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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI

CAMPUS ALTO PARAOPEBA


GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE BIOPROCESSOS

Apresentação do relatório do experimento 4 – Leito fixo e Leito fluidizado

Relatório técnico apresentado como


requisito parcial para obtenção de aprovação
na disciplina Laboratório de Engenharia de
Bioprocessos I no Curso de Engenharia de
Bioprocessos, na Universidade Federal de
São João Del Rei.
Prof. Dr. Ênio Nazaré de Oliveira Júnior.

Carolina Reciate da Costa – 154200018


Daniella Resende Miranda - 154250061
Fernanda Vaz Dias Moreira - 154250010
Paulo Henrique de Paula Júnior - 154250022

Ouro Branco, MG, 2020


Sumário

1. Introdução ...................................................................................................... 3

2. Objetivo .......................................................................................................... 4

3. Metodologia Experimental ............................................................................ 4

4. Resultados e Discussão ............................................................................... 6


5. Conclusão .................................................................................................... 13
6. Referências Bibliográficas .......................................................................... 13

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1. INTRODUÇÃO
A fluidização é uma tecnologia adequada para converter diversos resíduos
agrícolas em energia, devido a suas vantagens inerentes de flexibilidade de
combustível, baixas temperaturas e condições isotérmicas de operação (ARNESTO
et al., 2002). A fluidização é uma operação em que um sólido entra em contato com
um líquido ou um gás, de tal forma que o conjunto adquire características similares às
de fluidos, de modo que as taxas de transferência de massa e energia são elevadas
(RAMÍREZ et al., 2004).

Durante o processo de fluidização pode-se observar diferentes regimes, os quais


dependem de fatores como: estado físico do fluido, características do sólido,
densidade do fluido e da partícula, distribuição granulométrica do sólido e velocidade
do fluido. Este escoamento é diferente para cada partícula, fazendo que o
comportamento de cada uma seja único (FOUST, 1980). Na figura 1, pode-se
verificar os regimes decorrentes no processo de fluidização, do regime laminar ao
turbulento.

Figura 1: Diferentes regimes de fluidização. Fonte: FOUST, 1980.

O leito fixo (Figura 1.a), também chamado estático, consiste de um arranjo de


partículas dispostas em determinado espaço de forma que um fluido passe através
destas, geralmente em sentido ascendente, sem arrastá-las. Na indústria química
as utilizações de equipamentos com colunas contendo recheio, tipo leito fixo, são
bastante variadas: adsorção e absorção de gases, secagem de partículas úmidas,
trocas iônicas e reações catalíticas heterogêneas (LIMA, 1995).

Um reator de leito fluidizado (RLF) consiste de uma câmara de reação que


contém partículas suportadas por uma placa distribuidora e mantidas em suspensão
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por um fluido que as atravessa em sentido ascendente (ROZAINEE et al., 2007). A
velocidade terminal do sólido é excedida quando as partículas finas são fluidizadas
com velocidades relativamente altas de fluido. A superfície superior do leito
desaparece, caracterizando a fluidização turbulenta, como podemos ver na figura 1
(FOUST, 1980).

A queda de pressão num leito fluidizado pode ser explicada basicamente pela
equação de Ergun, equação 1 abaixo. Esta é uma equação semi-empírica, oriunda
do equacionamento realizado por Blake- Kozeny (equação para regime laminar) e
do equacionamento realizado por Burke-Plummer (equação para o regime
turbulento). A equação de Ergun mostra que, a queda de pressão em leitos é
composta de duas contribuições: uma associada aos atritos viscosos, que
predominava na região laminar, e outra, associada aos efeitos de inércia, que
predominava no regime turbulento. Esta equação ainda permite calcular, por meio
de arranjos, a velocidade mínima de fluidização e a porosidade do leito
(GEANKOPLIS, 2003).

Equação de Ergun:

∆𝑃 𝜇𝑣′ (1−𝜀)² 𝜌(𝑣 ′ )² (1−𝜀)


= 150 + 1,75 (Equação 1)
𝐿 𝐷𝑝² 𝜀³ 𝐷𝑝 𝜀³

2. OBJETIVO
O objetivo do presente trabalho foi a determinação da perda de carga gerada
no leito fluidizado com o aumento da vazão, além de caracterizar a velocidade, altura,
perda de carga e a porosidade mínima de fluidização.

3. METODOLOGIA EXPERIMENTAL
O experimento foi realizado utilizando-se: cronômetro, paquímetro, termômetro,
balança, esferas de vidro e tetracloreto de carbono para se medir a pressão. O
equipamento utilizado é mostrado na Figura 2 abaixo, onde observa-se o sistema
completo utilizado no experimento de leito fixo e leito fluidizado.

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Figura 2. Esquema Representativo do Experimento Leito Fixo e Fluidizado. 1) Coluna do
leito fluidizado com esferas de vidro, tubo central de acrílico; 2) sonda de pressão; 3) válvula
agulha "D" para a retirada de ar das linhas de pressão; 4) conjunto moto-bomba; 5) duto
de sucção da bomba; 6) válvula gaveta "E" da linha de recalque da bomba; 7) flange com a
tela suporte do leito de esferas e tomadas de pressão da base do leito, acima da tela de
suporte; 8) válvula agulha "F" da tomada de pressão acima da tela de suporte do leito;
9) tanque com água; 10) tubo em "U" com tetracloreto de carbono para estudo da
perda de carga do leito; 11) válvula agulha "G" do manômetro com tetracloreto de carbono
e 12) retorno da água para o tanque, ponto de tomada da vazão.

Iniciando o experimento, as esferas de vidro, com massa total de


aproximadamente 200g e 4,53x10-3m de diâmetro médio, foram colocadas dentro
do leito. Em seguida, a bomba foi ligada e a válvula presente foi aberta, para
determinar a vazão desejada. Assim, foram medidos parâmetros necessários,
como: a altura da sonda e a temperatura da água. O diâmetro interno do tubo foi
disponibilizado anteriormente.

A formação de bolhas de ar na tubulação pode interferir na medição de pressão


e, por isso, foi realizado um procedimento que retirasse essas bolhas: fixou-se a

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sonda de pressão, fechando todas as válvulas e ligando a bomba. A válvula “E” foi
aberta lentamente até que a água passasse pela base da sonda e preenchesse
toda a coluna do leito para que, em seguida, esta fosse fechada. Após essa etapa,
abriu-se válvula “G” do tubo em “U” totalmente. A válvula “D” foi aberta lentamente,
para que o ar dos dutos fosse retirado, tendo atenção para que o tetracloreto de
carbono não saísse do tubo em “U”. Por fim, fechou-se a válvula “D” e a válvula “G”,
respectivamente.

Assim, a perda de carga começou a ser medida do procedimento.


Primeiramente, abriu-se a válvula “F” e desligou-se a bomba. Em seguida, a bomba
foi ligada outra vez e a válvula de gaveta “E” foi aberta, medindo-se os valores de
pressão em função da vazão apresentada. Logo após, abriu-se totalmente a válvula
“G” do manômetro com tetracloreto de carbono para que o fluído não saísse do tubo
em “U”, e só em seguida desligou-se a bomba. Feito isso, fechou-se a válvula de
saída da bomba e depois foi aberta lentamente até a fluidização do leito. Depois,
marcou-se no tubo em “U” da ΔP do distribuidor a diferença de nível do tetracloreto
no ponto de início da fluidização.

Para cada ponto na expansão do leito, mediu-se a altura da coluna de


tetracloreto de carbono no tubo em “U”, a ΔP do distribuidor e a altura do leito em
determinadas variações de tempo. Foram coletados quinze pontos para discussão.
Por fim, a válvula “G” foi aberta do manômetro com tetracloreto, desligou-se a
bomba e retirou-se totalmente a água presente.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Dados e cálculos elementares
Nessa prática foram coletados muitos dados porque é necessário pegar
exatamente o momento em que o leito deixa de ser fixo e passa a ser fluidizado, sendo
tal momento importante para essa caracterização. Logo, são muitos dados até se
chegar a altura máxima do leito, sendo possível construir uma curva variando a vazão
em relação à altura do leito, observando como se comporta (fixo, transição e
fluidizado). Desse modo, têm-se capacidade para se calcular outros dados como a
perda de carga, velocidade e número de Reynolds.
Com o experimento “parado” o leito está fixo porque não tem vazão, e à medida
que se abre a válvula, gradativamente, o leito vai se expandindo deixando de estar
6
fixo. O impedimento da expansão do leito aumenta a perda de carga, por que há o
impedimento das esferas se expandirem devido à tela colocada para retê-las. Sem a
tela, no momento que se liga a válvula, as esferas começam a subir e o leito começa
a ficar fluidizado – o que é importante para aumentar a área de contato, reduzir a
perda de carga e melhorar a transferência de massa do leito para o meio.
O fator que vai limitar o experimento é a altura do leito, quase próximo onde se
mede a pressão e que aumenta de acordo com a vazão. Caso a altura ultrapasse a
tomada de pressão estática superior não faz sentido pegar os dados devido às
interferências das esferas batendo no medidor.
A vazão será determinada pelo coletor, previamente tarado para depois coletar a
massa de água dentro de determinado tempo. Logo o cronômetro foi acionado para
cada coleta, obtendo-se uma massa dentro de cada intervalo de tempo, da qual foi
descontada a massa do coletor. Assim, dividindo-se a massa de água obtida pelo
tempo, têm-se a vazão mássica para determinar a vazão volumétrica e então obter as
outras medidas.
Para isso, alguns dados foram enviados pelo professor, como a temperatura da
água que estava em 23ºC; o diâmetro interno da coluna do leito que foi de 0,044 m e
a massa das esferas 0,200kg. A altura do leito e a altura da coluna de tetracloreto de
carbono (CCl4) do manômetro em U foram medidas sob diferentes vazões e foram
apresentadas na Tabela 1 a seguir:
Tabela 1: Sistematização dos dados experimentais primários usados no experimento de leito.

Vazão Mássica Altura do Leito


Medida Massa (Kg) Tempo (s) (Kg/s) Desnível CCl4 (m) (m)
1 0,526 60 0,0088 0,017 0,08
2 0,396 29,91 0,0132 0,032 0,08
3 0,452 30,125 0,015 0,037 0,08
4 0,57 30,56 0,0187 0,055 0,08
5 0,736 29,69 0,0248 0,079 0,08
6 1,04 29,69 0,0347 0,121 0,08
7 0,96 20,2 0,0475 0,136 0,09
8 1,308 19,52 0,067 0,141 0,105
9 1,974 18,88 0,1046 0,15 0,14
10 1,33 10,53 0,1263 0,154 0,15
11 1,358 9,88 0,1374 0,159 0,17
12 1,72 10,25 0,1678 0,16 0,2
13 1,944 10,78 0,1803 0,171 0,23
14 1,792 10,53 0,1702 0,182 0,26
15 2,036 10,07 0,2022 0,189 0,29

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Com os dados da Tabela 1 acima, calculou-se a velocidade superficial (𝑢)
usando a densidade da água como 997,23 kg/m 3 e diâmetro da tubulação de 0,044m,
na Equação 2. Com a Equação 3 foi calculada a perda de carga a partir da diferença
de pressão (∆𝑃) descrita pela fórmula, e novamente os dados obtidos foram
sistematizados na Tabela 2.

𝑀
𝑢= 𝐷2
(Equação 2)
𝜋∙𝑡∙ ∙𝜌𝐻20
4

∆𝑃 = [(𝜌𝐶𝐶𝑙4 − 𝜌𝐻2 𝑂 ) ∙ 𝑔 ∙ ∆ℎ] + (𝜌𝐻2 𝑂 ∙ 𝑔 ∙ ℎ𝐷 ) (Equação 3)

Tabela 2: Sistematização dos valores encontrados pelas fórmulas acima, velocidade superficial do
fluido e perda de carga, sendo U a velocidade média superficial do fluido e ΔP a perda de carga.

Medida 𝜟𝑷 (Pa) log ∆𝑷 U (m/s) log U


1 3031,277 3,4816 5,78E-03 -2,24E+00
2 3118,223 3,4939 8,73E-03 -2,06E+00
3 3147,205 3,4979 9,89E-03 -2,00E+00
4 3251,541 3,5121 1,23E-02 -1,91E+00
5 3390,654 3,5303 1,63E-02 -1,79E+00
6 3634,103 3,5604 2,31E-02 -1,64E+00
7 3721,049 3,5707 3,13E-02 -1,50E+00
8 3750,031 3,5740 4,42E-02 -1,35E+00
9 3802,199 3,5800 6,89E-02 -1,16E+00
10 3825,385 3,5827 8,33E-02 -1,08E+00
11 3854,367 3,5860 9,06E-02 -1,04E+00
12 3860,163 3,5866 1,11E-01 -9,56E-01
13 3923,924 3,5937 1,19E-01 -9,25E-01
14 3987,684 3,6007 1,12E-01 -9,50E-01
15 4028,259 3,6051 1,33E-01 -8,75E-01

Com os valores das Tabelas 1 e 2 foram geradas as curvas da diferença de


pressão (ΔP) e do log ΔP e da altura do leito (L), todas as duas em função da
velocidade superficial U (m/s) representadas nos gráficos das figuras 2 e 3 a seguir.
E no gráfico da figura 4 foi gerada a curva da altura da coluna junto a velocidade média
superficial obtida anteriormente.

8
Log da perda de carga versus velocidade superficial do fluido
3,6200

3,6000

Log da perda de carga


3,5800

3,5600

3,5400
y = 0,0374ln(x) + 3,6805
3,5200
R² = 0,9432
3,5000

3,4800

3,4600
0,00E+00 2,00E-02 4,00E-02 6,00E-02 8,00E-02 1,00E-01 1,20E-01 1,40E-01
Velocidade superficial do fluido

Figura 2: Gráfico do log da perda de carga versus velocidade superficial do fluido.

Perda de carga versus Velocidade superficial do fluido


4500

4000

3500

3000
Perda de carga

2500

2000
y = 303,45ln(x) + 4622,5
1500 R² = 0,9504

1000

500

0
0,00E+00 2,00E-02 4,00E-02 6,00E-02 8,00E-02 1,00E-01 1,20E-01 1,40E-01
Velocidade superficial do fluido

Figura 3: Gráfico da perda de carga versus velocidade superficial do fluido.

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Altura do leito versus Velocidade superficial do fluido
0,35

0,3

Altura do leito 0,25

0,2

0,15

0,1 y = 0,069e10,333x
R² = 0,9778
0,05

0
0,00E+00 2,00E-02 4,00E-02 6,00E-02 8,00E-02 1,00E-01 1,20E-01 1,40E-01
Velocidade superficial do fluido

Figura 4: Gráfico de altura da coluna versus velocidade média superficial.

Nos gráficos das figuras 2 e 3, da perda de carga do fluido, os primeiros pontos


têm comportamento linear, o que indica a não fluidização das partículas do leito. A
separação do leito fixo e fluidizado começa quando a velocidade é 0,041116 m/s.

4.2. Cálculo da velocidade mínima de fluidização (𝒖𝒎𝒇 )


Para determinar a velocidade mínima de fluidização são necessários alguns
pré-cálculos, em que as Equações 4 e 5 abaixo servem para o cálculo do número de
Arquimedes da Equação 6. A partir desse número será possível calcular o número de
Reynolds descrito pela Equação 7.
2
𝐷𝑝3 ∙𝜌𝐻2𝑂 ∙𝑔
𝐺𝑎 = (Equação 4)
𝜇2
(ρs −ρH2O )
Mv = (Equação 5)
ρH2O

Nessas equações, 𝐷𝑝 é o diâmetro das esferas (0,00453 m), 𝜌𝐻2 𝑂 é a massa


específica da água (997,53 kg/m3), 𝑔 é a aceleração da gravidade (9,8 m/s2), 𝜇 é a
viscosidade dinâmica da água a 23°C (0,000892 N.s/m2) e 𝜌𝑠 é a massa específica
das esferas (2500Kg/m3). A partir dessas variáveis, calcula-se o número de
Arquimedes abaixo:

𝐴𝑟 = 𝐺𝑎 ∙ 𝑀𝑣 (Equação 6)

Então, é possível calcular o número de Reynolds mínimo de fluidização:


10
𝐴𝑟
𝑅𝑒𝑚𝑓 = (Equação 7)
1400+5,22√𝐴𝑟

Solucionando essas equações acima, foi possível encontrar o valor teórico para
a velocidade mínima de fluidização pela Equação 8, de Pavlov, Romankov e Noscov.
Nela, 𝑅𝑒𝑚𝑓 é o número de Reynolds para mínima fluidização, 𝜇 é a viscosidade
dinâmica da água a 23°C (0,000892 N.s/m2), 𝐷𝑝 é o diâmetro das esferas (0,00453 m
m), 𝜌𝑙 é a massa específica da água (997,53 kg/m3), e 𝛷𝑠 é a esfericidade das
partículas (1,0).
𝑅𝑒𝑚𝑓 ∙𝜇
𝑢𝑚𝑓 = 𝐷 (Equação 8)
𝑝 ∙𝜌𝑙 ∙𝛷𝑠

4.3. Cálculo da porosidade mínima de fluidização (𝜺𝒎𝒇 )


A porosidade mínima é determinada pela Equação 9 abaixo, também
desenvolvida por Pavlov, Romankov e Noskov, em que 𝑅𝑒𝑚𝑓 é o número de Reynolds
e 𝐴𝑟 é o número de Arquimedes.

2 0,21
18𝑅𝑒𝑚𝑓 +0,36𝑅𝑒𝑚𝑓
𝜀𝑚𝑓 =( ) (Equação 9)
𝐴𝑟

4.4. Cálculo da altura mínima de fluidização (𝐿𝑚𝑓 )


Para o cálculo da altura mínima de fluidização, a porosidade é definida como a
razão entre o volume do leito que não está ocupado com material sólido e o volume
total do leito, explicitado pela equação 10, encontrando 𝜀:

𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑣𝑎𝑧𝑖𝑜
𝜀 = 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 (Equação 10)

Logo, a porosidade mínima de fluidização pode ser encontrada através do


volume vazio e do volume ocupado pelo leito na Equação 11:

𝑉𝑣𝑎𝑧𝑖𝑜𝑠 𝑚𝑓 𝑉𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑚𝑓 −𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠 𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑎𝑠


𝜀𝑚𝑓 = 𝑉𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑚𝑓
= 𝑉𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑚𝑓
(Equação 11)

11
Substituindo os valores encontrados nas equações acima na equação 12,
encontrou-se o valor teórico de para a altura mínima de fluidização. Nessa equação 𝐿
é o tamanho da coluna (0,08 m), 𝜀 é a porosidade, e 𝜀𝑚𝑓 é a porosidade mínima de
fluidização.

1−𝜀
𝐿𝑚𝑓 = 𝐿 ∙ 1−𝜀 (Equação 12)
𝑚𝑓

4.5. Cálculo da perda de carga mínima de fluidização (∆𝑷𝒎𝒇 )


Para calcular a perda de carga mímima de fluidização usa-se a relação do
balanço de forças descrita na Equação 13. Nela, 𝐿𝑚𝑓 é a altura mínima de fluidização,
𝜀𝑚𝑓 é a porosidade mínima de fluidização, 𝜌𝑠 é a massa específica das esfera, 𝜌𝐻2𝑂 a
massa específica da água (997,53 kg/m3) e 𝑔 é a aceleração da gravidade (9,8 m/s2).

∆𝑃𝑚𝑓 = 𝐿𝑚𝑓 (1 − 𝜀𝑚𝑓 )(𝜌𝑠 − 𝜌𝐻2𝑂 ) ∙ 𝑔 (Equação 13)

A perda de carga mínima também é dada pela correlação de Ergun na Equação


14, sendo preciso calcular um novo número de Reynolds de acordo com a Equação
15.

2
(1−𝜀𝑚𝑓 )2 𝑢 1−𝜀𝑚𝑓 𝑢𝑚𝑓
∆𝑃𝑚𝑓 = 𝐿𝑚𝑓 [150. 3 . 𝜇. 𝜑2𝑚𝑓 + 1,75. 3 . 𝜌𝑓 . 𝜑𝐷 ] (Equação 14)
𝜀𝑚𝑓 𝐷2
𝑝 𝜀𝑚𝑓 𝑝

𝐷𝑝3 .𝑔.𝜌.(𝜌𝑝 −𝜌)


𝑅𝑒𝑝 = (Equação15)
18𝜇 2

Na Equação 15 𝐷𝑝 é o diâmetro médio das esferas (4,53x10-3 m), 𝑔 é a


aceleração da gravidade (9,8 m/s2), 𝜌 é a massa específica da água (997,53 kg/m 3),
𝜌𝑝 é a massa específica das partículas sólidas (2500 kg/m3) e 𝜇 é a viscosidade
dinâmica da água (0,000892 N.s/m2).

4.6. Tipo de Fluidização


De acordo com Perry (2008), a fluidização pode ser agregativa ou particulada.
Na agregativa as densidades das partículas e do fluido são muito diferentes ou quando
12
o diâmetro das partículas é grande, e na particulada quando a densidade das
partículas é parecida com a do fluido e o diâmetro das partículas é pequeno. Assim,
para definir o tipo de fluidização, usa-se a Equação 16 para se obter o número de
Froude (Frmf).

2
𝑢𝑚𝑓
𝐹𝑟𝑚𝑓 = 𝐷 (Equação 16)
𝑝𝑔

Na equação acima 𝑢𝑚𝑓 é a velocidade mínima de fluidização, 𝐷𝑝 é o diâmetro


das esferas (4,53x10-3 m) e 𝑔 é a aceleração da gravidade (9,8 m/s2). Se o número de
Froude obtido for menor que 1,3 a fluidização é particulada e se for maior que 1,3 a
fluidização é agregativa.

5. CONCLUSÃO
No leito fixo, têm-se um arranjo de partículas dispostas em determinado espaço
de forma que um fluido passe através destas, geralmente em sentido ascendente, sem
arrastá-las. No leito fluidizado, as partículas são suportadas por uma placa
distribuidora e mantidas em suspensão por um fluido e em movimento.
No presente trabalho, os valores obtidos para a velocidade mínima de
fluidização foi de 0,041116 m/s, a porosidade mínima foi igual a 0,980917, altura
mínima obtida igual a 4,192094 m e perda de carga mínima de 55,64057. O número
de Froude obtido foi de 3,65713, caracterizando uma fluidização agregativa.
O memorial de cálculos desse experimento foi seguido como explicado no
tópico acima e organizado em uma planilha em Excel, com todas as etapas, enviada
juntamente com o presente relatório.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARMESTO, L.; BAHILLO, A.; VEIJONEN, K.; CABANILLAS, A.; OTERO, J.;
Biomass & Bioenergy 2002, 23, 171.

FOUST, A. S.; WENZEL, L. A.; CLUMP, L. W. Princípios das Operações Unitárias.


2ªEd. Editora: Livros Técnicos e Científicos, 1980;

13
GEANKOPLIS, C. J. Transport Process and Unit Operations. 4ª Ed. Editora:
Prentice Hall International Editions, 2003.

JÚNIOR, S. A. V.; PALMA, G. L. Comparação entre a porosidade e a velocidade de


mínima fluidização para um leito fluidizado borbulhante. Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Filho, 2012.

LIMA, A. C. C.. Análise Experimental da Secagem de Feijão em Leito Fixo, Leito de


Jorro e Leito de Jorro Fluidizado. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química)
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo, 1995.

MCCABE, W. L.; SMITH, J. C.; HARRIOTT, P. Unit operations of chemical


engineering. 7ª ed. Boston: McGraw Hill Higher Education, 2005. 1140 p.

PERRY, R. H.; GREEN, D. W. Perry’s Chemical Engineers’ Handbook. 7ª.ed. Nova


Iorque: McGraw-Hill, 2008.

RAMÍREZ, J. J.; MARTÍNEZ, J. D.; Monografías y Tesis 2007, 4, 186. 10.

ROZAINEE, M.; NGO, S. P.; SALEMA, A. A.; TAN, K. G.; ARIFFIN, M.; ZAINURA,
Z.N.; Bioresour. Technol. 2007, 99, 703.

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