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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA

Clara Rodrigues Galvão


Jade Isfer Maciel
Lucas Rodrigues Napo
Matheus Ivankio dos Santos
Paloma Dias dos Santos

RELATÓRIO REFERENTE AO ENSAIO DE COMPRESSÃO SIMPLES

AULAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO DE MECÂNICA DOS SOLOS

CURITIBA
2023
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................... 2
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.....................................................................................................3
3. MATERIAIS E METODOLOGIA DE ENSAIO...........................................................................4
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS................................................................. 5
5. CONCLUSÕES......................................................................................................................... 7
6. REFERÊNCIAS.........................................................................................................................8

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1. INTRODUÇÃO

Para determinar a resistência ao cisalhamento aproximada do solo não drenado


(Su) de forma mais rápida e simples, utiliza-se o ensaio de compressão simples. Esse
ensaio consiste em carregar axialmente o Corpo de Prova (CP) em apenas uma direção
(vertical), sem tensões laterais, apenas transferindo a carga vertical que recebe.
A ruptura ocorre na transversal, pela qual é possível traçar o ângulo de atrito das
partículas do CP. Nesse ensaio, o CP se deforma constantemente, sofrendo variação de
poro-pressão pelo rápido aumento da carga. O ensaio de compressão simples pode ser
considerado um ensaio não consolidado e não drenado (UU) sem pressão confinante.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A resistência ao cisalhamento é definida como a máxima tensão de


cisalhamento que o solo pode suportar sem sofrer ruptura. Mohr (1900) apresentou
uma teoria para explicar a ruptura em materiais, a qual afirmava que um material se
rompe devido à combinação da tensão normal com a tensão de cisalhamento.
O ensaio de compressão simples, também chamado de ensaio de compressão
não confinada, consiste na compressão axial de uma amostra cilíndrica com pressão
confinante nula. Este ensaio é determinado pela norma NBR 12770/1992 -
“Determinação de Resistência à Compressão Não Confinada” — e visa a determinação
da resistência ao cisalhamento mediante a aplicação de carga axial com controle de
deformação.
O ensaio descrito neste trabalho, é classificado como um não adensado e não
drenado, mas utilizados em amostras de granulometria argila. No qual a pressão de
confinamento (σ3) é 0 e a carga axial é aplicada rapidamente até a ruptura, assim a

tensão principal menor é 0 e a maior é σ1.

O Círculo de Mohr é uma representação gráfica das tensões normais e


cisalhantes, através do qual é possível determinar o ângulo de cisalhamento. O critério
de ruptura é estabelecido por uma série de parâmetros que buscam refletir o
comportamento do material. No Círculo de Mohr, o parâmetro de ruptura é as tensões.
Enquanto estiverem na curva envoltória dos círculos que representam os estados de
ruptura do material, não há ruptura.

Fatores físicos determinam o ângulo de ruptura do solo, como formato dos


grãos, tamanhos, graduação do solo, entre outros. Grãos angulares terão uma
resistência maior que grãos arredondados. Solos bem graduados terão uma maior
compactação e, portanto, uma resistência maior também.

Para muitas utilizações do solo, em que haverá uma alteração significativa de


cargas presentes, é preciso saber a resistência ao cisalhamento do solo. Em
laboratório, são feitos ensaios através da aplicação de cargas em um corpo de prova,
confinado ou não. Na compressão simples, o corpo é submetido a uma carga sem
confinamento.

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3. MATERIAIS E METODOLOGIA DE ENSAIO
O ensaio de compressão simples ajuda na obtenção de um valor aproximado de
resistência ao cisalhamento não drenada (Su).
Primeiramente, foi medido o molde onde seria efetuado o ensaio. Obteve seu
diâmetro e altura média em mm, 49,97 e 100, respectivamente. Assim, calculou-se o
volume do molde, igual a 196166,324 cm³.
A umidade ótima do solo analisado foi obtida a partir de cálculos, sendo igual a
26,5%. Assim, água foi adicionada até alcançar tal umidade ótima, a fim de calcular
quanto de solo seria necessário acrescentar em cada uma das três camadas. O
objetivo é atingir a massa específica aparente seca máxima. Por meio dos cálculos,
achou-se o peso específico ótimo igual a 1,469.
Foi necessário encontrar a massa do corpo de prova, utilizando a seguinte
fórmula:
𝑚𝑐𝑝 = γó𝑡𝑖𝑚𝑜 * (𝑉𝑚𝑜𝑙𝑑𝑒 * (1 + 𝑤ó𝑡𝑖𝑚𝑎)

Onde:
𝑚𝑐𝑝= massa do corpo de prova;

γó𝑡𝑖𝑚𝑜 = peso específico ótimo;

𝑉𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜= volume do molde;

𝑤ó𝑡𝑖𝑚𝑎= umidade ótima.

O valor obtido foi de 362,30 g para a massa do corpo de prova.


Com isso, foi calculada a massa de solo por camada:

𝑚
𝑐𝑝
𝑚𝑐𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎 = 𝑛º 𝑐𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎𝑠

362,30
𝑚𝑐𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎 = 3

𝑚𝑐𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎 =120, 77 𝑔

A massa de solo úmido é obtida pela equação:


2*𝑚𝑐𝑝
𝑚 𝑠𝑜𝑙𝑜 ú𝑚𝑖𝑑𝑜
= ( 1+𝑚 𝑠𝑜𝑙𝑜 ) + 15%

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Utilizando m solo de 719,62 g, chegou-se a uma massa de solo úmido de 830 g.
E, em seguida, encontrou-se a massa de água, como demonstrado abaixo:
𝑚𝑠𝑜𝑙𝑜 ú𝑚𝑖𝑑𝑜
𝑚á𝑔𝑢𝑎 = 1+𝑤𝑠𝑜𝑙𝑜
*(𝑤ó𝑡𝑖𝑚𝑎- 𝑤𝑠𝑜𝑙𝑜)

830
𝑚á𝑔𝑢𝑎 = 1+0,00691 *(0, 265-0, 00691)

𝑚á𝑔𝑢𝑎 =212, 74 𝑔

Em seguida, as três camadas de solo foram compactadas, para formar um corpo


de prova homogêneo. O corpo de prova foi, então, levado ao equipamento de ensaio.
Uma vez centralizado, deu-se início ao ensaio.
Imagens do experimento abaixo:

Figura 1: Realização da compressão simples no Figura 2: Corpo de prova depois da realização da


corpo de prova. compressão simples.
Fonte: Os autores (2023). Fonte: Os autores (2023).

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Figura 3: Adição de água para preparo da Figura 4: Moldes para as três camadas de solo.
amostra. Fonte: Os autores (2023).
Fonte: Os autores (2023).

Figura 5: Prensa das camadas do solo no molde. Figura 6: Corpo de prova.


Fonte: Os autores (2023). Fonte: Os autores (2023).

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4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS

A seguir estão descritos os resultados obtidos da prática de compressão


simples.
A partir dos dados obtidos da compressão simples do corpo de prova, é possível
traçarmos o Gráfico 1, o qual representa a relação entre a tensão axial (eixo y) sofrida
pelo corpo de prova e sua deformação (eixo x) ao longo do processo.

Gráfico 1 - Tensão x Deformação

Fonte: Os autores (2023).

Analisando o gráfico percebe-se que a tensão máxima suportada pelo corpo é


130,55 KPa. Quando essa intensidade é atingida, o corpo se rompe.
Tendo como base a máxima tensão axial apresentada no gráfico 1, foi traçado o
Gráfico 2, o qual representa a relação entre a tensão cisalhante τ (eixo y) e a tensão
normal σ (eixo x) aplicadas no corpo de prova.

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Gráfico 2 - Tensão cisalhante τ (KPa) x Tensão normal σ (KPa)

Fonte: Os autores (2023).

O ponto A representa τ e σ no início da compressão, ambos valem 0; Já o ponto


B indica a tensão cisalhante máxima, a qual tem valor análogo ao raio R do círculo, R =
τmáx = 65,275 KPa; E o ponto C corresponde à tensão de ruptura ou tensão normal
máxima de 130,55 KPa.
Su representa o valor de resistência ao cisalhamento não drenado deste solo, o
qual também equivale ao raio R e, consequentemente, à tensão cisalhante máxima
τmáx . Su = τmáx = R = 65,275 KPa.
Com o valor da tensão cisalhante máxima é possível encontrar a reta do plano
de ruptura, a qual indica se para um determinado ponto de tensão normal e cisalhante
haverá ou não ruptura do solo.
Após o experimento foi calculada a umidade da amostra, a qual foi de 30,64 %.

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5. CONCLUSÕES

Com base no Ensaio de Compressão Simples, foi determinado que a resistência


ao cisalhamento não drenado (Su) do solo em questão é de 65,275 kPa. Esse valor
equivale ao raio (R) do círculo de Mohr para esse solo específico. Isso indica que o
solo pode suportar uma tensão cisalhante máxima de 65,275 kPa antes de ocorrer a
ruptura ou falha.
É crucial destacar que a resistência ao cisalhamento não drenado (Su) é uma
propriedade do solo que caracteriza sua máxima resistência ao cisalhamento sob
condições de drenagem nula. Contudo, é importante reconhecer que os resultados de
ensaios de laboratório podem variar devido a diversos fatores, como a qualidade da
amostra de solo, as condições de execução do ensaio e a interpretação dos dados.
Portanto, embora o valor de Su obtido no ensaio de laboratório seja significativo, é
recomendável considerar outros fatores geotécnicos, como a coesão do solo, o ângulo
de atrito interno, a porosidade e a compactação, bem como outros ensaios e dados
geotécnicos disponíveis, para obter uma análise mais completa e precisa do
comportamento do solo.

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6. REFERÊNCIAS

PINTO, Carlos de Sousa. Curso básico de mecânica dos solos: em 16 aulas. 2. ed.
São Paulo: Oficina de Textos, c2002. 355 p. ISBN 85-86238-18-X

DAS, Braja M. Fundamentos de engenharia geotécnica. São Paulo, SP: Cengage


Learning, 2012. xvi, 610 p. ISBN 9788522111121.

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