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UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA

AFRO-BRASILEIRA
INSTITUTO DE ENGENHARIAS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
ENGENHARIA DE ENERGIAS

ANDRÉ LUCAS DOS SANTOS SILVA


BRUNO FRANÇA VIEIRA
MARCOS VENICIOS DE ANDRADE
WANDERSON ALVES DA SILVA

EXPERIÊNCIA DE REYNOLDS

REDENÇÃO – CE
2019
ANDRÉ LUCAS DOS SANTOS SILVA
BRUNO FRANÇA VIEIRA
MARCOS VENICIOS DE ANDRADE
WANDERSON ALVES DA SILVA

EXPERIÊNCIA DE REYNOLDS

Relatório apresentado como requisito


parcial à aprovação da disciplina
Fenômenos dos Transporte I do curso de
Engenharia de Energias da Universidade
da Integração Internacional da Lusofonia
Afro-Brasileira.
Professora: Dra. Rita Karolinny Chaves
de Lima

REDENÇÃO – CE
2019
SUMÁRIO
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 4

1.1. Experimento de Reynolds 4

1.2. Escoamentos laminar e turbulento 5

1.3. Número de Reynolds 5

1.4. Vazão 6

2. OBJETIVOS 6

3. MATERIAIS E MÉTODOS 6

3.1. Materiais 6

3.2. Métodos 7

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 8

4.1. Escoamento laminar 8

4.2 Escoamento de transição 9

4.3 Escoamento turbulento 9

5. CONCLUSÃO 10

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 11
5

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
É fato de que os fluídos desempenham um papel importantíssimo em várias
áreas da engenharia, dessa forma, é necessário estudar e compreender o seu
comportamento nas diversas situações.

1.1. Experimento de Reynolds


O cientista irlandês Osborne Reynolds (1842 – 1912) juntamente com seu
experimento demonstrou a existência de três tipos de escoamentos de fluidos, o
escoamento laminar, de transição e o turbulento. Esse experimento deu origem ao que
hoje é conhecido como número de Reynolds (Re), número adimensional de grande
importância na mecânica dos fluidos.

Figura 1 – Ilustração do experimento de Reynolds.

Fonte: Brunetti, 2008.

O experimento tema deste trabalho consiste em um tubo transparente que é


ligado ao reservatório e, no fim deste, existe uma válvula controlando a velocidade de
descarga de água. Em seguida é injetado no tubo transparente um liquido corante, afim
de melhorar a observação do comportamento do fluido. Ao abrir pouco a válvula, ou
seja, com pequenas velocidades de descarga, é observado um filete reto e contínuo de
corante no eixo do tubo transparente. Ao abrir um pouco mais a válvula o filete começa
então a apresentar ondulações até sumir em meio à água. Logo, fica nítido a existência
de dois regimes de escoamentos separados por um de transição (BRUNETTI, 2008).
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1.2. Escoamentos laminar e turbulento


O escoamento laminar caracteriza-se como aquele no qual o fluido se move ao
longo de trajetórias bem definidas, em lâminas ou camadas, uma escorregando sobre a
adjacente havendo apenas troca de quantidade de movimento molecular. Neste, a ação
da viscosidade do fluido ocorre no sentido de amortecer a tendência de surgimento de
turbulência. Geralmente ocorre em baixas velocidades ou em fluidos viscosos (NETTO,
1998).

No caso do escoamento turbulento as partículas do fluido movem-se de forma


aleatória, consequentemente haverá transferência de quantidade de movimento entre as
regiões da massa líquida. Logo, a velocidade irá apresentar componentes transversais ao
movimento geral do fluido. Este tipo de escoamento apresenta como características
irregularidade, difusividade, altos números de Reynolds, flutuações tridimensionais e
dissipação de energia (NETTO, 1998).

1.3. Número de Reynolds


O número de Reynolds define os limites entre esses regimes de escoamento
relacionando as forças inerciais e as forças viscosas da vazão de um fluido
incompressível. Para dutos circulares, este número é dado por:

ρ𝑣𝐷
𝑅𝑒 = µ

Onde,

ρ = Massa específica do fluido

𝑣 = Velocidade do escoamento

𝐷 = Diâmetro do duto

µ = Viscosidade dinâmica

Logo, o número de Reynolds mostra que para determinar o tipo de escoamento é


preciso do conjunto de grandezas v (velocidade do escoamento), D (diâmetro do duto) e
v (viscosidade cinemática).

Os tipos de escoamento e o número de Reynolds relacionam-se da seguinte


forma:
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𝑅𝑒 < 2. 000: 𝐸𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑙𝑎𝑚𝑖𝑛𝑎𝑟

2. 000 < 𝑅𝑒 < 2. 400: 𝐸𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑖çã𝑜

𝑅𝑒 > 2. 400: 𝐸𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑡𝑢𝑟𝑏𝑢𝑙𝑒𝑛𝑡𝑜

1.4. Vazão
A vazão Q é definida como o volume de fluido que atravessa uma certa seção
por unidade de tempo (BRUNETTI, 2008). Logo:

𝑉
𝑄= 𝑡

Porém, considerando a velocidade uniforme em uma certa seção de área, a vazão


também se relaciona com a velocidade de escoamento da seguinte maneira:

𝑄 = 𝑣𝐴

2. OBJETIVOS
● Visualizar o padrão de escoamento da água por meio de um tubo transparente,
com auxílio de um liquido corante;
● Comparar os tipos de escoamentos a partir dos dados obtidos no experimento
com os limites impostos pelo número de Reynolds.

3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Materiais
● Balde
● Vasilha com medições de volume
● Mangueira transparente com diâmetro de 2,23 cm
● Cano PVC
● Torneira
● Joelho
● Durapox
● Seringa de 10 mL e agulha
● Tinta guache
● Cronômetro
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3.2. Métodos
● A montagem do aparato experimental consistiu em um reservatório (balde)
conectado à uma mangueira transparente, pra dessa forma ser possível observar
o comportamento do escoamento da água;
● No balde foi feito duas saídas, uma embaixo e outra no topo, afim de simular um
reservatório real;
● No final da mangueira utilizou-se uma torneira, com o intuito de controlar o
escoamento;

Figura 2 – Protótipo construído.

Fonte: Acervo pessoal.

● Após a montagem do aparato, deu-se início ao procedimento, onde analisou-se


os tipos de escoamento com o auxílio da tinta guache;
● Em seguida, quando já havia sido analisado visualmente os escoamentos,
utilizou-se uma vasilha com medições de volume abaixo da torneira para dessa
forma medir uma média de tempo que cada escoamento levava para preencher
100 mL da vasilha;
● Foi feito uma série de 3 medições para cada escoamento e uma média dos
tempos, afim de ter dados mais confiáveis.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com a ajuda da tinta guache foi possível observar o comportamento de cada um
dos escoamentos. Onde no escoamento laminar, formou-se um filete quase reto e
contínuo. Ao abrir um pouco mais a torneira, percebeu-se que o filete começou a ter
ondulações. E ao abrir a torneira quase por completa, o filete de tinta dispersou-se em
meio a água. Logo, ficou nítido os escoamentos laminar, de transição e turbulento. A
fins de comparação, buscou-se encontrar o número de Reynolds para cada escoamento.

É importante citar que o modelo aqui apresentado é uma simulação de um


modelo ideal para cálculo de número de Reynolds. Logo, os resultados apresentaram
uma discrepância quando comparados com os limites do número de Reynolds impostos
para os tipos de escoamentos.

Como o diâmetro do duto e o valor da viscosidade cinemática da água já é de


conhecimento, resta apenas encontrar a velocidade do escoamento na seção. Esta
velocidade pode ser encontrada através dos conceitos de vazão. Possuindo a vazão e o
diâmetro da seção, considerando a velocidade uniforme na seção de área, encontra-se a
velocidade.

4.1. Escoamento laminar


Segue abaixo a tabela contendo os tempos cronometrados:

Tabela 1: Cronometragem de tempo.


Volume (mL) Tempo (s)
1 100 68,55
2 100 70,81
3 100 68,91
Média 100 69,42
Autor: ALVES, W.

Dessa forma:

−3 3 3
0,1×10 𝑚 −6 𝑚
𝑄= 69,42 𝑠
= 1, 44×10 𝑠

−6
𝑄 1,44 ×10 −3 𝑚
𝑣= 𝐴
= −2 2
= 3, 69×10 𝑠
π×(2,23×10 )
4

ρ𝑣𝐷
𝑅𝑒 = µ
= 82, 23
10

Como era previsto, o número de Reynolds foi bem baixo comparado aos demais,
o que comprova o fato de o escoamento ser realmente laminar. Devido ser um modelo
que simula uma situação real, como já havia sido dito, houve uma grande diferença
quanto aos limites da literatura, onde o escoamento era laminar quando o Re < 2000
(BRUNETTI, 2008). Porém, quando analisado em relação aos demais tipos de
escoamentos, percebe-se que os resultados estão coerentes.

4.2 Escoamento de transição


Segue abaixo a tabela contendo os tempos cronometrados:

Tabela 2: Cronometragem de tempo.


Volume (mL) Tempo (s)
1 100 55,52
2 100 56,10
3 100 56,45
Média 100 56,02
Autor: ALVES, W.

Dessa forma:

−3 3 3
0,1×10 𝑚 −6 𝑚
𝑄= 56,02 𝑠
= 1, 78×10 𝑠

−6
𝑄 1,78 ×10 −3 𝑚
𝑣= 𝐴
= −2 2
= 4, 56×10 𝑠
π×(2,23×10 )
4

ρ𝑣𝐷
𝑅𝑒 = µ
= 101, 7

Nesse caso outro escoamento, o número de Reynolds apresentou-se um pouco


acima do escoamento laminar, o que faz sentido. Já que é de um escoamento de
transição, realmente deve ficar entre os números de Reynolds para escoamento laminar
e turbulento.

4.3 Escoamento turbulento


Segue abaixo a tabela contendo os tempos cronometrados:

Tabela 3: Cronometragem de tempo.


Volume (mL) Tempo (s)
1 100 9,07
2 100 8,98
3 100 9,15
Média 100 9,07
Autor: ALVES, W.
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Dessa forma:

−3 3 3
0,1×10 𝑚 −5 𝑚
𝑄= 9,07 𝑠
= 1, 1×10 𝑠

−5
𝑄 1,1 ×10 −3 𝑚
𝑣= 𝐴
= −2 2
= 30×10 𝑠
π×(2,23×10 )
4

ρ𝑣𝐷
𝑅𝑒 = µ
= 669

Por último, visualmente foi fácil de perceber que este escoamento era turbulento,
já que a tinta se misturou por completo com a água. Ao analisar o número de Reynolds
comprovou-se tal fato, pois o número adimensional de Reynolds foi bem acima dos
escoamentos anteriores.

5. CONCLUSÃO
Com este trabalho foi possível observar o comportamento dos três tipos de
escoamentos, sendo eles, laminar, de transição e turbulento. Por meio da injeção de
liquido colorido em uma mangueira transparente verificou-se cada um desses
escoamentos, possibilitando calcular a vazão, a velocidade e o mais importante, o
número adimensional de Reynolds.

Os números encontrados foram muito baixos, porém, cada escoamento foi


coerente com seu respectivo número de Reynolds. Onde para o escoamento laminar
obteve-se Re < 100, para o escoamento de transição Re ≥100 (nesse caso, um pouco
maior) e para o escoamento turbulento Re ≫100. É importante citar que esses números
realmente podem ser baixos, isso vai depender totalmente da configuração do
escoamento.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRUNETTI, Franco. Mecânica dos Fluidos / 2ª Ed., São Paulo, SP: Pearson Prentice
Hall, 2008.

NETTO, J. M. de A. Manual de Hidráulica. 8ª edição, Editora Edgard Blücher, 1998,


São Paulo, SP.

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