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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

Faculdade de Engenharia Química


Laboratório de Engenharia Química I - FEQUI31011

Experimento 6: Viscosidade dos Fluidos

Autores: Bruno Viana, Julia Paulino, Julia Fator, Maria Clara Giampietro e Matheus Alves.

Faculdade de Engenharia Química – Universidade.Federal de Uberlândia


Campus Santa Mônica - Bloco 1K, CEP: 00000-000, Uberlândia – MG - Brasil
Telefone: (34) 3230-9534
E-mail: bruno.coimbra@ufu.br, julia.paulino@ufu.br, julia.fator@ufu.br.
maria.giampietro@ufu.br, matheus.alves1@ufu.br.

RESUMO – O intuito deste relatório é comprovar que a viscosidade de um fluido indica sua
resistência à deformação gradual por cisalhamento, como diz a definição. Sendo assim,
utilizou-se um capilar nº 25 contendo água e um capilar nº 75 contendo ciclohexano e, em
seguida, foram medidos os tempos necessários para escoamento de cada um dos fluidos e os
dados foram tratados. Posteriormente, os resultados foram comparados com a literatura e
verificou-se que o ciclohexano apresentou viscosidade de 0,92 cP com um desvio de 2,35%,
enquanto os valores para a água foram de 0,9147 cP, com um desvio de 1,93%.

PALAVRAS-CHAVE: Cicloexano, água, viscosidade, fluidos, capilares, escoamento.

Objetivos: Analisar a viscosidade do ciclohexano e da água utilizando um viscosímetro e


capilares distintos.

Uberlândia, 04 de Outubro de 2023 Nota: data de correção:.../.....


1. INTRODUÇÃO
A viscosidade é uma característica ligada aos fluidos. É a propriedade que o fluido
possui em resistir ao escoamento, dado certa temperatura. Gases e líquidos, quando
submetidos a tensão apresentam sua capacidade de escoar, mostrando assim sua característica
viscosa, diferentemente dos sólidos que quando submetidos a tensão se deformam.

A viscosidade de líquidos puros e/ou misturas líquidas é uma propriedade química


frequentemente encontrada nas correlações de uso em engenharia química, particularmente
nas operações unitárias da Indústria Química e Alimentícia. Existe uma dificuldade na
descrição teórica da viscosidade em fase líquida pelo fato de a transferência de momentum
ser dominada por campos de forças de colisão e de interação entre moléculas. Devido a isto e
ainda em função da ação das forças intermoleculares não existe um método teórico
largamente aceito no cálculo de viscosidade de líquidos puros. (OLIVEIRA, et al. 2014).

O número de Reynolds é um número adimensional que relaciona as forças inerciais e


viscosas. Ele foi denominado em homenagem a Osbourne Reynolds, professor de engenharia
da Universidade de Manchester que estudou a transição laminar-turbulenta, a transferência de
calor turbulenta e a teoria da lubrificação (Bird et al.,2012). Reynolds pode ser definido
como:

𝐷𝑣ρ
𝑅𝑒 = µ
(1)

Onde:

D = Diâmetro do fluido no tubo

v = velocidade do fluido

ρ = densidade do fluido

μ = viscosidade do fluido

O número de Reynolds é importante, pois classifica os três regimes de escoamento

(GEANKOPLIS,1993), onde:

• Re < 2000 Escoamento laminar.

• 2000 < Re < 2300 Região de transição (intermediário).

• Re > 2300 Escoamento turbulento.

O escoamento laminar é definido como aquele no qual o fluido se move em camadas,


ou lâminas, uma camada escorregando sobre a adjacente havendo somente troca de
quantidade de movimento molecular. Qualquer tendência para instabilidade e turbulência é
amortecida por forças viscosas de cisalhamento que dificultam o movimento relativo entre as
camadas adjacentes do fluido (White et al., 2007). Escoamento turbulento é aquele no qual as
partículas apresentam movimento caótico macroscópico, isto é, a velocidade apresenta
componentes transversais ao movimento geral do conjunto ao fluido (White et al., 2007).
2. MATERIAIS UTILIZADOS
Os materiais utilizados no experimento foram:

● Água
● Ciclohexano
● Termômetro de vidro
Fabricante: HG Brasil
Modelo: 4036/09
● Beckeres
● Bomba de sucção
Fabricante: Schott
Modelo: AVS – 350
● Viscosímetro capilar Cannon Fenske nº 75
● Viscosímetro capilar Cannon Fenske nº 25

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Primeiramente, foi preciso instalar adequadamente o viscosímetro capilar nº 25 no
suporte das fotocélulas. Posteriormente, foi colocado água até completar aproximadamente a
metade do reservatório. Conectou-se os terminais A e B do sistema de sucção. Em seguida,
ligou o START do sistema de sucção, que bombeou o fluido no sentido de A para B até
atingir o Limite Máximo de Preenchimento, onde a sucção foi interrompida e o fluido
começou a escoar no sentido inverso, de B para A. Depois que a superfície livre passou pela
fotocélula superior, a contagem do tempo foi iniciada até que a mesma passasse pela
fotocélula inferior, quando foi então cessada, finalizando o experimento. Esse procedimento
foi repetido novamente com um viscosímetro capilar nº 75 com ciclohexano como fluido.

4. TRATAMENTO DOS DADOS


Considerando a realização do experimento a 25°C, temperatura ambiente, retirou-se
da tabela 2 do roteiro do experimento os dados referentes a constante K dos capilares de
número 25 para a água, e 75 para o ciclohexano. Além disso, a partir da tabela 4 do roteiro
retirou-se os respectivos valores utilizados para a correção no tempo δ (s), relacionando o
tamanho dos capilares, onde foi necessário realizar interpolações para chegar em um
resultado mais ajustado.

Água K (cm²/s²) ρ (g/cm³) δ (s) Δt ± 0,01 (s)

Experimento 1 0,00002 0,997 0,14596 456,74

Experimento 2 0,00002 0,997 0,14352 460,80

Experimento 3 0,00002 0,997 0,14449 459,18


Tabela 1 - Dados da variação do tempo de escoamento da água no capilar de número 25, massa
específica, K e δ.

Ciclohexano K (cm²/s²) ρ (g/cm³) δ (s) Δt ± 0,01 (s)

Experimento 1 0,00008 0,785 0,34425 149,15

Experimento 2 0,00008 0,785 0,33908 149,85

Experimento 3 0,00008 0,785 0,33915 150,04

Tabela 2 - Dados da variação do tempo de escoamento do ciclohexano no capilar de número 75,


massa específica, K e δ.

5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


Com os dados obtidos das tabelas, calculou-se com a equação 2 a viscosidade
dinâmica experimental da água e do ciclohexano para cada uma das medições, além de suas
respectivas médias.

µ = ρ. 𝐾(∆𝑡 − δ) (2)

μ1 (g/cm s) μ2 (g/cm s) μ3 (g/cm s) μmed (cP) μlit (cP)

Água 0,009104 0,009185 0,009153 0,9147 0,8937

Ciclohexano 0,009345 0,009389 0,009401 0,9378 0,92

Tabela 3 - Resultados obtidos de viscosidade para cada experimento, viscosidade média e o valor
encontrado na literatura.

Sendo assim, com as viscosidades médias, pôde-se determinar o desvio quando


comparado com a literatura com a equação 3.

|µ𝑙𝑖𝑡−µ𝑒𝑥𝑝|
𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 = µ𝑙𝑖𝑡
× 100 (3)

|0,8937−0,9147|
𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜á𝑔𝑢𝑎 = 0,8937
× 100 = 1,93%

|0,92−0,9378|
𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜ℎ𝑒𝑥𝑎𝑛𝑜 = 0,92
× 100 = 2,35%

Diante dos resultados obtidos, nota-se que nos dois casos houve uma boa
aproximação da literatura. No experimento com a água calculou-se uma viscosidade com
valor médio de 0,9147 cP, com um desvio de 1,93%. Nesse caso, utilizou-se o capilar de
número 25, que tem uma faixa de utilidade entre 0,6 e 1,6 cP, portanto, se adequa a
viscosidade da água encontrada na literatura. Já para o ciclohexano o desvio foi de 2,35%, na
qual utilizou-se o capilar de número 75, que tem uma faixa de utilidade de entre 1,6 e 6,4 cP.
Sendo assim, o desvio foi inesperado, visto que o ciclohexano tem uma viscosidade de 0,92
cP (μlit), não sendo a numeração do capilar mais adequada.

6. CONCLUSÃO
Analisando os dados e resultados obtidos, houve um desvio maior para os valores de
viscosidade do ciclohexano quando comparado à viscosidade da água, uma vez que o
ciclohexano apresentou uma viscosidade de 0,92 cP, não sendo a numeração do capilar mais
adequada. Apesar disso, o desvio do ciclohexano não foi alto, sendo de apenas 2,35%.
Portanto, apesar dos resultados obtidos terem sido um pouco diferentes dos encontrados na
literatura, é possível afirmar que a prática permitiu a compreensão da teoria relacionada à
viscosidades dos fluidos.

REFERÊNCIAS

● OLIVEIRA, V. M. F. ; Valadares, T. ; Fares, D. K. B. C. ; FRANCO JUNIOR, M. R.


PREVISÃO EXPERIMENTAL DO EFEITO DA TEMPERATURA NA
VISCOSIDADE DA ÁGUA. Analytica (São Paulo), v 53 p 76 78 2011
● White, M.F. Mecânica dos Fluidos, 6a ed. 2007. Editora: AMGH, Ltda., Porto Alegre.
● Geankoplis, Christie. Transport processes and unit operations - 3 ed. 1993 Editora:
Prentice-Hall do Brasil, Ltda., Rio de Janeiro.
● Bird, R.B., Stewart,W.E, e Lightfoot, E.N, (2004), Fenômenos de Transporte, 2a
ed.EditoraLTC.
● CETESB - Emergencias Quimica - Produtos. Disponível em:
<https://sistemasinter.cetesb.sp.gov.br/produtos/ficha_completa1.asp?consulta=CICL
OHEXANO>.
● HAYNES, W.M (ed.). CRC Handbook of Chemistry and Physics. 94th Edition. CRC
Press LLC, Boca Raton: FL 2013-2014, p. 6-632.

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