Você está na página 1de 6

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

Faculdade de Engenharia Química


Laboratório de Engenharia Química I - FEQUI31011

Experimento 7: Tempo de descarga de um tanque

Autores: Bruno Viana, Julia Paulino, Julia Fator, Maria Clara Giampietro e Matheus Alves.

Faculdade de Engenharia Química – Universidade.Federal de Uberlândia


Campus Santa Mônica - Bloco 1K, CEP: 00000-000, Uberlândia – MG - Brasil
Telefone: (34) 3230-9534
E-mail: bruno.coimbra@ufu.br, julia.paulino@ufu.br, julia.fator@ufu.br.
maria.giampietro@ufu.br, matheus.alves1@ufu.br.

RESUMO – o presente relatório tem por intuito comparar o tempo de descarga em um


tanque com diferentes tubos verticais, com diâmetros e comprimentos diferentes, e analisar
como as variações de diâmetro e comprimento podem alterar o tempo de descarga. Sendo
assim, foram utilizados tubos com diâmetros e comprimentos de 4,3mm e 31,9cm; 7,4mm e
62,1cm e 4,3mm e 62,1cm, respectivamente. E, em seguida, foram medidos os tempos de
descarga do tanque, preenchido com água até 22cm, a cada 1cm, com os diferentes tubos.
Posteriormente, com os dados já tratados, verificou-se com os resultados que quanto maior o
comprimento e o diâmetro do tubo, com 62,1cm e 7,4mm, respectivamente, maior é a
velocidade do escoamento e menor é o tempo de descarga.

PALAVRAS-CHAVE: descarga, tanque, tubos verticais.

Objetivos: Analisar a descarga livre de um tanque, pelo fundo, através de tubos verticais de
diferentes seções e comprimentos. Medir o tempo de descarga para cada geometria do
sistema, visando avaliar valores de Cd (coeficiente de descarga) e influências de variáveis,
como o diâmetro e o comprimento dos tubos verticais, no sistema, e comparar os dados com
os resultados teóricos esperados.

Uberlândia, 15 de Outubro de 2023 Nota: data de correção:.../.....


1. INTRODUÇÃO
A significância fundamental do número de Reynolds é que o mesmo permite avaliar o
tipo do escoamento (a estabilidade do fluxo) e pode indicar se flui de forma laminar ou
turbulenta. Para o caso de um fluxo de água num tubo cilíndrico, admite-se os valores de
2100 e 4000 como limites. Desta forma, para valores menores que 2100 o fluxo será laminar,
ou seja, escoamento laminar é aquele em que as partículas fluidas movem-se em camadas
lisas, ou lâminas. Já para valores maiores que 4000 o fluxo será turbulento, é aquele em que
as partículas fluidas rapidamente se misturam enquanto se movimentam ao longo do
escoamento por causa de flutuações aleatórias. (FOX et al., 2006)
ρ𝑣𝐷
𝑅𝑒: µ
(1)

Segundo Porto (2006), em problemas envolvendo esvaziamento de reservatórios,


onde a taxa de variação da vazão é pequena e praticamente constante com o tempo, pode-se
dizer que o escoamento é quase permanente. Assumir a quase permanência do escoamento
faz se necessário apenas para a aplicação da equação de Bernoulli (balanço de energia). Ou
seja, toda energia potencial é transformada em energia cinética, havendo conservação da
energia. Assim, aplica-se a equação de Bernoulli para determinação da velocidade teórica na
seção contraída na descarga. Pode-se também relacionar o coeficiente de descarga (Cd), que
compatibiliza a vazão ideal e a vazão real. Sendo assim, calcula-se o tempo de descarga ideal,
desconsiderando as forças externas, para que seja possível comparar com os valores
experimentais.

𝐷 2
𝑡𝑑𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙:
2𝑔
𝑔 ( ) ⎡⎢⎣
𝑑
𝐿 + ℎ0 − 𝐿 + ℎ0 − ℎ𝑑⎤⎥

(2)

2. MATERIAIS UTILIZADOS
´ Para realização do experimento foi utilizado os seguintes materiais:

● Água .
● Balança - Marca: Marte; Modelo: BL3200H; Precisão: ± 0,01g.
● Tubo 1- Diâmetro:4,3mm; Comprimento: 31,9 cm.
● Tubo 2 - Diâmetro: 7,4 mm; Comprimento:62,1 cm.
● Tubo 3-Diâmetro:4,3mm ; Comprimento: 62,1 cm.
● Cronômetro.Precisão: ± 0,01s;
● Termômetro: Marca: HG Brasil
● Papel milimetrado,cano de PVC.
● Béquer

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
No decorrer deste experimento, três tipos de tubos foram utilizados para verificar o
tempo de descarga de um tanque. Primeiramente, foi necessário preencher o tanque com água
até altura de 22 cm, cuja temperatura foi de 27°C, e conforme a água escoava pelos tubos
podendo ser coletada pelo béquer para que assim pudesse se fazer as aferições necessárias.
Com todo sistema montado conforme explicado anteriormente, pode-se iniciar o
experimento, cujo objetivo era medir a massa de água e o tempo necessário para esvaziar a
cada centímetro do tanque.

Posteriormente, realizou-se o mesmo experimento com os diferentes tubos, obtendo


os mesmos dados como apresentados nas tabelas abaixo.

4. TRATAMENTO DOS DADOS


Tabela 1: Dados experimentais e resultados obtidos para tubo de 31,9 cm de comprimento e
0,43 cm de diâmetro

Tabela 2: Dados experimentais e resultados obtidos para tubo de 62,1 cm de comprimento e


0,74 cm de diâmetro
Tabela 3: Dados experimentais e resultados obtidos para tubo de 62,1 cm de comprimento e
0,43 cm de diâmetro

5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


3
A partir dos dados coletados e considerando densidade (g/c𝑚 ), viscosidade (P) e
2
gravidade (cm/𝑠 ), 0,99681, 0,0088 e 980 respectivamente, foi possível calcular os tempos
de descarga ideal (td ideal) e teórico (td teórico), utilizando as equações 2 e 3, e compará-los
com o tempo experimental, além de calcular a velocidade (v), o coeficiente de descarga (Cd)
e o número de Reynolds (Re).

Com o cálculo do Número de Reynolds para cada ponto, foi possível verificar que em
todos os pontos há regime turbulento, pois Re > 4000. Com isso, calculou-se os tempos de
descarga para esse tipo de regime, sendo possível analisar como se comportaram com a
variação de diâmetro e do comprimento do tubo.

Com as tabelas acima, foi possível analisar que há uma diferença entre os tempos de
descarga medidos em laboratório (experimental) e os tempos de descarga teórico e ideal, isso
devido a pequenos erros durante o experimento, como a massa de água que cai para fora do
béquer na balança ou ainda o material do tubo por onde a água escoa, podendo ter mais ou
menos atrito alterando então a velocidade do fluido. Isso fez com que o tempo experimental
fosse maior do que o ideal e o teórico.

Além disso, ao comparar os dados das tabelas 1 e 3, no qual possuem tubos com o
mesmo diâmetro, apenas variando no comprimento, foi possível analisar como a diferença de
comprimento pode influenciar no tempo de descarga. O tubo com maior comprimento, o de
62,1cm, apresentou tempos de descarga menores quando comparados com o tubo de 31,9cm.
Isso se deve ao aumento da velocidade, advindo do fato de haver a adição também do efeito
de pressão da coluna de água.

Já comparando as tabelas 2 e 3, no qual possuem tubos com o mesmo comprimento,


apenas variando no diâmetro, foi possível analisar como a diferença no diâmetro pode
influenciar no tempo de descarga. O tubo com maior diâmetro, o de 0,74cm, apresentou
tempos de descarga menores quando comparados com o tubo de 0,43cm. Isso se deve ao fato
de quanto maior o diâmetro do tubo, menos energia o sistema perde por atrito, aumentando a
velocidade de escoamento.

6. CONCLUSÃO
Analisando os dados e resultados obtidos, é possível perceber que a geometria do tubo
influencia na velocidade de escoamento e, consequentemente, no tempo de descarga em um
tanque. Com isso, pode-se concluir que quanto maior o comprimento do tubo, maior a
velocidade de escoamento, devido a adição do efeito de pressão da coluna de água e, por
consequência, menor é o tempo de descarga. O diâmetro, por sua vez, quanto maior, mais
rápido o fluido escoa e menor é o tempo de descarga, pois o sistema perde menos energia por
atrito.

MEMÓRIA DE CÁLCULO
● Equação do tempo de descarga regime turbulento:

(3)

sendo:
g = Aceleração da gravidade
H1= Altura inicial do líquido no tanque
H2 = Altura final do líquido no tanque
L = Comprimento do duto
R = Raio do duto
µ = Viscosidade dinâmica do líquido
ρ = Densidade do líquido
R0 = Raio do tanque

● Equação do coeficiente de descarga:

𝐶𝑑 = 𝑇𝑑𝑖/𝑇𝑑𝑒 (4)

sendo:
𝑇𝑑𝑖 = Tempo de descarga ideal
𝑇𝑑𝑒 = Tempo de descarga experimental

● Equação da velocidade do fluido:

𝑉 = 𝑀/ρ (5)
sendo:
M = Massa do líquido
ρ = Densidade do líquido

REFERÊNCIAS
[1] FOX, R. W.; McDONALD, A. T.; PRITCHARD, P. J. Introdução à mecânica dos fluidos.
6. ed. São Paulo:LTC, 2006.

[2] PORTO, R.M. Hidráulica Básica. 4a. ed. Escola de Engenharia de São Carlos,
Universidade de São Paulo,2006, São Carlos-SP.

Você também pode gostar