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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO


LICENCIATURA INTEGRADA EM MATEMÁTICA E FÍSICA
Laboratório de Física 2 – Turma 2019

COEFICIENTE DE DILATAÇÃO LINEAR DE SÓLIDOS

Laryssa Feitosa dos Santos


Márcia Shiguemi Shiiya
Maria Lediane dos Santos
Marlison Castro Barreto

Orientador: Prof. Dr. Carlos Jose Freire Machado

Santarém – 2023

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Sumário
1. Introdução ......................................................................................................................... 3
2. Objetivo ............................................................................................................................ 3
3. Materiais utilizados ........................................................................................................... 3
4. Metodologia ...................................................................................................................... 4
5. Resultados obtidos e discussão .......................................................................................... 4
6. Conclusão ......................................................................................................................... 5
7. Referências ....................................................................................................................... 6

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1. Introdução

Galileu Galilei (1554-1642) foi o primeiro a propor um problema envolvendo


a deformação de corpos a partir de uma simulação de uma situação concreta de como
os objetos se deformam. Sua inspiração surgiu após observar as deformações sofridas
pelas escoras de madeira que sustentavam as telhas das casas locais. Tal fenômeno
acontece quando um corpo é submetido a uma de fonte de calor, sofre um aumento
na sua agitação molecular e, como as elas passam a ocupar um espaço maior, há um
aumento do comprimento do corpo. O oposto da dilatação também pode ocorrer, se
um corpo for submetido a uma redução de temperatura, logo seu comprimento será
reduzido.
Para o cálculo do coeficiente de dilatação linear, tomemos a variação da
temperatura que é calculada pela diferença entre a temperatura final e inicial:
∆T = T − T0
De forma análoga, podemos calcular a variação de comprimento causado por
essa variação de temperatura:
∆L = L − LO
Sendo assim, chegamos à equação que será utilizada para a determinação do
coeficiente de dilatação linear (α) na haste metálica:
∆𝐿 = 𝐿0 . 𝛼. ∆𝑇 (1)
A constante de proporcionalidade α é denominada de coeficiente de dilatação
linear e seu valor varia conforme a natureza do material a ser utilizado
experimentalmente.

2. Objetivo
Determinar o coeficiente de dilatação linear (α) de um tubo metálico

3. Materiais utilizados
Dilatômetro linear constituído por:
 Base principal com indicação de medida de comprimento com uma
incerteza de 0,5 𝑚𝑚.
 Relógio medidor de dilatação (resolução de 0,01mm);
 Termômetro de mercúrio (dois);

3
 Mangueira de silicone para conectar o gerador de vapor à haste
utilizada no experimento;
 Corpo de prova (tubo de latão);
 Gerador de vapor;

4. Metodologia
Inicialmente, colocamos água no gerador de vapor. Em seguida, o tubo de latão
foi ajustada para o primeiro comprimento de 𝐿 = 500 𝑚𝑚 e presa nas hastes de
sustentação do dilamômetro com a extremidade aberta sendo conectada ao gerador de
vapor pela mangueira de silicone. A outra extremidade foi ajustada para haver o contato
com o relógio medidor de dilatação tomando-se, aqui, o cuidado de observar se o ponteiro
estava indicando “zero” de dilatação.
Antes de ligar o gerador de vapor, foi verificado a temperatura (𝑇0 ) indicada no
termômetro. Após essa anotação, o aparelho foi ligado. No momento em que a água
entrou em ebulição, o vapor circulou pelo tubo de prova, as temperaturas dos dois
termômetros e a dilatação indicada no relógio estabilizaram, seus valores foram anotados.
Feito isso, o gerador foi desligado e o tubo resfriado para ser preparado para a
próxima medida de dilatação com o novo comprimento. No total foram tomadas seis
medidas para os comprimentos (200, 250, 300, 350, 400 e 500)𝑚𝑚.

5. Resultados obtidos e discussão


A partir da experimentação, foi feita a coleta de dados referentes ao comprimento
do tubo antes de sofrer aquecimento, variação de temperatura responsável pela dilatação
térmica e seu valor. Os dados estão descritos na tabela 1.

Tabela 1 – Dados da experimentação “Coeficiente de dilatação linear


de sólidos” na aula de Laboratório de Física 2 em outubro de 2023
𝐍 𝐋𝟎 [𝐦𝐦] ∆𝐓 [°𝐂] 𝐋𝟎 ∆𝐓 [𝐦𝐦 ∙ °𝐂] ∆𝐋 [𝐦𝐦]
1 500 73 36500 0,715
2 400 73 29200 0,550
3 350 73 25550 0,460
4 300 73 21900 0,385
5 250 73 18250 0,315
6 200 73 14600 0,225

Fonte: Os autores (2023)

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Tendo como base os valores da tabela 1, foi realizado uma regressão linear da
expressão 1 o que resultou na função 𝑌 = 2,22 ∗ 10−5 𝑋 − 0,11, sendo 𝑌 = ∆L, X =
L0 ∆T e o coeficiente angular 𝑎 = 𝛼. A partir do coeficiente de determinação (𝑟 2 ~1)
percebe-se que o modelo de regressão se ajusta bem aos dados extraídos como pode ser
observado no gráfico 1.

Gráfico 1 – Relação entre a dilatação Linear e o comprimento inicial da barra e variação


de temperatura na experimentação do coeficiente de dilatação linear de sólidos

L versus L_0T
0.800
0.700 𝑌 = 2,22 ∗ 10−5 𝑋 − 0,11
𝑟 2 ~1
0.600
0.500
L [mm]

0.400
0.300
0.200
0.100
0.000
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000

L_0T [mm°C]

Fonte: Os autores (2023)

O valor do coeficiente de dilatação linear (𝑘), juntamente com incerteza,


encontrado foi de (2,22 ∗ 10−5 ± 0,04 ∗ 10 −5 ) 𝑚𝑚. Assim, levando-se em
consideração esses números, foi possível verificar que a precisão do experimento pode
ser considerada boa pois ficou abaixo de 5%. Em relação à comparação ao valor
verdadeiro do coeficiente de dilatação linear do latão (𝑘𝑣 = 2 ∗ 10−5 °𝐶 −1 ), a acurácia
|𝑘𝑣 −𝑘𝑒 |
foi calculada a partir do valor do erro relativo dado pela expressão 𝛥𝑒𝑟 = e sua
𝑘𝑒

exatidão (𝛼 = 2,22 ∗ 10−5 °𝐶 −1 ) não pode ser considerada boa, pois seu valor ficou
acima de 5%, percentual máximo considerado como boa.

6. Conclusão
O experimento realizado para determinar o coeficiente de dilatação linear (α)
não alcançou seu objetivo como pode ser comprovado pela baixa acurácia aferida.

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Uma das causas prováveis pelo insucesso foi o resfriamento incorreto do tubo de
latão. Após cada aferição dos valores de dilatação, esse foi retirado e molhado por
alguns segundos; provavelmente, o tempo necessário para que o corpo de prova
voltasse às características iniciais não foi respeitado.
Um segundo ponto que não foi respeitado é quanto ao tempo em que o vapor
de água ficou circulando no interior do tubo. Possivelmente, a primeira estabilização
do valor da dilatação do tubo observado tenha sido uma aparente, ou seja, não
condizendo com a realidade.

7. Referências
HEWITT, Paul G. Física conceitual. Porto Alegre, Bookman, 2015.
O que é dilatação. Disponível em < https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/fisica/o-
que-e-dilatacao-termica-linear.htm > acesso em outubro de 2023.

NUSSENSWEIG, H. M., (1996), Curso de Física Básica 2- Fluidos, Oscilações,


Ondas e Calor. Edgard Blücher, 2002.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
LICENCIATURA INTEGRADA EM MATEMÁTICA E FÍSICA
Laboratório de Física 2 – Turma 2019

Lei de Boyle-Mariotte

Laryssa Feitosa dos Santos


Márcia Shiguemi Shiiya
Maria Lediane dos Santos
Marlison Castro Barreto

Orientador: Prof. Dr. Carlos Jose Freire Machado

Santarém – 2023

1
Sumário
1 Introdução ............................................................................................................................. 3
2 Objetivo ................................................................................................................................. 3
3 Materiais utilizados ................................................................................................................ 3
4 Metodologia .......................................................................................................................... 3
5 Resultados obtidos e discussão .............................................................................................. 4
6 Conclusão .............................................................................................................................. 6
7 Referência bibliográfica .......................................................................................................... 6

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1 Introdução
Na natureza, existem vários processos termodinâmicos que relacionam pressão,
temperatura e volume. Quando se tem como constante a temperatura e as variáveis
pressão e temperatura, diz-se que a transformação é isotérmica. Foi essa transformação
que, no ano de 1662, Robert Boyle (1627-1691) apresentou experimentos nos quais media
o volume (V) dos gases em função da pressão (P) em diferentes temperaturas. Suas
conclusões foram que, para uma mesma temperatura, pressão e volume se relacionavam
de maneira inversa, ou seja,
1
𝑃∝ (1)
𝑉
Matematicamente (1) pode ser representados por
𝑃𝑉 = 𝑘 (2)
Em 1676, de maneira independente, o físico francês Edme Mariotte (1627-1691)
obteve os mesmos resultados de Boyle. Essa conclusão foi nomeada como sendo a Lei de
Boyle-Mariotte a qual diz que “Em um sistema fechado em que a temperatura é mantida
constante, verifica-se que determinada massa de gás ocupa um volume inversamente
proporcional à pressão.”

2 Objetivo
Comprovar a Lei de Boyle-Mariotte

3 Materiais utilizados
Para a realização do experimento foram utilizados:
 Aparelho gaseologico;
𝑘𝑔𝑓
 Manômetro com a unidade padrão de medida de 0,1 𝑐𝑚2
 Fita crepe para determinar as medidas do comprimento do cilindro;
 Trena com uma incerteza de ±0,5 𝑚𝑚.

4 Metodologia
Antes de iniciar o experimento, uma medida de prevenção para não danificar o
aparelho gaseológico foi tomada: lubrificação da parte interna do cilindro o qual tem
contato com o êmbolo do pistão. Feito isso, com o auxílio de um pedaço de fita crepe e
da trena, foram feitas marcações de 5 em 5 𝑚𝑚 tendo como ponto de origem o lado

3
próximo ao manômetro. As medidas utilizadas foram
50, 55, 60, 65, 70, 75, 80, 85, 90 𝑒 100 𝑚𝑚
No segundo momento, o pistão foi ajustado no comprimento máximo delimitado
pelos experimentadores (100 𝑚𝑚), retirado um parafuso lateral para que a pressão
𝑘𝑔𝑓
interna se igualasse a pressão atmosférica (1,02 𝑐𝑚2) e recolocado.
Após a preparação do aparelho, um dos integrantes rosqueou o pistão até a marca
de 90 𝑚𝑚 e observou a variação de pressão imprimida pela diminuição do volume. Esse
mesmo procedimento foi repetido para todas as medidas previamente indicadas.

5 Resultados obtidos e discussão


Os dados coletados no experimento para comprovação da lei de Boyle-Mariotte
foram a variação do comprimento (∆ℎ) do cilindro e a variação de pressão (∆𝑃) provocada
pela mudança de volume no interior do aparelho gaseológico. Enquanto a primeira serviu
para determinarmos o volume que o gás estava ocupando a partir da diferença entre ela e
o volume inicial (962 𝑚𝑚3 ) determinado pelos experimentadores (𝑉0 − ∆𝑉), a segunda
𝑘𝑔𝑓
foi acrescida ao valor da pressão inicial que era a mesma da atmosférica, ou seja, 1,02 𝑐𝑚2.

Para o cálculo do volume foi considerada a medida do diâmetro do êmbolo (𝐷 =


3,5 𝑚𝑚) fornecida pela empresa. Para a obtenção de ∆𝑉, utilizamos a expressão
𝜋𝐷2
matemática ∆𝑉 = ∆ℎ.
4

Assim, os dados coletados seguem de acordo com a tabela 1 apresentada abaixo:

Tabela 1: Dados obtidos a partir do experimento com o aparelho gaseológico para a


comprovação da lei de Boyle-Mariotte.

𝑘𝑔𝑓 1 𝑘𝑔𝑓
𝑛 ∆𝑃 [ ] ∆ℎ [𝑚𝑚] ∆𝑉 [𝑚𝑚3 ] 𝑉 [𝑚𝑚3 ] [𝑚𝑚−3 ] 𝑃 [ ]
𝑐𝑚2 𝑉 𝑐𝑚2
0 962 1,02
1 0,07 10,00 96,20 865,80 1,16E-03 1,09
2 0,14 15,00 144,30 817,70 1,22E-03 1,16
3 0,22 20,00 192,40 769,60 1,30E-03 1,24
4 0,28 25,00 240,50 721,50 1,39E-03 1,30
5 0,39 30,00 288,60 673,40 1,49E-03 1,41
7 0,50 35,00 336,70 625,30 1,60E-03 1,52
6 0,61 40,00 384,80 577,20 1,73E-03 1,63
7 0,75 45,00 432,90 529,10 1,89E-03 1,77
8 0,93 50,00 481,00 481,00 2,08E-03 1,95
Fonte: Autores, 2023.

4
Partindo da análise dos valores acima apresentados, foi feita a regressão linear a
1
expressão (2), resultando na equação 𝑃 = 𝑘 𝑉. Assim, para adequação à função 𝑌 = 𝑎𝑋 +
1
𝑏, consideramos o 𝑌 = 𝑃, 𝑋 = 𝑉 e os coeficiente angular 𝑎 = 𝑘 e o linear 𝑏 não sendo

compatível com zero (𝑌 = 𝑘𝑒 𝑋 + 𝑏). A sua representação gráfica bem como a expressão
que representa a lei de Boyle-Mariotte na forma linearizada estão na figura 1.

Figura 4: Gráfico construído para representar a linearização da lei de Boyle-


Mariotte, a partir dos dados da tabela 1.

Pressão versus inverso do volume


2.50
𝑌 = 923,4𝑋 + 0,03
2.00 𝑟 2 ~1
P [kgf/cm^2]

1.50

1.00

0.50

0.00
0.00E+00 5.00E-04 1.00E-03 1.50E-03 2.00E-03 2.50E-03
1/V [1/mm^3]

Fonte: os autores, 2023.

A partir dos dados apresentados foi possível verificar que os valores coletados
estão bem ajustados ao modelo obtido pela regressão linear. Os valores de incerteza da
𝑘𝑔𝑓
pressão (𝑃) foi de ±0,3 𝑐𝑚2, do volume foi de ±2,4 𝑚𝑚3 e do coeficiente angular "𝑎" de

±9,6.
De posse do valor da incerteza (∆𝑎) foi possível determinar a precisão do
∆𝑘𝑒
experimento pela expressão 𝑒𝑟 = , pois 𝑎 = 𝑘𝑒 e ∆𝑎 = ∆𝑘𝑒 . Assim, a precisão do
𝑘𝑒

experimento foi considerada boa visto que o 𝑒𝑟 ficou abaixo do limite do valor de
referência para ser considerada uma boa medida qualitativa.

5
6 Conclusão
O experimento, portanto, alcançou seu objetivo que foi comprovar a lei de Boyle-
Mariotte. Para se chegar a esse resultado foi analisado a precisão dos dados coletados
pelos envolvidos na ação que, nesse caso, apresentou-se como sendo boa.

7 Referência bibliográfica
Dejando atrás la alquimia com Robert Boyle. Yo Soy Tu Profe. Disponível em:
<https://yosoytuprofe.20minutos.es/2017/02/16/le-de-boyle/amp/>. Acesso em: 19 de
outubro de 2023.

As Leis Empíricas e a Equação de Estado dos Gases Ideais. Portal de estudos em Química.
Disponível em: https://www.profpc.com.br/estado%20gasoso/Aula2.htm. Acesso em: 19
de outubro de 2023.

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