Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. Introdução ...................................................................................................... 3
2. Objetivo .......................................................................................................... 4
2
1. INTRODUÇÃO
A fluidização é uma tecnologia adequada para converter diversos resíduos
agrícolas em energia, devido a suas vantagens inerentes de flexibilidade de
combustível, baixas temperaturas e condições isotérmicas de operação (ARNESTO
et al., 2002). A fluidização é uma operação em que um sólido entra em contato com
um líquido ou um gás, de tal forma que o conjunto adquire características similares às
de fluidos, de modo que as taxas de transferência de massa e energia são elevadas
(RAMÍREZ et al., 2004).
A queda de pressão num leito fluidizado pode ser explicada basicamente pela
equação de Ergun, equação 1 abaixo. Esta é uma equação semi-empírica, oriunda
do equacionamento realizado por Blake- Kozeny (equação para regime laminar) e
do equacionamento realizado por Burke-Plummer (equação para o regime
turbulento). A equação de Ergun mostra que, a queda de pressão em leitos é
composta de duas contribuições: uma associada aos atritos viscosos, que
predominava na região laminar, e outra, associada aos efeitos de inércia, que
predominava no regime turbulento. Esta equação ainda permite calcular, por meio
de arranjos, a velocidade mínima de fluidização e a porosidade do leito
(GEANKOPLIS, 2003).
Equação de Ergun:
2. OBJETIVO
O objetivo do presente trabalho foi a determinação da perda de carga gerada
no leito fluidizado com o aumento da vazão, além de caracterizar a velocidade, altura,
perda de carga e a porosidade mínima de fluidização.
3. METODOLOGIA EXPERIMENTAL
O experimento foi realizado utilizando-se: cronômetro, paquímetro, termômetro,
balança, esferas de vidro e tetracloreto de carbono para se medir a pressão. O
equipamento utilizado é mostrado na Figura 2 abaixo, onde observa-se o sistema
completo utilizado no experimento de leito fixo e leito fluidizado.
4
Figura 2. Esquema Representativo do Experimento Leito Fixo e Fluidizado. 1) Coluna do
leito fluidizado com esferas de vidro, tubo central de acrílico; 2) sonda de pressão; 3) válvula
agulha "D" para a retirada de ar das linhas de pressão; 4) conjunto moto-bomba; 5) duto
de sucção da bomba; 6) válvula gaveta "E" da linha de recalque da bomba; 7) flange com a
tela suporte do leito de esferas e tomadas de pressão da base do leito, acima da tela de
suporte; 8) válvula agulha "F" da tomada de pressão acima da tela de suporte do leito;
9) tanque com água; 10) tubo em "U" com tetracloreto de carbono para estudo da
perda de carga do leito; 11) válvula agulha "G" do manômetro com tetracloreto de carbono
e 12) retorno da água para o tanque, ponto de tomada da vazão.
5
sonda de pressão, fechando todas as válvulas e ligando a bomba. A válvula “E” foi
aberta lentamente até que a água passasse pela base da sonda e preenchesse
toda a coluna do leito para que, em seguida, esta fosse fechada. Após essa etapa,
abriu-se válvula “G” do tubo em “U” totalmente. A válvula “D” foi aberta lentamente,
para que o ar dos dutos fosse retirado, tendo atenção para que o tetracloreto de
carbono não saísse do tubo em “U”. Por fim, fechou-se a válvula “D” e a válvula “G”,
respectivamente.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Dados e cálculos elementares
Nessa prática foram coletados muitos dados porque é necessário pegar
exatamente o momento em que o leito deixa de ser fixo e passa a ser fluidizado, sendo
tal momento importante para essa caracterização. Logo, são muitos dados até se
chegar a altura máxima do leito, sendo possível construir uma curva variando a vazão
em relação à altura do leito, observando como se comporta (fixo, transição e
fluidizado). Desse modo, têm-se capacidade para se calcular outros dados como a
perda de carga, velocidade e número de Reynolds.
Com o experimento “parado” o leito está fixo porque não tem vazão, e à medida
que se abre a válvula, gradativamente, o leito vai se expandindo deixando de estar
6
fixo. O impedimento da expansão do leito aumenta a perda de carga, por que há o
impedimento das esferas se expandirem devido à tela colocada para retê-las. Sem a
tela, no momento que se liga a válvula, as esferas começam a subir e o leito começa
a ficar fluidizado – o que é importante para aumentar a área de contato, reduzir a
perda de carga e melhorar a transferência de massa do leito para o meio.
O fator que vai limitar o experimento é a altura do leito, quase próximo onde se
mede a pressão e que aumenta de acordo com a vazão. Caso a altura ultrapasse a
tomada de pressão estática superior não faz sentido pegar os dados devido às
interferências das esferas batendo no medidor.
A vazão será determinada pelo coletor, previamente tarado para depois coletar a
massa de água dentro de determinado tempo. Logo o cronômetro foi acionado para
cada coleta, obtendo-se uma massa dentro de cada intervalo de tempo, da qual foi
descontada a massa do coletor. Assim, dividindo-se a massa de água obtida pelo
tempo, têm-se a vazão mássica para determinar a vazão volumétrica e então obter as
outras medidas.
Para isso, alguns dados foram enviados pelo professor, como a temperatura da
água que estava em 23ºC; o diâmetro interno da coluna do leito que foi de 0,044 m e
a massa das esferas 0,200kg. A altura do leito e a altura da coluna de tetracloreto de
carbono (CCl4) do manômetro em U foram medidas sob diferentes vazões e foram
apresentadas na Tabela 1 a seguir:
Tabela 1: Sistematização dos dados experimentais primários usados no experimento de leito.
7
Com os dados da Tabela 1 acima, calculou-se a velocidade superficial (𝑢)
usando a densidade da água como 997,23 kg/m 3 e diâmetro da tubulação de 0,044m,
na Equação 2. Com a Equação 3 foi calculada a perda de carga a partir da diferença
de pressão (∆𝑃) descrita pela fórmula, e novamente os dados obtidos foram
sistematizados na Tabela 2.
𝑀
𝑢= 𝐷2
(Equação 2)
𝜋∙𝑡∙ ∙𝜌𝐻20
4
Tabela 2: Sistematização dos valores encontrados pelas fórmulas acima, velocidade superficial do
fluido e perda de carga, sendo U a velocidade média superficial do fluido e ΔP a perda de carga.
8
Log da perda de carga versus velocidade superficial do fluido
3,6200
3,6000
3,5600
3,5400
y = 0,0374ln(x) + 3,6805
3,5200
R² = 0,9432
3,5000
3,4800
3,4600
0,00E+00 2,00E-02 4,00E-02 6,00E-02 8,00E-02 1,00E-01 1,20E-01 1,40E-01
Velocidade superficial do fluido
4000
3500
3000
Perda de carga
2500
2000
y = 303,45ln(x) + 4622,5
1500 R² = 0,9504
1000
500
0
0,00E+00 2,00E-02 4,00E-02 6,00E-02 8,00E-02 1,00E-01 1,20E-01 1,40E-01
Velocidade superficial do fluido
9
Altura do leito versus Velocidade superficial do fluido
0,35
0,3
0,2
0,15
0,1 y = 0,069e10,333x
R² = 0,9778
0,05
0
0,00E+00 2,00E-02 4,00E-02 6,00E-02 8,00E-02 1,00E-01 1,20E-01 1,40E-01
Velocidade superficial do fluido
𝐴𝑟 = 𝐺𝑎 ∙ 𝑀𝑣 (Equação 6)
Solucionando essas equações acima, foi possível encontrar o valor teórico para
a velocidade mínima de fluidização pela Equação 8, de Pavlov, Romankov e Noscov.
Nela, 𝑅𝑒𝑚𝑓 é o número de Reynolds para mínima fluidização, 𝜇 é a viscosidade
dinâmica da água a 23°C (0,000892 N.s/m2), 𝐷𝑝 é o diâmetro das esferas (0,00453 m
m), 𝜌𝑙 é a massa específica da água (997,53 kg/m3), e 𝛷𝑠 é a esfericidade das
partículas (1,0).
𝑅𝑒𝑚𝑓 ∙𝜇
𝑢𝑚𝑓 = 𝐷 (Equação 8)
𝑝 ∙𝜌𝑙 ∙𝛷𝑠
2 0,21
18𝑅𝑒𝑚𝑓 +0,36𝑅𝑒𝑚𝑓
𝜀𝑚𝑓 =( ) (Equação 9)
𝐴𝑟
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑣𝑎𝑧𝑖𝑜
𝜀 = 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 (Equação 10)
11
Substituindo os valores encontrados nas equações acima na equação 12,
encontrou-se o valor teórico de para a altura mínima de fluidização. Nessa equação 𝐿
é o tamanho da coluna (0,08 m), 𝜀 é a porosidade, e 𝜀𝑚𝑓 é a porosidade mínima de
fluidização.
1−𝜀
𝐿𝑚𝑓 = 𝐿 ∙ 1−𝜀 (Equação 12)
𝑚𝑓
2
(1−𝜀𝑚𝑓 )2 𝑢 1−𝜀𝑚𝑓 𝑢𝑚𝑓
∆𝑃𝑚𝑓 = 𝐿𝑚𝑓 [150. 3 . 𝜇. 𝜑2𝑚𝑓 + 1,75. 3 . 𝜌𝑓 . 𝜑𝐷 ] (Equação 14)
𝜀𝑚𝑓 𝐷2
𝑝 𝜀𝑚𝑓 𝑝
2
𝑢𝑚𝑓
𝐹𝑟𝑚𝑓 = 𝐷 (Equação 16)
𝑝𝑔
5. CONCLUSÃO
No leito fixo, têm-se um arranjo de partículas dispostas em determinado espaço
de forma que um fluido passe através destas, geralmente em sentido ascendente, sem
arrastá-las. No leito fluidizado, as partículas são suportadas por uma placa
distribuidora e mantidas em suspensão por um fluido e em movimento.
No presente trabalho, os valores obtidos para a velocidade mínima de
fluidização foi de 0,041116 m/s, a porosidade mínima foi igual a 0,980917, altura
mínima obtida igual a 4,192094 m e perda de carga mínima de 55,64057. O número
de Froude obtido foi de 3,65713, caracterizando uma fluidização agregativa.
O memorial de cálculos desse experimento foi seguido como explicado no
tópico acima e organizado em uma planilha em Excel, com todas as etapas, enviada
juntamente com o presente relatório.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARMESTO, L.; BAHILLO, A.; VEIJONEN, K.; CABANILLAS, A.; OTERO, J.;
Biomass & Bioenergy 2002, 23, 171.
13
GEANKOPLIS, C. J. Transport Process and Unit Operations. 4ª Ed. Editora:
Prentice Hall International Editions, 2003.
ROZAINEE, M.; NGO, S. P.; SALEMA, A. A.; TAN, K. G.; ARIFFIN, M.; ZAINURA,
Z.N.; Bioresour. Technol. 2007, 99, 703.
14