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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Laboratório de Engenharia Química

PRÁTICA DE FLUIDIZAÇÃO

Professor: Peçanha

Gabriel Guedes dos Santos Motta - DRE:

Leonardo de Souza Sá - DRE: 117045907

Lorena Rodrigues Campos - DRE: 116195898

Marcelo Souza de Moura Júnior - DRE: 116037723

Maria Beatriz Figueiredo Ribeiro - DRE: 118182875

Nicoly de Andrade Câmara - DRE: 119062955

16 de junho de 2022
1. INTRODUÇÃO

A fluidização é uma das operações unitárias que consistem no escoamento


de fluidos em meios porosos no sentido contrário à força gravitacional (exceto na
fluidização inversa) com o objetivo de promover o contato de partículas sólidas finas
no fluido, podendo ocorrer sem ou com reação química, isto é, um reator de leito
fluidizado. Os leitos fluidizados possuem características muito similares aos fluidos
no qual objetos com densidade maior que o leito afundam e objetos com densidade
menor flutuam, como foi observado durante a prática. Além disso, a superfície livre
do leito não depende da inclinação do vaso, e mantém-se sempre na horizontal.
Esta operação é utilizada para aumentar o contato entre as fases e favorecer
fenômenos de transferência de massa e transferência de calor, dessa forma pode
ser usado industrialmente por exemplo na secagem de areia e grãos, ou mistura e
aquecimento de sólidos.
A fluidização do leito é atingida por meio do aumento da velocidade de
escoamento do fluido. Em um primeiro momento o fluido atinge um estágio de
fluidização mínima em que ele se mantém homogêneo e as partículas estão apenas
vibrando em torno de uma posição espacial média sem que haja o aparecimento de
bolhas. Aumentando a velocidade superficial do fluido, o processo se torna
heterogêneo, podendo aparecer bolhas de escoamento do fluido que também
homogeneizam o leito até que a velocidade ultrapasse um limite superior a partir do
qual ocorre o arraste das partículas.
O objetivo da prática foi estudar o comportamento da fluidização de um leito
de areia de construção civil com ar atmosférico (fluido), portanto sem reação
química. Para caracterizar o leito fluidizado foi determinada a densidade média das
partículas de areia, a velocidade mínima de fluidização, a porosidade mínima de
fluidização e a queda de pressão. Por fim foram comparados os valores
experimentais encontrados com os valores previstos teoricamente e determinada a
esfericidade média das partículas da areia utilizada.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 Materiais

● Água destilada;
● Ar comprimido;
● Areia;
● Balança;
● Base de distribuição;
● Bastão de vidro;
● Bécher;
● Coluna de vidro graduada com acessos para mangueira;
● Corante amarelo;
● Espátula;
● Funil;
● Mangueiras de borracha;
● Papel milimetrado;
● Paquímetro;
● Picnômetro;
● Régua;
● Rotâmetro;
● Suporte da coluna de vidro;
● Suporte do tudo em “U”;
● Tubo de vidro com duas aberturas laterais;
● Tubo em “U”;

2.2 Métodos

A primeira parte do experimento teve como objetivo calcular a densidade das


partículas através da técnica de picnometria. Para isso foi medido na balança o
peso do picnômetro vazio (m1); depois a massa do picnômetro com uma quantidade
de areia equivalente a um dedo (m2); a massa do picnômetro com a quantidade de
areia e completado com água destilada (m3), como mostra a figura 1; e por fim a
massa do picnômetro completamente preenchido por água destilada (m4). Para que
não houvesse interferências nos valores das massas, para a medição de m3 e m4
foi utilizado um bastão de vidro para agitar e retirar as bolhas de ar (figura 2). Com
as massas medidas em balança foi possível calcular o “specific gravity” da areia
(SGareia). Então, a partir da densidade de água encontrada em handbook para a
temperatura medida no laboratório, foi possível calcular a densidade da areia pela
correlação com o SG da areia, como mostra a equação 1.
𝜌𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 𝑚2 − 𝑚1
𝑆𝐺𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 = =
𝜌á𝑔𝑢𝑎 (𝑚4 − 𝑚1 ) − (𝑚3 − 𝑚1 )
Equação 1 - Cálculo do specific gravity

Figura 1 - Pesagem do picnômetro com areia e água destilada.

Figura 2 - Uso do bastão de vidro para tirar bolhas de ar do picnômetro.

A segunda parte do experimento consistiu na observação da fluidização do


sistema de areia e ar comprimido na coluna de vidro graduada. Para isso, foi
pesado a quantidade de 315,00g de areia de construção civil (figura 3), com uma
granulometria de -45 a +80 mesh, em um bécher que foi versado com o auxílio de
um funil para a coluna de vidro graduada como mostra na figura 4.
Figura 3 - Pesagem da areia de construção civil para o experimento.

Figura 4 - Uso do funil para colocar a areia dentro do sistema.

O sistema composto por duas partes na coluna, que foi posicionada de forma
vertical em um suporte, como mostrado na figura 5. A primeira parte ligava uma
mangueira no fundo da coluna para a entrada de ar, previamente medido pelo
rotâmetro. Dentro da coluna foi colocado um distribuidor para a distribuição mais
homogênea do fluido para que não haja a formação de caminhos preferenciais. A
segunda parte do sistema foi acoplada à coluna de vidro através de duas
mangueiras na lateral ligadas ao sistema de manômetro de tubo em “U”, que
consistia no suporte do tubo, contendo água e corante amarelo, com o papel
milimetrado para a medição da saída de alta pressão na base da coluna, e a saída
de baixa pressão no meio da coluna.
Figura 5 - Sistema do experimento composto pela coluna de vidro e tubo em “U”.

Foram medidas as alturas das colunas do tubo em “U” para o cálculo da


pressão (cm de água), e a altura do leito fluidizado na coluna de vidro (cm) para
cada variação de vazão de ar comprimido (L/min) medida no rotâmetro. As vazões
de ar comprimido começaram em 2L/min, isto é, a vazão mais baixa e constante do
fluido, e variam de um em um até 15L/min, isto é, até que o leito estivesse
completamente fluidizado, e voltando para 2L/min.
Após as medições também foi medido a distância vertical entre as tomadas
de pressão da coluna de vidro (H) com o auxílio da régua, e o diâmetro interno da
coluna de vidro com o auxílio de um paquímetro. Também foi medida a temperatura
ambiente dentro do laboratório para a realização dos cálculos.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Realizamos a pesagem do picnômetro nas variadas condições e obtivemos


os seguintes valores: m1 = 36,71 g; m2 = 41,88 g; m3 = 63,46 g e m4 = 60,25 g.
Colocando esses valores na equação 1 ficamos com:

ρareia 41,88−36,71
SGareia = = (60,25−36,71)−(63,46−41,88) = 2,637
ρágua

O local da realização do nosso experimento estava a uma temperatura de


22,8℃ e considerando uma pressão atmosférica de 1 bar. Para determinar a
densidade da areia, devemos multiplicar a “specific gravity” pelo valor da densidade
da água nessa temperatura. Para chegar no valor da densidade da água, realizou-
se a interpolação dos dados referentes às temperaturas T = 25 ºC e T = 20 ºC,
disponíveis na 95ª edição do “Handbook of Chemistry and Physics”, página 6-1 e
obtivemos o valor de 997,75 𝑘𝑔. 𝑚−3. Logo:

𝜌𝑠 = 2,637.997,75 = 2631,07 𝑘𝑔. 𝑚−3 = 2,631 𝑔. 𝑐𝑚−3

O segundo objetivo do nosso experimento consiste em determinar a


velocidade mínima de fluidização 𝑞𝑚𝑓 a partir da construção de 2 gráficos log - log
das curvas de fluidização e de desfluidização do leito estudado. Construiu-se os
gráficos da altura de leito (L) e queda de pressão Δ𝑝𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 em função da velocidade
superficial (q) calculada.
4𝑄
a velocidade superficial (q) é dada pela fórmula: 𝑞 = e a queda de pressão
𝜋𝑑2
(𝑝1 −𝑝2 )
Δ𝑝𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 é dada pela fórmula: 𝛥𝑝𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 .𝐿
𝐻
Onde H é nossa distância vertical entre as tomadas de pressão no valor de
9,5 cm e d é o diâmetro interno do tubo. Para obter o diâmetro interno 5 pessoas
mediram 5 vezes o tubo em partes diferentes com o auxílio do paquímetro para
obter uma média, o valor aritmético encontrado foi de 4,562 cm.

Q (L/min) Δp (cm água) L (cm) Δ𝑝𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 (cm) q (cm/s)

2 0,10 14,0 0,147 2,0371

3 3,40 14,0 5,010 3,0557

4 6,60 14,0 9,726 4,0742

5 10,20 14,0 15,032 5,0928

6 13,45 14,0 19,821 6,1113

7 12,40 15,0 19,579 7,129

8 11,60 15,35 18,743 8,148

9 11,20 15,60 18,392 9,167

10 11,00 15,80 18,295 10,186

11 11,00 16,00 18,526 11,204

12 11,00 16,10 18,642 12,223

13 11,00 16,20 18,758 13,241

14 11,00 16,35 18,932 14,259

15 11,00 16,50 19,101 15,278

14 11,00 16,30 18,874 14,259


13 11,00 16,20 18,758 13,242

12 11,00 16,00 18,526 12,223

11 11,00 15,80 18,295 11,204

10 11,15 15,65 18,368 10,1856

9 11,50 15,40 18,642 9,167

8 10,80 15,30 17,394 8,148

7 9,20 15,20 14,720 7,129

6 7,40 15,15 11,801 6,111

5 4,80 15,10 7,629 5,0928

4 3,50 15,05 5,545 4,074

3 1,60 15,05 2,535 3,0557

2 0,10 15,05 0,158 2,0372


Tabela 1 - Dados obtidos experimentalmente ao longo do ensaio

Gráfico 1 – obtenção do valor de 𝑞𝑚𝑓 e 𝛥𝑝𝑓


Verificando o gráfico da queda de pressão, nota-se que conforme
aumentamos a vazão de ar, a queda da pressão de leito também aumentou até um
determinado ponto, no qual ela diminuiu ligeiramente e atingiu um estado de
estabilidade. A partir desse momento, com a diminuição progressiva do fluxo de ar,
a variação da pressão do leito diminui proporcionalmente e chegou a valores
inferiores ao observado no início do experimento.
Esse comportamento se deve ao fato de que o leito fica mais poroso no final
do experimento já que o sólido é colocado no tubo derramando-o de uma certa
altura, que resulta na sua porosidade inicial, porém com os pequenos aumentos e
diminuições de velocidade, o leito sofre expansão o que faz sua porosidade
aumentar. Quando as partículas começam a vibrar e se mover através do leito,
chegamos no ponto de mínima fluidização, onde 𝑞 = 𝑞𝑚𝑓 e o leito está na transição
entre o fixo e o fluidizado.
O ponto mais alto da curva tem a ver com a ruptura do empacotamento inicial
das partículas que estão se rearranjando, provisoriamente, em um leito fixo de maior
porosidade. Após esse momento, o leito foi fluidizado e a queda de pressão é
constante devido ao aumento da porosidade associado ao aumento da velocidade
(q)
Para a determinação do 𝑞𝑚𝑓 projetamos a altura alcançada na região de
transição entre as curvas de fluidização e desfluidização do leito no eixo y, achando
o valor médio da queda de pressão após a fluidização. Em seguida, projetou-se o
início da reta de desfluidização até que essa cruzasse a projeção feita
anteriormente. O ponto de intersecção entre as duas projeções indica o valor de
𝑞𝑚𝑓 . Logo, 𝑞𝑚𝑓 = 7,56 cm/s.
Já o valor experimental de 𝛥𝑝𝑓 foi obtido através do gráfico para a unidade de
dina/cm2:

𝛥𝑝𝑓 = 𝜌𝑔ℎ = 1𝑔/𝑐𝑚3 . 980𝑐𝑚/𝑠2 . 18,3𝑐𝑚 = 18267 𝑑𝑖𝑛𝑎/𝑐𝑚2 = 18,63 cm de 𝐻2 𝑂

Para o cálculo da porosidade mínima de fluidização (𝜀𝑚𝑓 ) precisamos da


altura do leito fixo final que na prática é igual a altura mínima de fluidização (𝐿𝑚𝑓 ),
determinada no experimento como sendo 15,05 cm. Usaremos a fórmula:

𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 − 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜


𝜀𝑚𝑓 =
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜

onde o volume do leito e do sólido são obtidos através das equações:

𝐷2 𝜋 4,5622 𝜋
Volume leito = . 𝐿𝑚𝑓 = . 15,05 = 245,2 𝑐𝑚3
4 4
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 315
Volume sólido = = = 119,72 𝑐𝑚3
𝜌𝑠 2,631
245,2 − 119,72
Logo 𝜀𝑚𝑓 = = 0,512
245,2

Devemos, além disso, prever o valor de 𝑞𝑚𝑓 com a correlações de Leva, Wen
& Yu e Pillai & Raja Rao, onde as fórmulas foram dadas na tabela anexada ao
roteiro. Note que as correlações são expressas em fluxo de massa de gás na
condição de mínima fluidização (𝐺𝑚𝑓 ) e devemos passar para 𝑞𝑚𝑓 através da
fórmula:

𝑞𝑚𝑓 = 𝐺𝑚𝑓 /ρ

onde ρ é a densidade do fluido na temperatura de 22,8℃

A equação da correlação de Leva pode ser escrita como:

1,82
𝑑𝑝 (𝜌𝑓 (𝜌𝑠 −𝜌𝑓 ))0,94
𝐺𝑚𝑓 = 0,0093. para Re < 10
𝜇 0,88

297+177
𝑑𝑝 = = 237. 10−6 𝑚. Esses valores foram obtidos através da tabela mesh
2
dada a granulometria da areia como sendo -48 + 80 mesh.
𝜌𝑓 = 1,2 𝑘𝑔/𝑚3 esse valor é o da densidade do ar nas condições da temperatura
de 22,8℃ e pressão atmosférica de 1 atm. Para chegar neste valor, realizou-se a
interpolação dos dados referentes às temperaturas T = 280 K e T = 300 K,
disponíveis na 95ª edição do “Handbook of Chemistry and Physics”, página 6-17. Da
mesma forma, determinou-se que μ equivale a 1,83.10-5 Pa.s.
𝜌𝑠 =2631,07 𝑘𝑔. 𝑚−3
Substituindo esses valores na fórmula da correlação de Leva, ficamos com:

(237.10−6 )1,82 (1,2.2629,87)0,94


Gmf = 0,0093. = 0,067 𝑘𝑔/(𝑚2 . 𝑠)
(1,83.10−5 )0,88
0,067
Logo 𝑞𝑚𝑓 é = 5,6 cm/s
1,2

A equação da correlação de Wen & Yu pode ser escrita como:

𝑑2𝑝 .𝜌𝑓 .(𝜌𝑠 −𝜌𝑓 ).𝑔


𝐺𝑚𝑓 = 1650.𝜇
para Re < 20
2
237.10−6 .1,2.2629,87.9,8
𝐺𝑚𝑓 = = 0,058 𝑘𝑔/(𝑚2 . 𝑠)
1650.1,83.10−5
0,058
Logo 𝑞𝑚𝑓 é = 4,8 cm/s
1,2

Por fim, a equação da correlação de Pillai & Raja Rao pode ser escrita como:
2 .𝜌 .(𝜌 −𝜌 ).𝑔
𝑑𝑝 𝑓 𝑠 𝑓
𝐺𝑚𝑓 = 0,000701. para Re < 20
𝜇
2
237.10−6 .1,2.2629,87.9,8
𝐺𝑚𝑓 = 0,000701. = 0,067𝑘𝑔/(𝑚2 . 𝑠)
1,83.10−5
0,067
Logo 𝑞𝑚𝑓 é = 5,6 cm/s
1,2

Os valores de velocidade mínima de fluidização calculados a partir das três


apresentaram uma discrepância considerável em relação ao valor obtido
experimentalmente. Tal comparação pode ser vista na tabela abaixo:

Correlação 𝑞𝑚𝑓 calculado (cm/s) Erro

Leva 5,6 25,93%

Wen & Yu 4,8 36,50%

Pillai & Raja Rao 5,6 25,93%


Tabela 2- comparação e erros obtidos através das correlações

Em seguida deseja-se realizar o cálculo para 𝜀𝑚𝑓 a partir da correlação de


Zenz e para isso devemos usar as equações a seguir:
dp 237×10−4
α= = 1 = 0,114
3 μ2
[4×ρ (ρ −ρ )g] −4 2 3
f s f 3 (1,83×10 )
[ × ]
4 1,2×10−3 .2,636.980

𝑙𝑛α = −2,17
𝑈𝑚𝑓 0,5
𝛽= = 1 = 0,007
4 𝜇(𝜌𝑠 −𝜌𝑓 )𝑔 3
[ × ] −4
4 1,83×10 .2,636.980
3 𝜌𝑓 2 [ × ]
3 2
(1,2×10−3 )

𝑙𝑛𝛽 = −5

Substituindo esses valores na fórmula abaixo:

𝜀𝑚𝑓 = 1,4673081 + 0,0147726.𝛽 - 0,2864208. 𝑙𝑛𝛼 + 0,1860124.𝑙𝑛𝛽 +


0,00814086(𝑙𝑛𝛽)2

O valor calculado de porosidade mínima de fluidização segundo essa


correlação é de 𝜀𝑚𝑓 = 0,8.
Comparando esse valor com o resultado obtido experimentalmente ficamos
com um erro relativo de 36%.
Para a realização do cálculo teórico clássico do valor de queda de pressão do
leito fluidizado, fez-se uso da equação empregada em leitos fluidizados a gás, caso
onde a densidade do sólido é muito maior do que a do fluido. Temos, portanto:
𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜 315𝑔.980𝑐𝑚/𝑠2
𝛥𝑝𝑓 = á𝑟𝑒𝑎 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙 = 16,3𝑚2
= 1888,6 𝑃𝑎 = 19,259 cm de 𝐻2 𝑂

Em comparação ao valor encontrado através do método gráfico, obteve-se


um valor maior de queda de pressão, o que indica que houve erros durante o ensaio
que o tornaram não suficientemente preciso. O erro encontrado entre Δpf
(experimental) e Δpf (teórico) foi de 3,38%. A diferença de valores entre o 𝛥𝑝𝑓
teórico e o experimental podem ter sido induzidos pela leitura do gráfico, ou pelas
leituras de vazão de ar, 𝑝1 𝑒 𝑝2que foram determinadas visualmente.

Finalmente, para o cálculo da esfericidade média das partículas de areia se


faz necessária a equação abaixo, que é válida para leitos fixos onde as forças
gravitacionais são desprezíveis. Através desta, traçamos um gráfico e conseguimos
determinar o valor da permeabilidade do meio (k).
Δρ μ Cρq
= k + k0,5
qL

Pelo gráfico 𝛥𝑝/𝑞𝐿 𝑣𝑒𝑟𝑠𝑢𝑠 𝑞 abaixo é possível obter uma reta em que o
coeficiente linear da região desfluidização é o valor de k.

Gráfico 2 – obtenção do parâmetro k

𝜇 𝜇
= 2998,4 𝑘 = = 6,1. 10−8 𝑚2
𝑘 2998,4

Com o valor obtido para k é possível calcular a esfericidade através da fórmula


de Konezy-Cármán com a constante 𝛽 igual a 5,0, valor válido para meios porosos
granulares. Também consideramos que a porosidade do leito fixo é igual a porosidade
mínima de fluidização.

(𝜙𝑑𝑝)2 𝜀 3
𝑘=
36𝛽(1 − 𝜀)2
𝛽=5
1 36.5. 0,4872 . 6,1. 10−8 4,4. 10−3
𝜙= √ = = 0,2
𝑑𝑝 0,5123 237. 10−4

4. CONCLUSÃO

Foi possível analisar evidentemente o comportamento de um leito de areia


de rio ao longo dos processos de fluidização e desfluidização. A amostra estudada
apresentou densidade de 2,631 g.cm-3. Já o sistema montado teve como
velocidade, porosidade e queda de pressão mínimas de fluidização os valores: 7,56
cm.seg-1; 0,512 e 18,63 cm de 𝐻2 𝑂, respectivamente. Estes valores, comparados
aos teóricos, se mostraram consideravelmente discrepantes. De fato, os valores
teóricos de qmf gerados através das correlações de Leva, Wen & Yu e Pillai & Raja
Rao, apresentaram erros de 25,93%; 36,50% e 25,93%, respectivamente. O erro
entre os valores teórico e experimental de εmf é 36%, o segundo maior encontrado
dentre todas as análises feitas. O erro encontrado entre Δpf (experimental) e Δpf
(teórico) foi de 3,38%. Por fim, a esfericidade média das partículas de areia (ф)
encontrada foi de 0,20. Apesar dos erros, foi possível observar através do gráfico
um perfil de comportamento da queda de pressão e da altura do leito bastante
semelhante com o esperado, portanto o experimento foi considerado satisfatório.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PECANHA, Ricardo. Sistemas Particulados: Operações unitárias envolvendo


partículas e fluidos. Elsevier Brasil, 2014.

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