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ABSORÇÃO DE CO2 EM SOLUÇÃO DE HIDRÓXIDO DE

POTÁSSIO E AVALIAÇÃO DO EFEITO DA


TEMPERATURA NA DECOMPOSIÇÃO DO ÁCIDO
CARBÔNICO DURANTE O PROCESSO DE DESSORÇÃO.

C. C. SILVA, J. S. VIEIRA, K. A. S. de AGUIAR, M. A. de SOUZA, R. dos R.


ROQUE

1
Centro Universitário do Leste de Minas Gerais, Departamento de Engenharia Química
E-mail para contato: klismansoares@yahoo.com.br, camilacarneiro_31@hotmail.com

RESUMO – O dióxido de carbono (CO2) hoje nas indústrias é considerado um


grande problema, pois, o mesmo interfere na qualidade dos produtos gasosos,
podendo haver também um grande aumento do efeito estufa e danos causados no
catalizador. Portanto, existe uma grande necessidade de se estudar e realizar a
absorção do CO2 em solução buffer, onde o mesmo é uma solução de NaOH
(hidróxido de sódio). Nesta prática foi utilizada uma coluna de multipropósito,
onde o mesmo tem como finalidade promover o contato de contra corrente de CO 2
e ar. O processo de absorção pode ser classificado em dois tipos: absorção física
quando o gás absorvido possui maior solubilidade na solução absorvente do que
na mistura, facilitando assim sua remoção; e a absorção química que pode ser
dividida em reação química reversível ou irreversível.

1. INTRODUÇÃO

As operações unitárias são pertinentes aos processos separativos que dependem


apenas das diferenças das propriedades físicas, e não do comportamento químico,
fundamentando-se na diferença da composição das fases em equilíbrio, ou na diferença
da taxa de transferência dos constituintes da mistura (FOUST, 2011).

Operações de transferência de massa são técnicas e equipamentos destinados a


separação de um ou mais componentes de uma mistura ou solução, a dessorção e
absorção são processos separativos que se fundamentam nesse processo, explorando as
diferenças de solubilidade gás/líquido dos componentes da mistura que se deseja tratar
(CREMASCO, 2002).

A operação unitária de absorção é denominada um processo separativo que pretende


remover um ou mais componentes solúveis de uma fase gasosa para um absorvente
líquido, relativamente não volátil. A operação inversa é a dessorção na qual ocorre a
remoção de um componente na fase líquida, em contato com um absorvente na fase
gasosa. Embora a transferência de massa entre elas ocorram em direções opostas os
princípios físicos associados são os mesmos, o soluto é o componente transferido de
uma fase para outra, a corrente gasosa possui o gás soluto e gás inerte, e a corrente
líquida é composta pelo soluto e o solvente (FOUST, 2011).
O processo de absorção pode ser classificado em dois tipos: absorção física quando
o gás absorvido possui maior solubilidade na solução absorvente do que na mistura,
facilitando assim sua remoção; e a absorção química que pode ser dividida em reação
química reversível ou irreversível, neste caso na fase líquida sempre ocorrerá um desses
dois tipos, envolvendo os componentes absorvidos e o solvente (CREMASCO, 2002).

Os processos de absorção e dessorção são muito utilizados na produção de ácidos,


na remoção de compostos tóxicos, na purificação de gases industriais, no tratamento de
gases de combustão, separação e purificação de misturas gasosas, para regeneração de
solvente, entre outros. (LABORATÓRIOS VIRTUAIS DE PROCESSOS QUÍMICOS,
2016).

Quando há reação química no processo de absorção, o parâmetro líquido- vapor


deve ser trabalhado levando em consideração, o equilíbrio das reações e os cálculos
estequiométricos, a solubilidade do gás no líquido é uma função da natureza de ambos
os componentes, da temperatura, da pressão parcial do gás na fase gasosa, e da
composição no líquido (LABORATÓRIOS VIRTUAIS DE PROCESSOS QUÍMICOS,
2016).

2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1. Materiais
Os materiais e reagentes utilizados para a realização da prática foram: módulo
multipropósito, béquer 100 mL, pera, pipeta de 10 mL, pipeta de 5 mL, erlenmeyer 250
m, bureta 50 mL, garra castaloy, suporte universal, agitador magnético, solução de
KOH, solução buffer – padronizada NaOH 0,5 mol/L, solução padronizada de HCl 0,1
mol/L e fenolftaleína.

2.2. Procedimentos
2.2.1. Circulação e absorção de CO2

O tanque TQ02 do módulo multipropósito foi abastecido com 7L de solução


alcalina de KOH, que foi colocada em regime de circulação com o TQ01: alimentação
de fundo via FI-2 e retorno ao TQ02 via V9. Em seguida foi conferida o check-list onde
o módulo foi ligado, com a tampa TQ2 parcialmente removida, a tampa da coluna
removida, o TIC-01 desligado, a sucção da bomba B1 conectada a V13, as válvulas
V13, V19 e as válvulas popet de regulagem de pressão de ar e de CO 2 abertas, DP-01
foi desativado: tomadas de pressão conectadas aos espigões de V17, com V17 fechada.

Observou-se a ordem correta de partida da bomba e as válvulas foram abertas à


jusante (recalque da bomba), encheu-se a coluna com a solução e estabeleceu circulação
a 50 L/h. Adicionaram-se pelo topo da coluna aproximadamente 40 gotas de
fenolftaleína. Enquanto a circulação homogeneizava o indicador, preparou-se a bureta
com a solução de HCl e cada erlenmeyer com aproximadamente 40 mL de água
destilada, 10 mL de solução buffer e 4 gotas de fenolftaleína para a titulação.

A válvula V10 foi o ponto de amostragem nesta etapa do procedimento. Antes


da coleta de cada amostra foi feita a purga da linha. O volume da purga, bem como o
volume excedente da amostra foram retornados ao TQ2.
Retirou-se, utilizando um béquer de 100 mL, uma amostra da solução circulante
no TQ02. Cada grupo retirou desta amostra a quantidade de 10 mL para proceder à
titulação. A titulação foi realizada em duplicata para cada amostra. O volume gasto de
solução padrão de HCl para neutralização da amostra foi anotado.

2.2.2. Absorção e saturação CO2

Preparou-se na central de gás o sistema de alimentação de CO2 limitando a


pressão a jusante da válvula V-C em 3 kgf/cm². No laboratório, preparou-se o sistema
de alimentação da coluna limitando a pressão à jusante de V4 em 1,5 kgf/cm². Dispôs o
cronômetro. Abriu V6 e em seguida a válvula do rotâmetro de FI-3, ajustando a vazão
do gás em 400 NL/h: a esfera oscilou e foi controlado o limite de oscilação da esfera
entre 300, início da escala, e 500 NL/h. Assim que houve passagem de gás pela coluna,
disparou-se o cronômetro. Os valores de pressão no manômetro V4 e a temperatura do
CO2 no painel de comando foram anotados. Foram feitas amostragens a cada 5 minutos
e as devidas titulações de cada amostra, anotando os volumes gastos até que a
coloração rósea da fenolftaleína desaparecesse em todo o sistema. Assim que a
coloração desapareceu, que é o ponto de saturação do sistema com CO2, fechou-se a
V6, a válvula do rotâmetro de FI-3, e a válvula V-E. Parou-se o cronômetro. Anotou o
tempo de alimentação de gás. Foi feita mais uma amostragem com titulação. Lavou-se e
os erlemneyers e a bureta foram preparados para novas titulações.

2.2.3. Aquecimento e Decomposição do Ácido Carbônico


Nesta etapa, o sistema foi ajustado para que a coluna fosse alimentada
simultaneamente pela base e pelo topo: abriu-se V8 e reduziu-se para 20 L/h a vazão no
FI-2, ajustou-se a velocidade da bomba para que a queda de nível da coluna de absorção
fosse acelerada.

Quando o nível da coluna alcançou a altura da saída para V8 colocou-se a tampa


na coluna, abriu V1 e, controlou-se a velocidade da bomba e a abertura de V3, as vazões
foram ajustadas em 30 L/h no FI-2 e 0,8 L/min no FI-1.

Nesta etapa do procedimento, o ponto de amostragem foi V11. Dispôs o


cronômetro. Ligou-se o TIC-01 e ajustou-se o setpoint para 65°C. Disparou o
cronômetro. Foram feitas amostragens, com purga, a cada 5 minutos com titulações,
durante 40 minutos. As temperaturas registradas no TIC-01 no momento de cada
amostragem e o valor dos volumes gastos de solução padrão foram anotadas.

No momento das purgas e amostragens, fechou-se V8. Após cada amostragem,


V8 foi novamente aberta.

2.2.4. Resfriamento, Despressurização e Lavagem

O setpoint do TIC-01 foi ajustado para zero. Na central de gás, as válvulas do


cilindro de gás e V-A foram fechadas. Despressurizou-se o trecho de linha à montante
de V-C, e fechou a válvula popet, V-C.

No laboratório, abriu-se a V6 e a válvula do rotâmetro de FI-3 despressurizando


a linha. Imediatamente após a despressurização, fechou-se V6, a válvula do rotâmetro
de FI-3, abriu-se a válvula popet de FI-3 e fechou-se V-E.
Na central de gás, Fechou-se V-D e abriu-se a válvula popet de VC. De volta ao
laboratório, verificou-se a temperatura do TIC-01 se estava igual ou inferior a 40°C,
porém a temperatura ainda estava acima de 40°C, aguardou-se até a temperatura
diminuir para os 40°C. Em seguida foi desligado o TIC-01, fechou-se V1 e V3.
Conectou-se a sucção de B1 ao tanque TQ1 e alimentou-se água à máxima vazão pelo
topo da coluna durante 3 minutos. Em seguida removeu-se a tampa da coluna, fechou
V8 e alimentou-se água pela base, FI-2, à vazão de 120 L/h por 5 minutos. Parou-se a
alimentação, desligou-se a B1 e abriu-se V8. Acompanhou-se a drenagem da coluna até
a saída para V8. Com um béquer de 1L, drenou-se o restante da coluna, abrindo V1, V2,
V3 e V7, as quais foram fechadas após a drenagem. Desligou-se o módulo
multipropósito.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A concentração do hidróxido de potássio (KOH) contida no tanque TQ2 foi
calculada através da média do volume gasto de ácido clorídrico (HCl), como mostra a
tabela1, para titular a primeira amostra retirada do módulo multipropósito, obedecendo
à equação 1.

C HCl V HCl=C KOH V KOH (1)

Tabela 1 - Volume gasto de HCl na titulação


Tempo (min) Volume gasto de HCl (ml)
0 69,5
5 47,15
10 47,4
14 48,0

Como foi considerado o fator de correção do ácido utilizado a fórmula assumiu a


seguinte forma, originando a equação 2, também considerou-se o fato de que a alíquota
retirada foi de 10 mL.

C HCl F c V HCl=C KOH V KOH (2)

0,1 ×0,993 × 0,0695=C 2 × 0,010

C KOH =0,69 mol/ L

Compostos iônicos, que são formados por íons, quando colocados na presença de
um solvente, separam os íons positivos dos negativos, seja pela solvatação promovida
pelo solvente ou simplesmente pelo aumento da distância intermolecular. Nesse caso,
quando os íons são separados, ocorre o processo de dissociação iônica. É o que acontece
com as bases. Segundo a Teoria de Arrhenius, uma base pode ser definida como toda
substância que em solução aquosa sofre dissociação iônica, liberando como único tipo
de ânion a hidroxila (OH-). Assim sabendo-se as fórmulas das substâncias dissolvidas
que geraram os íons e a concentração em quantidade de matéria (também chamada de
molaridade) de suas soluções, é possível determinar as concentrações molares dos íons
presentes nessas soluções.

Dessa forma, considerando o grau de dissociação iônicas dos hidróxidos de sódio


e potássio como α = 1 determinou-se a concentração dos íons, levando-se em
consideração o fator de correção.

Solução Buffer 0,5 mol/L e Fc = 1,08. A solução é calculada pela multiplicação


da concentração pelo fator de correção e pela proporção:

1 NaOH(aq) →   1 Na+(aq)  +  1 OH-(aq)


Proporção: 1 mol                 1 mol          1 mol

Resolução: C*Fc*n = 0,5x1,08x1


Solução: 0,54 mol/L        0,54 mol/L    0,54 mol/L

Hidróxido de potássio 0,69 mol/L

KOH (aq) →  1 K+(aq) + 1 OH-(aq)

Proporção: 1 mol          1 mol          1 mol


Solução: 0,69 mol/L    0,69 mol/L  0,69 mol/L

Sendo assim, calculou-se a concentração total de íons hidroxila que foi de 1,23
mol/L, pela soma das concentrações dissociadas pelo NaOH e pelo KOH.

Ao adicionar o gás na coluna sua vazão foi ajustada para 400 NL/h essa unidade é
usada para indicar que a vazão se encontra nas condições normais de pressão e
temperatura, sendo que no Sistema Internacional (S.I.) é convencionado a temperatura
de 20ºC (293ºK) e a pressão de 100KPa (1bar) . A vazão ou o consumo sempre é dado
em Nm³/h ou NL/h e a temperatura na escala absoluta Kelvin, sendo que o
fracionamento pode ser indicado em graus ºC (Celsius). Abaixo um foto do
equipamento utilizado:

Figura 1 – Coluna de multipropósito

Fonte: AUTORES, 2016


A realização de purga é de grande importância, pois a solução armazenada na
linha de amostra está isolada da solução formada dentro da coluna e não há interação
entre elas, sendo por este motivo denominada como estagnada. Ela sofre alterações
físico-químicas influenciadas por uma série de fatores. A eliminação desta solução
estagnada através da purga é rotineiramente realizada como parte do procedimento de
amostragem, visando minimizar incertezas associadas a sua presença.

A solução buffer de NaOH, que é capaz de impedir a variação brusca de pH, foi
utilizada para que não houvesse a perda, para o meio atmosférico, do CO 2 presente na
solução.

Desconsiderando a segunda ionização do ácido carbônico e o deslocamento de


equilíbrio causado pela solução buffer, determinou-se, com os dados da titulação, a
concentração de H2CO3 na solução do sistema no ponto de saturação da absorção do
CO2. Os cálculos foram realizados segundo a Lei de Diluição de Ostwald, onde a
constante de equilíbrio de ionização ou dissociação (Ki ou Kd), equação 3, é a
relação entre as concentrações molares dos produtos e dos reagentes presentes em um
equilíbrio de ionização ou dissociação.

[ produtos ]
Ki= (3)
[reagentes]

Com base na equação 3:

−¿¿

HA ⇄ H +¿+ A ¿

K a =¿ ¿ ¿

−¿¿

BOH ⇄ B+¿+OH ¿

K b =¿ ¿ ¿

Origina a equação 4 a seguir:

[H 2 CO3 ]
Ka= (4)
[ KOH ] [ H 2 O]

No ponto de saturação foi gasto um volume de HCl de 48 ml, logo a concentração


de KOH é 0,477 mol/L.

C HCl F c V HCl=C KOH V KOH

0,1 ×0,993 × 0,048=C KOH ×0,010

C KOH =0,477 mol /L


Utilizando a equação 4 calculou-se a concentração de H2CO3. O valor de Ka
utilizado foi Ka = 4,47x10-7.

[ H 2 CO3 ]
Ka=
[ KOH ] [ H 2 O]

[H 2 CO3 ]
4,47 × 10−7 =
0,477

[ H 2 CO 3 ]=2,131 ×10−7 mol/ L

A concentração de H2CO3 para o valor de 47,15 ml gasto de HCl foi 2,093x10 -7


mol/L e para o valor de 47,4 ml gasto de HCl foi 2,104x10-7 mol/L.

Com base nos dados da titulação no ponto de saturação, foi determinada a massa
de CO2 absorvida pela solução.

0,1 mol HCl−1 L

X −0,048 L

−3
X =4,8 ×10 mol gasto de HCl

A quantidade de mols de HCl é igual a quantidade de mols de CO2 absorvido, logo


4,8x10-3 mols de CO2 foram absorvidos.

1 mol−44 g

−3
4,8 × 10 − X

X =0,2112 g de CO2 absorvido

Com base nos valores anotados e mostrados na tabela 2, determinou-se a


eficiência de absorção do sistema para o CO2.

Tabela 2- Valores de Pressão e Temperatura


Tempo Pressão Temperatura
(min) (Kgf/cm2) (°C)
5 1 24
10 1 23
14 1 22
Foi calculado a partir da equação 5, o número de mols de CO 2. Após calculou-se a
massa de CO2 multiplicando o número de mols pela massa molar de CO 2 que é 44
g/mol, mostrado na tabela 3.

PV =nRT (5)

Tabela 3 – Número de mols e massa de CO2


Tempo Numero de mols Massa CO2
(min) (mol) (g)
5 1,8737x10-3 0,0824
10 1,8899x10-3 0,0832
14 1,92x10-3 0,0845

A massa total de CO2 foi 0,2501 g. A eficiência de absorção do sistema para o


CO2 foi calculado pela equação 6.

massa de CO 2 absorvida
Eficiência= ×100 % (6)
massatotal

0,2112
Eficiência= ×100 %
0,2501

Eficiência=84,45 %

Para o cálculo do coeficiente de transferência de massa da unidade de absorção,


foi preciso calcular a área, por meio da equação 7. A coluna possui diâmetro interno de
62 mm.
2
πd
A= (7)
4

O valor da área é 3,019x10-3 m2 e a altura da coluna é 55 cm. A vazão volumétrica


que é 6666,667 cm3/min foi transformada, primeiramente em vazão mássica, onde se
multiplicou a vazão pela densidade do CO 2 que é 1,977 g/cm3, o que resultou em uma
vazão mássica de 13180 g/min, depois foi transformada em vazão molar, dividindo a
vazão mássica pela massa molar do CO2, o que resultou em uma vazão molar de 299,55
mol/min.

Por meio da equação 8, foi calculado o coeficiente de transferência de massa da


unidade de absorção.

V
K y a= (8)
H OG × A

299,55
K y a= −3
0,55 × 3,019 x 10
5 3
K y a=1,8× 10 mol/ mim m

Onde K𝑦𝑎 é o coeficiente de transferência de massa, 𝑉 a vazão molar do gás, HOG


a altura da unidade de absorção e 𝐴 a área da seção transversal da unidade de absorção.

No processo de aquecimento e decomposição do ácido carbônico, fez-se


amostragens nos tempos e temperaturas indicados na tabela 4.

Tabela 4 - Temperatura da alíquota para cada tempo de amostragem


Tempo (min) Temperatura (°C)
5 42
10 47
15 52
20 58
25 61
30 65
35 65
40 65

Todas as alíquotas foram tituladas para se conhecer a concentração de KOH


presente na solução, o volume de HCl gasto para titular cada alíquota e a concentração
calculada, através da equação 2, são mostrados na tabela 5.

De acordo com os volumes de HCl, percebeu-se que nem todas as alíquotas


seguiram a tendência de aumentar o volume de ácido com o tempo, ocorreram
oscilações que podem ser devidas ao tempo esperado até a realização da titulação, com
possível falha da solução buffer em parar a reação, ou devido a erros de titulação.

A partir do volume gasto de HCl para titular, cada amostra, foi possível calcular o
número de mols de HCl, com relação à concentração do ácido, que corresponde ao
número de mols de CO2, de acordo com a regra de três feita abaixo.

Tabela 5 - Concentração de KOH


Tempo Temperatura C HCl Fc HCl V HCL V KOH C KOH
(min) (°C) (mol/L (L) (L) (mol/L)
)
5 42 0,1 0,993 0,0487 0,01 0,483591
10 47 0,1 0,993 0,0486 0,01 0,482598
15 52 0,1 0,993 0,04825 0,01 0,479123
20 58 0,1 1,016 0,0488 0,01 0,495808
25 61 0,1 1,016 0,04875 0,01 0,4953
30 65 0,1 1,016 0,04925 0,01 0,50038
35 65 0,1 1,016 0,04935 0,01 0,501396
40 65 0,1 1,016 0,0496 0,01 0,503936
0,1 mol 1L

n VHCl

Os resultados são apresentados na tabela 6.

Tabela 6 – Número de mols de CO2


Tempo Temperatura V HCL (L) nCO2 (mol)
(min) (°C)
5 42 0,0487 0,00487
10 47 0,0486 0,00468
15 52 0,04825 0,004825
20 58 0,0488 0,00488
25 61 0,04875 0,004875
30 65 0,04925 0,004925
35 65 0,04935 0,004935
40 65 0,0496 0,00496

A partir do número de mol calculou-se a massa absorvida de CO 2, com relação à


sua massa molar que equivale a 44g/mol, pela regra de três mostrada abaixo:

1 mol 44 g

nCO2 m

Com base nas massas de CO 2 absorvidas, plotou-se os gráficos de massa


absorvida em função do tempo, gráfico 1, e massa absorvida em função da temperatura,
gráfico 2.

Com base nas massas de CO 2 absorvidas, plotou-se os gráficos de massa


absorvida em função do tempo, gráfico 1, e massa absorvida em função da temperatura,
gráfico 2.

Os resultados podem ser vistos na tabela 7.

Tabela 7 – Massa de CO2 absorvida no sistema


Tempo Temperatura nCO2 (mol) mCO2
(min) (°C) absorvida
(g)
5 42 0,00487 0,21428
10 47 0,00468 0,21384
15 52 0,004825 0,2123
20 58 0,00488 0,21472
25 61 0,004875 0,2145
30 65 0,004925 0,2167
35 65 0,004935 0,21714
40 65 0,00496 0,21824

Gráfico 1 - Massas de CO2 absorvidas no sistema em função do tempo

Massa de CO2 absorvida no sistema em função do


tempo
0.219
0.218
Massa absorvida de CO2 (g)

0.217
0.216
0.215
0.214
0.213
0.212
0.211
0.21
0.209
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Tempo (min)

Gráfico 2 - Massas de CO2 absorvidas no sistema em função da temperatura

Massa de CO2 absorvida no sistema em função


da temperatura
0.219
0.218
Massa absorvida de CO2 (g)

0.217
0.216
0.215
0.214
0.213
0.212
0.211
0.21
0.209
40 45 50 55 60 65 70
Temperatura (°C)

Analisando os gráficos, observa-se que a quantidade de CO2 absorvida é maior


com o aumento do tempo e da temperatura, com exceção dos pontos onde houve erros e
o volume de HCl foram menores que o esperado, logo o sistema é mais eficiente em
temperaturas altas, até um determinado valor, pois ao chegar na temperatura de 65° o
sistema estabilizou, absorvendo praticamente a mesma quantidade de CO2.

4. CONCLUSÃO
Pode-se analisar no decorrer da prática que o processo de absorção ocorreu como
esperado, onde a quantidade de dióxido de carbono absorvido é maior quando o sistema
opera em temperaturas elevadas, mostrando que o hidróxido de sódio é um excelente
absorvente do CO2. Foi analisado também que quando o sistema ficou estável em uma
determinada temperatura o hidróxido de sódio passou a absorver a mesma quantidade de
CO2.

5. REFERÊNCIAS
CREMASCO, Marco Aurélio. (2002) Fundamentos de Transferência de Massa. 3. ed.
Campinas: Editora da Unicamp, 2011. 627 p.

FOUST, A; S.; WENZEL, L. A.; CLUMP, C. W.; MAUS, L.; ANDERSEN, L. B.(1982) Princípios
das operações unitárias. 2 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011. 12 p.

LABORATÓRIOS VIRTUAIS DE PROCESSOS QUÍMÍCOS. Absorção e dessorção.


Disponível em: <http//labvirtual.eq.uc.pt/siteJoomla/index.php?Itemid
=311&id+154&option +com_content&task+view> Acesso em: 09 maio. 2016.

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