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INSTITUTO LATINO-AMERICANO DE

TECNOLOGIA, INFRAESTRUTURA E TERRITÓRIO


(ILATIT)

Curso: Engenharia Química - Bacharelado


Disciplina: Laboratório de Engenharia Química I (EQI 0024)
Professor: Daniel José de Oliveira Ferreira

MEDIÇÃO DE VISCOSIDADE DE FLUIDOS NEWTONIANOS

Estudante: Alexssandra Marcanssoni Carnaval


Anne Gabriele da Silva Santos
Eduardo Torres
Luanna Leticia de Oliveira Aquino
1. INTRODUÇÃO
A viscosidade é definida como a resistência que um fluido apresenta ao escoamento,
existe também a relação da viscosidade com o atrito interno criado pela movimentação de
camadas de fluido em relação a outras. A viscosidade pode ser definida de duas formas, a
cinemática e a dinâmica. A viscosidade dinâmica representa a razão entre a tensão de
cisalhamento e a velocidade de deformação presente no fluido, relacionando-se com a
temperatura é quase independente da pressão, sendo ela uma característica muito importante
para o estudo de fluidos newtonianos em dutos ou tubulações. A viscosidade é medida em
g/cm.s, o Poise, mais usado na sua forma centipoise = Poise x 10^-2. A viscosidade
cinemática é a razão entre a dinâmica e a massa específica do fluido a mesma temperatura e
pressão (BRASIL, 2013).
O fluido usado na prática foi a água, e assim como querosene e ar, além de outros
exemplos, é listada como um fluido newtoniano. Um fluido newtoniano é um fluido onde a
tensão de cisalhamento tem proporção linear com a taxa de deformação de cisalhamento
(ÇENGEL e CIMBALA, 2006).
Um modo de encontrar a viscosidade de um fluido é utilizando um viscosímetro,
muito usado para caracterizar materiais na indústria de materiais e química, sendo empregado
em muitos ramos industriais. Tipos diferentes de viscosímetros são utilizados por conta da
existência de grande quantidade de fluidos diferentes e unidades de medida. Os mais
empregados são o viscosímetro, a queda de bola, o viscosímetro copo Ford, o viscosímetro
rotacional e capilar.
Para essa prática, é feito o uso de um reômetro de tubos capilares para a medição da
viscosidade. Composto principalmente pelo frasco de Mariotte, frasco esse usado
constantemente para obter o escoamento constante de um líquido, ele é composto por um
gargalo curto e pequeno, com três tubuladuras onde foram introduzidas pequenas rolhas e
fixadas com cera. O frasco varia de volume e muitas vezes é preenchido com água.

2. OBJETIVOS
Determinar a viscosidade de um fluido newtoniano; analisar e comparar os dados
experimentais com o teórico.

3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1.Materiais
● Tubo de silicone;
● Tubo de vidro;
● Pissete;
● Suporte universal;
● Fita crepe;
● Cronômetro;
● Balança analítica;
● Paquímetro;
● Béquer de 500 mL;
● Proveta de 1000 mL;
● Régua
● Água.

3.2. Métodos

Para realizar o experimento fez-se necessário a montagem de um reômetro de tubos


capilares, assim foi utilizado um pissete para substituir o frasco de Mariotte, no pissete foi
ligado um tubo de silicone que com o auxílio da fita crepe foi ligado ao tubo de vidro, assim é
possível obter um escoamento de tubo constante. Todos os instrumentos foram segurados
pelo suporte universal, fazendo com que o pissete ficasse acima dos tubos.
Utilizando todos os equipamentos de proteção necessários para a prática iniciou-se o
experimento. Com o sistema já montado mediu-se o comprimento do tubo utilizando uma
régua e também mediu-se a altura entre o tubo de silicone e o tubo de vidro, onde o tubo de
silicone seria a entrada e o tubo de vidro a saída do líquido, e com o auxílio de um
paquímetro foi possível encontrar o diâmetro do tubo de saída.
Para maior facilidade e agilidade da prática, colocou-se 1000 mL de água na proveta,
após esse processo a água foi inserida no béquer e logo após foi colocada no pissete. Para que
não houvesse erros o circuito estava fechado na saída final, garantindo que o líquido só fosse
liberado quando o cronômetro iniciasse.
Com o fluido já no frasco de Mariotte, certificou-se que não havia bolhas dentro do
circuito e então iniciou-se o cronômetro, com isso o tubo de saída foi liberado, mantendo um
escoamento constante de 250 mL, quando a quantidade desejada era escoada, parava-se o
cronômetro e o béquer era seco e pesado na balança analítica. Então, o frasco foi preenchido
novamente e o procedimento foi realizado do mesmo modo apenas variando a altura inicial.
Foram realizadas 10 medições de vazão.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
No Quadro 1 foram dispostos os dados obtidos a partir das medições iniciais e os
valores tabelados de densidade e gravidade utilizados posteriormente:

Quadro 1 - Dados iniciais

Diâmetro (m) 0,00365

Comprimento (m) 0,2

Temperatura ( C ) 29

Densidade (Kg/m3) 1015

Gravidade (m/s2) 9,8

No decorrer da prática houveram variações na altura, afetando diretamente o tempo


total para que o volume de 250ml de água escorresse do Mariotte em decorrência do aumento
da pressão. Para determinar a viscosidade do fluido newtoniano (água) foram realizadas 10
medições. Na tabela 2 foram colocados os valores anotados durante as repetições:

Tabela 2 - Valores obtidos na medição da altura e tempo, mantendo o volume constante.

Medidas Tempo (s) Altura (m) Massa + Béquer (Kg) Massa água (Kg)

1 16,4 0,480 0,52996 0,23794

2 16,7 0,440 0,51517 0,22315

3 18,9 0,415 0,52724 0,23522

4 19,8 0,390 0,51702 0,22500

5 22,3 0,360 0,52706 0,23504

6 24,7 0,340 0,52825 0,23623

7 25,9 0,305 0,52004 0,22802

8 29,6 0,280 0,51899 0,22697

9 47,6 0,230 0,52971 0,23769

10 75,9 0,200 0,51856 0,22654


Tabela 3 - Parâmetros estabelecidos para o fluido.

Medidas Volume (m^3) Vazão (m^3/s) Velocidade (m/s) ∆P (Pa)


1 0,000238 0,000015 73,93 4708,8

2 0,000223 0,000013 68,25 4316,4

3 0,000235 0,000012 63,58 4071,2

4 0,000225 0,000011 58,05 3825,9

5 0,000235 0,000011 53,83 3531,6

6 0,000236 0,000010 48,75 3335,4

7 0,000228 0,000009 44,86 2992,1

8 0,000227 0,000008 39,13 2746,8

9 0,000238 0,000005 25,47 2256,3

10 0,000227 0,000003 15,20 1762,0

A partir do volume foi calculado a vazão para a determinação da velocidade pela


equação abaixo:
Equação para a vazão:
Volume
Q= (1)
tempo
Equação para a velocidade:
4Q
v= (2)
π D²
A variação de pressão é dada conforme a diferença de altura entre o fundo do frasco
de Mariotte e a extremidade livre do tubo e pode ser calculada pela seguinte equação:
Δ P=ρ gH (3)

Por fim, calculou-se a viscosidade do fluido para que fosse feita a comparação entre o
valor real e o valor experimental. A seguinte equação foi utilizada:
2
( po− pl)D
Vm= (4)
32 μ L
Onde:
Vm = velocidade média,
po-pl = queda da pressão ao longo do comprimento,
D = diâmetro,
μ = viscosidade.

Ao utilizar a equação (4), substituindo os valores de Vm=49,10482798 m/s e po-pl=


3374,64 Pa o resultado obtido para a viscosidade foi de μ = 0,000310708 Pa.s.
Também realizou-se o cálculo a partir do gráfico 1, o qual mostra a curva e a equação
da reta obtida.
Gráfico 1- Velocidade média em função da queda de pressão

A partir do seu coeficiente angular é possível calcular a viscosidade do fluido


utilizando a equação (4) obtém-se: μ = 0,0000062161Pa.s.
O valor teórico da viscosidade da água a 29 °C encontrado na literatura é de 7,97.10 -4
Pa.s. Deste modo foi realizado o cálculo de erro relativo percentual a partir da equação (5).

Erro=¿ valor real−valor aproximado∨ ¿ ¿


¿ valor aproximado∨¿∗100 ¿ (5)

O erro relativo calculado para a viscosidade dada pelas equações (5) foi de 99,99%
usando o valor de Vm e de 99,22 % utilizando o gráfico.
Ao analisar o resultado, é a grande divergência de valores comparados com o da
literatura, foi possível reparar em diversas chances de erro para essa diferença de valores.
Uma chance de erro possível pode ser dada pelas medições inexatas do experimento, por
estar sendo utilizado uma régua para essas medidas, aumentando a chance de visualização
imprecisa das medidas. Além disso, tanto o frasco de Mariotte quanto o tubo por onde o
fluido escoava estavam presos por uma garra, que por vezes não os fixava direito.

5. CONCLUSÃO
Ao final do experimento foi possível observar que os resultados obtidos diferiram de
modo bem acentuado, dos valores encontrados na literatura. Isso se deve por vários motivos,
tais como, bolhas na mangueira durante o escoamento, a garra que não estava bem fixada ao
todo, a análise sendo feita com auxílio de ferramentas não tão analíticas como uma régua.
Conclui-se, através dos cálculos e discussões , que este experimento não foi eficaz
visto a discrepância entre os resultados obtidos.

6. REFERÊNCIAS
BRASIL, N. Introdução à engenharia química. Rio de Janeiro: Interciência, 2013. 448 p.
ÇENGEL, Y. Mecânica dos fluidos: fundamentos e aplicações. Rio Grande do Sul: AMGH,
2006. 1016 p.

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