensamento (cv)


O coeficiente de adensamento representa, na equação de
adensamento, o parâmetro que estabelece a velocidade de
dissipação do excesso de poro-pressão.
Este parâmetro é determinado a partir da evolução dos
deslocamentos verticais da amostra ao longo do tempo. Assim
sendo, sua determinação é feita para cada estágio de carga.
Existem na literatura duas proposições para cálculo do coeficiente
de adensamento: Método da Raiz do Tempo (Taylor) e Método do
Logaritmo do Tempo (Casagrande).

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Ajuste da Curva de Adensamento


Observou-se que o início da curva de adensamento obtida em
laboratório não coincide completamente com a curva teórica, por
isto mesmo faz-se um ajuste para se ter o 0% do recalque por
adensamento primário na curva de laboratório . Da mesma forma é
necessário determinar quando ocorre o 100% do adensamento
primário, prosseguindo daí em diante só o adensamento
secundário.

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Ajuste da Curva de Adensamento


Os métodos normalmente usados são os propostos por:
Taylor e Casagrande

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Método de Raiz do Tempo (Taylor)


O método da raiz do tempo, proposto por Taylor, determina que o
deslocamento vertical seja plotado em função da raiz do tempo.

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Método de Taylor:

Determinação do 0% de Adensamento:
i - prolonga-se o trecho reto da curva %t & x altura, até
interceptar-se o eixo das ordenadas. Este ponto corresponde a 0%
de adensamento.

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Determinação do 90% de Adensamento:


i – em qualquer parte deste trecho reto, até mesmo no seu prolongamento, traça-se
uma reta horizontal a partir do eixo vertical até o trecho reto; mede-se o
comprimento m desta reta;
ii - faz-se o prolongamento horizontal desta reta no valor de 0,15 m;
iii - une-se o ponto de 0% de adensamento à extremidade deste prolongamento;
iv - o ponto da curva que esta reta intercepta representa 90% de adensamento e %t
& 90.
Marcando-se 5/9 da distância entre o 0% e o 90% a partir de 0% de adensamento
encontra-se o H50 de Taylor

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Conhecendo-se o tempo real correspondente a 90% de


adensamento (t90) é possível determinar o fator tempo associado
(T90) consultando a tabela. O coeficiente de adensamento fica
então calculado pela equação:

onde Hd é o comprimento de drenagem, o qual deve ser


determinado a cada estágio, como sendo metade do valor da
espessura média no começo e no fim de cada incremento.

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Método do Logaritmo do Tempo (Casagrande)


O método do logaritmo do tempo, proposto por Casagrande,
determina que o deslocamento vertical seja plotado em função de
um gráfico semi-logaritmo.

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As correções propostas por Casagrande:


Determinação do O% de Adensamento:

i - escolhe-se um tempo t qualquer, suficientemente menor que 50% de recalque;


ii - divide-se este tempo t por 4;
iii - traça-se uma horizontal a partir da curva, em t/4;
iv - distância da curva a esta horizontal no tempo t é rebatida para cima da horizontal;
v - comdois ou mais pontos determinados desta forma interpola-se uma reta horizontal
cuja inteseção no eixo das ordenadas fornece o 0% de adensamento.

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Determinação do 100% de Adensamento:


i - prolonga-se o trecho reto da curva;
ii - traça-se uma tangente ao final da curva;
iii - a interseção destas retas fornece o 100% de adensamento.
A metade da distância entre 0% e 100% fornece o H50 e o t50.

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Conhecendo-se o tempo real correspondente a 50% de


adensamento (t50) é possível determinar o fator tempo associado
(T50) consultando a tabela. O coeficiente de adensamento fica
então calculado pela equação:

onde Hd é o comprimento de drenagem, o qual deve ser determinado a cada


estágio, como sendo metade do valor da espessura média no começo e no fim de
cada incremento.

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Determinação do Coeficiente de Variação Volumétrica -mv


A partir da Equação pode-se achar o mv correspondentes a cada
carregamento:

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Coeficiente de Permeabilidade (k)


A dedução da equação de adensamento, apresentada define o
coeficiente de adensamento a partir do conjunto de parâmetros
presentes na equação diferencial; isto é:

Desta forma, conhecidos os parâmetros de compressibilidade e


coef. de adensamento, é possível estimar o valor do coeficiente de
permeabilidade do solo,utilizando-se as seguintes expressões.

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Até a próxima aula


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