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Universidade do Estado de Santa Catarina

Centro de Educação Superior do Oeste


Curso de Engenharia Química

Relatório do experimento de Escoamento em Leitos Porosos1


Bruna Eveling Hochscheidt e Maria Luiza Paganini Maia.

RESUMO: A fluidização tem como finalidade a mistura intensa entre a fase fluida e a
fase particulada, o que resulta em elevadas taxas de transferência de calor e de massa. O
objetivo do estudo é um maior entendimento do funcionamento de um leito poroso, bem
como suas características de escoamento. Utilizando um leito com 4650g de partículas
(pedras), foi anotado a perda de carga para cada vazão (partindo de 1 L/min) no leito
pelo desnível no manômetro MU1 (Δh) com intervalo de 0,5 L/min. Quando atingiu a
vazão máxima, anotou-se o limite e iniciou-se o processo de diminuição da vazão nos
mesmos intervalos até zerar a vazão. A partir dos resultados conclui-se que quanto
maior a vazão, maior será a queda de pressão experimental. Para baixas vazões a
permeabilidade empírica e teórica nos gerou um erro de aproximadamente 87%, e para
as altas vazões um erro de aproximadamente de 162%, isso pode ser explicado por
conta dos valores obtidos serem extremamente baixos, sendo assim, qualquer variação
poderá ter um erro significativo.

1. INTRODUÇÃO

A operação unitária associada a sistemas fluidomecânicos é essencialmente em relação à


movimentação de matéria, sendo ela um fluido, partícula ou uma mistura entre elas. Este processo
geralmente ocorre no interior de tubulações, que por sua vez possuem um dispositivo de controle de
vazão (válvula) e acessórios (cotovelos, tês, etc.). O deslocamento de fluidos é efetuado utilizando
bombas e compressores, os quais oferecem energia necessária para promover o escoamento. Para o
dimensionamento destes equipamentos se faz necessário o conhecimento das perdas de carga
ocasionais e a natureza do fluido (características físico químicas)(CREMASCO, 2018).
Os leitos fluidizados são caracterizados por apresentar partículas suspensas e distanciadas
entre si quando submetidas ao escoamento da fase fluida, porém sem sofrerem arraste. Essa
operação é amplamente utilizada em processos industriais por proporcionarem uma mistura mais
intensa entre as fases, fluido e partícula, obtendo assim uma maior taxa de transferência de calor e
massa, maior uniformidade na distribuição de temperatura e de concentração do meio reacional
(CREMASCO, 2018).
O regime fluido mecânico deste processo depende das características físicas da fase
particulada como a distribuição granulométrica, o tamanho médio das partículas, sua forma e massa
específica. Para a fase fluida temos como principais características a viscosidade dinâmica e a
massa específica. Ainda deve-se considerar as condições de operação da coluna, como temperatura
e vazão da fase fluida, a compactação da fase particulada, a altura efetiva e a altura dinâmica. Com
isso temos, para cada conjunto de características físicas, diferentes classificações de regimes
fluidodinâmicos, como a fluidização homogênea, borbulhante, do tipo slug, turbulenta e a rápida.
1
Relatório apresentado como requisito parcial de avaliação da Disciplina de Laboratório de
Fenômeno de Transporte e Operações Unitárias A – Professora Heveline Enzweiler – Curso de
Engenharia Química
Pinhalzinho - SC, agosto de 2021
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Quando se trata de fluidização com fluido líquido geralmente apresenta uma fluidização
homogênea, já a que o fluido é um gás temos um regime heterogêneo. De maneira geral pode-se
diferenciá-las quanto a uniformidade da matriz porosa, a fluidização homogênea apresenta
distribuição uniforme de concentração de partículas no leito, já na fluidização heterogênea a matriz
porosa é caracterizada pela não uniformidade (CREMASCO, 2018).
Devido a larga aplicação na indústria, o escoamento em leitos porosos tem grande
visibilidade no âmbito da engenharia. Dentro da engenharia química são conhecidas as operações
unitárias que se baseiam no princípio de escoamento de fluidos em meios porosos, podendo citar a
filtração, adsorção, membranas, secagem, aglomeração de pós, revestimento de partículas,
aquecimento e resfriamento de sólidos, além de processos como a síntese e reações catalíticas,
regeneração catalítica, combustão e gaseificação de carvão entre outros (MAIA, 2018).
As vantagens desta aplicação são devido ao transporte do fluido através do meio, onde, de
forma geral, com a movimentação do fluido no meio a área superficial do sólido poroso fica
disponível para interações com o fluido facilitando a transferência de calor e massa, proporcionando
um aumento nos coeficientes térmicos e de difusão. Além disso, a agitação entre a partícula e o
fluido do meio provoca uma mistura mais efetiva. Como consequência disso, estes equipamentos
aumentam o desempenho nos processos e proporcionam uma maior eficiência através do contato
íntimo das fases. Em relação às desvantagens podemos citar as dificuldades associadas aos
problemas de: abrasão, decorrente da interação do material sólido com os internos do leito; arraste,
e eventual perda de material mais fino do processo, necessitando de equipamentos para retenção do
particulado como ciclones, filtros e outros; e a perda de carga, ocasionando elevado consumo de
energia para transporte do fluido (MAIA, 2018).
O presente estudo tem como objetivo um maior entendimento do funcionamento de uma
leito poroso bem como suas características de escoamento, a partir da observação do experimento
gravado no laboratório de operações unitárias da UDESC com o intuito de determinar a
permeabilidade do meio porosos através da relação existente entre a perda de carga e a velocidade
de um fluido escoando por uma coluna de leito fixo.

2. METODOLOGIA

Para o experimento foi utilizado um leito com 4650g de partículas (pedras) com diâmetro
entre 3,34 e 4,75 mm. A porosidade inicial do leito é de 0,407. A densidade do sólido é 2,4 g/cm³. A
altura do leito é 74 cm. Os valores obtidos para os cálculos foram analisados visualmente através de
um vídeo online do experimento.
Iniciou-se o experimento ligando a bomba e abrindo as válvulas VB1 e VB3.
Posteriormente com o auxílio da válvula VR, aumentou-se lentamente a vazão em intervalos de 0,5
L/min controlando a vazão do fluido. Foi anotado a perda de carga para cada vazão (partindo de 1
L/min) no leito pelo desnível no manômetro MU1 (Δh), sendo MU1 uma solução em clorofórmio.
Quando foi atingido a vazão máxima, anotou-se o limite da perda de carga e iniciou-se o
processo de diminuição da vazão, também em intervalos de 0,5 L/min fazendo a leitura e
registrando a perda de carga do manômetro até zerar a vazão (VR fechada). Após, foi fechado as
válvulas VB1 e VB3 e foi desligada a bomba.

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Posteriormente utilizou-se os valores coletados do experimento para os cálculos.


Para o cálculo da velocidade superficial, utilizou-se a equação 1 subscrita a seguir.

𝑄
𝑞= 𝐴
(1)
Onde a área de seção transversal (A) foi calculada pela seguinte fórmula:

𝐴 = π × 𝑟² (2)

Para o cálculo da perda de carga, foi utilizado a equação 3 descrita a seguir.

Δ𝑃 = (ρ𝑐𝑙𝑜𝑟𝑜𝑓ó𝑟𝑚𝑖𝑜 − ρá𝑔𝑢𝑎) × 𝑔 × Δℎ (3)

Com esses valores plotou-se um gráfico da queda de pressão experimental (ΔP/L) versus a
velocidade superficial de escoamento (q).
A partir da análise dos gráficos calculou-se a permeabilidade (K) para as baixas vazões e
as altas vazões.
Encontradas as baixas vazões foi utilizado a Lei de Darcy para o cálculo do valor empírico,
e a correlação de Carman-Kozeny para o cálculo do valor teórico, ambas equações (4,5) descritas
abaixo.
ε³×(𝐷𝑝×ϕ)²
𝐾𝑒𝑚𝑝𝑖𝑟𝑖𝑐𝑜 =
µ
α
(4) ; 𝐾𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 = 36×β×(1−ε)²
(5)

O erro foi calculado pela equação 6 subscrita abaixo assumindo valor empírico (Equação
4) como verdadeiro.

(𝐾𝑡𝑒𝑜𝑟𝑖𝑐𝑜 − 𝐾𝑒𝑚𝑝𝑖𝑟𝑖𝑐𝑜)
𝐸𝑟𝑟𝑜 = 𝐾𝑒𝑚𝑝𝑖𝑟𝑖𝑐𝑜
× 100% (6)

Após observados os pontos de alta vazão, com o auxílio da Equação de Forchheimer (7,8)
para cálculo do valor empírico, e a Equação de Ergun (9,10) para cálculo do valor teórico, foi
encontrado valores para a permeabilidade (K) e o parâmetro C.

µ 𝑏× 𝐾
𝐾𝑒𝑚𝑝𝑖𝑟𝑖𝑐𝑜 = 𝑎
(7) ; 𝐶𝑒𝑚𝑝𝑖𝑟𝑖𝑐𝑜 = ρ
(8)

𝐷𝑝²×ε³ 1,75×(1−ε)
𝐾𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 = 150(1−ε)²
(9) ; 𝐶𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 = 𝐷𝑝×ε³
(10)

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O erro de ambos (K,C) foi calculado pela equação 6 já subscrita assumindo o valor
empírico sempre como verdadeiro.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após a observação da execução do experimento foram anotados os valores de vazão e de


altura do manômetro. A partir desses foi possível a construção do gráfico da queda de pressão
experimental (ΔP/L) versus a velocidade superficial de escoamento (q) para a leitura crescente
(Azul) e decrescente (Laranja) apresentado na figura 1 abaixo.

Figura 1. Gráfico da queda de pressão experimental (ΔP/L) versus a velocidade superficial de


escoamento (q).

Fonte: Autoras, 2021.

Através da observação do gráfico acima é possível notar o comportamento crescente da


queda de pressão com a vazão. Denotando que quanto maior a vazão, maior será a queda de pressão
experimental. Foi identificado também a faixa de baixas e altas vazões, onde o modelo matemático
inicia-se com uma reta passa a ser uma equação de segundo grau. Este ponto foi determinado
através da equação da reta onde, selecionando apenas os pontos iniciais para a parte linear,
obteve-se o melhor ajuste (R²) incluindo os cinco primeiros pontos experimentais, indicado no
gráfico pelo traço em cinza que representa a divisão da baixa e alta vazão. Para alta vazão temos
uma curva polinomial.
Nota-se a presença de uma pequena histerese no gráfico, o que leva a pensar que o sistema
não conservou suas propriedades iniciais, mas obteve um bom resultado pois os pontos crescentes e
decrescentes não tiveram uma diferença significativa.

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Figura 2. Gráfico relacionando a alta vazão e baixa vazão.

Fonte: Autoras, 2021.

Observando a figura 2 determinou-se a permeabilidade para a área proporcional do gráfico


(baixa vazão). Foi considerada a esfericidade das partículas do leito fixo igual a 0,77. Através da
equação de Darcy, obtivemos um valor empírico igual a 5,516E-09, e através da Equação de
Carman-Kozeny obtivemos um valor teórico de 1,033E-08, com um erro em aproximadamente
87%.
Já para a curva polinomial (alta vazão), foi obtido o valor de 7,978E-09 para permeabilidade
(K) e 0,4466 para o parâmetro C através da Equação de Forchheimer para valores empíricos e
através da Equação de Ergun (valor teórico) obteve-se um valor de 2,091E-08 para a
permeabilidade (K) e 0,5503 para o parâmetro C, com um erro para a permeabilidade
aproximadamente de 162% e para o parâmetro C de 23%. O percentual de alto erro pode estar
correlacionado com os baixos valores obtidos, portanto qualquer variação pode causar um erro
significativo. Apesar das flutuações, ponto a ponto, a ordem de grandeza dos valores foi de 10-9 e
10-8 em ambos os métodos, com valores muito próximos. Desta forma, os resultados encontrados
corresponderam de forma positiva aos métodos de cálculo.

4. CONCLUSÃO

Podemos concluir que a correlação matemática aplicada ao conjunto de dados


experimentais foi satisfatória. A lei de Darcy usada para encontrar a permeabilidade do leito (k) na
baixa vazão (linear) apresentou um erro de 87% ao ser comparado com o valor teórico baseado na
Equação de Carman-Kozeny. Em relação à alta vazão (polinomial) temos um erro um pouco mais
significativo, de 162%, usando a equação de Forchheimer para encontrar a permeabilidade através
dos dados experimentais comparando com a correlação feita pela equação de Ergun para o valor
teórico. Esses erros podem ser justificados por termos valores obtidos muito pequenos e qualquer
variação irá reproduzir um erro maior. Outros fatores que podem ser causas de erros são a extração
de dados incorreta a partir da observação do experimento.

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Para a situação de histerese no gráfico conclui-se que não há. Muitos autores que estudam
este mesmo mecanismo de fluidização consideram que não há histerese se a diferença entre as
curvas ficou muito pequena. Podemos observar na figura um que em certo ponto ocorre o
distanciamento das retas, por este motivo considera-se que há presença de histerese.
Por fim conclui-se que o objetivo do estudo foi atingido pois foi possível determinar a
permeabilidade do leito bem como a observação da diferença do escoamento com a variação da
vazão.

5. REFERÊNCIAS

Cremasco, M. A. OPERAÇÕES UNITÁRIAS EM SISTEMAS PARTICULADOS E


FLUIDOMECÂNICOS E OUTROS TRABALHOS. Editora Blucher, 2018. 9788521208563.
Disponível em: https://app.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521208563/. Acesso em: 2021
ago. 05.

MAIA, Clauber Lucian da Silva. DETERMINAÇÃO DE EQUAÇÃO EMPÍRICA


PARA PREDIÇÃO DE PERDA DE CARGA NO MÓDULO DE LEITO FIXO DE AULAS
PRÁTICAS. 2018. 47 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Química, Departamento de
Engenharia Química, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2018. Disponível em:
https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/13247/1/CLSM12112018.pdf. Acesso em: 05
ago. 2021.

6. APÊNDICES

6.1 Simbologia
Q= Vazão;
A= Área;
q= Velocidade Superficial;
r= Raio;
Δ𝑃= Perda de carga;
ρ𝑐𝑙𝑜𝑟𝑜𝑓ó𝑟𝑚𝑖𝑜= densidade clorofórmio;
ρá𝑔𝑢𝑎= densidade água;
g= gravidade;
Δℎ= Desnível no manômetro;
µ= Viscosidade;
α= Coeficiente Angular;
ε= Porosidade;
𝐷𝑝= Diâmetro de Partícula;

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ϕ= esfericidade;
L= Altura do Leito;
b=efeitos cinéticos;

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6.2 Material suplementar


Q (m³/s) h1+h2 velocidade superficial perda de carga ∆P/L (kg/s²)
(m) (q) (l/min m) (kg/ms²)

1,66667E-05 0,095 0,003772553 456,6555 617,102

0,000025 0,155 0,005658829 745,0695 1006,851

3,33333E-05 0,205 0,007545106 985,4145 1331,641

4,16667E-05 0,265 0,009431382 1273,829 1721,39

0,00005 0,323 0,011317658 1552,629 2098,147

5,83333E-05 0,4 0,013203935 1922,76 2598,324

6,66667E-05 0,485 0,015090211 2331,347 3150,468

0,000075 0,583 0,016976488 2802,423 3787,058

8,33333E-05 0,665 0,018862764 3196,589 4319,714

9,16667E-05 0,765 0,02074904 3677,279 4969,295

0,0001 0,88 0,022635317 4230,072 5716,314

0,000108333 0,985 0,024521593 4734,797 6398,374

0,0001 0,895 0,022635317 4302,176 5813,751

9,16667E-05 0,8 0,02074904 3845,52 5196,649

8,33333E-05 0,72 0,018862764 3460,968 4676,984

0,000075 0,585 0,016976488 2812,037 3800,049

6,66667E-05 0,505 0,015090211 2427,485 3280,384

5,83333E-05 0,42 0,013203935 2018,898 2728,241

0,00005 0,343 0,011317658 1648,767 2228,063

4,16667E-05 0,285 0,009431382 1369,967 1851,306

3,33333E-05 0,223 0,007545106 1071,939 1448,566

0,000025 0,165 0,005658829 793,1385 1071,809

1,66667E-05 0,123 0,003772553 591,2487 798,9847

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BAIXA VAZÃO

Darcy K 5,52696E-09

Carman-Kozeny K 1,03328E-08

Erro K 87%

ALTA VAZÃO

Forchheimer (empíricos) K 7,99413E-09

C 0,536459328

Ergun (teórico) K 2,09132E-08

C 0,550301638

Erro K 162%

C 3%

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6.3 Problemas propostos

As correlações teóricas utilizadas para o cálculo da permeabilidade, tanto para baixas


vazões quanto para altas vazões, são funções do diâmetro das partículas do leito. No experimento
foi considerado o valor médio do intervalo de diâmetro de partículas informado no roteiro, contudo,
a distribuição granulométrica não está disponível. Dessa forma é possível que o diâmetro médio real
das partículas seja diferente da média do intervalo. Apresente um estudo dos efeitos do diâmetro das
partículas nos valores calculados da permeabilidade utilizando a correlação de Carman-Kozeny e a
Equação de Ergun. Varie o diâmetro das partículas entre 3,34 e 4,75 mm. Discuta os efeitos na
diferença entre os valores teóricos e experimentais.

Para diâmetro de 3,34 mm :


BAIXA VAZÃO

Darcy K 5,52696E-09

Carman-Kozeny K 7,04491E-09

Erro K 27%

ALTA VAZÃO

Forchheimer (empíricos) K 7,99413E-09

C 0,536459328

Ergun (teórico) K 1,42586E-08

C 0,45438998

Erro K 78%

C -15%

Para diâmetro de 4,05 mm:

BAIXA VAZÃO

Darcy K 5,52696E-09

Carman-Kozeny K 1,03328E-08

Erro K 87%

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ALTA VAZÃO

Forchheimer (empíricos) K 7,99413E-09

C 0,536459328

Ergun (teórico) K 2,09132E-08

C 0,550301638

Erro K 162%

C 3%

Para diâmetro de 4,75 mm:

BAIXA VAZÃO

Darcy K 5,52696E-09

Carman-Kozeny K 1,42485E-08

Erro K 158%

ALTA VAZÃO

Forchheimer (empíricos) K 7,99413E-09

C 0,536459328

Ergun (teórico) K 2,88383E-08

C 0,646213295

Erro K 261%

C 20%

Em um leito fixo, a porosidade depende do tamanho da partícula e da distribuição de


tamanhos, da forma e da rugosidade superficial da partícula, do método de empilhamento das
partículas, da dimensão do vaso em relação ao diâmetro da partícula. A forma da partícula é uma
variável muito importante e tem influência inversa na porosidade, ou seja, quanto mais baixa for a
esfericidade das partículas do meio, mais aberto será o leito (MAIA, 2018).

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A partir da análise da variância do diâmetro, observamos um melhor desempenho e menor


erro para as partículas menores. Isso nos leva a pensar que o conhecimento do diâmetro do
particulado é de essencial importância pois influencia diretamente no resultado final. Os valores
teóricos de Ergun e Carman-Kozeny se mantiveram na mesma faixa de ordem de grandeza com
pouca variação, mesmo estes sendo de vazões opostas. As correlações entre os valores teóricos e
experimentais apresentou uma ordem de grandeza que varia entre 10-9 e 10-8, e um aumento de
erro proporcional ao aumento do diâmetro da partícula.

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