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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA


DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE FENÔMENOS DE TRANSPORTE
PROFª. GABRIELA CANTARELLI LOPES

RELATÓRIO – EXPERIMENTO 03

DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DO PERFIL DE


VELOCIDADES

ALUNOS:

Arthur Corrado Salomão – RA 769689


Bruna Cerri Pereira Camargo – RA 769647
Carolina Yaguinuma – RA 769674
Lucas Ravagnani Rodrigues - RA 769695
Maria Lucia Monelli Sossai - RA 790972
Victor Elias Silva - RA 769702

Grupo 3D

SÃO CARLOS
2023
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO TEÓRICA 2
2. OBJETIVO 3
3. MATERIAIS E MÉTODOS 4
3.1. Materiais 4
3.2. Métodos 4
4. RESULTADOS 5
5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 10
6. CONCLUSÃO 12
7. REFERÊNCIAS 13

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1. INTRODUÇÃO TEÓRICA
De acordo com a definição de Fox & McDonald (1998), fluido é uma substância que se
deforma continuamente sob a aplicação de uma tensão de cisalhamento (tangencial), não importa
quão pequena possa ser. O estudo dos fluidos é um tópico muito relevante na engenharia, à
medida que permite avaliar o comportamento dos mesmos em diversas situações e otimizar
processos.
Um parâmetro relevante envolvido no estudo do escoamento de fluidos é o número de
Reynolds. Através desse adimensional, pode-se identificar o tipo de regime do escoamento, bem
como as forças predominantes no fluido em questão. Os regimes podem ser classificados em
laminar, transitório e turbulento.
Outro conceito relevante no estudo dos fluidos é o perfil de escoamento, gráfico que
demonstra como a velocidade varia ao longo de um diâmetro de um tubo. Conforme o tipo de
escoamento, o perfil formado se altera. Para fluxos laminares, o perfil é parabólico, enquanto
para fluxos turbulentos, o perfil é mais achatado. Essa discrepância deve-se ao efeito do atrito
entre o fluido e a parede do tubo em cada um dos regimes. Ambos os perfis estão representados
na Figura 1. Ressalta-se que a presença de curvas na tubulação ou acessórios podem distorcer o
perfil de velocidade e causar assimetria.

Figura 1 - Perfis de escoamento para regime laminar (A) e turbulento (B).

Fonte: maxwell.vrac.puc-rio.br.
Nesse sentido, para se determinar experimentalmente um perfil de velocidade, é preciso
empregar instrumentos adequados que possam medir a velocidade do fluido em vários locais da
tubulação, como por exemplo o tubo de Pitot. Criado pelo francês Henri Pitot em 1732, esse
dispositivo deprimogênio mede a vazão por diferencial de pressão quando o fluido passa pelo

2
elemento na tubulação, de forma a reduzir a área da seção, resultando em um aumento da
velocidade e queda da pressão. Através dessa correlação entre pressão e velocidade pelo princípio
de Bernoulli, pode-se obter a vazão volumétrica do fluido no escoamento. Além disso, para
realizar a medição, o Pitot utiliza como referência a pressão total medida na extremidade do tubo
e a pressão estática de um ponto distinto da tubulação, obtendo-se assim a pressão dinâmica.
Ademais, normalmente emprega-se o manômetro de tubo em “U” associado ao tubo de Pitot para
encontrar tais pressões, como esquematizado na Figura 2.

Figura 2 - Esquema de um tubo de Pitot com um manômetro de tubo em “U” em uma


tubulação.

Fonte: edisciplinas.usp.br.
Com relação ao escoamento turbulento, existem perfis de velocidade empíricos na
literatura, como a lei de potência ou perfil universal (Çengel e Cimbala, 2015). Em ambos, as
variáveis tensão de cisalhamento e fator de atrito são variáveis relevantes nos cálculos
envolvidos.

2. OBJETIVO
O objetivo do experimento é avaliar, com o auxílio do tubo de Pitot, os perfis de
velocidade do escoamento turbulento da água em dutos cilíndricos e comparar os valores
experimentais com os obtidos através de correlações existentes na literatura, como a Lei de
Potência e do Perfil Universal.

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3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Materiais
● Módulo de Pitot, contendo uma tubulação de latão de diâmetro interno de 22 mm, um
tubo de Pitot, quatro tomadas de pressão, válvulas de alimentação e de recirculação e um
manômetro de mercúrio. Na parte posterior se encontram uma bomba centrífuga, uma
válvula de abertura e fechamento e os tubos que conectam as passagens de água;
● Cronômetro digital SW-2018 Cronobio, com precisão de +/- 0,005 s;
● Termômetro de vidro, com precisão de +/- 0,5 °C;
● Balança mecânica Micheletti, com precisão de +/- 0,05 kg;
● Manômetro De tubo em “U” de mercúrio;
● Régua de plástico, com precisão de +/- 0,05 mm;
● Recipiente para coleta de líquido.

3.2. Métodos
A fim de determinar o perfil de velocidade em escoamento, primeiramente,
determinou-se que seriam analisadas três vazões diferentes. Vale ressaltar que anteriormente ao
início do experimento e utilização do manômetro, é necessário se atentar se há desnível de
mercúrio no tubo, e se positivo, manusear a válvula dele para nivelamento.
Assim, após a determinação da vazão desejada, iniciou-se o experimento ligando a
bomba centrífuga do módulo, medindo a temperatura inicial da água do reservatório do módulo, e
medindo a massa do recipiente para coleta de líquido vazio.
A primeira determinação foi a diferença de altura do mercúrio no manômetro para a
medida de comprimento conhecida na tubulação, com as tomadas de pressão do tubo de Pitot
fechadas. Tal medida foi necessária para determinar a perda de carga por atrito na tubulação e a
utilizar para os cálculos teóricos necessários para análise do experimento.
Após essa medida, iniciou-se a parte do experimento com o manuseio do tubo de Pitot,
assim, as tomadas de pressão dele foram abertas. Com a mesma vazão que foi estipulada, foram
medidas diferentes alturas no manômetro para cada ponto que o tubo se encontrava dentro da
tubulação. O tubo de Pitot estava inserido dentro da tubulação e com o auxílio de um sistema que
permite o seu deslocamento ao longo do diâmetro do tubo, foi possível calcular as medidas

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necessárias em cada ponto da tubulação. A cada deslocamento do tubo de Pitot em 1 mm,
mediu-se a diferença de altura do fluido manométrico com o auxílio de uma régua.
Concomitantemente, mediu-se cada vazão estipulada em triplicata, por meio do auxílio
da válvula de abertura e fechamento de água e de um cronômetro, foi possível obter um certo
volume de água que foi pesado na balança mecânica e obtida a sua massa. Com a massa e o
tempo medido, foi possível calcular a vazão numericamente e determinar o perfil de escoamento
em laminar ou turbulento.
Por fim, depois de obter os dados de vazão e de queda de pressão, mediu-se a
temperatura final da água do reservatório, a fim de determinar os valores das propriedades físicas
e químicas da água, como densidade e viscosidade.

4. RESULTADOS
Inicialmente, foram dispostas as propriedades gerais dos fluidos e do experimento.
Tomou-se como massa do balde vazio o valor de 0,5 kg, o diâmetro interno da tubulação era
conhecido e estabelecido em 0,022 m, tal qual o comprimento do seu segmento (L) como 0,75 m.
A densidade do mercúrio, líquido do manômetro, foi encontrado na literatura e tomado como
13600 kg/m3.
Para cada vazão mediu-se os dados da água necessários (Anexo 1) e a diferença de
altura manométrica do segmento (△H), sendo este, 0,058 m para a vazão 1, 0,049 m para a vazão
2 e 0,011 m para a vazão 3.
As vazões medidas foram feitas em triplicata para cada vazão escolhida. Considerando
que a massa pesada e o tempo foram medidos experimentalmente, com a medida em balança e
em cronômetro, a vazão mássica (W) pode ser calculada. Obteve-se um valor médio de 2,04484
kg/s para a vazão 1, 2,01930 kg/s para a vazão 2 e 0,78494 kg/s para a vazão 3.
A vazão volumétrica (Q) e a velocidade (v) foram calculadas, com base na área
transversal da tubulação e o diâmetro interno (D), por fim, o número de Reynolds é calculado.
Com o número de Reynolds é possível concluir qual o tipo de regime de escoamento. Assim,
tomando como referência o Geankoplis (1993) que diz que para valores de Re inferiores a 2100,
o regime é laminar. E para números maiores que 4000 o regime é considerado turbulento, de
acordo com Huertas (2014). Teve-se que todas as vazões estavam em regime turbulento.

5
Os dados experimentais de queda de pressão para a vazão 1 estão compilados no Quadro
1 a seguir, sendo que a distância do tubo de Pitot da parede (y) e a diferença de altura
manométrica (△h) foram obtidos experimentalmente.
Através de cálculos utilizando conhecimentos de fenômenos de transporte (Anexo 2), foi
possível chegar aos dados de velocidade para cada posição no tubo de Pitot.
Para comparação com dados teóricos, realizou-se os cálculos de duas leis. A primeira,
demonstrada no Quadro 1, foi a lei de perfil universal, calculada passo a passo no Anexo 3.
Quadro 1 - Análise experimental comparada com a lei de perfil universal da vazão 1.
Diferença de
Distância do
altura Queda de
tubo de Pitot da u exp u
Amostra manométrica pressão (△P) Desvio
parede (y) [m/s] [m/s]
(△h) [Pa]
[m]
[m]
1 0,001 0,099 12241,70074 4,96010 4,55329 8,93%
2 0,002 0,11 13601,88972 5,22841 4,95166 5,59%
3 0,003 0,119 14714,77160 5,43809 5,18470 4,89%
4 0,004 0,124 15333,03932 5,55116 5,35003 3,76%
5 0,005 0,127 15703,99994 5,61791 5,47828 2,55%
6 0,006 0,133 16445,92120 5,74909 5,58307 2,97%
7 0,007 0,137 16940,53537 5,83490 5,67166 2,88%
8 0,008 0,14 16940,53537 5,83490 5,74841 1,50%
9 0,009 0,141 17311,49600 5,89844 5,81610 1,42%
10 0,010 0,144 17806,11017 5,98211 5,87665 1,79%
11 0,011 0,146 18053,41726 6,02351 5,93143 1,55%
12 0,012 0,14 17311,49600 5,89844 5,87665 0,37%
13 0,013 0,138 17064,18892 5,85616 5,81610 0,69%
14 0,014 0,135 16693,22829 5,79215 5,74841 0,76%
15 0,015 0,129 15951,30703 5,66198 5,67166 0,17%
16 0,016 0,12 14838,42514 5,46090 5,58307 2,19%
17 0,017 0,114 14096,50389 5,32262 5,47828 2,84%
Fonte: Próprio Autor.

Outra análise teórica passível de ser realizada para comparação de dados é a lei da
potência, cujos cálculos estão demonstrados no Anexo 4 e representados em comparação aos
experimentais no Quadro 2.

Quadro 2 - Análise experimental comparada com a lei da potência da vazão 1.


Amostra u exp [m/s] u [m/s] Desvio
1 4,96010 4,51418 9,88%
2 5,22841 4,90671 6,56%

6
3 5,43809 5,15196 5,55%
4 5,55116 5,33337 4,08%
5 5,61791 5,47847 2,55%
6 5,74909 5,59995 2,66%
7 5,83490 5,70476 2,28%
8 5,83490 5,79713 0,65%
9 5,89844 5,87985 0,32%
10 5,98211 5,95484 0,46%
11 6,02351 6,02351 0,00%
12 5,89844 5,95484 0,95%
13 5,85616 5,87985 0,40%
14 5,79215 5,79713 0,09%
15 5,66198 5,70476 0,75%
16 5,46090 5,59995 2,48%
17 5,32262 5,47847 2,84%
Fonte: Próprio Autor.
Realizou-se o mesmo procedimento de cálculo para as vazões 2 e 3. Os valores obtidos
estão demonstrados nos Quadros a seguir.

Quadro 3 - Análise experimental comparada com a lei de perfil universal da vazão 2.


Diferença de
Distância do
altura Queda de
tubo de Pitot da u exp u
Amostra manométrica pressão (△P) Desvio
parede (y) [m/s] [m/s]
(△h) [Pa]
[m]
[m]
1 0,001 0,104 12860,24805 5,08457 4,15200 22,46%
2 0,002 0,111 13725,84167 5,25290 4,51822 16,26%
3 0,003 0,116 14344,12283 5,36991 4,73244 13,47%
4 0,004 0,123 15209,71645 5,52956 4,88443 13,21%
5 0,005 0,125 15457,02891 5,57433 5,00233 11,43%
6 0,006 0,129 15951,65384 5,66282 5,09865 11,06%
7 0,007 0,13 16075,31007 5,68472 5,18010 9,74%
8 0,008 0,133 16446,27876 5,74994 5,25065 9,51%
9 0,009 0,135 16693,59122 5,79301 5,31288 9,04%
10 0,01 0,137 16940,90369 5,83577 5,36854 8,70%
11 0,011 0,138 17064,55992 5,85703 5,41890 8,09%
12 0,012 0,137 16940,90369 5,83577 5,36854 8,70%
13 0,013 0,135 16693,59122 5,79301 5,31288 9,04%
14 0,014 0,133 16446,27876 5,74994 5,25065 9,51%
15 0,015 0,13 16075,31007 5,68472 5,18010 9,74%
16 0,016 0,127 15704,34137 5,61875 5,09865 10,20%
17 0,017 0,12 14838,74775 5,46171 5,00233 9,18%
18 0,018 0,113 13973,15413 5,30001 4,88443 8,51%
Fonte: Próprio Autor.

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Quadro 4 - Análise experimental comparada com a lei da potência da vazão 2.
u exp u
Amostra Desvio
[m/s] [m/s]
1 5,08457 4,47810 13,54%
2 5,25290 4,83943 8,54%
3 5,36991 5,06416 6,04%
4 5,52956 5,22991 5,73%
5 5,57433 5,36220 3,96%
6 5,66282 5,47277 3,47%
7 5,68472 5,56804 2,10%
8 5,74994 5,65190 1,73%
9 5,79301 5,72692 1,15%
10 5,83577 5,79487 0,71%
11 5,85703 5,85703 0,00%
12 5,83577 5,79487 0,71%
13 5,79301 5,72692 1,15%
14 5,74994 5,65190 1,73%
15 5,68472 5,56804 2,10%
16 5,61875 5,47277 2,67%
17 5,46171 5,36220 1,86%
18 5,30001 5,22991 1,34%
Fonte: Próprio Autor.
Quadro 5 - Análise experimental comparada com a lei de perfil universal da vazão 3.
Diferença de
Distância do
altura Queda de
tubo de Pitot da u exp u
Amostra manométrica pressão (△P) Desvio
parede (y) [m/s] [m/s]
(△h) [Pa]
[m]
[m]
1 0,001 0,016 1978,65339 1,99539 1,79861 11%
2 0,002 0,017 2102,31922 2,05680 1,97222 4%
3 0,003 0,018 2225,98506 2,11643 2,07377 2%
4 0,004 0,02 2473,31673 2,23092 2,14583 4%
5 0,005 0,021 2596,98257 2,28601 2,20172 4%
6 0,006 0,021 2596,98257 2,28601 2,24738 2%
7 0,007 0,023 2844,31424 2,39239 2,28599 5%
8 0,008 0,023 2844,31424 2,39239 2,31943 3%
9 0,009 0,024 2967,98008 2,44385 2,34893 4%
10 0,01 0,024 2967,98008 2,44385 2,37532 3%
11 0,011 0,025 3091,64592 2,49424 2,39919 4%
12 0,012 0,023 2844,31424 2,39239 2,37532 1%
13 0,013 0,021 2596,98257 2,28601 2,34893 3%
14 0,014 0,02 2473,31673 2,23092 2,31943 4%
15 0,015 0,02 2473,31673 2,23092 2,28599 2%

8
16 0,016 0,019 2349,65090 2,17443 2,24738 3%
Fonte: Próprio Autor.
Quadro 6 - Análise experimental comparada com a lei da potência da vazão 3.
u exp u
Amostra Desvio
[m/s] [m/s]
1 1,99539 1,79847 11%
2 2,05680 1,97679 4%
3 2,11643 2,08919 1%
4 2,23092 2,17279 3%
5 2,28601 2,23993 2%
6 2,28601 2,29633 0%
7 2,39239 2,34512 2%
8 2,39239 2,38822 0%
9 2,44385 2,42690 1%
10 2,44385 2,46203 1%
11 2,49424 2,49424 0%
12 2,39239 2,46203 3%
13 2,28601 2,42690 6%
14 2,23092 2,38822 7%
15 2,23092 2,34512 5%
16 2,17443 2,29633 5%
Fonte: Próprio Autor.
Por fim, com todos os dados obtidos e as velocidades de escoamento calculadas, foi
possível realizar uma comparação entre os métodos experimentais e teóricos utilizados
graficamente.

Figura 3 - Perfil de velocidade para a vazão 1.

Fonte: Próprio Autor.

9
Figura 4 - Perfil de velocidade para a vazão 2.

Fonte: Próprio Autor.

Figura 5 - Perfil de velocidade para a vazão 3.

Fonte: Próprio Autor.


Por meio dos gráficos obtidos foi possível calcular o desvio entre os valores de vazão
obtido experimentalmente demonstrados nos Quadros, e por integração numérica dos gráficos.
Obteve-se, para a vazão 1, por meio da integração numérica, uma vazão de 2,1508 kg/s, cerca de
5,18% maior que a medida. Para a vazão 2, obteve-se um valor 5,37% maior, e para a vazão 3,
uma diferença de cerca de 10,28% entre a vazão medida e a obtida pelo gráfico.

5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


A partir do experimento realizado e os resultados apresentados acima, pode-se realizar a
análise dos perfis obtidos.

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Observa-se que para a vazão 2 obteve-se o maior número de Reynolds, caracterizando-o
como o perfil com maior turbulência. Dessa maneira, espera-se que o perfil de velocidades da
vazão 2, apresentado na Figura 4, possua um caráter mais pistonado que os outros, tal como o
observado experimentalmente.
Devido aos menores valores do número de Reynolds para as vazões 1 e 3, observa-se um
perfil com um caráter parabólico mais acentuado, entretanto, ainda demonstram predominância
do perfil pistonado, tal como o esperado de perfis turbulentos.
Ao analisar a Figura 3, nota-se que os perfis teóricos obtidos tanto pela lei das potências
quanto pelo perfil universal apresentam curvas muito similares, com os pontos experimentais
coincidindo no formato e distribuição, logo, obteve-se desvios muito pequenos para essa vazão
em relação a ambos os perfis teóricos.
Por sua vez, observa-se, na Figura 4, que os perfis teóricos continuam com o mesmo
formato, contudo, fornecem velocidades de escoamento discrepantes. Percebe-se que a lei da
potência forneceu valores mais próximos das velocidades obtidas experimentalmente, com um
desvio máximo de 14%, sendo que o perfil universal apresentou um desvio máximo de 22%.
Dessa maneira, a lei de potências descreveu com maior proximidade os pontos experimentais.
Por fim, em relação a Figura 5, os perfis teóricos e experimentais apresentaram o mesmo
formato, entretanto com discrepância na velocidade de escoamento fornecida por cada método
teórico. Nota-se que os pontos experimentais se encontram flutuando entre ambos os pontos
teóricos calculados, dessa forma o maior desvio entre o perfil universal e experimental é de 11%,
mesmo desvio obtido entre a lei de potência e o perfil experimental.
As diferenças observadas entre os perfis teóricos podem ser explicadas devido aos erros
experimentais na realização do experimento. Observa-se que, ao final do experimento, ocorreu a
entrada de ar na tubulação necessitando a realização de ajustes por parte do técnico do
laboratório. Dessa maneira, alguns pontos do terceiro perfil podem conter discrepâncias por
terem sido medidos antes dos alunos perceberem o problema ocorrido.
Além disso, a discrepância entre os perfis teóricos e entre esses perfis com o perfil
experimental pode ser explicada devido ao desgaste do tubo de Pitot na realização dos
experimentos, tendo em vista que o tubo de pitot consiste em um equipamento frágil que resulta
em medidas ligeiramente alteradas caso esteja entortado. Irregularidades no tubo de pitot podem

11
ser atestadas pelo fato de não ser possível realizar a varredura completa de todos os pontos da
tubulação, devido às limitações impostas pelo tubo.
Outros fatores de influência que podem ser citados para explicar os desvios obtidos
consistem na leitura do manômetro em U com utilização da leitura manual por réguas, além do
erro humano na aquisição dos valores de vazão. Em relação a aquisição da vazão, a utilização de
um cronômetro para determinação do tempo pode acompanhar erros humanos devido ao tempo
de reação humana, além disso, utilizou-se uma balança mecânica para obtenção das massas,
carregando então tanto o erro de precisão do equipamento (metade da menor medida) quanto o
erro devido a maior subjetividade existente na leitura dessa balança em relação a uma balança
analítica.

6. CONCLUSÃO
Portanto, de acordo com os cálculos realizados, foi possível determinar os perfis de
velocidade do escoamento de água nos tubos e comparar os resultados com os valores obtidos
pela Lei de Potência e pelo Perfil Universal. Em suma, foram observados perfis de velocidades
coerentes, uma vez que descrevem o escoamento turbulento da água de uma forma já esperada,
com características pistonadas em maiores vazões e um caráter parabólico mais pronunciado em
menores vazões. Além disso, os desvios obtidos foram considerados satisfatórios e incluem as
imprecisões acerca dos equipamentos e do erro humano, descrito anteriormente.

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7. REFERÊNCIAS
● Çengel, Y.A.; Cimbala, J.M. Mecânica dos Fluidos – Fundamentos e Aplicações. AMGH
Editora Ltda, 2015.
● DÍAZ, J; BAÑOL, H. Número de Reynolds. 2015. Monografia (Engenharia Civil) -
Corporación Universitaria Minuto de Dios, 2015.
● GEANKOPLIS, C. J. Transport Processes and separation process principles. Prentice
Hall, 4a edição, 2003
● INCROPERA, F.P.; DEWITT, D.P. Fundamentos de Transferência de. Calor e de Massa,
3a edição, LTC - Livros Técnicos e Científicos Editora. S. A., R. J. 1990
● Munson, B.R.; Young, D.F.; Okiishi, T.H. Fundamentos da Mecânica dos Fluidos. Euryale
de Jesus Zerbini (Trad.). São Paulo: Edgar Blucher, 1997. v.1, 412 p
● POTTER, Merle C.; WIGGERT, David C.; HONDZO, Midhat. Mecânica dos Fluidos.
São Paulo: Pioneira. Thomson Learning, 2004.
● FOX, Robert W.; MCDONALD, Alan T. Introdução à Mecânica dos Fluidos, 1998.

13
ANEXOS
Anexo 1 - Cálculo de densidade e viscosidade da água
Foi possível calcular os dados de densidade (Equação 1) e viscosidade (Equação 2), que
dependem diretamente da temperatura e são sensíveis à sua alteração.
Sendo T a temperatura média do processo de coleta.
−2 −3 2 −5 3
ρá𝑔𝑢𝑎 = 999, 853 + 6, 32693 · 10 𝑇 − 8, 523829 · 10 𝑇 + 6, 943248 · 10 𝑇

(1)
−5 247,8/(𝑇(𝐾)−140)
μ á𝑔𝑢𝑎
= 2, 414 · 10 · 10 (2)

Anexo 2 - Cálculo de velocidade experimental


Inicialmente, com os dados coletados, foi necessário calcular a queda de pressão,
caracterizada na Equação 3.
△𝑃 = 9, 81 · △ℎ · (ρ𝐻𝑔 − ρá𝑔𝑢𝑎) (3)

A seguir, o u experimental foi obtido através da Equação 4, sendo que C foi considerado
como 1.

2·△𝑃
𝑢 = 𝐶 · ρá𝑔𝑢𝑎
(4)

Anexo 3 - Cálculo da lei do perfil universal


Para esta lei, foi necessário o cálculo de parâmetros como queda de pressão, tensão de
cisalhamento e u*. Sendo que as equações necessárias para o seus cálculos foram demonstrados
nas Equações 5, 6 e 7.

△𝑃𝑡 = 9, 81 · △𝐻 · (ρ𝐻𝑔 − ρá𝑔𝑢𝑎) (5)

Sendo L o comprimento do segmento da tubulação.


∆𝑃𝑡·𝐷
τ = 4·𝐿
(6)

τ
𝑢* = ρá𝑔𝑢𝑎
(7)

14
Para a obtenção do valor de velocidade de acordo com a lei universal, outros cálculos
foram necessários.
O valor de y foi calculado de acordo com a seguinte regra, se a distância do tubo de Pitot
da parede (y) da amostra experimental fosse menor ou igual que o diâmetro interno (D) dividido
por 2, ou seja 0,011, então, o valor de y seria igual o experimental. Caso contrário, o novo valor
de y seria a diferença do diâmetro interno e o y experimental.
O cálculo de y+ é demonstrado pela Equação 8.
𝑦 · 𝑢*· ρá𝑔𝑢𝑎
𝑦+ = µá𝑔𝑢𝑎
(8)

O cálculo de u+ é obtido pela seguinte regra:

u* = y+, se 0<y+<5

u* = 5lny+ - 3,05, se 5<y+<30

u* = 2,5lny+ + 5,5, se y+>30

A velocidade de escoamento u é então calculada pela Equação 9.

𝑢 = 𝑢 + · 𝑢 * (9)

Anexo 4 - Cálculo da lei das potências


Para começar, o cálculo de perda de carga (lw) é realizado por meio da Equação 10,
sendo g a aceleração da gravidade.
△𝑃𝑡
𝑙𝑤 = ρá𝑔𝑢𝑎·𝑔
(10)

O fator de atrito é calculado de acordo com a Equação 11.


2
𝐿 𝑣
𝑙𝑤 = 𝑓 · 𝐷
· 2𝑔
(11)

A variável n é então calculada pela Equação 12.


1
𝑛 = (12)
𝑓

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O valor de y para a lei da potência segue a mesma regra que para a lei de perfil
universal. A velocidade u é então calculada pela Equação 13, utilizando o u experimental
máximo, e sendo R o raio da tubulação.

𝑦 (1/𝑛)
𝑢 = 𝑢 𝑒𝑥𝑝 𝑚á𝑥 · 𝑅
(13)

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