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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E URBANISMO

RELATÓRIO 5 – Pt. A

DETERMINAÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA DOS SÓLIDOS DE UMA


AMOSTRA DE SOLO

Murilo Heryaldo Pinheiro Tarozzo


Prof. Dr. Paulo José Rocha de Albuquerque
IC – 535 – Ensaios Laboratoriais de Mecânica dos Solos

Campinas

2018
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS.............................................................. 3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................. 3
3. PROCEDIMENTOS............................................................................... 5
4. RESULTADOS...................................................................................... 7
5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.................................... 7
6. CONCLUSÃO........................................................................................ 8
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................... 8
1. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS

A massa específica dos sólidos de um solo é dependente,


principalmente, dos minerais que o constituem e, por isso, se altera muito
pouco ao longo do tempo. Além disso, ela se altera muito pouco de solo para
solo, sendo difícil sua identificação com base apenas nisso. No entanto, a
determinação deste valor é extremamente necessária para caracterizar o solo
quanto ao cálculo de outros índices físicos.

Neste trabalho será determinada a massa específica dos grãos de uma


amostra de solo.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A massa específica dos sólidos (ρs) de um solo é a relação entre a


massa das partículas sólidas e o seu volume. Determinado em laboratório para
cada solo, coloca-se uma massa seca conhecida do solo num picnômetro e,
completando-se com água, determina-se a massa total. A massa do
picnômetro cheio de água, mais a massa do solo, menos a massa do conjunto
picnômetro+água+solo, é a massa da água que foi substituída pelo solo. Deste
valor, calcula-se o volume de água que foi substituído pelo solo, sendo o
próprio volume do solo. Com esta massa e volume, tem-se a massa específica.
A massa específica dos sólidos será calculada pela seguinte equação

𝑀𝑠 (a)
𝜌𝑠 = 𝜌
𝑀𝑠 − 𝑀1 + 𝑀2 𝑤

onde:
𝑀𝑠 é a massa de sólidos determinada no ensaio
𝑀1 é a massa de (água + picnômetro + sólidos)
𝑀2 é a massa de (água + picnômetro)

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𝜌𝑤 é a massa específica da água.

A temperatura do conjunto água + picnômetro + sólidos deve ser


também anotada. Após calcular os valores da massa específica dos sólidos,
deve-se corrigir estes valores para a temperatura padrão de 20 °C, através do
𝜌𝑤 (𝑇)
fator 𝑘 = obtidos pela seguinte tabela:
𝜌𝑤 (20°𝐶)

T (°C) K T (°C) K T (°C) K


15,0 1,0009 18,5 1,0003 22,0 0,9996
15,5 1,0008 19,0 1,0002 22,5 0,9995
16,0 1,0007 19,5 1,0001 23,0 0,9993
16,5 1,0007 20,0 1,0000 23,5 0,9992
17,0 1,0006 20,5 0,9999 24,0 0,9991
17,5 1,0005 21,0 0,9998 24,5 0,9990
18,0 1,0004 21,5 0,9997 25,0 0,9988
𝜌𝑤 (𝑇)
Tabela 1. Fator 𝑘 =
𝜌𝑤 (20°𝐶)

Segundo Nogueira (1995), os valores finais de massa específica


corrigidos pelo fator k, não devem se afastar da média mais do que 0,020
g/cm3. Caso esta situação ocorra com um ou mais dados, estes devem ser
rejeitados e substituídos por novos ensaios e dados. Este princípio também
deve ser aplicado aos novos dados e médias, repetindo-se o processo até que
essa condição seja satisfeita.

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3. PROCEDIMENTOS

Fig. 1. Preparação para início do ensaio de determinação de massa específica dos


sólidos

Os seguintes materiais são utilizados neste trabalho:

- Peneira #4 (4,8 mm)


- Picnômetro
- Balança de precisão
- Bomba de vácuo
- Estufa com temperatura 105 °C
- Termômetro
- Espátulas
- Funil
- Recipientes de porcelana
- Conta-gotas
- Seringas de borracha

A amostra coletada em campo deve, primeiramente, ser secada ao sol.


Em seguida, peneira-se em peneira #4 (4,8 mm). O material que passa é
coletado e, então, colocado em estufa para uma completa secagem.
Primeiramente pesa-se, numa balança de precisão, o picnômetro vazio
e, em seguida, coloca-se, com uma espátula e funil, uma quantidade da

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amostra de solo nele. Pesa-se novamente, obtendo assim a massa de solo
colocada.

Fig. 2. Picnômetro com solo

Adiciona-se água destilada ao picnômetro. Em seguida, o conjunto


(picnômetro + água + solo) é levado para uma bomba de vácuo a fim de se
retirar o ar presente nos vazios. Aplicando vácuo a amostra, o processo é
encerrado quando não houver mais formação de bolhas dentro do picnômetro.

Fig. 3. Aplicação de vácuo no conjunto picnômetro + água + solo

Com cuidado, complementa-se com água destilada novamente até a


uma determinada marca do picnômetro, sem muita movimentação, a fim de
evitar a introdução de ar na água. Pesa-se o conjunto e, com os dados obtidos
até aqui, pode-se calcular a massa específica dos grãos.

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4. RESULTADOS

No Laboratório de Mecânica dos Solos, da Faculdade de Engenharia


Civil, UNICAMP, foram realizados 3 ensaios de determinação de massa
específica dos sólidos de uma mesma amostra de solo. Os 3 conjuntos de
dados e resultados são mostrados a seguir:

Ensaio 1 2 3
Picnômetro (g) 149,51 170,8 142,96
Picnômetro + Solo (g) 199,53 220,85 192,97
Ms = Solo Seco (g) 50,02 50,05 50,01
M2 = Picnômetro + Água (g) 648,63 669,38 642,19
M1 = Picnômetro + Água + Solo (g) 682,24 702,78 675,39
Massa específica água ρw (g/cm3) 1 1 1

Massa específica sólidos (g/cm3) calculado: 3,048 3,006 2,975

Temperatura (°C) 22 20 23
Fator de correção 0,9996 1,0000 0,9993

Massa Específica sólidos a 20°C (g/cm3) 3,047 3,006 2,973


Tabela 2. Resultados do ensaio de determinação de massa específica dos sólidos

Os resultados de massa específica dos sólidos da tabela 2 foram obtidos


aplicando a equação (a) e o fator k mostrado na tabela 1.

5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Com os resultados da tabela 2, podemos estabelecer a massa


específica dos sólidos da amostra como a média dos três valores encontrados:

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3,047 + 3,006 + 2,973
ρs = = 3,009 g/cm3
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Os valores encontrados nos três ensaios possuem um desvio padrão de


0,030 g/cm3 e coeficiente de variação igual a 1,01 %. Isso mostra que os
ensaios mostraram resultados com pouca variação e bastante homogêneos.
No entanto, segundo Nogueira (1995), os resultados obtidos não são
suficientes, uma vez que dois deles (ρs = 3,047 e ρs = 2,973) não obedecem ao
limite de 0,020 g/cm3, devendo ser, portanto, rejeitados e os respectivos
ensaio, repetidos.

6. CONCLUSÃO

Neste trabalho foram foram executados três repetições do ensaio de


determinação de massa específica dos sólidos de um solo. Os ensaios se
mostraram simples de se executar, embora sejam exigidos alguns
equipamentos bem específicos, como a bomba a vácuo, por exemplo.

Apesar dos resultados terem se mostrado precisos estatisticamente,


eles ainda não foram suficientes para determinação da massa específica dos
sólidos, seguindo o critério de Nogueira (1995). Para uma correta
determinação, os dados cuja variação da média tenham sido superiores a
0,020 g/cm3 devem ser descartados e os ensaios, repetidos até que se
obtenham novos dados com afastamentos da nova média calculada que
cumpram o critério.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PINTO, C. S; Curso Básico de Mecânica dos Solos em 16 aulas. 3.


ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2006.

8
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS; NBR 6458 -
Grãos de pedregulho retidos na peneira de abertura 4,8 mm -
Determinação da massa específica, da massa específica aparente e da
absorção de água . Rio de Janeiro, p. 10. 2017.
NOGUEIRA, J. B.; Mecânica dos Solos – Ensaios de Laboratório.
São Carlos: EESC-USP, 1995.

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