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INSTITUTO SUPERIOR DE TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES

Licenciatura em Engenharia Ferroviária


F41
Elementos integrantes da via Férrea

Discentes:
Anselmo Catine
Hercílio Alberto
Luís Inguane
Mohammad Issak
Suneila Abdula

Docente:
Engº José Diogo

Maputo, Agosto de 2018


Índice

1. Introdução ............................................................................................................................................. 3
1.1. Objectivos gerais ........................................................................................................................... 3
1.2. Objectivos específicos................................................................................................................... 3
2. Desenvolvimento .................................................................................................................................. 4
2.1. Balastro e sub-balastro .................................................................................................................. 5
2.1.1. Sub-balastro .......................................................................................................................... 5
2.1.2. Balastro ................................................................................................................................. 6
2.2. Carris ............................................................................................................................................. 7
2.2.1. Conceito ................................................................................................................................ 7
2.2.2. Composição do aço para os carris ......................................................................................... 7
2.3. Travessas ....................................................................................................................................... 8
2.3.1. Travesses de madeira ............................................................................................................ 9
2.4. Valetas......................................................................................................................................... 10
2.5. Inspecção da linha ....................................................................................................................... 11
2.5.1. Carro ultra-som ................................................................................................................... 12
2.5.2. Carro controle ..................................................................................................................... 12
2.5.3. Laiser Rail ........................................................................................................................... 13
2.6. Taludes .................................................................................................................................... 13
2.6.1. Inclinação de taludes ........................................................................................................... 13
3. Conclusão............................................................................................................................................ 14
1. Introdução
O presente trabalho de pesquisa fala sobre alguns aspectos técnicos que podem ser encontrados nos

componentes incorporados na linha férrea que são fundamentais para construcirculação de comboios, e que

sem eles não temos como construir uma via férrea.

1.1. Objectivos gerais


Falar dos componentes que integram a linha férrea.

1.2. Objectivos específicos

Falar da granulometria do balastro, inclinação do talude, equipamentos usados durante a inspecção da via,
material usado na fabricação de travessas de madeira e da composição do aço usado no fabrico de carris.
2. Desenvolvimento
A ferrovia é o segundo tipo de transporte mais usado na região sul do país concretamente na província de

Maputo, dado o facto de ser economicamente acessível competindo directamente com o transporte

rodoviário, estando praticamente ao alcance de todos. No entanto diferente do sistema rodoviário, o sistema

ferroviário tem suas particularidades que vai desde sua implementação até ao seu pleno funcionamento.

Enquanto que os transportes rodoviários não necessitam concrectamente de uma via asfaltada para se

fazerem transportar, no caso do transporte ferroviário é obrigatária a implementação da via de acesso

composta por carris, travessas, balastro, componentes de ligação e outros respectivamente, afim de poder

se ter a via de acesso de modo a tornar efectivo o transporte do material circulante (material motor e material

rebocado).

Assim sendo, vamos abordar os pontos referentes aos objectivos específicos acima citados, de modo a

percebermos um pouco mais sobre a via férrea.


2.1. Balastro e sub-balastro
2.1.1. Sub-balastro
A camada superior da infraestrutura, chamada de sub-balastro, tem características especiais levadas em

conta na construção da superestrutura, e deve por isso ser considerada como parte integrante desta. O sub-

balastro tem as seguintes funções:

• Aumentar a capacidade de suporte da plataforma permitindo elevar a taxa de trabalho no terreno

ao serem transmitidas as cargas através do balastro, reduzindo desta forma, sua superfície de apoio

e sua altura, com consequente economia de material;

• Evitar a penetração do balastro na plataforma;

• Aumentar a resistência do leito à erosão e à penetração da água, concorrendo pois para melhor

drenagem da via;

• Permitir relativa elasticidade ao apoio do balastro para que q via permanente não seja

excessivamente rígida.

O balastro é um material nobre, de grande consumo, caro e, às vezes, de difícil obtenção, o que justifica a

racionalização de seu uso. Por sua vez, a construção do sub-balastro com material mais barato e acessível

nas proximidades do local em que será empregado traz grande economia à superestrutura ferroviária, além

de melhorar consideravelmente o padrão técnico da via permanente e diminuir seu custo de manutenção.

O material a ser selecionado para o sub-blastro deve obedecer às seguintes especificações:

• Índice de grupo (IG) igual a 0;

• Limite de liquidez (LL) máximo de 35;

• Índice de plasticidade (IP) máximo de 36;

• Expansão máxima de 1%;

• Índice de suporte California (CBR) mínimo de 30.


O sub-balastro deve ser compactado de modo a obter-se um peso específico aparente correspondente a

100% do ensaio de Protor Normal. A espessura do sub-balastro deve ser tal que a distribuiçãp de pressões

através dele acarrete, em sua base, uma taxa de trabalho compactível com sua capacidade de suporte.

Geralmente, um sub-balstro com 20 com de espessura é suficiente para atender as exigências.

2.1.2. Balastro
o balastro é um elemento da superestrutura situado entre as travessas e o sub-balastro e tem como funções

especiais:

• distribuir convenientemente sobre a plataforma os esforços resultantes das cargas dos veículos,

produzindo uma taxa de trabalho compactível com sua capacidade de carga;

• formar um suporte até certo ponto elástico, atenuando as trepidações resultantes da passagem dos

veículos;

• sobrepondo-se à plataforma, suprimir suas irregularidades, formando uma superfície contínua e

uniforme para as travessas e carris;

• impedir os deslocamentos das travessas quer no sentido longitudinal assim como na transversal;

• facilitar a drenagem da superestrutura.

Para que o balastro desempenhe as suas funções, seu material deve ter as seguintes características:

• Suficiente resistência aos esforços transmitidos;

• Elasticidade limitadas par abrandar os choques;

• Dimensões que permitam sua interposição entre as travessas e o sub-balastro;

• Resistência aos agentes atmosféricos,

• Ser de material não absorvente, não poroso e de grãos impermeáveis;

A pedra é o melhor tipo de balastro, pois é resistente, inalterável pelos agentes atmosféricos e químicos,

elástica, permeável e permite a socaria do balastro. As rochas mais apropriadas para serem utilizadas em
balastro ferroviário são: granito, gnaisse, quartzito, micaxisto, deorito e diabásio. Outras rochas, como

arenito, calcário, mármore e dolomita, devem ser devidamente analisadas, pois nem sempre atendem às

especificações técnicas necessárias.

Resultados de um ensaio de peneiramento

Abertura (polegadas) Abertura (mm) % atravessada

21/2 63,5 100

2 50,8 80-100

11/2 39,1 40-70

1 25,4 10-30

¾ 19,1 0-10

1/2 12,7 0-5

2.2. Carris
2.2.1. Conceito
Carril é o elemento componente da superestrutura da via permanente que constitui a superfície de rolamento

para as rodas dos veículos ferroviários, servindo-lhes, ao mesmo tempo, de apoio e guia. Funciona como

viga contínua e transfere as solicitações das rodas para as travessas.

2.2.2. Composição do aço para os carris


O aço é o material utilizado na manufactura dos carris por diversas razoes, relacionadas à sua resistência e

qualidade:

• Bases características de dureza, tenacidade, elasticidade e resistência à flexão,

• Composição química uniforme;


• Elevada tensão de escoamento e ruptura;

Os principais componentes do aço e as influências em suas principais características são:

Ferro: constitui 98% da composição do carril, é o elemento básico do aço e determina suas principais

qualidades, como dureza, ductilidade, maleabilidade, tenacidade e resistência à flexão;

Carbono: proporciona dureza ao aço, em grandes percentagens torna-o quebradiço, principalmente na

presença de altos teores de fósforo;

Manganês: proporciona maior dureza ao aço, mas elevados teores de manganês tornam o aço difícil de

trabalhar e também frágil na presença de altos teores de carbono.

2.3. Travessas
A travessa é um elemento da superestrutura ferroviária cuja função é receber e transmitir ao balastro os

esforços produzidos pelas cargas dos veículos, servindo de suporte dos carris, permitindo sua fixação e

mantendo invariável a distância entre eles (bitola). Para que a travessas cumpra sua finalidade, será

necessário que:

• Suas dimensões, no comprimento e largura, forneçam superfície de apoio suficiente para que a taxa

de trabalho no balastro não ultrapasse os limites relactivo a esse material;

• Sua espessura lhe dê a rigidez necessária, permitindo, entretanto, alguma elasticidade;

• Tenha suficiente resistência aos esforços solicitantes;

• Tenha durabilidade;

• Permita, com relativa facilidade, o nivelamento do balastro (socaria) em sua base;

• Oponha-se de modo eficaz aos deslocamentos longitudinais e transversais da via;

• Permita boa fixação do carril, isto é, uma fixação firme, sem ser excessivamente rígida.

As travessas empregadas actualmente são feitas de madeira, aço e concreto (betão), entre outros materiais.
2.3.1. Travesses de madeira
A madeira reúne quase todas as qualidades exigidas para uma boa travessa e contínua a ser o principal

material utilizado em sua fabricação. Actualmente, entretanto, devido à escassez de florestas naturais e de

florestamentos direcionados para essa finalidade, as madeiras de boa qualidade têm sido utilizadas para

finalidades mais nobres, alcançando altos preços no mercado, o que inviabiliza economicamente sua

aplicação ferroviária.

Assim, madeiras menos nobres e que podem ser obtidas a preços mais baixos têm sido empregadas na

fabricação de travessas, exigindo tratamento com produtos químicos conservantes e procedimentos de

manutenção onerosos.

Em relação à espécie de madeira (essência), as travessas ainda são classificadas em classes:

• Primeira classe: aroeira, sucupira, jacarandá, amoreira, angico, ipê, pereira, bálsamo, etc;

• Segunda classe: angelim, araribá, amarelinho, braúna, canela-preta, guarabu, jatobá,

massaranduba, peroba, baru, eucalipto, etc:

• Terceira e Quarta classes: madeiras identificadas como primeira ou segunda classes mas com

defeitos toleráveis.

Além dessas categorias, são também especificadas as madeiras para travessas a serem previamente tratadas

com conservantes químicos.


Outros factores, além da qualidade da madeira que tem influência na durabilidade das travessas, entre os

quais podem ser citados:

• Clima;

• Drenagem da via;

• Peso e velocidades dos veículos;

• Época do ano em que a madeira foi cortada;

• Grau de secagem;

• Tipo de fixação no carril;

• Tipo de balastro;

• Tipo de placa de apoio do carril na travessa.

2.4. Valetas
Valeta de berma – consiste em canais construídos no sentido longitudinal das bermas dos taludes, são

patamares para dar mais estabilidade aos taludes, e que têm por finalidade colectar águas pluviais que

escoam nas superfícies desses taludes.


Valeta de crista – são canais construídos próximos à crista de um talude de corte, para interpretar o fluxo

de água superficial proveniente do terreno a montante, evitando que esse fluxo atinja a superfície do talude,

evitando assim a erosão nesta superfície.

2.5. Inspecção da linha

A inspecção da linha é uma actividade crucial que posteriormente ira dar recomendações a serem realizadas

nos trabalhos de manutenção, dai a necessidade de conhecer alguns equipamentos que auxiliam nos

trabalhos de inspecção de via.


2.5.1. Carro ultra-som
O carro ultra-som tem por função executar a inspecção para detectar descontinuidade interna no carril. Ele

obtém por meios de seus equipamentos informações para a manutenção da via permanente referentes a

descontinuidades internas nos carris (trincas transversais, trincas longitudinais, porosidades, etc), para que

a mesma possa programar com antecedência a retirada dos carris com defeitos antes que estes falhem em

serviço.

2.5.2. Carro controle


O carro controle tem por função principal realizar a medição de parâmetros geométricos da linha. Por meio

dele, a manutenção da via permanente pode obter informações referentes a geometria da linha e da região

dos aparelhos de mudança da via - AMV´s, quando a empeno, alinhamento transversal e nivelamento

longitudinal, comparando os resultados com parâmetros pré-estabelecidos de acordo com a classe da

ferrovia, para que a mesma programe suas manutenções correctivas e preventivas.


2.5.3. Laiser Rail
É um sistema de alinhamento a laser típico para alinhamento de carris mede o alinhamento horizontal e

vertical, garantindo que as ferroviárias

2.6. Taludes
É o termo que caracteriza a face de um terreno que possui uma certa inclinação e estes podem ser naturais

(formados pela natureza) e artificiais (construídos pelo homem para atender uma certa necessidade)

podendo este ser de aterro ou escavação.

2.6.1. Inclinação de taludes


A inclinação do talude que é o ângulo em graus entre a horizontal e a recta media entre a parte mais alta do

talude e a mais baixa (crista e pé).

Os terrenos rochosos suportam bem os taludes podendo apresentar ângulos acentuados variando de 80º a

90º, em contrapartida em terrenos arenosos as inclinações são pequenas, variando de 20º a 30º.
3. Conclusão
Após a realização do presente trabalho, espera-se que tenha sido transmitida a importância do conhecimento

dos componentes integrantes na linha férrea, bem como os seus mecanismos de funcionamento e seu modo

de operação. Desde os elementos que fazem parte da infraestrutura – plataforma, valas, aquedutos, valetas,

viadutos, etc. até a superestrutura – carris, balastro, travessas, material de fixação rígida e elástica.

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