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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL
DISCIPLINA DE MECÂNICA DOS SOLOS I
SEMESTRE 2020.1

LABORATÓRIO DE MECÂNICA DOS SOLOS E PAVIMENTAÇÃO


AULA: DETERMINAÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA APARENTE

ALUNO (A): Pâmela Maria Silva Rodrigues


CURSO: Engenharia Civil
MATRÍCULA: 413366
TURMA: 5A
PROFESSOR: Rosiel Ferreira Leme
DATA DA REALIZAÇÃO DA PRÁTICA: 13/03/2020

Fortaleza – CE
2020
ÍNDICE:

1. INTRODUÇÃO 1
2. OBJETIVOS 2
3. MATERIAIS UTILIZADOS 2
4. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS 3
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4
6. ANEXOS 6
7. BIBLIOGRAFIA 7
INTRODUÇÃO:

A massa específica é uma das características mais básicas da matéria e está


presente em diversas áreas científicas. Em Mecânica dos Fluidos, por exemplo,
Brunetti (2008) traz a definição geral dessa propriedade, ou seja, mostra que,
basicamente, é o resultado da razão entre a massa e o volume. Nos fluidos, é
necessário considerar uma hipótese de continuidade. Já na Mecânica dos Solos, por
se tratar de partículas sólidas, não existe esta preocupação.
Das (2014) explica que a massa específica funciona como artifício simplificador
em análises que tratam de peso específico, que também é uma característica
importante no estudo dos solos, pois existe uma relação entre seus conceitos físicos:
o peso específico é igual ao produto da massa específica pela aceleração da
gravidade. Logo, em uma situação que apresenta apenas um dos dados, é simples
de determinar o outro através dessa relação.
Para Das (2014), trabalhar com a unidade de massa específica, no Sistema
Internacional (SI), é mais conveniente, pois a de peso específico é derivada dela.
Enquanto o peso específico (γ) é medido em kN/m 3, a unidade de massa específica
(ρ) é kg/m3.
No caso da massa específica aparente, que é o tema central desse relatório, o
cálculo se torna um pouco mais complexo pela necessidade de determinar
experimentalmente o volume do solo estudado, pois existem vazios entre as partículas
sólidas e o volume delas interfere diretamente no valor encontrado. Para resolver isso,
foi normatizado, através da ABNT MB-2887/88, registrada no INMETRO como NBR
10838, o método da balança hidrostática, que consiste em três cenários de medição
de massas: a massa antes da camada de parafina, a medida juntamente com a
parafina e a medida na balança hidrostática propriamente dita.
A medição por balança hidrostática segue basicamente o princípio de
Arquimedes para se chegar ao valor do volume do corpo de prova: Num corpo total
ou parcialmente imerso num fluido, age uma força vertical de baixo para cima,
chamada empuxo, cuja intensidade é igual ao peso do volume de fluido deslocado
(BRUNETTI, 2008).
OBJETIVOS:

• Determinar a massa específica aparente das amostras de solo, utilizando uma


balança hidrostática.

MATERIAIS UTILIZADOS:

- Balde de água;
- Fogareiro;
- Rede de fio de nylon;
- Parafina isenta de impurezas;
- Balança digital de 0,1 g de precisão;
- Pincel;
- Balança hidrostática de 1 g de precisão (fora de norma);
- Espátula de aço;
- 3 cápsulas metálicas (no 4, no 8 e no 26)
PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS:

• Para este ensaio, foram preparados, previamente pela equipe do LMSP, três
amostras indeformadas, aproximadamente esféricas e com diâmetro próximo
a 5 cm, de solo, como mostrada na figura 1 do anexo deste relatório;
• Primeiramente, foi realizada uma pesagem prévia das amostras, para
determinar a massa seca de cada corpo de prova (Ms), utilizando uma balança
portátil de 0,1 g de precisão, pois o laboratório estava sem energia elétrica no
momento de realização do ensaio.;
• Depois disso, as amostras foram pinceladas uniformemente, sendo cobertas
por uma camada fina de parafina derretida para nivelamento de superfície,
como ilustrado na figura 2 do anexo;
• Em seguida, as esferas de solo foram amarradas em uma rede de nylon para
serem imersas na parafina, com o objetivo de selar quaisquer falhas de
cobertura causadas pelas pinceladas;
• Após um tempo, com a parafina já resfriada, cada amostra foi pesada
novamente. Desta vez, foram obtidos, utilizando a mesma balança da pesagem
anterior, os valores de MP, ou seja, a massa do corpo de prova parafinado de
cada uma;
• Fixou-se a rede de nylon, como mostra a figura 3 do anexo, a uma balança
manual, com precisão de 1 g, e, em seguida, as amostras foram imersas em
um recipiente com água, localizado abaixo da balança, e pesadas, obtendo-se
assim a massa do corpo de prova parafinado e imerso (Mi);
• Logo após a etapa anterior, as amostras foram raspadas com a espátula, para
que se retirasse toda a parafina.
• Em seguida, foram pesadas três cápsulas metálicas vazias, para obter suas
respectivas taras. As amostras, praticamente livres da parafina, foram
colocadas dentro das cápsulas e pesadas, obtendo assim o P 1, que será
utilizado no cálculo de teor de umidade (w).
RESULTADOS E DISCUSSÕES:

Para determinar a massa específica aparente das amostras estudadas,


primeiramente, foi necessário calcular o volume delas (Vs), utilizando a seguinte
expressão, fornecida pelo item 6.1 da MB-2887, também conhecida como NBR
10838:1988:
𝑴𝑷 −𝑴𝒊 𝑴𝑷 −𝑴𝒔
Vs = −
𝝆𝒘 𝝆𝒑𝒂𝒓𝒂𝒇𝒊𝒏𝒂

Sendo MP a massa do corpo de prova parafinado, Mi a massa da amostra


parafinada medida na balança hidrostática e Ms a massa do corpo de prova puro.
Considerando ρw igual a 1,0 g/cm3 e ρparafina igual a 0,9 g/cm3, chegou-se nos
seguintes valores da planilha abaixo, para as três amostras:
VOLUME DO CORPO DE PROVA (Vs) [cm3]
corpo de prova CP 1 CP 2 CP 3
Mp 90,7 88,7 105,1
Mi 54,0 51,0 54,0
Ms 88,4 84,2 100,9
Vs 34,1 32,7 46,4

Para calcular a massa específica aparente natural (ρn), usou-se a definição


básica de massa específica, ou seja:
𝑴𝒔
ρ=
𝑽𝒔
Logo, chegou-se aos resultados abaixo, com aproximação em três algarismos
significativos, como a norma especifica:

𝑀𝑠1 88,4
ρ1 = = = 2,59 𝑔/𝑐𝑚3
𝑉𝑠1 34,1
𝑀𝑠2 84,2
ρ2 = = = 2,57 𝑔/𝑐𝑚3
𝑉𝑠2 34,1
𝑀𝑠3 100,9
ρ3 = = = 2,17 𝑔/𝑐𝑚3
𝑉𝑠3 46,4

Já para determinar a massa específica seca da amostra, além do que já fora


calculado anteriormente, foi necessário obter os valores de teor de umidade das
amostras. Para isso, foi realizado o cálculo seguindo a NBR 6457:2016, ou seja, o
Método da Estufa.
𝑷𝑾 𝑷𝟏 −𝑷𝟐
w(%) = × 𝟏𝟎𝟎 = × 𝟏𝟎𝟎
𝑷𝑺 𝑷𝟐 −𝑷𝑪

Para facilitar e simplificar os cálculos do teor de umidade de cada amostra, foi


feita a planilha a seguir:
TEOR DE UMIDADE (w)
no cápsula 4 26 8
peso capsula vazia (Pc) 24,5 23,3 23,5
peso capsula + solo umido (P1) 97,9 78,7 104,8
peso capsula + solo seco (P2) 95,3 77,1 102,0
peso água (Pw) 2,6 1,6 2,8
peso sólidos (Ps) 70,8 53,8 78,5
umidade (w) 3,7% 3,0% 3,6%

Com os valores calculados de teor de umidade de cada amostra, utiliza-se da


expressão abaixo para obter a massa específica seca das unidades de solo avaliadas.
100
ρd = 𝜌𝑛
100+𝑤
Então, os valores encontrados foram de:

100
ρd1 = 𝜌𝑛1 = 2,50 𝑔/𝑐𝑚3
100+𝑤1
100
ρd2 = 𝜌𝑛2 = 2,50 𝑔/𝑐𝑚3
100+𝑤2

100
ρd3 = 𝜌𝑛3 = 2,10 𝑔/𝑐𝑚3
100+𝑤3

Pelos resultados, pode-se observar que a amostra que apresentou maior


divergência de resultado foi a do corpo de prova n o 3, diferindo bastante das outras
tanto em massa específica aparente natural, quanto em massa específica seca. Isso
pode ter sido causado por algum problema durante a sua coleta ou em sua análise.
Analisando de um modo geral, as amostras apresentaram valores esperados
para o tipo de solo que as compõem, mas os resultados não podem ser confiados
pois, por falta de eletricidade no laboratório, foi necessário usar uma balança fora de
norma, com apenas 1 g de precisão, para medir a massa imersa dos corpos de prova
e a exatidão deste dado é fundamental para a continuidade correta dos cálculos
posteriormente realizados.
ANEXOS:

Figura 1: Os corpos de prova 1, 2 e 3 trabalhadas nesta prática, ordenados da esquerda


pra direita.

Fonte: A autora (2020)


Figura 2: Pinceladas de parafina em uma amostra.

Fonte: A autora (2020)


Figura 3: Monitor prendendo a amostra na rede de nylon da balança hidrostática.

Fonte: A autora (2020)


BIBLIOGRAFIA:

DAS, Braja M; SOBHAN, Khaled. Fundamentos da Engenharia Geotécnica. 8. ed.


São Paulo: Cengage Learning, 2014. 625 p.
BRUNETTI, Franco. Mecânica dos Fluidos. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2008. 448 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. MB-2887/NBR 10838: Solo -
Determinação da massa específica aparente de amostras indeformadas, com
emprego da balança hidrostática. 1 ed. Rio de Janeiro: Abnt, 1988. 4 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6457: Amostras de Solo
- Preparação para ensaios de compactação e ensaios de caracterização. 2 ed. Rio de
Janeiro: Abnt, 2016. 12 p.

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