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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO AMAPÁ

CAMPUS MACAPÁ

CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA

ANTÔNIO JOÃO CORDEIRO BARBOSA JR.

ANDRÉ LUIZ COELHO VIEIRA


ANNA PAULA PROFETA VICTOR VIEIRA
MARIA DE FÁTIMA FERNANDES DE SOUZA

HIDRODINÂMICA

MACAPÁ
2022
INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ

ANDRÉ LUIZ COELHO VIEIRA


ANNA PAULA PROFETA VICTOR VIEIRA
MARIA DE FÁTIMA FERNANDES DE SOUZA

HIDRODINÂMICA

Relatório apresentado à disciplina operações unitárias, do


Instituto Federal do Amapá, do curso técnico em Química,
como parcial para obtenção da nota referente à terceira etapa.

MACAPÁ
2022

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 3

VAZÕES DE UM FLUÍDO 4

TIPOS DE ESCOAMENTO  5

EQUAÇÃO DE CONTINUIDADE  6

A EXPERIÊNCIA DE REYNOLDS  7

REGIME LAMINAR E REGIME TURBULENTO  7

EQUAÇÃO DE BERNOULLI 7

EXERCÍCIOS 9

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Introdução
A hidrodinâmica também conhecida como dinâmica dos fluidos é área da física que estuda as
propriedades do movimento dos fluidos, que incluem os líquidos e os gases. A hidrodinâmica
considera conceitos como força, velocidade e aceleração, que são variáveis que atuam sob os
líquidos em movimento. Os cálculos de hidrodinâmica levam em conta as propriedades do
fluido, da pressão, da densidade e da temperatura. 

Com essas motivações, surgem os conceitos de hidrodinâmica, a ciência que estuda a


dinâmica dos fluidos. Um fluido é uma substância que se deforma continuamente quando
submetida a determinados esforços. O movimento contínuo de uma porção de um fluido é
chamado de escoamento. 

Os estudos de hidrodinâmica precisam levar em conta as peculiaridades dos fluidos e dos


recipientes onde eles estão armazenados. Ao analisar o movimento dos fluidos é preciso
observar suas características de pressão, velocidade, temperatura e densidade. Além disso, é
necessário considerar os atributos do recipiente que os armazenam, como área, altura e forma.
Essa análise se faz necessária porque os fluidos assumem a forma dos recipientes nos quais
estão inseridos. Logo, tanto o fluido quanto o recipiente interferem no escoamento.

1. Vazões de um fluído
Conceitua-se Vazão em volume (ou simplesmente Vazão) como a quantidade de fluido que
escoa através de um conduto num determinado período de tempo. A Vazão em volume pode
ser calculada como se segue:

Onde:
Q = Vazão, em volume
V = quantidade (volume) de fluido deslocado; no intervalo de tempo considerado
t = intervalo de tempo considerado
v = velocidade média global do fluido no conduto; e
A = área da seção transversal do conduto

Assim como definimos Vazão em volume, podemos, também, definir Vazão em massa que


escoa através de um conduto.

Onde:
Q = Vazão, em volume
m = quantidade (massa) de fluido deslocado no intervalo de tempo considerado; e
t = intervalo de tempo considerado;

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Da teoria da mecânica dos fluidos sabemos que a Vazão em massa e a Vazão em volume são
relacionadas como se segue:

1.1 Medição em Unidades de Volume


A quantidade total de fluido deslocado pode ser medida em unidades de volume (litros, mm3,
cm3, m3, galões, pés cúbicos) ou em unidades de massa (g, kg, toneladas, libras). A Vazão é
expressa em uma das unidades acima referidas, divididas por uma unidade de tempo
(litros/minuto, m3/hora, galões/hora, etc.).

No caso de gases e vapores, a Vazão pode ser expressa, por exemplo, em kg/h (usual para
vapor), ou em m3/h (usual para gases). Quando se mede a Vazão em unidades de volume,
devem ser especificadas as “condições base” consideradas.

Assim, no caso de líquidos, é importante indicar que a Vazão se considera “nas condições de
operação”, ou a 0ºC, a 20ºC, ou a outra temperatura qualquer. Na medição de gases, é comum
indicar a Vazão em Nm3/h (metros cúbicos “normais” por hora, ou seja, à temperatura de 0ºC
e à pressão de 760 mm de mercúrio), ou em scfm (pés cúbicos “standard” por minuto – à
temperatura de 60ºF e 14,696 psia de pressão atmosférica.

2. Tipos de escoamento 
Escoamento incompressível 
Esse tipo de escoamento é mais comum com os fluidos líquidos, pois o líquido mantém a
mesma densidade, independente da pressão que age sobre ele. Já os gases modificam sua
densidade a depender da alteração da pressão. Portanto, o escoamento incompressível é
aquele que o fluido mantém a mesma densidade.

Escoamento Estacionário
Também chamado de escoamento laminar, o escoamento estacionário é obtido quando a
velocidade de escoamento é pequena, ou seja, quando a velocidade em um local escolhido
permanece a mesma. 
Exemplo: água de um rio calmo

Escoamento não estacionário


O escoamento não estacionário, também conhecido como escoamento turbulento, acontece
quando a velocidade do fluido varia no transcorrer do tempo. 
Exemplo: quedas d 'água em cascatas.

Escoamento não viscoso


O escoamento não viscoso ocorre com os fluidos perfeitos, os quais não perdem energia ao
escoar. É importante ressaltar que a viscosidade do fluido interfere no escoamento.

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3. Equação de continuidade 
A equação da continuidade relaciona a velocidade de escoamento laminar de um fluido (em
que a velocidade do fluido em qualquer ponto fixo não muda com o tempo) com a área
disponível para o seu fluir. Observando a imagem abaixo, vemos um fluido ideal passando por
um tubo de calibre variável que possui uma área maior (A1) e outra menor (A2). Para cada
uma das áreas, o fluido possui uma velocidade. Representaremos como v1 a velocidade na
área maior e como v2 a velocidade da área menor"

A marcação acinzentada na extremidade direita do tubo (A1) representa certo volume do


fluido que escoa dentro de um intervalo de tempo Δt. Como o fluido é incompressível, o
mesmo volume deve surgir na parte esquerda do tubo (A2). As indicações X1 e X2
representam os espaços percorridos pelo fluido no intervalo de tempo considerado. Sabendo
que o volume pode ser definido como o produto da área pelos espaços percorridos, temos:

V1 = V2

A1.X1 = A2.X2 (equação 1)

A equação da velocidade média mostra que o espaço percorrido é fruto do produto da


velocidade pelo tempo:

v=X → X = v. Δt (equação 2)
Δt

Sendo assim, podemos substituir a equação 2 na equação 1 e determinar a equação da


continuidade:

A1 . v1. Δt = A2 . v2 . Δt

A1. v1= A2. v2


(Equação da continuidade)

Essa equação mostra que, para o aumento da área disponível para escoamento do fluido,
ocorre diminuição de sua velocidade e vice-versa.

A imagem abaixo mostra um fluxo de água saindo de uma torneira. Repare que, na parte
inferior da figura, o filete de água é mais fino. Isso ocorre porque a água, ao cair, tem a sua

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velocidade aumentada pela aceleração da gravidade. Com o aumento da velocidade, a área do
fluxo do líquido deve diminuir de acordo com a equação da continuidade."

4. A experiência de Reynolds 
O experimento de Reynolds foi apresentado por Osborne Reynolds em 1883, provando que só
existe Reynolds para escoamento turbulento. Neste experimento é construído um dispositivo
com um tubo transparente horizontal, pelo qual água flui a partir de um reservatório onde se
está inicialmente em repouso. Por meio de uma canícula um filete de substância corante é
injetada na corrente de água no tubo, o que propicia visualizar-se o escoamento através do
comportamento deste filete colorido. Quando o filete escoa retilineamente pela tubulação,
sem ocorrer sua mistura com a água, o escoamento é dito laminar. No caso de mistura rápida
com a água, resultando na diluição do filete, o escoamento demonstra atingir o regime
turbulento. Para obter-se a redução da agitação da água no reservatório é necessário que esta
permaneça em repouso por um tempo normalmente maior que uma hora, com o que se evita a
formação de escoamentos secundários na tubulação transparente, que causam deformações no
filete de corante que passa a assumir formas não úteis à demonstração, como rotações e
translações ao longo do eixo do tubo.

5. Regime laminar e regime turbulento 

O escoamento laminar é caracterizado pelo movimento em lâminas ou camadas, não havendo


mistura macroscópica de camadas de fluido adjacentes. Dessa forma, há a presença do
deslocamento transversal de massa desprezível, onde temos predominância das forças
viscosas.

O escoamento turbulento, por sua vez, é caracterizado pelo movimento tridimensional


aleatório das partículas do fluido sobreposto ao movimento da corrente, que possibilita o
deslocamento transversal de massa predominante, onde a força viscosa é desprezível em
relação à força de inércia.

6. Equação de Bernoulli
A equação de Bernoulli é utilizada para descrever o comportamento dos fluidos em
movimento no interior de um tubo. Ela recebe esse nome em homenagem a Daniel Bernoulli,
matemático suíço que a publicou em 1738.
Consideramos para essa figura um fluido ideal que apresenta as seguintes características:

● Escoamento linear – velocidade constante em qualquer ponto do fluido;


● Incompressível – com densidade constante;
● Sem viscosidade;
● Escoamento irrotacional.

Nesse caso, os fatores que interferem no escoamento do fluido são a diferença de pressão nas
extremidades do tubo, a área de seção transversal e a altura.

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Como o líquido está em movimento a uma determinada altura, ele possui energia potencial
gravitacional e energia cinética. Dessa forma, a energia de cada porção de fluido é dada pelas
equações:

E1 = mgh1 + m v1’2 e E2 = mgh2 + m v2’2

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Como os volumes e a densidade das duas porções do fluido são iguais, podemos substituir a
massa m na expressão acima por:

m = ρ.V

As equações acima podem ser reescritas da seguinte forma:

E1 = ρ.V (gh1 + 1v12 ) e E2 = ρ.V(gh2 + 1v2’2 )

2 2

A variação de energia pode ser associada ao trabalho realizado pelo fluido durante o
deslocamento entre as duas posições, como afirma o Teorema do Trabalho da Energia
Cinética. Assim, podemos obter a equação:

E2 – E1 = F1.S1 – F2.S2

A força pode ser obtida pela expressão:

F = P.A

Dessa forma, a equação acima pode ser reescrita como:

ρ.V(gh2 + 1v22 ) - ρ.V (gh1 + 1v12 ) = (P1 – P2) . V

2 2

Agrupando os fatores que apresentam o subíndice 1 do lado esquerdo da igualdade e os que


têm o subíndice 2, podemos rearranjar a expressão acima e obter a equação de Bernoulli:

ρ.V.g.h1 + ρ.V. v12 + P1.V = ρ.V.g.h2 + ρ.V. v22 + P2.V

2 2

Essa equação também pode ser reescrita da seguinte forma:

ρ.V.g.h + ρ.V. v2 + P.V = Constante

A equação de Bernoulli é a principal equação dos estudos da Mecânica dos fluidos e explica,
por exemplo, como os aviões mantêm-se no ar. A pressão exercida pelo ar que passa pelas
asas do avião é menor do que a pressão em sua parte inferior. Essa diferença de pressão cria
uma força de baixo para cima, sustentando o avião no ar.

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7. Exercícios
1. A asa de um avião, como mostrado na figura abaixo, possui um perfil que ocasiona uma diferença
de pressão entre o ponto mais alto e o ponto mais baixo da sua asa, o que acarreta em uma força de
baixo para cima que é responsável por manter o avião no ar. Esse fenômeno pode ser justificado, uma
vez que: 

Perfil Da Asa De Um Avião

a) A velocidade do fluido na parte superior do perfil é maior que na inferior, logo a pressão na
parte superior é menor que na inferior.
b) A velocidade do fluido na parte superior do perfil é menor que na inferior, logo a pressão na
parte superior é menor que na inferior.
c) A velocidade na parte inferior e superior são iguais, logo a pressão na parte superior é menor
que na parte inferior.
d) O ar se move mais rapidamente na parte superior do que na inferior resultando em uma força
de atrito com o ar maior na parte superior.
e) O ar se move com velocidade constante em qualquer ponto da asa, o que resulta em uma
pressão maior em baixo.

RESPOSTA: LETRA A.
Pela equação de Bernoulli, o aumento da velocidade deve ocasionar uma redução da pressão e vice e
versa. Portanto, para que exista uma força de baixo para cima, a pressão na parte inferior do perfil
deve ser maior que na superior , logo, a velocidade na parte superior é maior.

2. Um fluido incompressível e não viscoso escoa em um duto liso com área de seção transversal de
200 mm² e velocidade de 5 m/s. Qual a velocidade do fluido após passar por uma redução de área
para 50 mm²?
a) 10 m/s.
b) 18 m/s.
c) 20 m/s.
d) 15 m/s.
e) 40 m/s.

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RESPOSTA: LETRA C.
Pela equação da continuidade, A1.v1= A2.v2, logo v2 = 5.200/50 = 20 m/s.

3. A equação da continuidade afirma que a vazão ao longo de um tudo deve se manter constante. O
princípio físico que justifica essa afirmação é:
a) A conservação da massa para um fluido incompressível uma vez que a massa não se cria e
não se consome, a vazão é constante.
b) A incompressibilidade do fluido, uma vez que o volume do duto é constante a vazão é
constante.
c) A conservação de energia , como a energia do sistema se conserva a vazão é constante.
d) A não viscosidade do fluido, uma vez que o fluido não possui viscosidade a vazão é
constante.

RESPOSTA: LETRA A.
A equação da continuidade utiliza como argumento o princípio de conservação de massa. Uma vez
que a massa se conserva, a vazão ao longo de um duto deve se manter constante.

4. Quando uma torneira é aberta, observa-se que o fluxo de água que sai dela tende a afinar-se. Esse
fenômeno pode ser explicado por meio:
a) do atrito da água com o ar.
b) da conservação da energia mecânica.
c) da equação da continuidade.
d) das forças intermoleculares presentes na água.
e) das ligações de hidrogênio presentes na água.

RESPOSTA: LETRA C.
A equação da continuidade fornece a explicação para o fenômeno descrito. Ao sair da torneira, a água
passa a cair em movimento acelerado em virtude da aceleração da gravidade. Com o aumento da
velocidade, a área transversal do fluido tende a diminuir em igual proporção.

5. (UFSM-RS) Em uma cultura irrigada por um cano que tem área de secção reta de 100 cm², passa
água com uma vazão de 7200 litros por hora. A velocidade de escoamento da água nesse cano, em
m/s, é:
a) 0,02
b) 0,2
c) 2
d) 20
e) 200

RESPOSTA: LETRA B.
S = 100cm² = 102.10^-4 — S=10-2m^3 — Z=7.200L/h=7.200/3.600L/s=2.L/s — Z=2.10-3m3/s
— Z=S.v — 2.10-3= 10-2v — v=2.10-3/10-2 — v=0,2m/s

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REFERÊNCIAS

ALVES, Talita. “Hidrodinâmica”. Mundo Educação. Disponível em:


https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/hidrodinamica.htm. Acesso em: 02/10/2022;

ANDRADE, Alan. “Máquinas Hidráulicas”. Disponível em:


http://www.madeira.ufpr.br/disciplinasalan/AT087-Aula04.pdf. Acesso em: 30/09/2022.

DIAS, Fabiana. “Hidrodinâmica”; Educa Mais Brasil. Disponível em:


https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/fisica/hidrodinamica. Acesso em: 30/09/2022.

JÚNIOR, Joab Silas da Silva. "Equação da continuidade"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/fisica/equacao-continuidade.htm. Acesso em 02/10/2022.

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