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Universidade Federal de Viçosa


Engenharia Civil
ECV P- 351 Hidráulica 1
Professor Frederico Carlos Martins de Menezes Filho

Tipos de escoamento e cálculo da vazão pelo método


volumétrico.
1º Experimento

Daniel Marques Gonçalves- 6108


Igor da Silva Souza- 7158
Maria Isabel Rodrigues- 5298
Pietra Maria Marques Braga- 5847
Thauany Ferreira Uieda- 5845
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 2

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 3

3. METODOLOGIA ................................................................................................... 5

3.1 Visualização e classificação dos tipos de escoamento ........................................ 5

3.2 Cálculo da vazão pelo método volumétrico ........................................................ 7

5. CONCLUSÕES ....................................................................................................... 9

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 9


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1. INTRODUÇÃO
Um fluido é uma substância que pode escoar imediatamente ao ser solicitado por uma
força externa, ou seja, existe um movimento relativo contínuo entre as partículas
constituintes desse fluido. Esse escoamento pode ser classificado quanto à direção das
partículas, sendo laminar quando elas possuem uma trajetória bem definida, ou
turbulento, em que as partículas se misturam devido a uma trajetória indefinida. Essa
é uma das principais classificações feitas, através do número de Reynolds. Outro tipo
de classificação é pela variação das dimensões dos condutos, diferenciando-se em
unidimensional, bidimensional e tridimensional.
Além destes citados, há dois parâmetros também de grande relevância, sendo eles o
tempo e o espaço. Considerando o tempo, o escoamento pode ser permanente ou não
permanente (transitório). Conforme o parâmetro de espaço, o escoamento pode ser
uniforme e não uniforme. Uniforme quando velocidade e profundidade são
constantes, e não uniforme quando esses parâmetros variam pelo conduto. Quando há
essa variação, existem as subdivisões gradualmente e bruscamente variado, definidos
como remanso e ressalto hidráulico, respectivamente.
É de extrema importância o estudo dos tipos de escoamento para obras de engenharia,
pois elas são dimensionadas a suportar vazões decorrentes do tipo de cada
escoamento.
A vazão por sua vez é definida como a quantidade de um determinado material que
passa por um certo local por uma unidade de tempo. É possível calcular a vazão
considerando a velocidade e a área da seção transversal por onde o material está
passando ou através da medição da variação do volume de um reservatório pelo tempo
decorrido.
O objetivo deste experimento foi visualizar na prática os diferentes tipos de
escoamentos, utilizando para isso objetos que simulam obstruções, onde foi possível
analisar fenômenos como remanso e ressalto hidráulico com a variação de altitude na
entrada de água do canal, e também foi possível diferenciar momentos e locais onde
o escoamento é laminar, transitório e turbulento. Com isso foi feita a análise da vazão
através do método volumétrico, que foi possível pela facilidade de medição do
volume do reservatório e o tempo decorrente necessário para enchê-lo.
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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O escoamento em relação ao espaço se divide em duas classificações, sendo elas
uniformem, onde se tem a velocidade e profundidade constantes do canal, e não uniforme
(variado), ou seja, a velocidade e a profundidade variam ao longo do conduto. Segundo
BAPTISTA (2010, p.225) “Para que ocorra o escoamento uniforme nos condutos livres,
a profundidade da água, a área molhada da seção transversal e a velocidade são constantes
ao longo do conduto”.
Já o escoamento em relação ao tempo pode ser classificado de duas formas, sendo o
permanente, ou seja, aqueles que apresentam uma velocidade constante em um certo
ponto, e o não permanente (transitório). Segundo NETTO (1998, p.46) “Movimento
permanente é aquele cujas características (força, velocidade, pressão) são função
exclusiva de ponto e independem do tempo. Com o movimento permanente, a vazão é
constante em um ponto da corrente”. De acordo com Carvalho, 2009, na prática, o regime
permanente não existe, ressalta ainda que esse regime é considerado em função de
elementos médios, resultando em um movimento permanente em média.

Figura 1 - Tipos de escoamentos.

Fonte: Menezes Filho, 2023 apud Alfredini et. al, 2004.

De modo geral o escoamento pode ser representado resumidamente conforme o


fluxograma abaixo:
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Figura 2 - Fluxograma dos tipos de escoamentos.

Fonte: Menezes Filho (2023)

Conforme analisado na figura acima, temos o regime permanente não uniforme, com duas
classificações, sendo elas o gradualmente variado (remanso) e o bruscamente variado
(ressalto hidráulico). O ressalto hidráulico se dá devido à transição de um regime
supercrítico para o regime subcrítico, além da mudança do regime, tem-se também a
variação de profundidade e velocidade, enquanto o remanso se dá devido ao regime
subcrítico nos trechos a montante de um controle hidráulico artificial, esse fenômeno
eleva o nível do volume da água do canal, e ocorre da jusante para montante.
O método volumétrico é um processo de medição de vazões direto. Segundo NETTO
(1998 p.423) “Esse processo geralmente só é aplicável nos casos de pequenas descargas,
como, por exemplo, de fontes, riachos, bicas e canalizações de pequeno diâmetro.”

𝑉
𝑄 = 𝑀𝑡 (Equação 1)

Onde:
Q - Vazão;
V - Volume;
Mt - Tempo.

A vazão é a quantidade volumétrica que escoa por uma seção de tubulação ou canal por
um por unidade de tempo, podendo ser expressa em m³s. Ls e Lh.
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3. METODOLOGIA
O objetivo do experimento é estudar o escoamento de água em um canal artificial e
calcular a vazão. Para isso, o experimento é dividido em duas partes: Visualização e
classificação dos tipos de escoamento e cálculo da vazão pelo método volumétrico.
Os materiais necessários para execução do experimento são:
• Canal de escoamento artificial
• Espuma cilíndrica para simulação do ressalto;
• Régua;
• Trena;
• Cronômetro;
• Obstáculo acrílico retangular;

3.1 Visualização e classificação dos tipos de escoamento


Primeiramente foi apresentado o escoamento permanente uniforme. A fim de observá-lo,
é necessário apenas o canal artificial com uma vazão constante de água, de modo que ela
escoe paralelamente ao fundo do canal. Para provar que o escoamento é permanente
uniforme, foi utilizado uma régua para medir a profundidade ao longo do canal, logo foi
possível comprovar que a profundidade é constante e consequentemente o regime é
realmente uniforme.

Figura 3 – Escoamento permanente uniforme.

Fonte: Produzida pelos autores.

Em seguida, visualizamos os escoamentos permanente variado: o bruscamente variado


(ressalto hidráulico) e o gradualmente variado (remanso).
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Para visualizar uma representação do regime gradualmente variado, torna-se necessário


o uso do obstáculo retangular de acrílico. Como vazão de entrada e saída é constante,
basta colocar o obstáculo ao final do canal, e observar uma certa quantidade de água se
movendo a montante (no sentido contrário ao da correnteza), criando conjunto de ondas
tranquilas que é chamada de remanso. Além da observação do comportamento do
remanso ao obstáculo, o experimento permite entender justamente como a presença de
obstáculos afeta o fluxo de água em um canal.

Figura 4 – Remanso.

Fonte: Produzida pelos autores.

Já para representar o regime bruscamente variado, também se torna necessário o uso de


um obstáculo ou barreira. Com vazão constante e controlada, basta colocar a espuma
cilíndrica no canal de forma completamente submersa e esperar o transbordo. Assim que
ocorrer a queda abrupta da água é possível observar por meio do ressalto hidráulico o
escoamento bruscamente variado.

Figura 5 – Ressalto hidráulico.

Fonte: Produzida pelos autores.


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3.2 Cálculo da vazão pelo método volumétrico


Inicialmente deve-se calcular o volume do reservatório de deságue, para isso com o
auxílio de uma trena, basta pegar as medidas de comprimento e multiplicar, largura e
altura e multiplicá-las. A profundidade em questão possui uma peculiaridade, ela é
caracterizada pela superfície constante da água no fundo do reservatório e uma marca
vermelha na metade do mesmo.
Em seguida é necessário aferir o tempo de preenchimento desse reservatório. A contagem
do tempo começa a partir do fechamento do registo, o qual impede a saída da água que
entra de forma constante permitindo o preenchimento do reservatório. O tempo finaliza
apenas quando o nível de água atinge a marca vermelha. Para obter um melhor resultado,
este procedimento é realizado três vezes e é feita a média aritmética para o tempo.

Figura 6 – Tanque de deságue.

Fonte: Produzida pelos autores.

Considerando as medidas de volume e tempo de enchimento do reservatório, é possível


calcular a vazão da água que flui através dele, utilizando a equação 1.

4. RESULTADOS
Para analisar as dimensões do reservatório utilizou-se uma régua. Os resultados obtidos
estão expressos na Tabela 1.
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Tabela 1 – Medidas do reservatório.

Largura (cm) Comprimento (cm) Altura (cm)

22,00 32,00 28,00

Fonte: Autores.

Salienta-se que o reservatório analisado possui base retangular. Portanto, o volume é dado
pela Equação 2:

𝑉𝑟𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜 = 𝐴𝑏 × 𝐻 (Equação 2)

Onde:
Vreservatório - Volume do reservatório;
Ab - Área da base;
H - Altura.
Assim:

V= (22,00 x 32,00) x 28,00


V= 19712 cm3
V= 19,712 L

Com o auxílio de um cronômetro foram realizadas 3 medições para que assim, o tempo
de enchimento fosse obtido por meio do cálculo da média aritmética entre esses valores
conforme a Tabela 2.

Tabela 2 – Tempo de enchimento do reservatório.

Tempo 1 (s) Tempo 2 (s) Tempo 3 (s) Média aritmética (s)

16,22 15,86 16,12 16,07

Fonte: Autores.

Cálculo da vazão é dado pela Equação 1, substituindo os valores temos:

19,712
𝑄= = 1,23 𝐿/𝑠
16,07
Dessa forma, a vazão aproximada é de 1,23 litros por segundos.
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5. CONCLUSÕES
Diante do conteúdo exposto neste presente relatório, é possível concluirmos alguns
pontos. Acerca da demonstração dos tipos de escoamentos, a qual foi realizada em
maquinário específico em aula prática, foi comprovado de forma visual a ocorrência de
seus dois tipos anteriormente citados: permanente uniforme e permanente variado, sendo
este último subdividido em bruscamente variado e gradualmente variado, observando-se
com a adição de barreira na entrada do canal a formação do ressalto hidráulico, sendo
visível a mudança do regime de supercrítico para subcrítico, a variação de profundidade
e da velocidade da água. Também foi notado que ao colocar uma barreira no final do
canal, ocorre o remanso, acabando com o ressalto hidráulico devido ao aumento do nível
de água no trecho. Contudo, podemos destacar que quanto maior for o desnível, maior
será a sinergia, ou seja, quanto maior o volume do reservatório, maior será a extensão do
ressalto.
Referente ao cálculo da vazão pelo método volumétrico, ao relacionarmos às equações 1
e 2 e os dados coletados em experimento, obtivemos uma vazão de 1,23 litros por segundo
em canal artificial com reservatório de volume igual a 19,712 litros.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAPTISTA, Márcio; LARA, Márcia. Fundamentos de Engenharia Hidráulica. 3. ed.
rev. e aum. [S. l.]: UFMG, 2014.

CHADWICK, Andrew; MORFETT, John; BORTHWICK, Martin. Hidráulica para


engenharia civil e ambiental. 5. ed. [S. l.]: Elsevier, 2017.

MENEZES FILHO, Frederico. Classificações do escoamento e equações


fundamentais. 29 de março de 2023.

NETTO, Azevedo et al. Manual de Hidráulica. 8. ed. atual. [S. l.]: Bluncher, 1998.

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