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2016
i
IMPORTANTE
O autor
ii
SUMÁRIO
ABREVIATURAS E SIGLAS ................................................................................... iii
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 4
1.1 Considerações iniciais .................................................................................... 4
1.1Carga e Logística Ferroviária ....................................................................... 5
1.2 O transporte e o modal ferroviário ................................................................ 13
1.2.1 Multimodalidade ..................................................................................... 14
1.2.2 Intermodalidade ...................................................................................... 14
1.3 As ferrovias brasileiras ................................................................................. 15
1.4 Nomenclatura das Ferrovias ........................................................................ 18
1.5 Designação das Ferrovias ............................................................................ 18
1.6 Composição da Estrutura Ferroviária ........................................................... 19
1.7 Características do Modal Ferroviário ............................................................ 19
1.7.1 Contato metal-metal ............................................................................... 19
1.7.2 Eixos guiados ......................................................................................... 20
1.7.3 Bitola ...................................................................................................... 20
1.7.4 Roda solidária ao eixo ............................................................................ 21
1.7.5 Existência de frisos nas rodas ................................................................ 22
1.7.6 Conicidade das rodas ............................................................................. 22
1.7.7 Roda dentro do gabarito da caixa .......................................................... 22
1.8 Tipos de veículos sobre trilho ...................................................................... 23
1.8.1 Bondes ................................................................................................... 24
1.8.2 Veículo Leve sobre Trilhos VLT.............................................................. 25
1.8.3 Metrô ...................................................................................................... 27
1.8.4 Trens urbanos ........................................................................................ 31
1.8.5 Trens de alta velocidade ........................................................................ 32
1.8.6 Automotrizes........................................................................................... 33
1.8.7 Veículo com levitação magnética ........................................................... 33
1.8.8 Monotrilhos ............................................................................................. 34
1.8.9 Trens de montanha ................................................................................ 36
iii
ABREVIATURAS E SIGLAS
1. INTRODUÇÃO
A carga unitária é aquela composta por um único produto de forma que todo o
sistema de transporte é especializado a ele. Normalmente a quantidade
transportada é medida pela unidade “tku”, tonelada km unitária. Outros tipos de
cargas também são transportados, tais como granel sólido e líquido (mineiros,
grãos ou combustíveis), carga geral ou cargas indivisíveis. Atualmente é muito
comum a unitização das cargas gerais através dos containeres.
A logística multimodal pode ser definida como sendo “....a melhor e mais adequada
alternativa logística para os transportes de importação, exportação e mercado
interno, envolvendo toda a infraestrutura de transporte existente".
O Brasil foi um dos primeiros países do mundo a construir ferrovias, mas com a
implantação da indústria de automóveis na década de cinqüenta, houve um
declínio no interesse do ferroviarismo no mundo, mas sobretudo no Brasil. As
ferrovias que faziam transporte de carga geral não puderam competir com o modal
rodoviário e foram desativadas.
A opção brasileira trouxe, contudo, uma distribuição patológica que nos custou, e
custa caro até hoje, já que as ferrovias, tão adequadas ao transporte de cargas
unitárias a longas distancias, foram preteridas em favor a rodovias que se
adequam mais ao transporte de carga geral a curtas distancias. No Quadro 1.1 e
na Figura 1.2, a seguir vemos a distribuição modal dos transportes no Brasil. Na
Figura 1.3, apresenta-se a distribuição modal entre ferrovias, hidrovias e rodovias
para países com extensão territorial compatível com a brasileira, onde se pode
verificar que a brasileira é bastante deformada, calcada principalmente no modal
rodoviário, não tão competitivo para cargas unitárias e as grandes distâncias.
Isto se torna mais evidente com a consideração que grande parte de nossas
exportações se referem a granéis sólidos como os produtos agrícolas e minerais,
típicos bens a serem transportados pelo modal ferroviário.
rodovia
R$/ton
~400 distância
km
As figuras a seguir, apresentam uma análise do transporte feita por Oliver Girard
da empresa Trevisan Consultoria em que se pode identificar que embora os
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R$
Transbordos
Modal Rodoviário
Modal Ferroviário
Distância
1.2.1 Multimodalidade
No livro Intermodal Freight Transportation (1995) a definição apresentada para o
transporte multimodal é: “Multimodal é o transporte realizado por mais de um
modal, caracterizando um serviço porta-a-porta com uma série de operações de
transbordo realizadas de forma eficiente e com a responsabilidade de um único
prestador de serviços através de documento único”.
Para uma empresa brasileira ser credenciada como OTM, deve entrar com
solicitação junto ao Ministério dos Transportes.
A Multimodalidade, como esta definida na legislação, sofre com problemas
crônicos de infra-estruturais, tais como: eficiência dos portos, terminais para
integração entre os modais.
1.2.2 Intermodalidade
Desvantagens
Maior complexidade logística
Maior complexidade tributária
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Como podemos ver na Figura 1.11, a seguir, a ocupação territorial pelas ferrovias
restringe-se ao litoral, sentido leste-oeste para exportação e norte-sul para
transporte interno. Com relação ao Mercosul, o país desenvolve atualmente toda
uma política de forma a incrementar o transporte de mercadorias com nossos
vizinhos, embora tenhamos ligação ferroviária apenas com a Argentina. Na figura
vemos também que em 1999 o Brasil perdia em extensão da malha ferroviária
para a Argentina, embora esta possua um território aproximadamente 1/3 menor
que o nosso.
EF - X X X
A interação veículo-via se dá pelo contato direto das rodas metálicas do trem com
os trilhos, que também são metálicos. Isto provoca um desgaste considerável
dessas partes devido a grande magnitude da carga que solicita as rodas. Apesar
da pequena resistência ao desgaste, esta alta solicitação faz com que este tipo de
interação veículo-via seja o mais adequado.
A fricção das rodas em movimento sobre os trilhos é muito baixa. Lançado a uma
velocidade de 100km/h, sobre um trilho de nível plano, um vagão de quarenta
toneladas percorre oito quilômetros ou mais, ao passo que um caminhão à mesma
velocidade, numa rodovia plana, percorre apenas 1,6km. Essa baixa fricção
permite a uma locomotiva de reduzida potência puxar uma longa composição, o
que barateia o transporte ferroviário e lhe dá vantagem de dez para um em
relação ao rodoviário, quanto à economia de combustível e à produtividade por
empregado.
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1.7.3 Bitola
Bitola pode ser definido como a distância entre os dois trilhos da férrea, sendo
medida de 12 a 16 mm abaixo da superfície de rolamento do boleto (ver figura
1.14).
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Friso
Figura 1.16 – Friso
Embora por definição o modal ferroviária possua sempre rodas de aço; existem
exceções. Como o contato da roda de aço com o trilho do mesmo material gera
um nível de desconforto acústico muito grande, gerando problemas ambientais
importantes em áreas urbanas, existe a possibilidade de utilização de outros
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materiais para as rodas. É o caso das rodas fabricadas com borrachas de alta
densidade como o apresentado na Figura 1.20.
Os veículos, ou material rodante são os equipamentos que fazem uso das vias
férreas e que são classificados em três categorias, como segue:
Locomotivas que são encarregadas pela tração;
Vagões que são destinados ao transporte de carga;
Carros que são destinados ao transporte de passageiros. Incluem-se aqui
as automotrizes.
Muitos são os veículos, além dos trens, são utilizados até hoje e que fazendo uso
das vantagens dos trilhos. Dentre os quais podemos citar os bondes (VLT e
Streetcars), metrôs, automotrizes, além dos trens de subúrbio, que diferem dos
demais trens de passageiro por possuírem características próprias.
Na Figura 1.21 a seguir pode-se ver um gráfico que mostra a capacidade dos
trens de subúrbio, metrôs, Bondes, e também dos ônibus, com relação às
distâncias de parada típicas do modal.
Ë interessante notar que os modais que tem mais paradas, por conseguinte,
paradas a distâncias menores, possuem uma velocidade média final menor que
aqueles veículos que mesmo tendo uma velocidade final menor, param em menos
estações em seus percursos.
80.000
70.000
Trensdesubúrbio
60.000
Capacidadedetransportedo
50.000
(Passageirosporhorae
40.000
Metrô
direção)
sistema
30.000
VLTeStreetcars
Ônibus
20.000
0,1 0,2 0,3 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
10.000 Distânciastípicasentreparadas/estações(km)
1.8.1 Bondes
Utilizam-se de trilhos fixados ao pavimento das ruas que também são utilizadas
pelos veículos rodoviários, portanto os dormentes deverão ser especiais para
ficarem embutidos, não causando desconforto ou perigo ao tráfego concorrente. A
alimentação de energia é feita por cabos dispostos sobre os trilhos e um sistema
de captação especial. Podem ser considerados como um ponto intermediário de
capacidade de trânsito entre os ônibus e metrôs.
É preciso convir que ao falar-se nesse veículo, nos vem à lembrança a imagem do
antigo bonde: simpático, mas barulhento, desconfortável e esteticamente
ultrapassado. O bonde atual pouco se parece com aquele do passado, sobretudo
quanto ao aspecto ruído, pois os incontáveis aperfeiçoamentos técnicos
introduzidos (rodas elásticas, suspensões primárias e secundárias em borracha,
etc.), o transformaram em um dos equipamentos rodantes mais silenciosos de que
se dispõe. Com relação aos parâmetros ambientais de emissão de poluentes, os
bondes, utilizando-se da energia elétrica, contribuiriam para amenizar este sério
problema.
O Veículo Leve sobre Trilhos, VLT, também chamado de bonde, elétrico, Metrô
Leve, light rail ou tranvia, opera carros ferroviários em trilhos fixos com preferência
de passagem, mesmo que parcialmente, dos outros tráfegos. São tipicamente
movidos a eletricidade que é coletada de uma linha elétrica suspensa sobre a via.
Utiliza trens leves com algumas características dos metrôs, tais como exigir
espaçamentos reduzidos entre as estações, e algumas dos trens suburbanos,
como, em geral, na superfície ter alimentação por rede aérea e não através de
terceiro trilho). Podendo ser considerados como uma modernização dos antigos
bondes, apresentando maior velocidade terminal de tráfego, com menos paradas,
sendo considerado como um modal de média a alta capacidade de transporte.
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Muitas vezes os trilhos utilizados são especiais, adequados ao uso urbano, onde a
pavimentação utilizada pelos veículos rodoviários não é prejudicada pela via
ferroviária. Um modelo interessante é o apresentado na Figura 1.23
Embora a energia possa ser captada por terceiros trilhos (captação a nível do
solo) normalmente ela é captada por cabos condutores aéreos como pode se visto
na Figura 1.24.
Figura 1.23 – Trilho especial para uso Figura 1.24 – Captação aérea de
em áreas urbanas energia elétrica com uso de pantógrafo
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Desvantagens
Rigidez das vias, que não lhes permite desviar obstáculos sobre a via,
Maior custo, tanto de la infra-estrutura quanto dos veículos (em relação
a los ônibus)
Menor capacidade e velocidade (em relação ao metrô).
Problemas com o tráfego rodoviário devido a restrições, principalmente
com as paradas, que pode ser resolvida parcialmente mediante o uso de
via reservada.
1.8.3 Metrô
utilizarem veículos rápidos e sem influência de outros veículos quanto pelo menor
número de paradas, além de se utilizar de vias sem muitas curvas.
Figura 1.26 - Veículo sobre trilho Figura 1.27 - Veículo sobre rodas de
com tração animal borracha
As linhas dos metrôs são duplas devido ao grande volume de tráfego, e os vagões
são especiais para este tipo de transporte urbano.
Os tipos de metrô
As definições técnicas que fazem parte do projeto de uma linha de metrô são
altamente complexas e decorrem não apenas de exigências específicas do
sistema metroviário, mas principalmente, de aspectos como ocupação do solo,
preservação do meio ambiente e patrimônio histórico. Portanto, condicionam-se a
características geológicas, topográficas e geotécnicas, especificações do material
rodante, características do sistema viário e, não por último, a aspectos legais. A
interface do sistema metroviário com o meio urbano é mais evidente nos pátios de
manutenção e nas áreas próximas às estações, onde se dá a integração com
outros equipamentos de transporte, como terminais, passarelas, acessos, etc. e
também com instalações de utilidade pública, como áreas comerciais, praças e
jardins.
Também pelo fato que as estações de trens estão dentro das cidades e não a
muitos quilômetros de distância, como é o caso dos aeroportos, este tipo de
transporte é muito utilizado em toda Europa, Japão e América do Norte. Ver
Figuras 1.32 e 1.33.
Figura 1.32 - Vista externa frontal Foto 1.33 - Vista interna de uma
de um TVG cabine de comando de um TGV
atualidade. Como a linha não apresenta curvas fechadas nem aclives acentuados,
tudo que o maquinista precisa fazer é programar a velocidade desejada em sua
cabine e tudo o mais é feito pelos computadores. Além disso, eles controlam todas
as demais funções, fazendo uma verificação dos sistemas e apontando possíveis
distúrbios, que então podem ser sanados a tempo.
1.8.6 Automotrizes
Isto significa uma menor despesa de manutenção, menor ruído e mínima poluição
ambiental.
Como não há contato entre a composição e a via tal composição possui potencial
para atingir velocidades de 500 km/h.
Como normalmente desliza sobre uma estrada montada sobre cabos, apenas a
cada 25 metros se precisa de um lugar para suporte (situação normal aos
monotrilhos). No mais a passagem permanece intocada sob o veículo suspenso -
essa construção protege o meio ambiente e é ecologicamente favorável. Não são
necessários cortes, diques ou túneis. Devido a sua alta capacidade de ascensão,
que é três vezes superior à do sistema de rodas e de trilhos, e devido a um raio de
curva mínimo pode subir ou fazer a volta em torno de um trecho acidentado ou
instável. Ver Figuras 1.35, 1.36, 1.37, 1.38.
1.8.8 Monotrilhos
O monotrilho é um metrô ou ferrovia que opera com um único trilho e não como as
ferrovias tradicionais que possuem dois trilhos paralelos.
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Vantagens:
A principal vantagem é que necessitam de muito menos espaço, tanto
na horizontal como na vertical. A largura necessária é determinada pelo
tamanho do veículo e não pelo tamanho da linha; sendo normalmente,
elevados, ocupam muito menos espaço no chão, sendo este limitado
praticamente ao pilares de sustentação.
Devido ao pouco espaço que ocupam no chão, são mais atrativos que
os sistemas elevados convencionais e visualmente apenas impedem a
visão de uma pequena parte do céu.
São menos ruidosos, já que usam rodas de borracha quando em
contacto com o solo.
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Desvantagens
Os monotrilhos necessitam da sua própria “estrada”
Ocupando menos espaço no chão do que os sistemas elevados
convencionais, ocupam mais do que os sistemas subterrâneos.
Os desvios implicam que uma parte da linha fique suspensa no ar, num
determinado espaço de tempo. Ao contrário dos desvios convencionais,
um comboio que circule nessa linha suspensa, pode descarrilar, com o
risco adicional de cair de uma altura de vários metros do chão.
Numa emergência, os passageiros não podem sair imediatamente visto
não existirem plataformas para o poderem fazer.
Sistema de cremalheira
A Cremalheira sob o ponto de vista mecânico, consiste numa barra ou trilho
dentado por onde uma engrenagem a ele ajustada é movido retilineamente como se
pode ver na Figura 1.42.
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