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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS, TECNOLOGIA E SAÚDE – CCTS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

VICTOR BRITO ALVES VIANA - 191670251

RELATÓRIO EXPERIMENTAL
PERDA DE CARGA LINEAR EM CONTUDOS FORÇADOS

ARARUNA - PB
2024
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3
2 OBJETIVOS .......................................................................................................... 3
2.1 Objetivo Geral ........................................................................................................ 3

2.2 Objetivos Específicos ............................................................................................. 4

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................ 4


3.1 Vazão Volumétrica ................................................................................................ 4

3.2 Equação de Bernoulli ............................................................................................ 5

4 METODOLOGIA .................................................................................................. 6
4.1 Equipamentos......................................................................................................... 6

4.2 Procedimentos ........................................................................................................ 7

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES......................................................................... 8
6 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 11
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 12
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1 INTRODUÇÃO

Na engenharia, o movimento de líquidos sempre foi e continua sendo um tema


amplamente investigado, pois está conectado a várias facetas do dia a dia, como o
fornecimento de água em residências. Por conseguinte, é crucial procurar maneiras de
aprimorar esse movimento de forma mais eficaz. Nesse contexto, surgem os estudos sobre
perda de pressão relacionados ao transporte, os quais desempenham um papel crucial no
dimensionamento dos dutos, uma vez que a perda de energia durante o transporte de líquidos
é inevitável. Assim, torna-se essencial buscar materiais que minimizem esse fenômeno ou
ajustar as características geométricas dos canais de transporte.
Realizando uma interpretação analítica da perda de carga distribuída ao longo da
tubulação é possível constar que essa se deve ao atrito do fluido com as paredes do tubo
(BRUNETTI, 2008) que, por sua vez, apresentam uma certa rugosidade, sendo maior ou
menor a depender do material, esse atrito converte parte da energia mecânica do fluido em
energia térmica que é dissipada para o ambiente, portanto essa perda de carga entre dois
pontos em uma tubulação será determinada pela diferença da energia entre esses dois pontos,
onde essa parcela de carga será a perdida pelo atrito da tubulação.
Portanto, é crucial contar com técnicas, sejam elas baseadas em cálculos matemáticos
ou experimentações, que possam antecipar a perda de pressão ao longo de um sistema de
tubulação. Isso permite que o profissional encarregado leve em consideração essa redução de
energia ao projetar, por exemplo, uma instalação em um edifício. Nesse contexto, ele pode
ajustar as características da tubulação, como o diâmetro ou o material, para garantir que todos
os pontos de uso do sistema recebam uma oferta adequada, assegurando seu funcionamento
correto.

2 OBJETIVO

2.1 Objetivo Geral

O objetivo desse relatório é estudar a perda de carga em tubos com diferentes


rugosidades através de aparatos de laboratório.
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2.2 Objetivos Específicos

• Determinar a diferença de pressão em Pascal em cada ponto analisado para um


dos tubos;
• Calcular a velocidade para cada uma das vazões, em m/s;
• Determinar a perda de carga associada em metros de coluna de água em cada um
dos tubos, para cada vazão. Utilizando a equação de Bernoilli;
• Discutir sobre as diferenças de resultados obtidos para cada tubo liso e tubo
rugoso.

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 Vazão Volumétrica

A vazão volumétrica pode ser entendida como o tempo necessário para que um
determinado volume de fluido passe por uma região ou que preencha um reservatório, ela
pode ser obtida pela seguinte equação:

𝑉
𝑄= (1)
𝑡
Onde:
𝑄 = Vazão volumétrica, em m³/s;
𝑉 = Volume, em m³;
𝑡 = Tempo, em s.

Outro ponto de análise da vazão volumétrica é sua relação com a velocidade de


fluxo, uma vez que a própria vazão seja uma espécie de velocidade, onde uma vazão mais
elevada indica uma maior velocidade, dessa forma, é possível estabelecer uma relação entre a
vazão e a velocidade, onde:

𝑄 =𝑣∙𝐴 (2)
Onde:
𝑄 = Vazão volumétrica, em m³/s;
𝑣 = velocidade, em m/s;
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𝐴 = Área da seção circular, em m².

A partir dessa interpretação que é possível calcular a velocidade de fluxo de um


fluido permitindo assim, calcular a sua carga cinética

3.2 Equação de Bernoulli

Uma das principais leis físicas do universo é que a energia não pode ser criada ou
destruída totalmente, podendo somente ser transformada, a partir desse entendimento é
possível estabelecer um método matemático que relacione a energia, por meio de um
balanceamento, onde a energia não será perdida (BRUNETTI, 2008).
A partir disso a equação proposta por Bernoulli em 1738 relaciona as parcelas de
energia contida em um fluido, realizando um somatório dessas, afim de formular uma equação
geral da energia, unindo a energia potencial, associado a cota topográfica em relação ao um
plano horizontal de referência, a energia cinética que relaciona a velocidade de escoamento
desse fluido e a energia de pressão que associa a pressão que atua nesse fluido (BRUNETTI,
2008), formando assim a seguinte equação:

𝑣2 𝑝
𝐻 =𝑧+ + (3)
2𝑔 𝛾
Onde:
𝐻 = Energia total, em m;
𝑧 = Cota topográfica, em m;
𝑣 = Velocidade do fluido, em m/s²;
𝑔 = Aceleração da gravidade, em m/s²;
𝑝 = Pressão do fluido, em N/m²;
𝛾 = Peso específico do fluido, em N/m³.

Considerando que a energia pode ser apenas transformada e que entre dois pontos de
um fluido, não há perda de carga, não existem máquinas no trecho e o fluido em
incompressível (BRUNETTI, 2008) temos que:

𝐻1 = 𝐻2 (4)
Onde:
6

𝐻1 = Energia total no ponto 1, em m;


𝐻2 = Energia total no ponto 2, em m.
Em situações reais, a perda de carga é um elemento presente na tubulação que retira
a energia do sistema, entre um trecho, e a converte em outro tipo de energia, dessa forma,
pode-se adicionar a equação 03 a parcela de perda de energia na equação para que a situação
de igualdade das energias seja estabelecida (BRUNETTI, 2008), assim, temos que:

𝐻1 = 𝐻2 + 𝐻𝑝 1,2 (5)
Onde:
𝐻1 = Energia total no ponto 1, em m;
𝐻2 = Energia total no ponto 2, em m;
𝐻𝑝 1,2= Perda de energia entre o ponto 1 e 2, em m.

4 METODOLOGIA

Esse relatório tem por finalidade expor as práticas experimentais para a determinação
de perda de carga contínua em um conduto forçado de seção circular, o experimento foi
realizado no Laboratório de Hidráulica no campus VIII da Universidade Estadual da Paraíba.
O fluido para análise em questão foi a água proveniente de abastecimento da rede do
próprio campus VII, localizado na cidade de Araruna – PB.

4.1 Equipamentos

Nesse experimento foram utilizados os seguintes equipamentos:

• HD 98 – Bancada Hidráulica;
• Manômetro Digital;
• Paquímetro;
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4.2 Procedimentos

O experimento consistiu em aferir a pressão em dois pontos do tubo, um no início e


outro ao final, para dois tubos feitos de PVC, sendo o segundo tubo com uma maior
rugosidade. Inicialmente, foi realizado a medição do diâmetro dos tubos com o auxílio do
paquímetro.

Figura 1. Tubos de análise da bancada hidráulica – HD98

Fonte: Autor, 2024

Nessa etapa, utilizou-se uma vazão de 2000 litros por hora, a partir da leitura do
rotâmetro, em seguida as válvulas do tubo 01 foram fechadas e as válvulas do tubo 02 foram
abertas para que o a mangueira do manômetro pudesse ser instalado no primeiro ponto do
tubo 01, após isso o tubo 01 voltou a ser aberto enquanto que o tubo 02 foi novamente
fechado, esperou-se que as bolhas de ar saíssem totalmente da mangueira para que o
manômetro pudesse ser acoplado no conjunto, com isso foi aferido as pressões três vezes no
primeiro ponto desse tudo para a corrente vazão, que foi elevada, posteriormente, para 3000
litros por hora e toda análise de pressão foi realizada novamente para esse ponto, em seguida
foi elevada novamente a vazão para 4000 litros por hora e toda análise de pressão foi
realizada novamente para esse ponto. Em seguida o mesmo processo foi repetido para o
segundo ponto do tubo 01, onde, as válvulas desse foram fechadas enquanto que as do tubo 02
foram abertas e quando a mangueira foi posta no ponto 2, o tubo 01 foi novamente aberto e o
tubo 02 fechado, esperou-se que as bolhas de ar saíssem completamente da mangueira e, em
seguida, o manômetro foi posto e aferida, novamente, a pressão, três vezes, para o ponto 2 na
corrente vazão de 4000 litros por hora e, posteriormente, para a vazão de 3000 e 2000 litros
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por hora, todo esse processo, para ambos os pontos e as mesmas vazões foi repetido para o
segundo ponto.

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A seguir serão apresentados os dados obtidos, bem como, as discussões acerca do


experimento de perda de carga contínua seguindo a metodologia do tópico anterior.
Inicialmente, afim de caracterizar as dimensões dos condutos forçado de seção
circular usados ao longo dessa prática experimental foram utilizados os seguintes dados:

Tabela 1. Dados do Tubo 01 e 02


Dados Tubo 01 Tubo 02
Diâmetro (mm) 19 19
Material PVC Liso PVC Rugoso
Fonte: Autor, 2024

Na etapa dessa prática experimental, foi avaliada a pressão nos pontos de análise de
dois diferentes tubos, onde foram obtidos os seguintes dados.

Tabela 2. Pressões no tubo 01 (Liso) para diferentes vazões.


Ponto 1 Ponto 1 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 2 Ponto 2
Vazão 01
Med1 Med2 Med3 Med1 Med2 Med3
(2000 LPH)
(KPa) (KPa) (KPa) (KPa) (KPa) (KPa)
Pressão 13,5 13,4 13,4 11,0 11,0 11,1
Pressão
13,43 11,03
Média
Ponto 1 Ponto 1 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 2 Ponto 2
Vazão 02
Med1 Med2 Med3 Med1 Med2 Med3
(3000 LPH)
(KPa) (KPa) (KPa) (KPa) (KPa) (KPa)
Pressão 21,9 21,6 21,8 17,6 17,7 17,5
Pressão
21,77 17,6
Média
Ponto 1 Ponto 1 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 2 Ponto 2
Vazão 01
Med1 Med2 Med3 Med1 Med2 Med3
(4000 LPH)
(KPa) (KPa) (KPa) (KPa) (KPa) (KPa)
Pressão 32,3 32,6 32,6 26,8 25,1 25,6
Pressão
32,50 25,83
Média
Fonte: Autor, 2024
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Tabela 3. Pressões no tubo 02 (Rugoso) para diferentes vazões.


Ponto 1 Ponto 1 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 2 Ponto 2
Vazão 01
Med1 Med2 Med3 Med1 Med2 Med3
(2000 LPH)
(KPa) (KPa) (KPa) (KPa) (KPa) (KPa)
Pressão 16,5 16,4 16,5 11,4 11,3 11,4
Pressão
16,46 11,37
Média
Ponto 1 Ponto 1 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 2 Ponto 2
Vazão 02
Med1 Med2 Med3 Med1 Med2 Med3
(3000 LPH)
(KPa) (KPa) (KPa) (KPa) (KPa) (KPa)
Pressão 29,2 29,6 29,8 19,3 19,3 19,3
Pressão
29,53 19,30
Média
Ponto 1 Ponto 1 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 2 Ponto 2
Vazão 03
Med1 Med2 Med3 Med1 Med2 Med3
(4000 LPH)
(KPa) (KPa) (KPa) (KPa) (KPa) (KPa)
Pressão 46,1 45,0 44,5 29,0 29,4 27,3
Pressão
45,20 28,57
Média
Fonte: Autor, 2024

Determinando a diferença de pressão em Pacal em cada ponto analisado para cada


um do dos tubos.
Tabela 4. Diferença de pressão em cada tubo
Tubo 01
Vazão 01 (2000 LPH) Vazão 02 (3000 LPH) Vazão 03 (4000 LPH)
𝑃1 − 𝑃2 𝑃1 − 𝑃2 𝑃1 − 𝑃2
2,4 Kpa 4,17 Kpa 6,67 Kpa
Tubo 02
Vazão 01 (2000 LPH) Vazão 02 (3000 LPH) Vazão 03 (4000 LPH)
𝑃1 − 𝑃2 𝑃1 − 𝑃2 𝑃1 − 𝑃2
5,09 Kpa 10,23 Kpa 16,63 Kpa
Fonte: Autor, 2024

Pode-se observar que para ambos os tubos há uma queda de pressão aferida, tal fato
se deve a perda de carga contínua entre os pontos 1 e 2 de medição.
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Para o calculo da velocidade é utilizada a equação 2 de vazão volumétrica. A Area da


tubulação é igual a: 𝐴 = (𝜋𝑑2 )/4, onde d=19 mm = 0,019m. A=0,000283529 m²

Tabela 5. Velocidade para cada vazão


Vazão 01 (2000 LPH) Vazão 02 (3000 LPH) Vazão 03 (4000 LPH)
Q=0,000556 m³/s Q=0,000833 m³/s Q=0,001111 m³/s
V = 1,956 m/s V = 2,94 m/s V = 3,92 m/s
Fonte: Autor, 2024
E possível observar o aumento da velocidade para cada vazão isso se dá por conta
que o diâmetro é constante.
Pode-se observar que para ambos os tubos há uma queda de pressão aferida, tal fato
se deve a perda de carga contínua entre os pontos 1 e 2 de medição, que igualando a equação
de Bernoulli, de acordo com a equação 05, para ambos pontos, temos que:

𝑉1 2 𝑃1 𝑉2 2 𝑃2
𝐻1 − ∆𝐻1,2 = 𝐻2 → 𝑍1 + + − ∆𝐻1,2 = 𝑍2 + +
2𝑔 𝛾 2𝑔 𝛾

Considerando que, ambos os pontos estão sobre um mesmo plano horizontal de


referência e como não há variação de diâmetro do conduto, a velocidade de escoamento nos
pontos 1 e 2 é mesma, temos que:

𝑃1 − 𝑃2
∆𝐻1,2 =
𝛾

Portanto a perda de carga será dada pela diferença de pressão dos pontos, dessa
forma:

Tabela 6. Perda de Carga na tubulação


Perda de Carga – Perda de Carga – Perda de Carga –
Tubos
Vazão 01 (m) Vazão 02 (m) Vazão 03 (m)
Tubo 01 0,245 0,425 0,679

Tubo 02 0,519 1,043 1,695

Fonte: Autor, 2024


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Pode-se notar que, para o tubo 01, com o aumento da vazão e o consequente aumento
da velocidade, há, também, um acréscimo da perda de carga que o fluido sofre entre os pontos
1 e 2, uma vez de acordo com a equação universal da perda de carga, essa é diretamente
proporcional à velocidade, por isso esse aumento para diferentes vazões. Para o tubo 02,
vemos também que um aumento da vazão resulta no acréscimo da perda de carga associada ao
conduto. Outro ponto que pode ser discutido é que a perda de carga para o tubo 02 é bem
maior do que no tubo 01, para ambas as vazões, tal fato deve-se que o segundo conduto
apresenta ranhuras internas, deixando-a mais rugoso, aumentando, assim o seu fator de atrito
e por consequência a perda de energia entre os dois pontos do trecho avaliado. Vale ressaltar
também, que os valores das pressões aferidas pelo manômetro são passiveis de erro, em
decorrência do próprio aparelho de leitura, que por problemas, não apresenta corretamente os
valores das pressões máximas e mínimas de forma correta.

6 CONCLUSÃO

Como já mencionado anteriormente, o transporte de fluidos em um conduto forçado


está sujeito à perda de carga associada a locomoção e esse parâmetro é um dos mais
determinantes para o dimensionamento, por exemplo, de instalações prediais, onde deve-se
garantir que a água alcance todos os pontos de utilização de forma efetiva. Por isso a
importância de métodos matemáticos que permitem o cálculo da perda de carga contínua, bem
como, práticas experimentais que certificam que tais métodos possuem efetividade em seus
resultados e podem, assim, ser aplicados no dia-a-dia.
Os resultados da perda de carga, avaliada na etapa desse experimento, demonstrou-se
coerente com a realidade, onde o tubo 02, por ser mais rugoso que o tubo 01, apresentou uma
maior perda de carga, é possível, também que existam erros durante essa prática, tal como,
manômetros maus calibrados, que indicam uma pressão incorreta nos pontos do tubo e por
consequência os resultados de perda de carga estarão incorretos.
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REFERÊNCIAS

BRUNETTI, Franco. Mecânica dos Fluidos. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2008.

PORTO, R. D. M. Hidráulica Básica. 4. ed. São Carlos: EESC/USP, 2006.

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